Hoje faz anos uma querida e velha amiga e camarada.
Aqui fica também, o Haiku, do dia:
No céu uma águia
Na esteva uma lebre
Passa uma nuvem
É a vida, em movimento.
Nunca percebi a razão de Fevereiro ter menos 2 ou 3 dias. poderiam ter diminuído um dia a outros 2 meses e ficavam 8 a 30 dias e 4 a 31, e cada 4 anos Fevereiro teria 31. Mas como tantas outras coisas o que é inexplicável inexplicável fica.
É perturbador ter um mês coxo, e assim, com os 28, parece que falta qualquer coisa.
Dia 2 é já depois de amanhã e desde já venho fazer esta colocação. A Raquel é uma miúda (ela sabe a amizade que vai no trato!) que se tem afirmado na Editora Colibri (um abraço ao meu amigo Fernando!) nos arranjos gráficos e como capista (e eu tenho-lhe dado água pela barba!) .
Salvo algum imprevidente estarei com ela neste evento:
uma boa mão, visão e imaginação, além de uma grande paciência, para autores mais "teimosos".
Um forte abraço, extensivo a toda a família Colibri.
Labels: Colibri, Edições Colibri, Raquel Ferreira
Mais um dia de modorra e entre duas ou três pequenas actividades o tempo vai escorrendo pelas leituras, ora esta interessante tese de doutoramento, sobre as origens das actuais corridas, correr com os toiros, toiradas, que descubro com prazer nas suas origens socio-religiosas, que se seguem em adaptações enquadradas em cada local e se moldam aos desenvolvimentos económico-sociais, sem perderem o seu sentido ritual ou religioso.
" A corrida não parece ser um puro acto religioso nem um puro acto profano, mas antes nela estão presentes os dois"
" No mítraismo o mundo nasce do sangue do toiro sacrificado, o seu sémen é gerador do mundo animal e este está relacionado com um mito agrário que é talvez o mais solene da religião iraniano primitiva"
traduções minhas. E:
"Las religiones antiguas han utilizado este animal, al igual que tantos otros animales apreciados, como víctima en los sacrificios; pero independientemente de esta utilización del toro para fines de carácter religioso, lo han erigido a veces en objeto de culto, ya bajo la especie de la diversa potencia animal en sí misma, ya como encar nación de la divinidad en ciertos sujetos de la especie bovina, que en muchos casos ha evolucionado hasta concebir al animal como un mero símbolo de la divinidad, un heraldo o un servidor de ella. La acentuada evolución del teriomorfismo hacia el antropomorfismo en las religiones antiguas señala inexorablemente el progresivo empobrecimiento del toro como figura religiosa.
Hay otra dirección en la que el toro, a veces,
alarga su vigencia; como, por ejemplo, en ciertas religiones mistéricas. Su
función está entonces vinculada al sacrificio y a la fertilidad, y se basa en
la concepción arcaica del valor mágico fecundador de la sangre. En esta línea
el toro no está solo, porque tanto su sacrificio como su sangre son los valores
que comparte con otros animales y con el hombre. No obstante la transfiguración
sociológica que es propia de las religiones mistéricas, el toro ha sobrevivido
a veces, como tantos otros elementos arcaicos, y sólo perdura en ellas como
elemento simbólico y ligado al sacrificio."
Que falta fazem amigos, uns mortos e outros afastados, que animem verdadeiras tertúlias sobre estas teses, que penso algumas são controversas e mesmo erradas, mas que são base para discussão.
Curiosa a relação entre o poder religioso e as atribuições genésicas ao toiro, assim com as diversas lendas e contos com tal relacionados, seja também na genealogia das corridas.
Labels: Livros, toiradas, toiros, Toiros e zen
"É Hora de Agir",
subscrevi, embora não seja a minha área de intervenção, um manifesto com esse título.
Julgo que não está a haver resposta adequada aos problemas sociais, humanos e obviamente energéticos e ambientais que se nos colocam.
Ainda solicitei que fossem introduzidos estes parágrafos, e embora tendo a compreensão do meu interlocutor, dado este ter já muitos firmantes tal não foi possível. Aqui ficam:
" Em alternativa ao apoio à agro-silvo-pastorícia e a quem com o seu trabalho ocupa o território e dá vida à terra preparam-se mega-projectos de intensivismo e de regadio que se baseiam em trabalho escravo e agro-tóxicos e só dão mais valias expúrtulias aos grandes latifundiários especuladores ou empresas multinacionais.
E em vez de investimentos na eficiência energética e nas poupanças e no desenvolvimento de energias renováveis compatíveis com o uso adequado do território, e em comunidades de energia, continuam-se a desenvolver ilusões em tubos ou gaseodutos ou em macro projectos destruidores do espaço rural.
(...) e ainda acrescentaria (...)
E continuam-se a desenvolver projectos de mineração em áreas
importantes para a biodiversidade e afectando comunidades humanas no seu
entorno em vez de se desenvolverem linhas de reciclagem dos produtos
susceptíveis de recuperar esses materiais e investir nas reutilizações e no seu
ciclo, gerador de mais sustentabilidade."
Labels: É Hora de Agir, Manifesto
Um dia mortiço, continuação de leituras e vimos um excelente documentário, que pode ser visto aqui:
de uma das melhores vozes que já ouvimos, que transformava os textos em pura lírica, e que é um marco na luta contra a discriminação dos doentes com HIV/Sida, e desmistifica preconceitos homofóbicos.
Pedófilos, violadores, depravados e assassinos:
é nisto que a igreja Católica, Apostólica e Romana se transformou.
não, não se transformou, não se transformou!
Eu baptizado, crismado e até seminarista me envergonho.
Labels: militarismo, Vergonha
É difícil classificar Erik Orsenna, que não sendo dos "nossos" é um escritor sedutor, a sua história da globalização, que começou com um livro sobre a água, mais interessante que este, que em certas partes o continua, mas mais descritivo e menos social, pois Orsenna faz análises, muitas vezes certeiras, mas não tira, aliás típico da corrente política em que se inscreve, pois não tira as conclusões que ele próprio intui, mas que sendo um adorador do progresso (seja esse um retrocesso!) e da tecnologia (que nunca é neutra) é incapaz de formular.
Este livro faz um diagnóstico, continente a continente (mas mais valia não ter feito a visita inútil ao Tejo!), e desse levantamento ficamos chocados, com o estado da arte e com algumas soluções que o fascinam, a sinofilia nomeadamente, muito da intectualidade francesa é certo, que como ele (?) andou com o Mao na cabeça.
um tijolo, que tem matéria útil, e que nos mostra, claramente, que a Terra pode viver sem água, mas.....
Labels: água, Erik Orsenna, Livros
SALVEMOS LA RIBERA DE ALCALABOZA
¿QUIENES SOMOS LA "ASOCIACIÓN PLATAFORMA ALCALABOZA VIVA?
La constituimos vecinos y vecinas de Almonaster la Real, Cortegana, Aroche y Rosal de la Frontera para demostrar que esta ribera ofrece posibilidades económicas y ecológicas más beneficiosas y sostenibles para nuestros pueblos que la de abrir una mina de grafito y piritas (sulfuros polimetálicos), como propone las multinacionales mineras
¡¡Súmate a defender la Alcalaboza!!
OBJETIVOS DE LA EXPOSICIÓN ( en Rosal de la Frontera)
Demostrar que mantener el buen estado ecológico de Alcalaboza es vital para explotar y potenciar las posibilidades agrícolas, ganaderas, turísticas, deportivas y festivas (Romería de San Isidro Labrador) de nuestra comarca, que la ribera contribuye a unir con su agua limpia.
La importancia vital del agua limpia de Alcalaboza no solo es para nuestros pueblos, sino para toda Huelva, porque nuestra ribera, junto a los tramos alto y medio de Chanza y Ribera del Aserrador son los únicos cauces de la cuenca del Chanza libres de Drenaje Ácido de Mina (DAM). Lo demostramos
con las fotografías, tomadas hace unos días.
Y los embalses Andévalo yChanza, ambos en la cuenca del Chanza, suman el 70 % del consumo de agua de toda la provincia, incluyendo uso urbano, agrícola y turístico
¡¡Toda Huelva debe comprometerse en mantener nuestras aguas limpias!!
QUÉ ES EL DRENAJE ÁCIDO DE MINA (DAM)
Es la disolución de azufre (sulturo) y metales pesados y metaloides (plomo, zinc, arsénico, cadmio, cobre, cobalto...) en el agua, causada por la extracción de piritas (sulfuros polimetálicos) por las explotaciones mineras de la Faja Pirítica Ibérica.
Al ir diluidos en las aguas, los incorporan las plantas y los animales, enfermándolos, hasta precipitar su muerte por exposición intensa o baja exposición permanente. El envenenamiento por por metales pesados es bioacumulativo, es decir, se trasmite por ingestión en la cadena trófica, acumulándose especialmente en los mamíferos superiores carnívoros, como los seres humanos. Según reconoce la Organización Mundial de la Salud, puede provocar cáncer, malformaciones y déficit cognitivos en los seres humanos
Labels: Alcalaboza Viva, garimpo, mineria
Hoje na Rádio https://www.youtube.com/watch?v=xhCRYYnUnaE irei desenvolver os temas de hoje do Observatório:
#1079
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e também discutir o conceito de decrescimento e falar das mentiras.... da história.
Aqui:
https://www.facebook.com/radiomovimentopt/videos/169649795867329?locale=es_LA
Labels: Ecologia política, O.I.E., radio Movimento
Gosto, genericamente, de biografias, claro se forem de bons escritores e também se forem de personagens da minha simpatia ou consideração. Devo dizer que esta nem é de uma boa escritora, nem o personagem me suscitava sequer curiosidade. O livro tem uma escrita leve e escorreita, longe da excelência e o personagem Clemenceau é um valente canalha e também meio troca tintas. Tem alguns momentos interessantes e a história é lhe favorável.
e uma leitura de café.
Encontro esta notável frase, do próprio Clemenceau:
Labels: biografia, Clemenceau, Livros
É um personagem curioso, recordo que A. Lopes Cardoso o tinha em grande estima, li duas ou três coisas dele, e recordo sempre a sua menção das "pedras vivas e do país real" e o terceiro homem.
Labels: António Sérgio, Livros
As mentiras e as ficções, todas elas manipuladas da história.
As tenho denunciado desde há muito, e cada vez mais ora que o nazionalismo mais paconço assalta a vida pública, dominada pelo discurso único da Hegemonia, que não permite qualquer contestação, que não faça parte do sistema.
Temos que enfrentar, por aqui e por ali, as lógicas e as linguagens dominantes.
Este livro é um excelente aliado, desmascara alguns dos embustes em que estruturamos as nossas vidas e que moldam, as ideias que nos impõe o discurso dominante e os poderes.
uma leitura apropriada, que embora muito parcelarmente, nos estimula a continuar as escavar.... até que haja transparência e os mitos, atenção os mitos, mas não as estátuas que são meros momentos sem relevância no fundo ideológico, sejam desmascarados e sim, sim esses, derrubados.
Os outros, o wokismo que os motiva, são um folclore reverso da medalha.
Labels: História, Invenções da história, Livros
nem assim levamos a carta a Garcia, mas fico comovido ao ver o mestre:
Labels: G.R.T., Gonçalo Ribeiro Telles, Olhar o Futuro com G.R.T..
só por estes dois, e há muitos mais...., valeria o jornal:
está tudo dito, e sem possibilidade de contraditório.
E esta para rir, à gargalhada:
Labels: Décroissance, Ecologia política, nuclear
Uma crítica radical a valores sem conteúdo....
que comentarei, aqui *ou noutro local....
e este jornal, para boas discussões:
* a questão da identidade e do espaço do outro que esta exclui e com a linguagem que cria um clima de intimidação, o wokismo e a sua interligação com o pior dos discursos/poderes emergentes, são temas difíceis que tem que ser abordados e contra os quais temos que fazer mais que ser meros espectadores, de um tempo onde é fundamental termos posição contra a ditadura das palavras, vazias de conteúdo.
Labels: Carnaval, Ecologia política, Livros
Vou a caminho:
https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/715-arroz-de-lampreia
onde se pode ver um pequeno filme notável.
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Vi, com interesse e agrado “Edvard Munch: O Grito da Vida”, documentário de Sandra Paugam, que passou recentemente, claro na RTP2, julgo que finais de Janeiro.
Rigoroso e com uma plétora de obras de um pintor imortalizado pela sua pintura da Ansiedade, da Angústia, O Grito:
um pintor que atravessa diversos estilos e tempos da expressão pictórica, e que usa de maravilha as cores a que dá sentimentos e com as quais expressa o fundo da alma, do momento. Recorda-me nalguns momentos o meu tio Mário Eloy, embora no caso deste a loucura fora também doença (Huntington).
Um documentário marcante.
Labels: documentários, Grito, Munch, Pintura
Este livro fez-me pensar em Friedrich Engels, um capitalista, dono de uma fábrica téxtil, em Inglaterra e financiador da vida de Marx, a quem pagava tudo, sendo que tal lhe deu direito a algumas co-autorias com esse. Escreveu também diversas obras de divulgação, de vulgata, sendo que, durante tempo tive uma delas, em que usa sobretudo o trabalho de levantamento etno-antropológico de Morgan e outros, em consideração.
Foi "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado", que já muito erosionado, sobretudo pelas leituras de E. Morin, acaba de ser definitivamente enterrado por este magnífico de James C. Scott, que o transforma em estória da carochinha, também cravando mais uma cruz (espero que final) no chamado materialismo histórico, na realidade uma ideologia místico-religiosa, que promete outro tipo de paraíso na Terra.
um livro, levantamento absoluto das primeiras sociedades organizadas, não necessariamente, antes pelo contrário e e com avanços e recuos, em Estados. As relações entre os "bárbaros" e as cidades-Estados rompem totalmente com uma análise evolutiva da história, e mostram-nos as contradições entre sistemas produtivos e outras lógicas e vivências que ocuparam grande parte da nossa história e que poderão, quem sabem dar-nos outra visão e perspectiva para o futuro.
Labels: Homo Domesticus, Livros, socio-antropologia
Os oficiantes da católica sofrem em geral de um problema sexual, grave ou muito grave quando é tentada com crianças ou quando abusa da sua situação para impôr relações e silêncios. Não há nenhuma terra onde não seja referenciado abuso de posição dominante e situações de não retorno.
Hoje foi divulgado um relatório, onde o que mais falta são as omissões, que sabemos por aqui e ali, mas em geral a restrição a anulação dos impulsos sexuais é muito, muito complicada. Padres a viverem maritalmente os há, havia por todo o lado, de Montalegre a Barrancos, assim como autores de crimes sexuais.
Hoje voltei a folhear o Anti-Edipo: https://pt.wikipedia.org/wiki/L%27anti-%C5%92dipe
que demonstra magistralmente a função dos vários elementos na formação do ser sexual. Ainda recordo também um padre da minha freguesia de infância que era pedófilo e outro que era um mulherengo (S.Sebastião da Pedreira, Lisboa), claro com a total cobertura da diocese.
Infelizmente a religião confunde-se com a imagem e os próceres dessa, e para esses não deve haver a mínima contemplação, só assim se pode salvar, talvez, o espírito do catolicismo.
Amanhã fará um ano, que não podemos deixar de assinalar, com um artigo do nosso amigo Eduardo e um boneco:
Palavra de criança
Eduardo Soto*
Se na escola o seu filho é agredido por outro, além do consolo será apropriado estimulá-lo a responder com violência? Ou solicitar o poder apaziguador da direcção da escola, e o diálogo?
Quando defendo o diálogo para acabar com a barbárie na Ucrânia muitos me tratam com condescendência paternal, como se não tivera também enfrentado a crueldade de alguns episódios na vida. Dizem-me que não entendo o básico que é diferenciar o agressor do agredido. E curiosamente o dizem tanto os que consideram a Rússia o agressor, com a sua obvia invasão, como os que consideram que é a Ucrânia nacionalista, ora apoiada pela N.A.T.O. quem já tinha começado a guerra antes ao aniquilar a população russa, maioritária no Donbass. Para os primeiros há que parar quanto antes a lógica expansionista do agressor para os segundos ele é o agredido e tem o direito de defender-se. Para mim dos dois lados só vejo irracionalidade.
Faz agora um ano ainda se discutia o regresso aos princípios dos acordos de Minsk de 2015 que tentavam parar com esta guerra que começou em 2014, que para uns era rebelião, outros guerra civil e outros guerra de independência. A Rússia com ingenuidade pretendia evitar que os E.U.A. e a N.A.T.O. ampliassem a sua área de influência. O que Putin aspirava neutralizar ontem é hoje realidade, foi um tiro pela culatra. A Europa que vivia um tempo de desmilitarização progressivo, com avanços no significado da palavra humanidade hoje converteu-se numa autêntica carreira de tiro para o relançamento da indústria de armamento, um autêntico tiro no pé.
Resultado hoje a Ucrânia é palco de destruição total, é um campo de batalha desolador onde pode começar a terceira (e última?) guerra mundial. Esta a realidade macro.
Vejamos a micro. Há um mês Tyre Nichols morreu após detenção violenta pela polícia de Memphis. É um caso em que podemos fazer as mesmas perguntas quem foi o agressor? Quem o agredido? Quem é o povo? Quem representa a ordem? Era necessário o uso da força? Quanta era necessária para conter a ameaça? A força foi proporcional à ameaça? Façam um exercício racional, e não se limitem a colocar-se de um dos lados.
Dizei-me então: que vos parece que se deva fazer com o vosso filho? Se a criança fosse ucraniana fosse de Kiev ou de Mariopol não responderia por certo. A organização “Save the Children” conta-nos que as crianças da guerra na Ucrânia não falam, calam-se, emudecem e olham para o vazio. Não é difícil imaginar o sem sentido da violência no cérebro em formação de uma criança. A realidade interrompeu-se com o rebentar de uma bomba, o seu pai está na guerra, a sua família perdida, a sua casa destruída a 100 ms ou 1000 kms, assim como o seu colégio e os amigos perdidos ou mortos.
Sinto-me assim, como essa criança, e parece-me impossível dizer seja o que seja que vala a pena. Se os maiores não agem qual o valor de uma palavra de criança?
*Botânico, especialista em orquídeas, realizador de cinema, colaborador do Observatório Ibérico de Energia, Objector de Consciência, vive em Cuenca, onde lutou contra o cemitério de resíduos nucleares
Não chega matar o Buda é preciso agir.
Labels: Ecologia política, guerra
Marx foi um defensor do produtivismo, do desenvolvimento das forças produtivas, num quadro de desenvolvimento económico e tecnológico, isso é evidente neste livro ainda que o escritor, assumido marxista, o tente suavizar.
Marx foi um defensor, claro que se tem que enquadrar no seu século, quando é certo havia muitos que lutavam contra, foi um defensor da superioridade da civilização ocidental e do colonialismo (no próprio Manifesto Comunista!). E neste livro isso fica claro, ainda que o autor o procure disfarçar.
Ontem na Rádio denunciei as "ligações" de Marx, que é um pensador, um economista importante e com pensamento original, ao qual devo muitas ideias e elaborações, mas daí a ser um ícone, um Buda, que se leva na camisola, ou se considera um santo.....
Labels: Ecossocialismo, Livros, Marx
É raro aqui trazer textos ou opiniões de outros, mas não resisto a divulgar um texto, em linha com o que tenho escrito, seja na avaliação, tímida é certo da situação nacional, seja e aí com argumentação sólida no que se refere à guerra em curso.
https://www.dn.pt/opiniao/salus-populi-suprema-lex-esto-15815326.html
muito bem V.S.M., só faltou o toque que sabemos.
Labels: Desobediência civil e Não violência, Resistentes à Guerra
Aqui:
https://www.facebook.com/radiomovimentopt/videos/509848077968173/
na Rádio Movimento !
Labels: Ecologia política, radio Movimento
A mim não me dói nada!
"Dói que pensem que todos somos vigaristas, aldrabões e ladrões": D. Américo Aguiar comenta polémica sobre palcos da JMJ
e penso, penso, mesmo. E até às paredes confesso.
É uma vergonha, um Estado laico gastar, mesmo que haja eventual, eventual retorno, dezenas de milhões de Euros (só no altar continuam a ser quase 3 milhões!, mas vão ver que como de costume os custos serão inflaccionados pelo menos 25%, é o habitual.....) para encher os prosélitos de uma religião, que ainda por cima apregoa a humildade, mas os seus próceres estão todos bem alimentados, ao contrário de muitos portugueses que poderiam com 1% do gasto, ou melhor 0,1% desta paródia ter cama, mesa e roupa lavada.
Lamento que o Papa Francisco se deixe enredar com este espectáculo, que será certamente útil para a actividade genésica de muitos milhares de jovens, que alegremente o confessarão, e para os vendedores de bifanas e afins, além de algum, algum movimento hoteleiro, pouco.
Claro os vendedores da banha de cobra, de diversas, estarão também a afiar a mola.
Nada disto trará mais santidade ao (a caminho do ateísmo, nas diversas formas) povo português, que tem ao longo da história sido roubado e violado para santa madre igreja, católica, apostólica e romana, e eu crente desde já me confesso, baptizado, crismado e até tendo professado ordem.
É uma roubalheira, e quem a promove não tem que manifestar a mínima dor, a não ser que goste das práticas ditas.
Não consegui evitar este desabafo.
Labels: Altar, Estado Laico, igrejas
“Matem o Buda”
“Que maravilha, que mistério
Levo lenha para a fogueira
Tiro água do poço”
Peter Matthiessen
1-Hoje fazemos uma pausa para pensar no relativo e no absoluto que, ó paradoxo, é relativo também. Pausa.
As citações, o título e o haiku, são tiradas do “Leopardo das Neves” e o título é atribuído a um mestre do budismo Zen, e tem a ver com o despreendimento e a recusa de fixar o pensamento em absolutos improváveis, sejam eles Buda. Fez-me lembrar o dito de Maio de 68 “Cristo morreu, Marx morreu e eu próprio não me sinto lá muito bem”. Só “fanas” acreditam no inamovível, toda a realidade é movimento mesmo no tempo parado onde se move. As crenças, filosóficas, religiosas, políticas são todas relativas e os seus cultos mudam, como sabemos, com as realidades objectivas.
Venho-me deparando, vimos de facto, cada vez mais com cultores do absoluto, do pensamento único, da incapacidade de enfrentar o contraditório e de ver para além do que pensamos que vemos. Ao ler (ou ver) as notícias percebemos, quem as queira esgravatar que debaixo delas, de quase todas elas há outra coisa que não está escrita ou dita, ou que não querem que nós questionemos. Vivemos num mundo onde cegos conduzem cegos e o abismo abeira-se.
2- A verdade é mentira, a mentira é verdade, no livro 1984
de Orwell percebemos também o poder dos editores, censores do nosso tempo. A
ideologia dominante, a hegemonia que se distribui por corpos e espíritos e não
pode ser contradita, e quando tem mesmo que mudar, tal acarreta a refeitura do
passado, quem controla o passado controla o futuro, como aqui tenho escrito,
sobre a história, quase toda inventada ou deturpada ao serviço da hegemonia.
3- Quem parece desprezar o passado e ignorar o presente e afundar o futuro são os falcões, os falcões todos da guerra que continua, alimentada por todos os egos belicistas, alimentados pelo poder económico (recordem-se que não há guerra sem que os empórios económicos estejam por trás a esfregar as mãos!) e pela mais sinistra desinformação ou o poder da hegemonia, de um lado e do outro. Não há qualquer racional numa guerra entre crápulas (agora tem emergido a corrupção que domina a Ucrânia como aqui denunciei) onde o nacionalismo dos dois lados tem o discurso do ódio e do fanatismo sem fim na ponta dos canhões, que necessitam de homens e mulheres para se consumirem. E não esquecemos que nenhum, nenhum dos lados pode perder esta guerra e de um deles há um botão. Sou dos “antes vermelhos que mortos”, mas estive detido no “paraíso” vermelho (Berlin-Leste/Pankov) por defender também aí o desarmamento unilateral e a não violência política e fui muitas vezes arrastado e sovado em encontros onde se defendia a paz soviética! Do C.P.P.C.!
Hoje são defensores de mais armas, mais armas, e herdeiros
dessas ideologias soviético-sinistras, e
também recordo que a grande maioria dos hoje ditos especialistas, comentadores
tinham o estribilho ou a “revolução evita a guerra ou a guerra provoca a
revolução”, do Mao Tsé Tung, na ponta da língua, agora só pensam no ganhócio e
são todos neo-liberais defensores do capitalismo mais feroz, como aliás o era o
capitalismo de estado China, que defendiam com unhas e dentes.
4-Nós continuamos a matar o Buda e a defender a não violência e a resistência civil e sob o olhar da Sabedoria retomamos o caminho para o vazio.
Labels: Ecologia política, Gazeta da Beira, Matem o Buda
Ontem, a olhar a lareira, repassei este documento, notável:
Labels: Listas, Livros, Umberto Eco
Discussão sobre a luta contra a mina, ocupou parte do dia, arrumações e procura de livros perdidos na biblioteca, e acabo a leitura, curiosa a análise da revolução dita cultural na China! neste:
Labels: Livros, minas, Situacionistas
Uma viagem comentada pelas obras da vida de Kafka, por um dos mais notáveis escritor/filosofo do século XX, Walter Benjamin, desmontando e montando as diversas vertentes de pensamento "justo".
Labels: Kafka, Livros, Walter Benjamin
Aqui dois momentos de extase:
em Salir de Matos.
em Alcobaça.
Dois templos de devoção, sem restrições, e sendo o único limite a capacidade de prazer.
Labels: Gastronomia, restaurantes, templos
Este livro é uma fraude, anunciado como um encontro entre Arendt e Heidegger, nem uma linha, uma linha, sobre tal aparece num livro miserável, mesmo muito mau.
para isto não vale o gasto de 7€
Labels: Livros
Estarei em retiro no fim de semana. Entretanto li este curioso livro sobre dependências, nomeadamente à comida e claro ao açúcar, pior que a coca!:
Labels: BD, Comendo Ambientes, Gastronomias, Livros
"Vivemos tempos sombrios, dizei o que sentis e não o que tendes a dizer", é uma citação, julgo que de Bakunine, no seguimento da derrota da Comuna de Paris, se não é podia ser....
Acabo, ainda com o impacto de morte do homem bom que foi Martins Carvalho, esta leitura há algum tempo iniciada e que será base para próximo artigo, sendo que estas duas citações serão a linha argumentativa:
“é evidente que pouca esperança pode nutrir um governo de maiorias; a democracia, propriamente dita, é logicamente descomprometida com esta posição e, historicamente, tem apresentado falhas na sua protecção”
“o nacionalismo (...) é a mais forte e perigosa força que anda actualmente por aí”
os conceitos, os conceitos são vazios quando confrontados com as realidades. A própria noção de liberdade tem matizes e diferenciações. E sobre democracia então a conversa seria longa, muito longa, sobretudo se entrarmos na lógica, abstrusa, da representação, sempre com os seus inconvenientes.
Um livro repousante, mas que não nos deixa repousar. Noutro dia vi algures uma foto dos irmãos Rosselli mortos, pelo fascismo. Ao ler este não pode deixar de pensar nos seus escritos e na sua vida e resistência.
Labels: I.Berlin, Liberais e liberais, Livros
Um dia triste, muito triste. Assim chego ao computador sou surpreendido com a notícia do passamento do meu estimado amigo José Martins de Carvalho, sempre disponível, sempre sábio, e sempre de uma gentileza e amabilidade que já não existem.
Foi o principal expoente, em Portugal, dos aproveitamentos geotérmicos, que quase todos visitei, com a sua companhia, fosse espiritual, e a de abrir portas. É uma enorme perda, para a família e amigos e também para esta lógica de produção e sustentabilidade.
Revejo as muitas conversas, trocas de comunicação, almoços e convívios.
aqui uma das centrais na Islândia sobre as quais falámos, e sobre as quais ficámos de voltar a falar, tal não acontecerá, aquando de eventual visita, ainda, na minha agenda. Que falta fará.
O seu espírito e projectos continuarão, como as nuvens.
Labels: Martins Carvalho
