Acabo a horita este opus:
de mais de 500 páginas, já aqui referido.Interessante, além de muito culto, sobretudo pelas ligações que estabelece entre as drogas e os cultos do deuses, e para mim uma decoberta que o cristianismo, tal como o judaísmo, se deve à Amanita muscaria, e aos fenómenos alucinogéneos dela derrivados. Nem falo do islamismo mas imagino as brocas que o Mafoma deve ter fumado para ouvir as vozes...
Curiosa a descrição do Monte Sinai ( Moisés) e até do maná....
Uma referência importante. Num fim do ano em que a certeza, absoluta que nada disto tem sentido, que nada disto tem continuidade senão aos dias sucederem os dias. E que deus é, ele mesmo o diz, uma criação. Criador criado.
Nota:
Talvez, sim ou não, amanhã, a não ser que haja motivo inesperado, como dizia Bakunine, talvez este ano nos fiquemos por aqui. Agradeço aos muitos, muitos milhares que nos visitaram (embora tenha que muitos dada a origem seja por engano, e até iria aos 50%) mas tem sido muitos milhares. Este mês estamos à beiro dos 9.000! continuem que o prazer, também, é meu.
Têm me feito falta umas brocas, este ano só tive ocasião de passá-las 3 ou 4 vezes e fugazmente. E também, a minha livraria deixou de a receber esta:
que recebo por mão amiga, e onde descubro:
e Jonathan Ott, entre muitas notícias interessantes da actualidade, opiniões e artigos sobre o peyote ou a Albânia, duas drogas de consumo imediato, com claro diferentes enquadramentos ( o assassino Hoxha deve sentir-se no paraíso!).
O meu Black Dog bem precisaria de um reforço...
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É díficil comparar jogadores de épocas e formas de jogar e estruturas diferentes. Cada um marca uma época, mas há alguns que marcam todas, Puskas, Eusébio, Cruiff, Yashin, Coluna, Rivelino, Beckenbaur e tantos outros nos anos 60, 70, e depois mais recentemente só mesmo Messi, porque para ser astro tem que se ter noção do jogo de equipa, e hoje o vedetismo matou a estrela.
Há todavia um que se sobrepõe e dura e será para sempre inesquecível.
Este papagaio é o Australian rainbow lorikeet (Trichoglossus moluccanus):
Labels: Papagaios
Estamos a chegar ao que se convencionou chamar fim do ano, já escrevi sobre onde deveria ser feita a mudança de ano, mas reconheço que hoje é completamente impossível alterar esse calendário e continuaremos a mudar de ano desfasados das lógicas naturais.
O Bode Velho Jeremias fez no início do mês 87 anos, de uma vida cheias de aventuras, seja ao Serviço de Sua Majestade, na Indochina a tratar dos vermelhos ou no Quénia a cuidar dos Mau-mau. Conheci-o na Faculdade durante a nossa revolução e fui avisado que era da CIA, mas sabendo o ódio entre esses e o MI6 devia ser mentira.
Passados anos volto a encontrá-lo em Barrancos, onde tinha começado outra história, sendo que ainda percorreu algumas partes da Etiópia, durante essa estadia aí. Tivemos muitas aventuras e muitas conversas.....
Voltou para o Canadá, com a Bica e o Galão, que aí se finaram, e uma namorado somali que entretanto o deixou.
Recentemente esteve em Portugal, cada vez mais Bode Velho e voltámos a ter grandes conversas e a interagir.
Aqui numa foto colorida, a cor do seu pensamento continua a acompanhar-me:
Foi talvez em 1992 ou 93 que me telefonou. Depois de uma prolongada reunião convidou-me para assessorar, nas áreas de ambiente a Parque Expo.
Só voltei a ter uma reunião com ele uma vez, embora nos cruzássemos com alguma frequência. Já comentei alguns episódios lamentáveis onde ele tem alguma responsabilidade, ainda hoje no poltergeist onde se construiu intensivamente, mas não lhe atribuo culpas pessoais, havia quem tivesse outras responsabilidades, na urgência e no guito.
Foi um criativo, que merece ser recordado:
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Fiz grandes viagens de autocarro, sobretudo na América, entre o Brasil e a Argentina, também na península e entre aldeias. Não é um transporte que me excite. Prefiro claramente o comboio, que infelizmente se vai desvanecendo, com o seu sentido intimista, impossível num autocarro. E nem sequer falo do avião, que é um desconforto, mesmo quando viajei em executiva em viagens de longo curso, pagas pelas Nações Unidas, onde a única vantagem era o whisky à descrição....
Pois sendo pouco de viagens de autocarro, e os meus livros de viagens ou são de comboio ou à boleia, incluindo boleias de comboios de mercadorias, gosto de Josep Pla, que é um escritor escorreito, mas também uma sombra de homem. Mas quantos não o serão....
uma excelente edição de pequenas estórias, mergulhadas nas estórias. Também imperfeitas, para passar este dia triste.
Labels: Josep Pla, Viagens, Viagens Imperfeitas
Uma oferta.... e um livro medíocre, cheio de erros grosseiros, invenções nebulosas e um ranço político e social absoluto.
Desaconselho totalmente embora aqui e ali tenha alguma novidade, talvez, interessante:
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O Black Dog acordou cedo, com dores de garganta. E desorientado. Sento-me com o Dodo e continuo vazio. Tomo o Guronsan e tento. O dia vai rompendo. Penso em nada. Estruturo nada.O Black Dog domina também esse nada.
Lembro-me há muitos anos li nesta altura o Jack Kerouac #On the road# antes de o ter, parcialmente imitado. Cheguei a escrever um livro, com essa dose de delírio, que está no bau, que não é do Pessoa, algum dia será incinerado. Talvez em 77? ou 78. Já na altura este Black me rondava.
Passa um pouco das 7.30 vou vestir-me e ver a paisagem. Acabar este livrinho curioso:
que me lembra, ainda lembro, outros tempos, outros momentos, o mesmo tempo, dado que o tempo fica.
A filosofia zen, ou melhor a primeira filosofia budista ainda sem a elaboração de mais pensamento sobre o pensamento, aliado ao sentido poético, articulado com a lógica do haiku.
As leituras fazem a vioda, quando leio o tal fica tranquilo. Vou ver se passa esta impressão na garganta.
Vou ver. Tudo é relativo só a impermanência é absoluta. paradoxo supremo.
É mais um mito, o primeiro sem discussão dataria do século XIII e a partir daí foi-se desenvolvendo por aí, ganhando rituais e personagens em cada local, o nosso até tem castelo:
e como me dizem por todo o Alentejo (e não só!) só ganha o menino após a missa do Galo.
Claro que o nascimento do 1º filho da até então suposta Virgem é também ele uma invenção do Evangelho de Lucas, escrito mais de 90 anos após esse suposto evento, portanto nem se pode contar com a estória de boca a orelha, é mesmo tudo inventado, ao conto da vaca e do burro e a manjedoura onde os animais o adoraram. Todas as religiões tem as suas mitologias, podemos acreditar nelas ou não e até não acreditando partilhar os seus actos rituais. Sem fanatismo, sem querermos fazer qualquer tipo de proselitismo.
A última vez que com um suposto intelectual, quer dizer com uma pessoa de alguma cultura referi que não há registo nenhum da existência de Cristo, e sobre o nascimento estamos falados, não há nenhum registo coevo da sua passagem ou aventuras, quando outros personagens estão presentes em vários documentos. É pois uma espécie de Viriato, só existe na mitologia e como fundamento... Pois ele sentiu-se pessoalmente ofendido. E recordo que me referiu como prova o sudário, hoje sabido que é uma total falsificação. Mas não é matéria para discussão, rapidamente se cai frente ao fanatismo e à intolerância e os termos blasfemo, sacrílego (sou baptizado e crismado e até à poucos anos comungava regularmente à luz das novas disposições sobre esse acto!)....
Continuo a passear o Black Dog, talvez por isso hoje durante muitos minutos, 10, 15 fui festejado e lambido por um simpático gato que não me largou....não o consegui fotografar.
E tenho que confessar mais um almoço de 1ªªªªªªªª na Esquina, em companhia de 2 bons amigos, com os quais falámos, também dos temas acima referidos. Comemos o que, referi-o ao cozinheiro, foram as melhores iscas da minha vida e umas migas acompanhadas com o produto local que deixaram, também, marca. O vinho foi do Xico Garcia sobre o qual tive ocasião de mencionar aos amigos o crápula que era esse meu parente! mas o vinho excelente.
Está na hora de ver se o Black Dog descansa, talvez a água irlandesa ajude....
Labels: Gastronomia, Mitos, Presépio, religião
Andavam cheios de Mao* nas cabeças e são hoje os maiores defensores do capitalismo mais selvagem e sem direitos, do monopolismo sem mercado nem liberdade, das tiranias contra a democracia, seja na Ucrânia seja no Perú ou na Rússia que eles também defendiam (URSS) no tempo do seu idolatrado Staline, e dos golpes desde que sejam dos deles, o "sousismo", ou "fernandismo", ou seja o que seja é o mesmo discurso dos Maos, no tempo da revolução, da nossa quando já se sabias (só eles não?) dos horrores e crimes deste sociopata delirante:
este quadro continua a indicar a todos esses M-Ls o seu caminho, o da hegemonia e do poder contra nós todos.
Eu, já nessa altura, desfilava subindo a Avenida da Liberdade com a palavra de ordem Mao está gagá a anarquia vencerá, claro a anarquia era, continua a ser, o pensamento liberal-libertário e já na altura ecologista. Também nessa altura gritávamos Abaixo a dialéctica o Povo Vencerá.
É preciso que se saiba, que então, o padre Espada até escreveu um editorial na Voz do Povo a defender o Mao e a mandar fuzilar esses 200 ou 300 anarquistas....E é certo que o Staline com molho de tomate também o incomodou muito, pois esse estava, e continua, no seu coração.
* Claro que esse, como já Simon Leys denunciava, e muitos outros, já era um títere do capitalismo monopolista de Estado e responsável pel ea pior carnificina da história.
Labels: Mao, pensamento libertário
Domingo de final de um Mundial execrável https://www.freedomunited.org/news/nepalis-demand-fifa-compensate-migrant-workers/ * , por tudo, por tudo, e onde nem sequer se fará um minuto de silêncio pelos milhares, milhares de escravos que foram mortos para que grandes empresas e algumas nas mãos de mafiosos e sociopatas ganhassem, o bagulho. Eu não vi nada, exceptos alguns gols nos noticiários.
Tenho que confessar que penso ir ver logo à tarde a final (1), dado que enormes jogadores irão defrontar-se pela 1ª e última vez, dado que não são imortais como o tonto português, um autêntico vilão.
E estou a acabar, com o Black Dog, o meu exílio, amanhã tenho obras em casa e depois limpezas e arrumações., numa época que costuma ser de muitas leituras e este ano, talvez pelo excepcional "La crítica agotada" desta descoberta J.M. Naredo, só li outros 2.
Vou iniciar este calhamaço, 550 páginas em letra cansativa, é um livro edição de bolso:
* Não tenham dúvidas, este é o chefe de uma mafia, e deveria pagar uma boa parte do resto dos seus dias, na prisa! Um BANDIDO!
(1) Afinal, por questões de logística local, não tenho televisão e não havia nenhum local conveniente, não vi o jogo.
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Fui com o Black Dog a Zafra, encontrei-me com :
e fiz as compras habituais, uns puros, jornais e livros, uns encomendados de que falarei oportunamente e este divertido:
uma excelente capa de um autor, Manuel Vicent, que escreve como se estivesse num convento, nos desvenda estórias e nos cativa com as palavras. Talvez o termine hoje se o tal me deixar.
Descobri no caminho, em Fregenal, um restaurante de que me tinham mencionado, mas só bebi um tempranillo de Puebla, e acabei por almoçar, um repasto decisivo na excelente Esquina.
Produção do O.I.E. de 2ª e leituras nos média que escapam à Hegemonia e lá entrei na Concha Piquer, que é uma mulher, moderna é pleonasmo, para fazer título.
Resisto ao Black Dog....
Não poderia estar mais de acordo. Proibamos o Natal e todo o consumismo desenfreado que lhe está associado!
Labels: Consumo, espírito do Natal
Acho que foi bom:
https://www.youtube.com/watch?v=yRTL__Sq1ZQ&t=28s
fiquei feliz.
Labels: Ecologia política, radio Movimento
Olhar o lume, a lareira e fumar um nica. O tempo passa ou fica. Tudo fica, tudo passa.
O lume consome-se, a entropia é inevitável, só sobram as cinzas. Espero a ligação com a rádio, tenho o programa preparado, mas será ao sabor do improviso, como sempre. As palavras gastas do uso, e do seu significado, perdidas e recuperadas, em seguimento discursivo. Com o tempo, desde que o Zé Fialho me deu uma classe que descobri, depois penso que no Café Concerto com o Aníbal Cabrita e numa célebre noite (6 horas seguidas, com 6 temas um por hora, numa rádio em Braga), descobri que tenho cada vez mais o bichinho deste meio, onde as manipulações são mais difíceis, ou passa ou não passa, mas a voz e o seu sentido está lá.
Não sei se são estes:
mas estes não devem ser dado que certamente inocentes não são, mas claro a pena é inqualificável seja a degolação ou a morte, nem sequer umas chibatadas seria justo, mas claro deveriam ir para a choça, depois de julgamento com direitos, por invasão de território alheio.
E escrevo isto no quadro de uma excelente entrevista de Álvaro Vasconcelos ( não percebo porque em nenhuma biografia é mencionado o seu papel na "espinha cravada na garganta de Cunhal", será que a vergonha é tão grande que a mete debaixo do tapete?) a propósito de um seu livro, que se for escrito em português, comprarei sobre o colonialismo e o racismo nacional, com incidência em Moçambique e na Beira.
Nada é o que parece, num dia em que também apreciei escritos sobre Wiriyamu! em Moçambique. Que não pode ser esquecido!
Labels: colonialismo, Degolação, História, racismo
É altura da grande depressão, o Black Dog, e não tenho a mínima com erros, disparates, alarvidades e algumas brincadeiras até....
desde os meus 9 anos que estas deixaram de ser datas felizes e foram-se prolongando.Talvez as velas tenham uma função terapêutica ou não, o meu avô era sefardi..... A árvore de Natal é uma burla (do norte da Europa) e o Pai Natal uma invenção da Coca. A Nossa Senhora não foi Virgem, depois da parição, durante 19 séculos, até que um Papa a declarou sempre Virgem. Os dias continuam, indiferentes à sua data, ou à sua mentira, sabemos que o menino não nasceu nesta data que era sim o dia do aparecimento do Deus Mitra, o Deus Toiro, que continua a ser referenciado lá pela Ibéria e a Camargue que desta quase faz parte, ligado a dita da Concepcion.
Estamos numa altura de cortes, de alterações, nem sempre para melhor, que o caminho do precipício já se iniciou à muito, mas nós, aparentemente, não damos por isso. Vamos pensar continuar.
E vamos ver se matamos o tal cão, seja qual seja o politicamente correcto.
Hegemonia e Ideologia. O Poder
O Estado está concebido como um organismo próprio de um grupo, destinado a criar as condições favoráveis à máxima expansão desse mesmo grupo (....) e de desenvolvimento das energias “nacionais”.
António Gramsci
“Ursula Van der Leyen, não entendeu necessário explicar como passou a afirmar a partir de Fevereiro de 2022 que na Ucrânia de Zelenski são os nossos valores que estavam em causa, tal como afirmou o secretário-geral da NATO: somos a Ucrânia, são os nossos valores que estão em causa, quando o regime de Zelenski, abolira partidos, assassinara sindicalistas, desrespeitara acordos de autonomia e era considerado o 114º ou 122º Estado mais corrupto entre os representados na ONU, isto em Novembro de 2021! Como explicam os políticos estas mudanças de critério?”
Carlos Matos Gomes
A ideologia dominante, seja isso o que seja, é a da classe dominante, sendo classe um conceito difuso e nunca esclarecido sociologicamente, pelo que fiquemo-nos pelo domínio.
A dominação, logo ideologia, passa pela obtenção ou manutenção da Hegemonia, conceito muito desenvolvido pelo filosofo A.G., muito desvalorizado pelo seu comunismo anti-leninista e pelo seu humanismo. O conceito de Hegemonia a que Noam Chomsky designa por consenso é o discurso em que estamos imersos, o discurso dos empórios financeiros anónimos (ou não) que com insidia dominam, mas dominam completamente, o pensamento estabelecido, o pensamento oficial, o pensamento dito correcto.
A forma de apresentar, a maneira de contar, a expressão fora da linha, são todos aferidos pelo novo censor, ora chamado editor e qualquer coisa que saía fora do enquadramento dominante é barrado por esse, que até chega ao ponto de censurar comunicados e desmentir o que não publicou no dia seguinte, a autêntica voz do dono, seja uma cadeia de hipermercados seja uma empresa produtora de energia nuclear, ou algum arrivista feito nos mercados financeiros que nunca trabalhou na vida.
A Hegemonia cultural como escrevia Gramsci até se permite integrar alguns franco-atiradores, que são é certo de quando em vez humilhados pelos donos do pensamento dominante, mas assim dão uma ilusão de democracia ao órgão de comunicação.
Verdade que a realidade nem sempre, poucas vezes até está em acordo com a linha Hegemónica (lembrem-se das verdades alternativas!) mas então cria-se a diversão, o "fait-divers” ou distraí-se o pagode com inanidades ou muda-se a conversa com um anúncio.
Infelizmente estamos cada vez mais mergulhados na poia que são as televisões e os jornais do poder.
Tudo está articulado, o comércio de armas, as actividades mineiras, o consumo de fósseis, a energia nuclear, os agro-químicos, o poder das multinacionais que sem qualquer mercado, se construíram nas bolsas parasitas, e a tal poia, que lhes dá lógica e que contribui para a tal Hegemonia.
E em verdade, verdade vos digo que quase todos os que resistem, mais cedo ao mais tarde são remetidos ao silêncio ou são integrados no quadro da Hegemonia.
Não teríamos papel para dar os nomes dos milhares, milhares que sem qualquer espinha dorsal dizem hoje, defendem hoje o contrário que defenderam ontem, ontem mesmo.
O valor da honra, a dignidade, a ética estão muito desvalorizados. Mas são esses que dão sentido à vida.
Labels: comunicação, Ecologia política, Gazeta da Beira, hegemonia
Não há reparação possível e ver os submarinistas fazerem a verifica dos sacos degradados que embolsaram o castelo só nos aumenta a tristeza. Podia ter sido evitado, bastava seguir os projectos, também, de GRT
um castelo construido com, em xisto único no mundo e uma zona pejada de locais religiosos,
e,
Labels: Alqueva, Castelo da Lousa, Gonçalo Ribeiro Telles
Apropriado à quadra que cada vez se estende mais sobre as vidas, a depressão, o estado das coisas, e tudo.
Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
de Mario Quintana
Um livro de grande envergadura, com momentos de excelência para a Ecologia Política, uma crítica exaustiva ao sistema e às palavras que o fazem e estruturam, que constróiem a Hegemonia e contra a qual formigamos. Ainda a meio, talvez aqui ainda volte, será certamente utilizado em produção de pensamento.
Labels: Ecologia política, Livros, Naredo
Hoje, em resposta a um querido amigo e braço direito de G.R.T. escrevi:
Labels: Cheias, Gonçalo Ribeiro Telles, ordenamento do território
Leio um editorial e não posso estar mais em desacordo, mas é este o jornalismo de pacotilha, vendido à hegemonia e ao sabor da onda publicitário- Então "Ronaldo é a cara de todos os portugueses". ??????
A minha, e o sou, embora despreze totalmente o nazionalismo, a minha não é concerteza, e posso apresentar mais uns milhares, até mesmo milhões que não o chupam.
Teria sido melhor Ronaldo é a cara de alguns portugueses, mas para bebé chorão era preciso dar-lhe essa chupeta. Ronaldo é, certamente, um dos responsáveis, penso que o principal, da eliminação de Portugal, que tenho que dizer me deixou completamente indiferente.Assim até vamos ter mais descanso, embora as televisões e estes jornalistas de vão de escada, sem qualquer investigação, sem a mínima análise postulem estes titulares cheios de balofismo.
Desde o início contestei este mundial roto, no sentido que os espanhóis lhe dão, corrupto, e leviano. Sem um grama de vida autêntica, e articulado com as maiores hipocrisias, estilo defender os direitos humanos e ir bajular os xeiques.... só vi um pouco de jogos pelo canto do olho que era inevitável, os 55 canais só davam a bola quando saíamos de casa.
Felizmente este ano não houve vuvuzelas, nem a histeria das bandeirinhas (ainda se lembram desse suplício?) e nos locais por onde andei as lágrimas de crocodilo da velha, muito velha, vedeta não suscitaram a mínima.
Infelizmente há gente que não sabe viver com o passar do tempo, outro caso dramático é o do comentador mor que não sabe fechar a matraca e todos os dias do papel higiénico que devemos usar a uma qualquer inutilidade do governo comenta tudo e um carrinho de bebé. Não há forma de o restringir à dignidade do cargo, e assim como Ronaldo não se enxerga, não percebe que já passou.
Infelizmente, sinal dos jornais e comunicação social que temos, dominados todos pela hegemonia do pensamento único, não há meio de termos notícias ou editoriais com uma réstea de seriedade.
Não há quem investigue e nos explique o engano do hidrógeneo, não há quem fale do novo ATI de Almaraz, não há a mínima noção dsos problemas das cheias a não ser ouvir os mesmos de sempre, os mesmos que são os responsáveis disto, tudo.
Agora irão, desde já, embrenhar-se no próximo campeonato e sobre a reforma ou não do tal, que motiva o virar de cara de milhões de portugueses, para não se verem nele reflectidos, esse arrogante, convencido, prepotente, solipsista e ordinário (o que aliás é de família!) e contagioso.
Hoje estive numa interessante reunião onde se incluiu no cardápio a re-naturalização dos nossos rios, melhor forma de evitar fenómenos extremos e lutar contra as alterações climáticas e introduzi o conceito de "ciclo hidrológico articulado com a termodinâmica" , que é a base de um pensamento mais alargado de ecologia política.
A Pro-Tejo é uma organização com um trabalho dos mais meritórios na frente das organizações articuladas ainda em velhos conceitos, com o de "meio" ambiente ou caudal "ecológico", mas tem que ultrapassar esses e dar respostas globais.
Em breve comentarei porquê. Hoje vou tomar um chá, ver a chuva na janela, ouvir o último do Brian Eno e enquanto a lareira crepita olhar, também, o último livro de José Manuel Naredo, um dos nossos astros.
Labels: Ecologia política, hegemonia, Pro-Tejo
Enquanto continua o Mundial da vergonha https://www.freedomunited.org/news/fifa-refuses-fund/, e só é razoável não ver ou ver em excertos para quem ainda gosta deste desporto completamente pervertido pelos capitais e interesses alheios à verdade da competição, vou até Zafra, terra de meu prazer, onde encontro:
um número interessante como habitual, numa viagem onde avistei dezenas de peregrinos (aves).
Labels: revista Quercus, Zafra
Um dos objectivos dos opositores aos direito à morte digna é criar a confusão, mentir deliberadamente e mistificar a lei e o direito.
Aqui um de El Roto que se aplica. direitinho:
Labels: direito de morrer, El Roto, eutanásia
É inaceitável, é inaceitável o gasto de mais de 9 milhões de euros em obras inúteis com o objectivo de combater as cheias, que serão cada vez mais e mais violentas, sem qualquer estratégia e sem qualquer pensamento sobre o território e o seu enquadramento com a sua diversidade e os seus recursos hidricos, que foram é um facto, quase todos destruídos e era para esses que deveriam ser canalizados investimentos, para a recuperação das ribeiras ou das suas envolventes, quando, como na maior parte dos casos essas já foram canalisadas, e para a criação de áreas ou bacias de retenção no seu entorno ou a montante em vez de se continuar a urbanizar como se não houvesse amanhã e a fazer tubos, diminutos como se vê, ou pelo menos inaptos para a maior enchente previsível, como se fez em todo o lado e nos túneis viários os disparates não tem conta.
Assistir ao espectáculo de virgens carpideiras a chorar sobre o leite que elas próprias derramaram, como é o caso de Isaltino, responsável pela impermeabilização de áreas fundamentais para escoamento das águas, em Oeiras o os sucessivos Presidentes de Lisboa que cuidaram de construirem a torto e a direito (com caves profundas) na frente de rio, é de bramar aos céus.
Deviam ser todos presos. Já com Gonçalo Ribeiro Telles defendi na vereação de Lisboa, nos anos 80, lógicas de recuperação da interligação do campo com a cidade e denunciamos o mastodonte de saneamento em Alcântara..... e agora.... pois agora queixam-se.
E o Centro Champalimaud, aprovado depois de sabemos o quê.... e o edifício da EDP, com caves de quantos pisos?
Mas nestas alturas o jornalismo de investigação deixou de existir, aliás cada vez existe menos ou a hegemonia, o patronato, e censor/editor está de serviço.
Continuamos a resistir.
E não perder:
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=I4lSw3KjTIs&t=23s&utm_5
Labels: Cheias, Gonçalo Ribeiro Telles, ordenamento do território, Rios
Durante a procissão chegou-me a notícia do passamento de Domigos Xavier:
querido amigo, acima numa foto feliz, talvez a assistir a uma corrida.
Sobre essas e a sua, as suas diversas artes escreveu como ninguém que era um homem erudito, de enorme cultura, tauromáquica e em geral sobre tudo.
O recordo nos bons e maus momentos e durante a luta pela defesa da identidade e cultura de Barrancos, mas também na confraria gastronómica do toiro bravo, onde produziu pensamento, e em tantos momentos de convívio.
Falámos pela última vez em Agosto e ele, ao contrário do que gostaria, não pode já vir até às nossas festas.
Olé, olé Domingos Xavier.
Labels: Barrancos, Domingos Xavier, toiros
Hoje é dia da que concebeu sem pecado e que um Papa no século XIX (não percebia nada do corpo humano e sobretudo nem tinha a mínima do corpo feminino) proclamou como tendo, também, parido sem romper o hímen. Notável Virgem após 19 séculos de....
Mas lá estarei na procissão juntamente com as minhas 15 formandas que encontraram esse inacreditável, mas é mistério, como é mistério o regresso do sagrado ao Estado de Direito a propósito da eutanásia.
Irei na procissão e "rezarei" pelo direito a uma morte digna, porque o meu corpo, o meu direito, e a não sofrer em nome de não sei quê.
E iniciarei uma leitura inspiradora e apropriada para o dia " Quanto maior a crença, mais ferozmente se despreza quem não a perfilha. E, no entanto, a maior fé seria acreditar no semelhante".
Não há vida sem morte. E para essa não devemos sofrer para qualquer ilusão.
São sem sombra de dúvida dos nossos maiores e mais eméritos geografos. Mas no melhor pano caí a nódoa. Ainda assisti a aulas de Orlando Ribeiro, que muito apreciei, e tive, com o comité ecologista da Faculdade reunião com ele. Recusou apoiar a luta contra a central de Ferrel, era indiferente à "coisa".
Leio agora o excelente livrinho de sua companheira Suzanne Daveau. Mas em linha com a indiferença dele, pior ainda, compagina-se com Trump, o Donald, no negacionismo climático!
Uma pena que cientistas do valor destes dois ignorem a realidade, outras ciências e a sociedade.
na página 121 este quadro, para registo:
Pois é, talvez não saia nos jornais, talvez nem sequer conste do documento final de uma excepcional reunião, de mais de trinta activistas que se realizou ontem no Instituto Superior de Agronomia, onde em vários grupos de trabalho se referiu o papel de Gonçalo Ribeiro Telles e o erro, o enorme crime ambiental que foi a construção da barragem de fins únicos, só serve para o destrutivo regadio que tem vindo a expoliar as capacidades produtivas do Alentejo e a criar mono-culturas escravagistas, resultado de todo o regadio associado a agro-tóxicos e destruição de solos produtivos. Além da poluição que vem de centenas de habitantes sem tratamento.....
Pois esta iniciativa da Revista Ecossocialista teve num grupo de trabalho a proposta de implodir esta barragem:
foi apresentada, por um antigo membro do M.I.M. (Movimento Implosão do Muro), e aceite pelo grupo de trabalho que até elaborou sobre o procedimento para a dita.
E não estávamos a brincar. algum dia será implodido, assim como serão, vão sendo desmanteladas tantas barragens inúteis. Esta nunca produziu electricidade com significado e destruiú grande parte dos solos do Baixo Alentejo, sejam os que ficaram debaixo de água seja os que foram objecto de lógicas produtivas sem sentido que degradaram os solos irreversivelmente, expulsaram as populações do território e hoje são campo de escravatura produtiva e delapidação da biodiversidade.
Labels: Alqueva, Ecossocialismo, regadio
Sou um federalista e europeista. E tenho que a Europa, a democracia e o mundo muito devem a este momento:
em que a opção era baixar as calças e aceitar os termos que Hitler colocava para a sua paz perpétua, ou lutar com sangue suor e lágrimas.
Não que Churchill seja um personagem de referência, o seu papel trágico em Galipoli, entre tantos outros condenam-no ao oprobio, assim como o desprezo racista que dedicou a Mahatma Gandhi, e a defesa do império colonial são intoleráveis.
Mas é, claramente um homem de grande estatura, cívica e épica. E a ele se deve a continuação de uma ideia de Europa e a luta intransigente pelo direito, neste caso.
Labels: Churchill, Federalismo Europeu, Livros
MALAGUETA
(...)
Vamos então dissertar sobre a Capsicum spp., género da família das Solanaceae que agrega inúmeras espécies naturais ou híbridas, sendo a Capsicum annuum e a Capsicum frutescen as mais utilizadas nas gastronomias de todo o mundo. Referiremos só as picantes, conhecidas popularmente como piripiri, jindungo, paprica, tabasco, chili, etc. Atenção que o termo chili não se refere a Chile; provem do idioma “náhuatl”, falado pelos nativos aztecas do México que há milénios já apreciavam o “jalapeño” e outras malaguetas super picantes.
As plantas podem alcançar, em média, 1 metro de altura e possuem caule lenhoso ou semilenhoso algo ramificado. São bienais, perenes, ou somente anuais, se se achar conveniente. As pequenas folhas são verdes, lisas, opostas, pecioladas e geralmente ovais. As flores têm cinco pétalas, são hermafroditas e quase sempre esbranquiçadas.
Quanto aos frutos, que constituem a parte mais interessante, podem ter diversos feitios (veja-se o livro “Spices in the Kitchen” da editora inglesa Hermes House que, em seis atrativas páginas, apresenta mais de trinta imagens coloridas de “Chillies”), são bagas, inicialmente verdes, passando depois a amarelas e por fim a vermelhas. As sementes são brancas e reniformes, estando encerradas no interior oco dos frutos. A faculdade germinativa (dormência) vai de 3 a 4 anos. Acrescente-se que as aves não são afetadas pelos picantes o que facilita a dispersão das plantas.
Constituintes: capsaicina, carotenos, vitaminas C, B1, B2 e PP, potássio, magnésio, cálcio, resquícios de hidratos de carbono e de óleo essencial. A capsaicina é o alcaloide que lhe confere a pungência, ou seja, a ardência da baga. Tal, é medida pela Escala de Scoville que vai de zero a 100 mil, máximo encontrado na espécie habanero.
Acrescente-se que estes pimentos picantes nada têm a ver com a Piper nigrum (pimenta) que é uma trepadeira pertencente à família das Piperaceae, normalmente com menor pungência.
Propriedades medicinais: anti-inflamatória, antioxidante, rubefaciente, revulsiva, analgésica, sedativa, tónica, estimulante do apetite e da secreção dos sucos gástricos. Os especialistas mencionam também que as malaguetas atuam beneficamente nos casos de anorexia, meteorismo, faringite, lombalgia, alopecia, hidropisia, colesterol, depressão e fraqueza.
Provou-se que o organismo humano, em face do concentrado de princípios ativos, com realce para a capsaicina, reage ao calor, libertando endorfinas que causam uma sensação de bem-estar e de felicidade
No entanto, não há bela sem senão e por isso, são também apresentadas contraindicações. Os que sofrem de gastrites, úlceras gastrointestinais e hemorroidal devem reduzir os alimentos picantes. Em doses altas podem surgir diarreias, inflamação do trato intestinal e vómitos. O manuseamento dos pimentos de maior pungência pode causar irritações da pele e das mucosas. Mesmo depois de lavarmos as mãos, não se deve levá-las ao rosto e muito menos esfregar os olhos.
Segundo opinião dos experimentados, beber água ou vinho com o intuito de abrandar o ardor, não resulta. Parece que o melhor antídoto para apagar o “fogo” do estômago é comer pão com manteiga ou deglutir iogurte.
Miguel Boieiro
