Tenho algumas discordâncias mas é um livro fundamental, a partir dele irei construir o meu próximo artigo "Oclocracia II", sobre alguns temas que nos escondem, com que nos manipulam, que os noticiaristas da hegemonia nem referem, e os jornalistas sejam os vendidos, sejam os plagiadores, sejam os meramente dentro da lógica do sistema nem querem ouvir falar.
temas como o aeroporto, as barragens e a Dana, o crescimento, são tabús, entre tantos outros... A oclocracia é um sistema rolo compressor, mas as canas vão aparecendo, e as fissuras por lá andam.Labels: AntónioTuriel, decrescimento, Livros, Oclocracia
Li com agrado este livro do meu amigo Mário sobre o seu parente:
na página 84 com prazer vi a referência ao meu tio, irmão de minha mãe, António Eloy de Jesus Garcia Pereira, grafado neste como Peres.
Ao livro simpático, sobre uma "pedra" da vida local, como dizia M. Torga, faltou alguma revisão, assim como uma grelha/árvore com a genealogia, e alguma informação adicional. O capítulo sobre a Tomina, que me interessa muito, em articulação com o convento da Alcance, hoje debaixo das águas do Guadiana não aborda a questão da heresia... mas fica para outras lides....
Labels: João Mário Caldeira, Livros, Sto. Aleixo
Um peso, caro, e muito bom, por isso inadmissíveis as 10 ou 15 gralhas, responsabilidade do editor o meu amigo Fernando Mão de Ferro (talvez mais entretido a promocionar a nuclear?)
espesso e com algumas novidades, mesmo para mim, são 300 e tal páginas em tamanho maior que A4, e letra pequenina, com as fotos por vezes ilegíveis.
Um livro que deveria ser obrigatório, e até comprado pelo Ministério da Educação para todas as escolas.
Hoje dele falei com o meu querido amigo Cláudio Torres e também sobre o racismo português que existe e até domina a maior parte dos espíritos
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Lá fui colocar o meu tronco:
para um lume que perdeu sentido, seja pelos tempos digitais, seja pelo desaparecimento da comunidade.
Mas continua, como momento, também de folclore.
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Vou acabar o que me resta da maria, e acabo também de ler mais este excelente número do Cañamo:
como sempre com uma capa que vibra. E entrevistas e estórias e notícias, e informações úteis:e este dito de Eve Babitz. "Se estou a beber estou a beber, se estou a olhar uma árvore estou a olhar uma árvore, se me estou a drogar estou-me a drogar".
Um Autêntico Buda.
E ainda a descoberta desta grande artista, certamente inspirada pela Maria!
https://juanagarciapozuelo.com/
uma revista cheia e bem ganzada.
Um frio polar, oficialmente ao redor dos 5º, de manhã era -1º, mas está fresco. Em casa com o lume, e além dos livros, as revistas nos povoam, leio de um trago este número dos Cuadernos Quercus, que tenho que referir sem muito para perder os olhares. As opiniões com falta de estrato e artigos mono específicos. Um vagamente interessante sobre o comércio e uso de peles para adorno e um de grande importância sobre a destruição de Doñana, pelos cultivos ilegais dos morangos e frutos vermelhos com que nos empanturramos.
Livros, este mês para ofertas e todos muito caros...embora um de Delibes venha a caminho...
e esta: https://www.eol.org/
notável, notável mesmo!
Labels: Biodiversidade, Enciclopédia, revista Quercus
Este é outro Fernando das minhas amizades. Tivemos encontros e desencontros, estive no Coliseu no encerramento do Congresso, do, da LUAR e acompanhei algumas lutas, velhas e cantos novos.
identifico muitos amigos e muitos momentos neste magnífico livro, também de memórias, mas que é um verdadeiro manual da passada acção política. E da estória desta hitória.Labels: LUAR, Navegar é Preciso, Pereira Marques
Conheço e estimo o Fernando há mais de 40 anos, temo-nos encontrado pouco. Mas através deste o conheço melhor:
cada fotografia é um momento zen, um escrito que sabe reler.
" Paro diante da paisagem, e o que vejo sou eu", como se fora " uma paz de falcão na sua altura", e eu sou lume que se consome:
Labels: Fernando Alves, Paisagens, zen
Um livro leve, bem escrito e bem humorado, esta picola biografia do picolo Buarque à Roma:
um livro num brasileiro delicioso....
Antes do retiro, para onde levo só 5 livros... mas o tempo todo vai comigo.
Labels: Brasileiro, Buarque, Chico Buarque, Livros
Uma excelente jornalista, entrevistas muito bem preparadas e pelo menos metade delas de personalidades valorosas, outros entre pesporrência e ilusionismo nem tanto.
Gostei particularmente da do meu querido amigo Hermínio que se vê nesta entrevista, também a da minha estimada Isabel do Carmo e também a do "apalpador" Pacheco, outras engraçadas a da Lourdes Modesto ou a do Malkovich ou da Paula Rego.
Labels: entrevista, Livro
Um filme notável, que trata um tema de grande sensibilidade, a eutanásia, a morte assistida, o suicídio "estruturado", com uma delicadeza extrema, e uma boa conclusão.
Saímos deste grande filme, com magnificas interpretações absolutamente felizes.
Obrigatório para quem ainda tenha dúvidas sobre a bondade deste fim de vida:
Outro livro de viagem, esta de nós próxima, dos anos 60 na Índia, onde até parece que pouco mudou desde este diagnóstico certeiro e acutilante desse continente humano. Descrições minuciosas, caracterizações de grande argúcia socio-políticas e uma escrita de primeira qualidade.
E além de uma crítica implacável ao sistema de castas, ainda existente aos dias de hoje,
descubro isto:
https://en.wikipedia.org/wiki/Khajuraho_Group_of_Monuments
num capítulo sobre esse "escândalo".
É, talvez, um dos melhores albúns de BD dos últimos tempos.
Desenho de alta qualidade e enredo de espanto. Desde logo o nosso Pessoa é honrado, num argumento inteiramente verosímil e com textura.
Recomendo altamente, apesar do elevado custo. É um registo eterno.Labels: BD, Fernando Pessoa, monumento
Croissant com manteiga, meia de leite e uma bica acompanharam a leitura deste simpático e interessante livrinho, em linha com o grande Ibn Batuta ou Marco Paulo ou outros grandes viajeiros que nos dão conta do mundo. Neste conhecemos inúmeros povos, alguns já extintos, outrros como os ucranianos inventados depois, no século XIII Kiev dito neste era a maior cidade russa e até meados do século XX a maioria dos habitantes deste território identificava-se como camponês e a seguir como...russos.
Pois este é um livro delicioso, sócio e antropologicamente, descrições detalhadas, claro que influenciadas pelo cristianismo do autor, mas nem por isso menos significativas:
um livro para sonhar, também!Este livro introduz novo tema nesta conversa a energia físsil versus a fóssil, os dois lados da moeda, que é o capital e as suas ganâncias.
Mas também nos refere a falta de água, que pára as centrais, e a corrosão nos sistemas de refrigeração, que os bloqueia, e das dificuldades dos abastecimentos e os problemas no enriquecimento, e ainda falam das intermitências das renováveis, estas são as verdadeiramente intermitentes e em breve não serão nada. E a radioactividade por todo, todo o lado....
E a história, cheia de falcatruas, da nuclear em França, onde aparece o nosso amigo Bernard Laponche a dar cartas e destrunfá.los, todos.
A nuclear definida como
(...) l'idéologie telle que définie par Castoriadis: «Un ensemble d'idées qui se rapporte à une réalité non pas pour leclairer et la transformer, mais pour la voiler et la justifier dans l'imaginaire, qui permet aux gens de dire une chose et d'en faire une autre, de paraître autres qu'ils ne sont'. (...)
Hoje fui assistir a uma peça notável, teatro cheio, dinâmica e envolvente a representação de Ana Tang e um texto bastante bom:
https://teatrodobairroalto.pt/pt/evento/uma-peca-para-quem-vive-em-tempo-de-extincao
muito melhor que uma que vi no S.Luíz pretensamente contra as alterações climáticas.
Este monologo centrava-se na extinção das espécies, a nebulosa 6ª, mas o texto é envolvente e saímos satisfeitos com o resultado final.
Labels: alterações climáticas, extinção, Teatro
Oclocracia I
“é o governo exercido pela multidão”, da Wikipédia
“O homem-massa carece simplesmente de moral, que é sempre (...) consciência de serviço e obrigação.”, José Ortega y Gasset
E é cada vez mais o regime em que vivemos, que substitui a democracia. É a tirania do povo, da massa, segundo Platão, um regime político em que a tal multidão (mesmo através do voto!) impõe a sua vontade. Ora sabemos que essa foi totalmente manipulada. E que a única democracia que conta é a defesa dos valores e dos direitos, também das minorias, e a liberdade de expressão, intransigente.
1- Vivemos cada vez mais mergulhados em sistemas totalitários, sem que nos apercebamos. Não temos a mínima possibilidade de equacionar ou alterar as estruturas em que vivemos mergulhados e controlados, cada vez mais pelo algoritmo, e pela informação de massa, em massa, da massa.
O jornalismo está em extinção, adulterado pelas editorias e pela invasão de opinadores e ideológos da treta que estabelecem a pauta da informação, e instilam a notícia manipulada, sempre.
Grande parte das notícias são ou “inventadas”, adulteradas ou pura e simplesmente ignoradas, ou até travestidas em ”fait divers”. Por exemplo quem ouviu ou leu sobre a ruptura da barragem (Forata) responsável por grande parte da catástrofe que ocorreu em Valência? E no entanto ela existiu, às 19 horas (hora em que não caía uma gota de água em Poirata) a barragem deixou de reter as águas, ás 19.O1 o antigo espaço dos rios, onde se construiu em massa, ocupando o leito dos rios, onde já não havia hipótese de áreas de absorção, pois essas toneladas de água incapazes de ser retidas arrastaram tudo à frente “do rio que tudo arrasta se diz que é violento mas ninguém se lembra das margens que o oprimem”, B. Brecht de memória. A barragem obra do Franco de nada serviu, ao contrário do discurso oficial
E ninguém articulou as causas com os processos e a falência do sistema produtivo que conduziu a este estado de coisas, a que há que acrescer as ganâncias que impediram as evacuações mais cedo (para não diminuir a produtividade empresarial!). E a ausência de informação das previsões. Mas no dia seguinte nas Cortes (parlamento) a direita em vez de assumir as suas responsabilidades (o governo responsável é o valenciano, de direita) discutia, só queria discutir o caso Erejon. Um vómito.
2- Não podemos deixar de aproveitar as eleições, a farsa das eleições democráticas americanas. Um processo eleitoral inquinado, reservado aos milionários de um lado e doutro, onde pode, já aconteceu várias vezes que o presidente eleito seja o candidato vencido, e onde só é eleito quem está nas mãos das grandes empresas e também da multidão que é forjada, por estas normalmente.
A multidão é a amálgama do chamado povo que segue uma voz de comando e outras disseminadas pelo meio para darem eco. Não há discussão, e esta lógica já foi descrita por Wilhelm Reich no processo de ascensão do nazismo. Há o orgasmo do, com o chefe.
Claro que se pode referir que a alternativa o era pouco, O sistema impede qualquer divergência. Os dois candidatos defendiam o fracking (a extração de petróleo ou gás a partir da fracturação de estruturas geológicas), os dois defendiam o colonialismo sionista, os dois defendiam as actuais lógicas industriais e produtivas em nome da dita classe operária, os dois ignoravam as minorias. Mas tudo isso é o tal sistema, a oclocracia, a ele voltaremos. E aos partidos que dela se servem.
Labels: Gazeta da Beira, Oclocracia
Excelente exposição, embora a estética não o seja:
já o catálogo vale o peso! Parabéns à Isabel Castro Henriques e à eguipa!!!Labels: colonialismo, Etnologia, Isabel Castro Henriques
É um livro caro e pesado, cerca de 800 páginas, com várias estórias que se entrelaçam, e como pano de fundo o trosquismo e o fundador dessa corrente. Muita informação, bebida das referências sociais e históricas, e uma escrita saborosa.
as descrições da guerra incivil em Espanha e o papel do estalinismo nesta são terríveis...
Um livro para vários dias... e para recomendar....já está traduzido em várias línguas.
(...)
la participación de las massas en la depuración habría contribuido a su difusión geométrica : porque no era posible emprender una cacería como la vivida a la URSS sin exacerbar los instintos más bajos de las gentes y, sobre todo, sin que cada persona sufriera el terror a caer en sus redes, por cualquier motivo, incluso sin motivos. El terror habia generado el efecto de estimular la envidia y la venganza, habia creado una atmósfera de histeria colectiva y, peor aún, de indiferencia ante el destino de los demás. La depuración se alimentaba de sí misma y, una vez desatada, liberaba fuerzas infenales que la obligaban a seguir hacia delante y a crecer...
(...)
Pag. 463
isto é uma variante da Oclocracia
Labels: Espanha, Oclocracia, Padura, Troskismo
Claro que a dita comunicação social estava ausente...
mas hoje umas centenas de cidadãos manifestaram-se contra o extractivismo e os seus resíduos.e aqui:
no El Cerro de Andévalo!Já está no ar, longe dos holofotes da hegemonia, uma candidatura presidencial, a que espero consagrar grande parte do meu activismo no próximo ano*.
É preciso, é urgente, se sabe, se sente.
Contra o extractivismo que invade o território (prospecções até em cima da nossa cabeça), contra o intensivismo (veja-se a vinha, a oliveira, o tomate, o abacate, etc.) que na actual lógica destróiem os solos, degradam as águas, e acabam com os campos, o produtismo e o consumismo que aniquilam a sustentabilidade económica com a ideia tonta de mais crescimento (mas para onde e para quê), o guerrismo em que nos mergulharam onde o discurso da paz é considerado um erro de estilo e censurado.
E contra um sistema político eleitoral caduco e a precisar de reforma, incluindo as próprias presideniais.
Dir-me-ão mas:
1- para quê? Pois para abrir um espaço socio-comunicacional que agregue as múltiplas, inúmeras oposições cívicas, ambientais e sociais e de direitos e dar-lhes uma voz que possa continuar o grito. E para mostrar que há, há mesmo alternativas socio-económicas ao caminho para nada a que as actuais políticas nos conduzem
2- Mas quem? Já foi tentada uma candidatura presidencial ecologista. Éramos outros e outro tempo. Hoje sabemos e conhecemos, as nossas diferenças e as nossas bases. O discurso estruturou-se e temos ao fim deste tempo todo apurado as pessoas que o produzem.
3-E depois? A urgência do mundo credita-nos com a necessidade a continuar a agir. O objectivo da candidatura deve ser o de romper um espaço fechado e criar condições de horizontalide para agregar forças. Logo se verá. "Hoje é sempre todavia".
* Irei também estar atento, nos vários locais onde deixei as minhas impressões às autárquicas e também, em princípio com Tomaz Albuquerque, velho amigo e camarada, com o qual já escrevi um livro, que tenho por fundamental, sobre o sistema eleitoral autárquico e a história destas instituições, produzir outro sobre o sistema de Oclocracia em que vivemos., O poder da multidão, sempre manipulada pela hegemonia.
Labels: Autarquias, Oclocracia, Presidenciais