É um livro datado e comido pelo tempo que passou. Um opus antro-económico, com obsc+servações interessantes sobre o "donativo" ou o potlach, também elas já mais trabalhadas por outros (lembro: https://baudrillardstudies.ubishops.ca/potlatch-politics-baudrillards-gift/ ) e também um sensata análise do processo de acumulação capitalista na Rússia e na transição para a URSS, também já tratados por vários outros e antes por https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Bettelheim .
Um livro como referi muito datrado mas que nos diz que " a inanidade moral do mundo actual assusta", e com algumas outras análises, nomeadamente sobre o ciclo da energia de grande mérito:
Recordo bem discussões logo depois do 25 de Abril sobre o sistema judicial, que tirando alguns, muitos mesmo, advogados estava pejado, mas mesmo pejado, dos piores energúmenos fascistóides. Mas quando se colocou a questão de dar uma limpeza ao sistema, o quadro da ideologia dominante e poder e da hegemonia criou obstáculos e impediu-o mesmo.
Mantivemos o fascismo no sistema de judicatura, tem que ser dito com todas as letras, e durou, durou até aos nossos dias, onde abundam juízes e procuradores com essa mentalidade, e onde o sistema não tem rei nem roque , sem qualquer lógica de funcionalidade e mesmo hoje sem sentido nem adaptação aos nossos tempos e a facilidades de comunicação (acham normal que um procurador acompanhe um facínora por um lado e por outro, outro procurador, acompanhe a acusação contra esse?, não será isto gasto de dinheiros públicos, que aliás é uma das características do sistema e irresponsabilidade?)
Infelizmente as denúncias são sempre ou pela rama ou pela média da mesma.
Vi quarta feira no Teatro Maria Matos uma peça de teatro que devia ser obrigatória nos Estudos Judiciais e para a qual deviam ser convidados todos os componentes do nosso sistema judicial.
Mostra as manipulações e as manigâncias do sistema, numa peça de grande qualidade, magnificamente interpretada, seja no texto, seja nas nuances, seja no espírito por Margarida Vila-Nova, filha do meu querido e saudoso amigo Pedro Martins.
https://www.fproducao.pt/espectaculos/a-primeira-vista-prima-facie_202
durante una hora e meia num espaço de grande sobriedade que ela inventa em cada passo, um espectacular monólogo provoca e motiva.
Labels: Justiça, Margarida Vila-Nova, Teatro
Numa ida à Livraria Francesa encontro este pequeno opúsculo, que li de rajada:
e que me lembrou a razão porque deixei de comprar este jornal: La Décroissance, que mostrou um lado negro de demagogia e manipulação, num número sobre a eutanásia, ao arrepio dos seus referentes e nomeadamente André Gorz e Ivan Illitch.
Labels: André Gorz, eutanásia
Demagogia, ignorância, tudo no mesmo saco. Este é de um tenente-general qualquer:
https://www.dn.pt/3247878990/a-questao-esquecida-de-olivenca/
e a demagogia é ignorar a história e meter tudo no mesmo saco.
Aqui um bom artigo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oliven%C3%A7a
que tem suficiente isenção.
Vou regularmente a Olivença, onde os locais vivem muito bem com o actual estatuto, os Oliventinos tem 2 nacionalidades, votam em eleições em dois países, e aprendem português na escola primária. Muitos oliventinos frequentam universidades portuguesas, as ruas tem os seus nomes em duas línguas, e recuperam antigas designações. O passado é honrado e ao contrário de outros é preservado (por cá vemos quase tudo a cair aos pedaços).
Tem um amplo, ao contrário de Portugal, direito ao aborto e a eutanásia regulamentada, por cá 5 vezes aprovada continua espezinhada. Assistem a corridas em que se matam os toiros. Não querem saber de nacionalismos bacocos seja de militares serôdios, seja de chefes de partidos quase inexistentes que se tomam por ministros.
Mas, imperativos misteriosos o tema continua a ser alimentado, ora até o misturam com o conflito no leste europeu, ou Gibraltar. Misturar tudo é um dos processos da demagogia e da ignorância. É que eles pensam que somos todos estúpidos como eles?
Mas esta gente gosta de cuspir para o ar. Que uma boa rabanada de vento lhes dê a resposta apropriada.
Labels: Olivença
E contêm micro-plásticos e poluentes químicos vários.
Ainda aqui voltarei:
🕠 Horário: 17h30
📍 Local: Gato Vadio, Rua da Maternidade 124, Porto
Descrição:
O documentário “O Sino contra o Nuclear”, realizado por Raquel Hermínio,
retrata a histórica mobilização popular contra a instalação de uma
central nuclear em Ferrel, Peniche, nos anos 1970. Em plena época
pós-ditadura, esta resistência marcou a sociedade portuguesa,
tornando-se um exemplo de luta cívica.
A sessão será co-organizada pela associação CAMPO ABERTO e contará com a presença da realizadora e de intervenientes dos acontecimentos retratados no filme.
🎬 Produção: Ser Ferrel
🎥 Montagem e edição: Simon Rimey-Maurivard
Labels: documentário Raquel Hermínio, Ferrel, O SINO CONTRA O NUCLEAR
Informando:
o eclipse do carvão e o fim da nuclear.
Em mais um momento em que os arautos da nuclear por cá, com a complacência, o apoio e o financiamento da CNN, vide General Electric, com o patrocínio de uma entidade que já teve a sua credibilidade e hoje rasteja pela pior excreta (SEDES) voltam às suas mentirolas e insanidades.
Labels: energia, nuclear, renováveis
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António Chamizo
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É um querido amigo, e notável investigador de muitas
coisas, de abutres, a arqueologias, da escravatura ao contrabando, do
ambiente, da mineria à história.
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Labels: António Chamizo, estórias
Dado obras em casa é provável que não possa participar neste convívio, sempre agradável:
https://www.spnaturalogia.pt/post/menu-do-almo%C3%A7o-112%C2%AA-anivers%C3%A1rio
mas desde já o recomendo!
Labels: S.P.N.
É, talvez, um dos maiores teóricos africanos da sustentabilidade e africanidade: Esta é um sítio notável:
https://50anos25abril.pt/historia/amilcar-cabral/
o pensamento e acção política de Amílcar Cabral resistem ao tempo!
Labels: África, Amílcar Cabral, Pensamento
Gosto, também, de contos. Este livro da Luísa é um livro de contos bem esgalhados:
Labels: contos, Luísa Costa Gomes
O nosso objectivo na visita a Aljustrel foi visitar a mina e o seu espaço museulogizado, além do museu local e a exposição que resultou do ou no notável livro que já aqui referimos. Também o contacto com pessoas da nóvel entidade que produziu o livro/exposição esteve na agenda.
esta foi a explosão sobrevinda durante a visita ao fundo da mina,
ou melhor a 30 metros de profundidade, sendo que essa dita foi a brincar, mas a foto tremeu....
acima um pouco da parede, onde se vêm os diferentes tipos de minerais, que aqui,
espichavam.
Uma agradável visita, num espaço que necessita de mais investimento, e mais informação e divulgação.
Aproveito para voltar a referir a notável exposição sobre a vida dos que fazem a mina, no agradável e valioso Museu Municipal, que também, necessita de mais atenção da autarquia, precisa de se transformar num pólo socio-cultural que valorize mais o património, e também o recupere assim como se articule, com meios, nos processos de levantamento e investigação do rico património deste concelho, mineiro, mas também agrícola e até termal.
A comida é a marca dos territórios e da sua sociabilidade. Em Aljustrel são já poucos os verdadeiros restaurantes, hoje substituídos pelas hamburguerias e pizzarias onde se comem produtos bastardos e sem tempo.
Encontrámos alguns restaurantes que merecem referência, desde logo o popular Chapadinha, onde a comida tipo rancho e o atendimento popular, que aliás frequentam muito o dito, é de qualidade.
Preços muito simpáticos, comida caseira, e ambiente que lembra as antigas casas de pasto. Estrelas para este.
O das piscinas mantêm a qualidade, mas de dia tem melhor vista. Já tínhamos estado e continua e serviu para um jantar/reunião de 1ª água.
Já o Cabecinha foi uma descoberta. Excelentes comidas, atendimento simpático, sobretudo do chefe de mesa, e um jantar de fraternidade, os 5 mergulhámos nesta açorda de espinacas e almejas:
Labels: Aljustrel, Gastronomia, restaurantes
Estivemos por terras, hoje, do concelho de Aljustrel e visitámos Messejana, terra onde a escravatura teve arreais, e onde o pelourinho, nos dizem que, foi local de castigo dos pretos escravos:
Por estas terras do Sado, aqui até me dizem que havia uns designados por Gungunhanas, a escravatura e a sua continuação biológica marcam o território.
Lamentável que se esconda debaixo do tapete o que nem lá cabe.
Labels: Aljustrel, Escravatura, Messejana
A javardeira do Dr. Isaltino:
e outra:
com grande regularidade pululam por Oeiras, e a culpa não é, não é mesmo, dos "almeidas".
Quem manda é responsável, se isto é uma javardeira logo ele é ....
Nunca papei a ideia bizantina que os fogos eram oriundos de uns maluquinhos, a mando ou não, que esfregavam uns pauzinhos, por isso é com a maior estupefacção que vejo o primeiro ministro, logo secundado pelos locutores da hegemonia vir voltar a tentarmos engolir esse peixe, até nos engasgar para não dizermos nada.
Vamos voltar a desvalorizar as razões dos fogos e andar à cata desses malucos, que não existem, ou são tão poucos como agulha em palheiro, em vez de atalhar os verdadeiros problemas.
1- Errática organização da protecção civil, espartilhado por concelhos ou lógicas territoriais absurdas, e sem hierarquias e lógicas de comando funcionais, sem ligaçção efectiva com o país que vive.
2- Desorganização do planeamento e ordenamento do território e falta de políticas de ruralidade que ponham cobro à criminosa eucaliptação e monoculturas florestais, também com o pinheiro.
3- Menorização das alterações da tipologia meteorológica que advém das alterações climáticas, por exemplo ventos extremos no período que antecede o crepúsculo, calores e secas que alteram o conteúdo da humidade atmosférica e que induzem aos fogos rasteiros.
É que enquanto estamos à procura, influenciados pelos média do poder, à procura de um ou outro maluco que pode ter sido responsável de um ou outro fogo, não atalhamos o que é esencial e isso é um política de destruição do nosso espaço rural, por lógicas de plantio industrial de espécies exóticas e pela expulsão dos rurais que trabalham a terra com a agro-pastoricia e que dão vida ao território. Nunca esquecerei a peregrina ideia de limpar as florestas, mas o que é limpar as florestas e o que são florestas?
E temos em todos esses pontos acima grandes especialistas que raro ou nunca aparecem nos média, mais entretidos com o caso de um jovem com psicopatia e os habituais comentadores que seguem as orientações do poder que em problematizarem a realidade. Ontem vi de viés um velho conhecido, Vasco Estrela, com quem tive bons debates, Presidente da Câmara de Mação, dizer umas verdades, que eu tinha dito ao seu antecessor, esse que contribuiu para a destruição do concelho há muitos anos.
O Vasco em linha com o que pensamos, mas num canal marginal. Assim como ouvi no mesmo um especialista dizer qualquer coisa, claro foi logo interrompido, por um dos tais locutores.
Isto escrito na sopetão, antes de fazer a mala.
Labels: Disparates e asneiras, Fogos, hegemonia
Uma trama bem engendrada, com conteúdo social e político, encontrando D. Miguel Unamuno e ficcionando-o, com contexto.
Blue grass....
e foram dias de muito zen, e jams, como esta:
Em 15 de setembro de 1971, um grupo de 12 ativistas partiu de Vancouver, no Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico com um objetivo:
Impedir testes nucleares realizados pelos Estados Unidos na Ilha de Amchitka, no Alasca.
O apoio público a ação desses ambientalistas e pacifistas, conseguiu fazer com que os Estados Unidos abandonassem os testes nucleares na região.
Daquela conquista, nasceu a Greenpeace…
Labels: Greenpeace
A actualidade do pensamento de Gramsci e até a tentativa da sua recuperação, conceptual desde logo, pela direita não é de admirar. É com alguns poucos outros do seu tempo e hoje com continuadores um teórico não da classe operária e do socialismo como alguns devotos ainda procuram fazer crer, mas um formulador das lógicas de manipulação de massas e de como se exerce o poder sobre estas, seja o conceito, elástico mas incisivo de hegemonia, que também poderíamos hoje designar por consenso, que não é senão tornar o discurso dominante o discurso que faz o domínio e articula a realidade que pretende desenvolver, com todas as consequências política, económica e de restrição social.
Ontem, no Campo Pequeno realizou-se a Gala comemorativa do 45º aniversário da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Foram momentos de grande beleza, de muito trabalho mostrado, de muita arte dos cavalos e cavaleiros. Um tempo completamente zen, a unidade e o movimento.
Já tenho muita dose de discernimento e conhecimento, mas mesmo assim este é um documento muito instrutivo " O Islamismo é um fascismo como os outros" sendo que esse se concretiza na negação do conceito de cidadania (o vestuário, por exemplo é um instrumento para submeter as mulheres), tudo previsto nos textos islamitas.
A oclocracia dos islamitas é baseada no poder total da submissão e recusa qualquer outro direito.
Como nos diz a autora temos que levantar a voz, e até, sobretudo quando as mulheres (também está nos textos islamitas) devem fechar as bocas, debaixo do véu! e dentro de casa." "A liberdade de não ser livre não existe".
Labels: islamismo, Islamofascismo, Zineb El Rhazoui
Um livro implacável que diagnostica um país de faz de conta. Não recomendado a nacionalistas e outros balofos, porque é uma espadeirada mortal na mitologia nacional e observação radical dos vícios e desbragamentos que fazem a dita identidade nacional.
Assino por baixo. Um livro que deveria ser obrigatório para os senhores deputados e outros próceres do poder.
Labels: Gerrit Komrij, Livro, Nacionalismo, pátria
Uma pequena recolha de textos de Machado de Assis, contra o politicamente correcto!
Labels: contos, Machado de Assis
Estou de volta a leituras, enquanto o tempo passa. Hoje foi uma leve, de uma leveza divertida. Gosto muito de António Muñoz Molina, e este livro é uma recolha de capítulos publicados em 1992, e que só agora na 2ª edição me chega às mãos. É uma extraordinária aventura por Madrid, vagamente policial, com as referências socio-culturais que o caracterizam.
Labels: Madrid, Muñoz Molina
Livro delicioso e caro, muito caro, e grosso, notáveis as descrições da natureza e igual as do património cultural kmer. Também as suas consequentes. Esta: "nos nossos dias (...) existe essa escória desinteligente e desinstruída que o actual regime social faz subir à superfície", parece que está a falar de nós..
Labels: Kmers Pierre Loti, Livro
Como dizia Avicena antes uma vida larga que comprida... hoje por volta das 2 e tal da manhã apanhei um momento zen do debate entre Kamala Harris e o outro. Fantástico continua a defender o ataque ao Capitólio e a não reconhecer a realidade que o derrotou.
K.H. esteve segura embora tenha aberto muito, demasiado aos piores predadores do planeta, os fósseis, claro que o outro seria muito, muito pior. Também houve demasiado facilitismo economicista da parte dela, mas quando o outro se transforma num fedorento e até diz que os imigrantes estão nos U.S.A. para comer os cães e os gatos domésticos, a manipulação desceu a níveis impensáveis. Acabo de ler jornais de dois continentes e de 7 países, todos, todos dão a vitória à mesma, alguns por arraso.
Hoje houve um momento zen. A vida larga vale a pena.
Labels: Kamala Harris, U.S.A.
Hoje trago aqui uma notícia publicado no O.I.E. de amanhã:
https://obseribericoenergia.pt/
Se não é subscritor, apresse-se que vamos entrar na 3ª série...
Manipulação, manipulações |
| Um livrinho distópico de 160 páginas de bolso, que vale alguns calhamaços: desde a anedota inicial com Chomsky sobre a inutilidade dos jornais "o que escrevem não tem a menor relação com a realidade, pois a verdade sobre qualquer assunto é sepultada sobre toneladas de mentiras" a Machiavel "Quem controla o medo das pessoas torna-se dono das suas almas" ou outra vez Chomsky" a manipulação é para as democracias o que a matraca é para os regimes totalitários" até ao quadro de alienação coerciva do Partido Comunista Chinês que se parece enormemente ao que temos hoje, nas nossas ditas democracias, na verdade alternância única da mesma manipulação. Manipulações e mentiras seja no caso das urgências pediátricas, enorme manipulação, seja no caso da guerra no leste europeu, grande embuste, seja o caso da fuga de 5 meliantes, (nem S. Vicente de Paula nos safa!) tudo, tudo ao serviço de interesses económicos que facilmente identificamos. Hoje estuvemos 3 horas na palheta sobre esses. Quem quiser estou disponível, no quadro das conferências sobre hegemonia, para explicar. |
Labels: distopia, Laurent Gounelle, Le Réveil, Livros, utopia
Não tenho muita novidade neste livro, que particulariza as ligações entre a conservação, o colonialismo e a expulsão das populações indígenas, para a criação de parques naturais....
Com muitos dados e personagens a cumprir as funções e a saltarem de um lado para o outro.
dando base para acção política que continua nos nossos tempos, como:
https://www.survivalinternational.org/
Labels: colonialismo, Survival International
Falta de informação, ausência de cultura ou só imbecilidade? Talvez minha que posso não ter percebido que era mero gozo....
Li hoje um artigo (de opinião?), no que já foi um jornal de referência e é hoje um pasquim ao serviço da hegemonia e dos interesses desta, sobre o tema abaixo, que mostra a actual qualidade do mesmo.
Nele dizia que azeitonas sim azeite não, mas podia ser uvas sim vinho não, ou qualquer outro aproveitamento de qualquer fruta, que obviamente num caso mais e noutros menos as rentabiliza e justifica assim a sua produção e o trabalho que todo o seu processo implica.
Claro MEC é hoje um humorista bem pago para dizer disparates e inanidades diariamente, mas no caso alguém tem que dizer que há limites para a brincadeira, a mentira grosseira, e o disparate.
Só o azeite justifica a azeitona, só o vinho justifica a uva, e podíamos continuar até à exaustão. Ele defende o abacate!A comparação é outro nonsense.
A Opinião do mês:
Contra a Hegemonia (também chamada consenso)
“Hegemonía – consenso na/da sociedade civil sobre a ordem social estabelecida e também domínio directo ou de mando (comunicação), que se expressa pelo/no Estado e os seus aparelhos de poder (militar, jurídico, burocrático, religioso)“
Adaptado de António Gramsci
1-Vivemos tempos únicos, de pensamento único, de falta de debates, de inexistência de alternativas, de rolos compressores sobre os espíritos. Recentemente vi um debate numa televisão com 4, quatro, comentadores, todos do mesmo lado desde logo, que se bajulavam uns aos outros. Normalmente são só dois, mas sempre com o mesmo pensamento único. E nos jornais, salvo um ou outro comentador com alguma coisa para acrescentar vivemos imersos no culto da mentira e do seu reforço, e as notícias são cada vez mais o reflexo da ideologia dominante, nas televisões, basta ver os alinhamentos para perceber que não há democracia nenhuma nessas. E para saberem que não é invenção minha: https://www.openculture.com/2017/03/an-animated-introduction-to-noam-chomskys-manufacturing-consent.html
2-O controle da comunicação hoje “associal” pelos grandes grupos económicos, de hipermercados e quejandos é avassalador, e jornais já sérios pagam a propagandistas da banha da cobra, charlatães mesmo, e recusam o contraditório, como é o caso de um dito comentador de ciência (como se essa fosse neutra!), outros converteram-se em divulgadores de escândalos e acontecimentos ditos sociais que não interessam senão para vender novelas.
Não há o mínimo esgravatar sob as notícias que nos vendem como as compraram e muitas vezes até as fabricam, e mesmo inventam.
3-Não há praticamente uma notícia que não possa ser contraditada, desmontada e completamente alterada pela realidade, mas infelizmente vivemos numa redoma em que se torna difícil separar o trigo do joio.
A manipulação é até evidente no controle das palavras, seja pela suavização que as regras do absurdo ortográfico impõem reduzindo as formas e clareza da expressão e da verbalização, numa lógica de novi-língua como nos indicou Orwell, no 1984, seja pela adulteração dos significados e das palavras (remeto para os meus artigos, aqui, sobre o semitismo e o sionismo e etc.) O sistema de domínio, de poder alicerça-se sobre a hegemonia, consenso como se lhe refere Chomsky, em que nos mergulha a “classe possidente”.
4- Voltarei, continuarei com este tema, em próximos artigos por agora fico com uma adaptação de Emma Goldman : “ Os editores só querem vender e modelam-se ao gosto do público (que eles próprios moldaram!), e esse gosto transformou-se num estercol (de esterco, mesmo!), tudo o que não necessita qualquer mastigação mental, assim o medíocre, o ordinário o banal são a chave de toda a produção informativa (acrescento a manipulação e a mentira)” .Os parenteses são meus.
5- No início dos anos 90, escrevia (eu) no Novo Século um artigo “Contra o consenso ambiental”, tempo esse em que ainda havia jornais, independentes, e até, até! com leitores a sério. Hoje o que temos são caixas, de ressonância, onde nos deixamos armadilhar e lá dentro só as “maldades” de Pandora. Mas por aqui, por ali e acolá, somos todos Winston Smith (personagem do 1984, de G.Orwell) que resistimos.
Labels: Gazeta da Beira, hegemonia, opinião
Dizia Orwell "Se o pensamento corrompe a linguagem, a linguagem também pode corromper o pensamento" esta citação a pico deste engraçado livro:
100 artigos que são cerca de 100 estórias do disparate, da insanidade, do erro social e político do chamado politicamente correcto (woke), desde a Bela Adormecida até ao Harry Porter ou Enid Blyton, da estatuária ao cartoon ou aos, muitos, filmes e não esquecendo Mark Twain e outros gigantes da grande literatura, de Shakespeare a Charles Darwin.
Uma coisa é conhecer e identificar as escritas no seu tempo e fazer o diagnóstico e levantamento dos enquadramentos sociais e das lógicas que lhes moldam a linguagem, outra é o banimento, o cancelamento, a censura que nos infantiliza a todos, mesmo a todos.
A questão das mulheres grávidas é outro ponto notável, pois quem senão as mulheres podem engravidar? Os trans contra os direitos femininos, como tenho, temos denunciado. Defendendo desde logo o seu direito, limitado pelo meu.
Convidámos Norman Finkelstein a vir a Portugal, estive como ele e muito o apreciei:
aqui uma entrevista exemplar.
Labels: Norman Finkelstein, Palestina
É um autor de referência do qual só tinha lido textos avulsos. Pacifista militante, escritor de relevo na época, está hoje um pouco esquecido, como o discurso da paz e recusa da guerra.
Este encontrei noutro alfarrábio:
por 1 €, uma curiosa edição em brasileiro, e com letra antiga (1945!).
Deste " A arte nunca é mais que um passageiro esquecimento da realidade", e para ele Pátria era um dogma, em linha do retrogado Antigo Testamento....
Labels: pacifismo, Rmain Rolland
Já tenho pouca paciência para romances e todavia, por vezes deixo-me levar na onda, este tem um posfácio de Claudio Magris que diz tudo " O presente, para se bastar a si mesmo, deve apoiar-se em valores, mas a poalha de fins e obrigações convencionais, com que a organização social alveja o individuo, ofusca e tolda esses valores quando não os destrói, impede o pensamento de deter-se no essencial", que sintetiza este romance muito admirado por grandes escritores e considerado uma obra-prima....
Com também diz C.M. " o pensamento é o fermento dessas contradições, um agente químico que dissolve a unidade do mundo e do vivido."*
Um livro escrito com poesia, sem criar angústia a não ser dela própria que percorre todo esse... ela mesma.
* As traduções de Claudio Magris, há que esclarecer os leitores, não são minhas!
Labels: Livros, Niels Lyhne
