Em Lisboa foi festivo, animada por muitas
palavras de ordem e organizações, seja com os seus cartazes seja com activistas
reconhecidos. Pessoalmente achei mal e sem princípios os partidos, que
sobretudo nesta altura, tentaram cavalgar esta movida, mesmo os que até tem
legitimidade para estarem presentes, mas deviam tê-lo feito com discrição...
Comentário
Já me empenhei várias vezes em acções do tipo da Almirante Reis, fui detido 3 ou 4 vezes (uma, três dias, mas outra estória)e sou um
adepto de acções de auto-envolvimento não violento!. Os “miúdos” estavam muito
bem preparados, a acção foi exemplar. Teria escolhido outro dia, para evitar
comentários sobre misturas, e julgo que outro local seria mais apropriado
(porta de uma refinaria, central a carvão, celulose, etc), mas nas cidades é
difícil...
Fantástico que haja esta malta! Luther King,
Chaves, Lanza Del Vasto e até Gandhi (personagem cheio de contradições) são
bons exemplos, só.
Tenho tido pouco tempo *, quanto mais tempo ocupamos menos inventamos, para analisar a coisa pública em Portugal, onde já deixei o meu prognóstico, que não é substancialmente alterado, mas não posso deixar de congratular-me com o fim do Podemos em Espanha, um partido oportunista que procurou com arrivismo cavalgar as grandes manifestações populares e fazer-se porta voz delas.
Talvez o novo Más Pais possa liberto das excrentricidades desse grupo cripto-estalinista assumir novas lutas e sobretudo com a aliança com o Equo dar uma nova vitalidade ao movimento ecologista no país vizinho e ajudar a romper impasses.
Por cá teremos que esperar, mas há sinais maus, a possibilidade bem real de uma larga maioria absoluta do PS e com isso o fim das lideranças dos chamados empecilhos e a renovação das políticas desses. Do lado do PSD, infelizmente não vejo grandes possibilidades....
* mas acho inenarrável que os tubarões dos jornais, numa manobra de diversão, sobre trivialidades e intrigas tenham ido desenterrar um caso policial /judicial sem a mínima relevância política (Tancos) para nos desviar dos temas, que é certo são bem poucos de confronto social e ideológico. Estamos no caminho da bolsa, e a culpa ....
Eramos talvez 500 ou mesmo 600 manifestantes a subir o Chiado,
aqui ainda no Rossio,
em panorâmica.
Julgo que o balanço é positivo, pela repercussão mediática, e pelo número de participantes, quase todos do norte, Minho, Trás os Montes e Beiras, todos contra o lítio, e há lutas mais importantes em Portugal contra outros minérios....
Mas tenho que dizer que foi muito fraca em si mesma, mal organizada, sem um serviço de ordem ou alguém que desse um pouco de sentido e enquadramento, sem um único megafone, minimamente decente, sem um libreto, sem nada que lembrasse as poderosas manifestações contra o urânio que realizámos em toda a zona fronteiriça.
Mas caminhando se faz o caminho, e aqui também falta espessura ecológica e social....
Abjecto é este Procurador da República, atenção não acho que deva ser abatido, como o foram judeus, homosexuais, comunistas, sociais democratas e cristãos pelos nazis. E claro também, muitos, muitos ciganos: Ministério Público diz que defender “abate” de ciganos não é crime, é “opinião” do Público de hoje.
É um estafermo o que disse e outro o que o defende.
Imaginam a luta contra a nuclear financiada pelas construtoras das centrais nucleares? Imaginam a luta contra as alterações climáticas financiada pelas petrolíferas ou minas de carvão? Imaginam a luta contra agro-tóxicos financiada por empresas químicas produtoras desses? imaginam luta pela recuperação de zonas uraníferas e pelos direitos dos ex-trabalhadores das minas pagas pela empresa responsável pela destruição dessas zonas e pela morte de tantos?
Imaginam os interesses que estarão por detrás desses financiamentos? Será que o facto de algum desses elementos ex-trabalhador, não mineiro!, ter dito que o urânio acumulado deveria ser vendido (talvez para Almaraz!) terá alguma influência? E será que um antigo grupo ecologista, hoje vendido aos interesses aeroportuários se envolver nessa actividade ajuda à compra dessa pela Empresa Desenvolvimento Mineiro?
Nada do que existe na face da terra nos espanta, nem mesmo o facto de uma defunta organização ter sido ressuscitada para dar cobertura a tal manigância.
Infelizmente os promotores do International Uranium Film Festival embarcaram nesta iniciativa.
Para a próxima já estão avisados. Será em Ferrel!
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acima dos traços a EDM, antiga Empresa Nacional de Urânio
É um artigo curioso: https://www.publico.pt/2019/09/12/politica/opiniao/renegada-catarina-socialdemocracia-1886304
de um personagem que conheci nos anos 80, na luta contra a então barragem do Torrão, que iria submergir parte de Amarante.
Ganhámos, pelo menos parcialmente, essa e a terra das diabas lá continua.
Infelizmente a agit-prop, a propaganda, não se pode esvair em conversa de café, nem reduzir a 3000 caracteres, bem escritos é certo e absolutamente inatacáveis, É verdade.
O Bloco estaria hoje onde eu o propus que estivesse ao Miguel Portas, entre o PS e o PSD nem sequer entre o PS e o PCP, estaria mas não está. Os discursos não correspondem à realidade, é só fumaça. As palavras dependem de quem tem o poder para controlá-las, mas também de que as vê e lhes dá uso prático.
A Catarina é uma actriz, que interpreta o papel que lhe dão, não fazendo a maldade de lhe atribuir dotes de cassete. Os ainda mentores do BE, Fazenda e Louça, são os mesmos de sempre, nada social democratas, essa é além de cosmética a hipocrisia de quem se aproxima do poder. O BE deixou toda, quase toda a crítica, de fora, na ânsia (não esqueçamos que tal como o errado Podemos quer partilhar os doces sucos do governo....para alimentar a sua, suposta, clientela), não se ouve dele nada desse sobre nada, e até o mais social-democrata socialista o elogia.
Amanhã por este caminho até se poderá transformar numa tendência do PS, oposta à esquerda do Pedro...dos Pedros....
Mas será sempre um grupo com regras internas leninistas, com o entrismo presente, e os ídolos, todos eles assassinos ou assassinados, nas cabeças e uns pózinhos, infelizmente não os mágicos, para dar ar de modernidade.
Mas uma nova geração vai tomando lugar, novos métodos, novas lutas, novas formas de organização.
Depois das eleições, com a maioria absoluta, previsível, e a quebra de todos os outros, excepto do Partido dos Animais, que vai captando partes do Bloco!, a social-democracia desse vai-se esvanecer.
Outra coisa se terá que criar, nova, ou o "bom velho leninismo", hoje disfarçado, o levará de derrota, em derrota. Novos gentes, novas ideias, novos procedimentos, e sair da armadilha que a ambição de poder induz, serão parte da receita.
Ontem dei uma grande entrevista radiofónica
sobre aeroportos, que aqui divulgarei, para a semana.
Disse-me o entrevistador que foi um tiro de
canhão nesse “aeroportozinho”.
Mas, quando vemos o A. Costa começar a encolher-se e a arrogar-se ( e já o
vi na mesma quando defendia a Ota, que o PSD, aliás, também defendia) e vemos ex-ecologistas talveza contar o “pataco” a liquidar avifauna, pois quando os imperativos ambientais, de
segurança aérea, de economia e as projecções, (lá estão as projecções!), nos
dão razão, e a A.P.A. vai ser chamada à decisão da sua vida, é preciso um pouquinho mais.
E têm sido, a esse propósito, uma vergonha os
pseudo debates televisivos ... será que os jornalistas não preparam nada....além de perguntas
trogloditas? Ou o auricular está a mandar?
Hoje anexo
o esboço de um sketch que tínhamos
pensado fazer na Barraca!.... haja quem...
E tenho que esclarecer os muitos que assinaram
o Manifesto Poupem o Montijo, que
esse não está nas minhas mãos, ou houvera sido publicado no final da semana
passada. Imposições de alterações (absolutamente irrelevantes), protagonismos
estapafúrdios, e outras questões, conduziram a que venha, eventualmente, a ser
publicado numa altura em que a consulta pública está quase a fechar e fique
reduzido à quase total irrelevância. Retirei o meu nome desse, mas continuo-o a
apoiá-lo.
A luta
contra este aeroportozinho do Montijo e o alargamento da Portela, (duas faces
da mesma moeda) é a cuna e o que separa o movimento ecologista e ambientalista
e os outros. É a luta contra as alterações climáticas, em defesa da
biodiversidade e da avifauna estuarina ( que não se adapta, morre!), contra o
ruído e os poluentes urbanos, por uma qualificação do sistema de transportes
global, no quadro de uma avaliação estratégica.
Já vamos tendo sinais dos tiques de autoritarismo e sobranceria da maioria absoluta, contra a qual temo não haja nada a fazer.
Hoje vimos António Costa, por quem tenho estima pessoal, no seu pior, mas no muito, muito mau.
As declarações dele sobre o aeroportinho do Montijo são um autêntico bolsar de tiques indisfarçáveis do pior que nos espera.
Para já, em contradição com o que já disse, a afirmação de que a decisão está tomada... pois se está a decorrer e muito mal para a aprovação a discussão pública do estudo, coxo e cheio de buracos, onde até cabe um avião, da Avaliação de Impacto Ambiental e depois, mesmo que ao arrepio de toda a lógica o prazo não seja prolongado, se terá que esperar para o resultado que se for de uma comissão independente só poderá ser o chumbo, e nesse caso... todos sabemos que Adeus Montijo...
Mas o tom que usou para achincalhar outras propostas, quando nada, nenhuma foi sequer avaliada, e tenho que dizer que a opção por Alcochete nem sequer será a melhor....
Bom mas sigamos que faltam ainda o resultado da AIA, os tribunais se for preciso e a comissão europeia, para garantir o respeito pelos tratados....
e isto!
Abaixo ( em dirigiveis) podem ver outra posição minha que na altura coloquei em discussão. Hoje evolui!
A menos de um mês das legislativas podemos prever que o PS irá passar, com tranquilidade os 115 deputados, talvez até chegue aos 120... o PSD vai levar um grande rombo, assim como o CDS só que este disfarça melhor, perderão entre 20 a 30% dos deputados, ficando juntos a rondar os 80.
O Bloco ficará talvez com menos um ou dois assim como o PCP, e o PAN com mais um ou dois.
Os outros nada, merecidamente.
Aqui fica o registo. Logo no dia 6 de Outubro se verá.
A abstenção, votos brancos e nulos e inúteis serão grandes, muito grandes.
O problema central é que temos um sistema eleitoral obsoleto.
Eu só tenho alternativa, ou não voto altamente provável, teria que fazer 600 Kms nesse dia, para votar branco ou anular o voto! Há círculos eleitorais que não oferecem qualquer alternativa.
Tenho tido ultimamente grandes conversas com vários novos ou velhos amigos.
Claro que há casos em que o conhecimento leva a uma partilha quase total de ideias e enquadramentos, propostas e vias de acção política. Noutros, sobretudo com amizades mais recente há muitas arestas a limar e como com todos as divergências moem, têm que ser mais moídas.
Mas fico satisfeito quando alguma das minhas ideias mais "radicais" são aceite ou quando não o sendo a discussão que se desenvolve contribui para a solidificar mais.
Não foi o caso do acordo instantâneo sobre a hipocrisia dos animalistas e a falta de legitimidade dos PAN e ainda por cima proporem um SNS para os animais domésticos, de reivindicar um discurso ecologista.
Os ecologistas são contra, salvo casos de necessidade (cães guia, ou outras necessidades especiais) a existência de animais domésticos. Ponto.
Atenção não falo de animais de auxílio nos campos, seja como pastores, seja como animais de guarda ou de caça, incluindo aqui uma vasta panóplia desses e de usos em quintas ou outros espaços rurais, sendo que no limite quem tenha algum espaço murado e com condições seria excepção.
Os animais domésticos, os outros são um consumo enorme de recursos, hoje já não comem os restos, e os supermercados tem áreas cada vez maiores cheias de inutilidades e desperdícios para os lúlus.
Mau, muito mau para o ambiente. Hipocrisia para quem o defende não ter uma palavra sobre esta situação.
Mas há ainda mais grave, noutro dia vi um programa com um psicólogo para essa bicharada.
Pensei com os meus botões, claro pois vivem sob tortura diária, em espaços fechados, a serem castigados permanentemente com as horas das necessidades e as festas e jogos e joguinhos, a sofrerem as passas do Algarve com a miudagem, e muitas vezes a serem açulados ou mesmo maltratados. Claro que precisam de psicólogos.
Sou favorável, e todos os ecologistas e esses senhores especialmente se são verdadeiros amigos dos animais, a uma taxa bem grande, em sede IRS, sobre quem tenha animais domésticos urbanos (salvo as excepções mencionadas) a esterilização de todos esses, e como não defendo a libertação na natureza desses, como alguns terroristas desses grupos tem feito, porque iriam criar, como os outros libertados que não morreram logo, a maioria, iriam criar grandes problemas aos ecosistemas, a proibição do comércio desses desde já.
Mas, claro que esta proposta irá esbarrar na parede dos urbanitas/animalistas, que nunca foram ao campo, não conhecem a natureza e a vida selvagem.
Eles não gostam dos verdadeiros animais. Eles, são eles que torturam os bichos!
O movimento ibérico antinuclear, mais um morreu desde 1975 julgo que é o 7º a suicidar-se, morto pelo sectarismo anti-capitalista e pela fome de protagonismo, além da ligada a tais, pela falta de estratégia articulada com a sociedade e os tempos.
A luta contra a mina de urânio de Zahinos o dispensou, embora a solidariedade e empenho do lado de cá tenham estado presentes, como continua em relação a Almaraz e todas as demais.
Iremos em breve a Navalmoral reatar algumas base para outro tipo de estratégia, uma estrutura democrática, sem lógicas impositivas e ditatoriais, nem políticas obsoletas (nunca esquecerei que tendo tido uma reunião num dia em que morreu um ditador houve quem o quisesse louvar!)...
Mas apoiamos todas as acções, e mantemos todas as amizades. O passado existe, o futuro é incerto, o presente é acção!