E na Cañamo de Outubro (www.canamo.net)
além da quantidade, enprme, de publicidade, que mostra que este é um sector cheio de potencialidades, e artigos de grande interesse de que destaco um sobre "Ambientalistas em Extinção", sobre os mais de 200 assassinatos de defensores do ambiente em 2016! e o sempre excelente Antonio Escohotado, além de informaçoes e artigos com grande variedade e interesse, tenho uma excelente surpresa: http://cannadouro.pt , só espero estar em Portugal nessa altura!
Antes de estar online leio esta revista de referência:
com vários artigos importantes.O editorial denuncia a perseguição, inacreditável, contra a qual manifestámos a nossa solidariedade a Juan Clavero! Muito bem. Embora seja um numero muito "passarinheiro" interessantes artigos sobre o regresso da lontra a Madrid e notícia sobre o senso dos ursos cantábricos e a sua procriação. Oxalá se espalhem...
Um pouco claro artigo sobre o impacto dos parques eolicos sobre o abutre do Egipto, que merece reflexão. e um anúncio, que me recordou o meu amigo Humberto Vasconcelos, sobre um congresso de jornalista de informação ambiental ( que por cá devem ter sumido!) em Valência.
Uma referência para o meu estimado Raimundo Quintal sobre a "sorbus maderensis", sorveira (?) em perigo crítico na Madeira.
E até Van Gogh nos aparece com uma citação " se amas a natureza encontrarás beleza em todo o lado", que se tem que relativizar.... desde logo.
E outras coisas que encheram de natureza a minha tarde, depois de uma morcilla...
Foi capa de um livro meu, no inicio dos anos 90, julgo que o 7º ou 8º, mas pode ser contando com pequenas edições talvez o 12º:
hoje já passei os 50 e sigo, um em finalmentes e outro encalhado no editor, mas já pronto.
Mas estou, salvo uma nova perspectiva em análise, e um eventual regresso aos mares e ás ilhas, a chegar ao fim da linha.
A depressão controlada, o je m'en foutisme a dominar, e a falta de um mínimo de expectativas, as várias em hipótese são aliciantes mas aleatórias. Tive ainda alguma ilusão de envolvimento nestas eleições, mas tem sido tudo, tudo muito mau. Programas nulos ou pastiches, candidatos maus ou muito maus, ou mal, muito mal rodeados, em geral e por todo o país, e nem sequer comento nos locais onde fui candidato e eleito noutras eleições ou onde cheguei a ser convidado para liderar candidaturas, sendo que como aqui referi fiquei agradado com debate nas Caldas da Rainha, mas já sabemos a incapacidade da oposição esbarra com a força da socio-caracterização deste eleitorado, será mais do mesmo, mas melhorou de anterior.
Em Lisboa, vejo com apreensão a lista do presidente Medina não se ter libertado de gangas "velhas" na vereação (devia ter limpo uma vereação gasta, incompetente ou manietadora) e assim, eventualmente, não chegar à maioria absoluta. Culpa própria que as senhoras não são minimamente adequadas e aquela de eleger vereador um euro-deputado não lembra ao diabo. O outro ficará no olhar e no falhanço de uma candidatura que rompe-se com o actual cenário.
São eleições onde se discutirá o 9º do P.S.
Em Barrancos são também eleições que me tiraram, totalmente, da estória.
Talvez 900 eleitores, e julgo que pela 1º vez temos 3 candidaturas. PS, CDU e PSD, sendo que o PSD normalmente integrava as listas da CDU.
Normalmente, nas outras eleições o PS ganha com uma grande maioria. A CDU tem feito um trabalho executivo razoável, mas concorre dividida... O PS, se bem que carregando algum passado do piorio, apresenta um excelente candidato para a Presidência, João Serranito Nunes, que fez um trabalho muito bom na Área Protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Os tempos podem mudar no Alentejo, tanto mais que com grande inabilidade o PCP fez destas eleições um teste de força....
Era de esperar. O nazionalismo, em Espanha*, nasceu do ventre da padralhada, o famigerado Sabino, aliado do maior ranço social, nas vascongadas e a padralhada aliada da burguesia na Catalunha e contrária à Republica nos anos 30.
Hoje a padralhada deu sinal de si, apoiando os tais nazi onalistas e sem qualquer surpresa apareceram os assassinos da ETA a dar o mesmo apoio.
Todo o ranço, é certo que há pessoas de bem e iludidos pelo meio, está e com o apoio dos russos e claro do Putin, a favor de uma situação insustentável em Espanha e na península, sem outro objectivo que não o de pequenos, pequininos protagonismos, sem futuro e que podem constituir um degrau mais na explosiva situação mundial.
Catalunha com arame farpado? fronteira da Europa e fora dela? e regressa a peseta, dado que fica fora do Euro? E as centrais nucleares com quem ficam? Víamo-nos livres de 3? e qual o processo de transição? se não for uma independência legal, o risco de guerra é real, e de qualquer forma quem paga a dívida catalã? quem assume as tutelas várias? fica a Catalunha em isolamento?
Nada que pareça incomadar os amigos da ETA da CUP e os outros radicais agora seus reféns.
Tudo triste muito triste.
E será que como o MRPP vão impôr a morte e enxovalho ( talvez queimar os ossos dos "espanholistas" como Miguel Cervantes, tirados da tumba!) aos traidores, que são todos, mais de metade, muito mais, que não apoiam o seu programa?
Tudo triste, tudo muito triste. E lamentávelmente a nossa informaçção está cativa desta gente, os nossos ilustres ( de facto só alguns) comentadores confundem tudo.
Este referendum é tão democrático quanto a ficção da eleição de uma Assembleia surreal na Venezuela, mas lá temos a velha esquerda iludida, outra vez.
*E o franquismo, igual que o catalunhismo, ou o vasquismo são todos da mesma matriz....e todos contra os povos....a solidariedade e a democracia, que implica o respeito pela diferença.
AS línguas são momentos sociais, que tem que ver com a forma como enquadramos a comunicação.
Hoje vivemos imersos em in-verdades, que já chamámos mentiras grosseiras, e na chamada novilíngua, que é como quem diz suavizar os nomes que damos ás coisas.
Os nacionalistas catalães, chamamo-los defensores do referendum, do direito ao voto ( qual?), quando lhes deveríamos chamar o que são nazis ( nacionalistas) e totalitários, os nazis alemães agora baptizam-se de populistas, que também são mas devem ser tratados pelo que são nacionalistas, nazis.
O Brexit, outra farsa referendária, outra manipulação grosseira, mas os populistas, nacionalistas que o defendiam passam por conservadores, em vez de nazis, nacionalistas. O mesmo com Trump...
e com o Kim.
A novilíngua, que era a língua do totalirismo que Orweel nos precavia contra está aí. Factos deturpados, verdades escondidas, mentiras promovidas a sérias, palavras mascaradas, estamos feitos ao bife...
Dados curiosos das eleições alemãs. Na Ex-RDA os votos nos totalitarismos (comunistas+nazis) foram, nalguns/vários círculos mais de 50%, resultados da cultura do totalitarismo naquelas cabeças, da bufaria e da falta de princípios educativos de direitos civis ou contrário do que aconteceu nos Estados ocidentais onde só a partir do 4º ou mesmo 5º aparecem.
A democracia não é só o voto, como com o caso dos facínoras nacionalistas na Catalunha é evidente. O respeito pelo Estado de Direito, pela separação de poderes e pelas liberdades cívicas são essenciais....
Um nojo!
Conheci pessoalmente a correspondente da RTP em Espanha que logo avaliei da maior, da maior, incompetência, uma verdadeira nulidade de conhecimento e jornalismo.
Pois tenho que referir quer não há, manifestamente ninguém capaz nessa entidade, cujos telejornais raramente vejo, também pelas razões da total incontinência destes, não há ninguém nessa capaz de avaliar as inacreditáveis, facciosas e manipuladoras, reportagens que essa senhora (a mando de alguém?) faz desde a Catalunha. Nem a televisão catalã, nas mãos dos fanáticos, faz umas reportagens tão parciais, infectas e tão cheias de in-verdades.
É a vida?? Ou só um nojo?
E para acalmar o espírito vi este simpático documentário, que me remeteu para outro do Corvo...
Balaou, de que parece a preparação. Um poeta/realizador da solidão.
O vento do populismo, seja com o Brexit, com a Le Pen ou Trump, na Catalunha com os fanáticos ou ne Alemanha continua a assolar, qual espectro, o mundo.
Na Alemanha: http://www.bild.de/politik/inland/bundestagswahl2017/bundestagswahl-2017-ergebnis-53315158.bild.html
configura-se uma coligação díficil, mas interessante, CDU, Liberais e Verdes, única que permite uma maioria para governar.
Merkel tem tomado medidas (o calendário de fecho da nuclear) que estão em linha (e a luta contra as alterações climáticas e também o acolhimento dos refugiados, idem) com o pensamento dos Verdes e também de parte dos liberais. Vamos ver, agora com os nazis no Parlamento o mundo não é o mesmo.
Sou cada vez mais céptico sobre o valor de diversos instítuidos. Desde logo o anti-democrático e totalitário referendum, que é a negação da livre participação cidadã e restringe o quadro de respostas a uma pergunta que nunca é divisível em duas.
Independência? Republica ou Monarquia? Federação ou co-federação? União ou Estado Federal? Republica com degraus de autonomia ou Monarquia Constitucional com governos autonomos? Separação total e exclusão da U.E. ou negociação no tempo e no espaço e manutenção no espaço da democracia europeia?
Pois hoje visitei o Hospital dos Capuchos, bem organizado mas fui atendido por uma jovem recém saída da Universidade de Medicina que manifestamente, como ela própria confessou não fazia a mínima do que estava a fazer, consulta de dermatologia. O SNS com estes cromos não vai longe, lá terei que marcar consulta no privado...
E enquanto passava o tempo li este magnifico panfleto de um autur de um livro de referência que já aqui mencionei:2084 : la fin du monde, éd. Gallimard hoje, este:
de que pico duas citações, exemplares!
“O Islão, essa teologia absurda de um beduíno
imoral, é um cadáver putrefacto que envenena as nossas vidas” de Mustafa Kemal
Ataturk
e
A história ensina-nos que o fanatismo e o
nacionalismo ardentes são doenças graves, que fazem crescer os povos no
discurso mas nos factos puxam-nos para baixo e fecham as portas do futuro.
Vi, admirado, o panegírico que com a mão do meu querido amigo Pedro Caldeira Rodrigues, a rtp 2, com escassa audiência, mas onde passam bons programas apresentou sobre Vasco Gonçalves.
Só ter convidado admiradores do mesmo, além do também "louco" Otelo, ter escolhido ângulos que o favorecem, apresentar uma mistificaçao da história, transformam este documentário em mais um para o arquivo.
É pena porque muito há para dizer e desenterrar sobre esse período da nossa estória e outras visões, até do grupo onde o Pedro na altura militava, contra capitalistas e generais, teriam dado outra vida a este... assim panegírico.
Também li hoje um documento sobre a história das alterações climáticas no quadro da história geológica da Terra, embora sem nada de novo, uma fascinante e bem elaborado texto de referência, que poderei disponibilizar.
E preparo-me para ir, num momento em que o sagrado, que também são mistificações da história, e o profano que é a realidade cada vez mais
inventada per fake news assistir a uma conversa sobre esse tema, e
releio Regis Debray...
E escreverei sobre as ilusões da Catalunha, que levam alguma boa gente a pensar que é o totalitarismo larvar que se esconde debaixo de um pseudo-referendo e este é, imagine-se, a verdadeira democracia, quando é uma pequena minoria que quer subverter o Estado de Direito.
Está tudo doido.
The rule of the law é a baliza que estrutura o Estado de Direito, a democracia e os direitos cívicos e políticos.
Existem regras, existem normativos e existem leis. Uma minoria (como é o caso dos independentistas catalães) ainda por cima em total infracção da lei e até abusando da sua maioria parlamentar numa sessão vergonhosa do Parlamento catalão julga que pode alterar as regras da vivência só porque tem poder, o que mesmo se tivesse maioria teria que funcionar num quadro de pesos e contra-pesos e de legalidade.
Ainda por cima com base em mistificações da história (onde começa a dita Catalunha?) e falsificações socio-culturais.
Voltarei a este tema, que faz babar os nacionalistas todos e também monárquicos e comunistas, que aliás estão bem integrados.
José Cutileiro é uma referência na socio-antropologia portuguesa.
O seu livro # Ricos e Pobres no Alentejo# com base num, hoje, agro-turismo de excelência, https://barrocal.pt/pt/
herdade de referência no nosso Alentejo é um monumento, estudo de uma relação social, costumes e estruturação humana num espaço.
É um personagem com uma vida cheia, que merecia uma elaboraçao autobiográfica adequada e a publicação de memórias de registo.
Infelizmente, salvo uns por aqui e por ali, este seu livro não teve editor e não teve a mínima revisão ou elaboração pensada e escrita convenientemente.
Os factos estão amontoados atabalhoadamente, a cronologia é inexistente e, ou truncada, os saltos e irrelevâncias abundam, além de episódios picarescos que não lembram ao diabo.
É pena que este livro não esteja, e desde logo a culpa é antes de mais do editor, que o autor não terá tido o discernimento para tal, pois este livro não está ao nível da qualidade do autor e da épica da sua vida.
Hoje, depois de na semana passada ter assistido a um debate em Obidos nulo, onde só um dos candidatos, e actual presidente Humberto Marques deu mostras de estrutura para o cargo e capacidade expositiva, hoje, em Caldas foi outra fruta.
5 candidatos de igual gabarito, todos e cada um deles a defender e conhecer a sua função, e a apresentar projectos e ideias para a cidade.
Embora não seja esperável uma alteração dos resultados e o provável a não se manterem será a maioria do actual presidente de Câmara se reforçar, foi um debate digno, acutilante e com qualidade.
Assim sim, vale a pena!
Dia de jornais, estrangeiros desde logo, revistas, e um pouco mais desta obra magna:
uma articulação de biologia, socio-antropologia, economia, e o magno problema das alterações climáticas em fundo e primeiro plano.
A entrar nos últimos capítulos o ganho é constante.
E na calma do sofá este notável filme, com um tema central, na luta contra a pena de morte, mas também sobre o sistema de justiça, com interpretações fabulosas e um ritmo notável.
E com um Henry Fonda superlativo.
Só hoje encontrei este livro fantástico, com desenhos incomparáveis!
Um aperitivo para o Corto, seja nos cenários ou nos personagens e sua estilização, mas também na construção do enredo.
Parece que o estamos a ver por trás da árvore.
tenho que dizer atraído por um lado pelo título e por outro por uma recensão.
É um livro sobre o processo do olhar e da fotografia. Sem muito de novo, apesar do título.
e dá vontade de nos desconectarmos totalmente. Apps, facecú, Amazon, Google e outros quejandos tudo instrumentos de devassa da nossa privacidade e elementos que estão a construir um enorme monstro a "Grande Mamã", já não é um só um "Big Brother", sabe tudo, quando se entra no facecú dá-se todos os dados pessoais e dos amigos, reais ou ficcionados. O Google é um manancial de bufaria ( onde infelizmente estou montado), a Amazon já lhe dei, após o roubo, repetido, baixa, mas continuará a vigiar-me. Muito me chateava quando comprava algo vinham logo os "torresmos". Dessa já me safei. Temos que desconectarmo-nos ou estamos feitos. Eles sabem tudo, eles veêm tudo, ouvem tudo, controlam tudo, e com a ajuda dos imbecis que põe toda a sua vida em linha.
Depois, depois é a vida... Façamos como Ulysses, atemo-nos à árvore e tapemos os ouvidos,,,,
Hoje, além de outras leituras sem registo de jornais e revistas espanhóis, deliciei-me com estas duas e as novidades que nelas se referem. E um excelente almoço ( em Zafra) onde discutimos as maldades da UNESCO, o seu politicamente correcto, o que deve ou não ser a protecção do património, e as questões que isso motiva.
E também falámos de comida, da comida e do sua lógica. Depois uma ganza e olhámos o céu.
Os
casos do Cante e do Fado, mas que pode ser aplicado às línguas e dialectos.
Estive à pouco nas estruturas criadas em Serpa para apoiar o Cante e
comprei alguns CDs de grupos do concelho.
Desde há muito que penso escrever sobre a má sorte que com a
classificação da UNESCO recaiu sobre as expressões de cultura popular e também
pode recair sobre línguas ou falas.
Vejamos o património é resultado das contradições entre as relações de
produção e as forças produtivas no quadro de um ambiente determinado, mas que
não é estático, e da espiritualidade que a partir desse se estrutura. Com as
pedras e com os registos imperecíveis assim como comoutros
elementos difusos, a língua, a gastronomia, a música, a expressão plástica e
outros.
As pedras vão-se degradando e o papel da classificação e o trabalho de
descoberta de espólios e inventariação, seja dessas seja de elementos que lhe
dão sentido é da maior valia.
Em relação a isso também se poderia falar de muitos erros dos burocratas
da UNESCO, mas passemos adiante porque é mais difícil, salvo se formos taliban,
dar cabo das pedras vivas e do passado dessas, embora, como sabemos também com
o apoio da UNESCO deu-se cabo do Vale do Nilo, entre tantos outros, e não
esqueçamos o Tua...
Mas embora o tema me tenha sido suscitado pela disparatada ideia de
criptografar em lógica de ensino e construir uma gramática a partir desse
absurdo, de certas falas que reflectem momentos sócio-eco-culturais, que
existem num tempo e são reflexo desse, ao visitar estes espaços em Serpa (de
onde virá o guito? Seremos nós a pagar?) tenho que dizer que entornei as águas.
Os CDs, e tudo o que os reflecte, e também com o fado é o mesmo, não têm
nada, nada a ver com a memória o elemento que se procura preservar. É uma
invenção, uma completa invenção para o turista e para o ignorante que hoje é a
grande maioria dos consumidores das produções que passam na televisão ou que
entram na grande teta do mercado de massas.
Não sei se era essa a intenção dos promotores das candidaturas, dos
seus diversos autores, dos seus putativos beneficiários, mas o facto, a
realidade é que com a classificação da UNESCO (haverá alguém preocupado com
isso!?) o fado, o verdadeiro fado, de génese popular, vadio ou letrado, das
tabernas e salões, de andarilhos e vadios/as, de improvisos e quadras
elaboradas e cantadas por verdadeiros fadistas, que tinha andado de chinela ou
a vender jornais, ou eram aristocratas, burgueses e escumalha, esse fado que
ainda rompia de uma casa de meninas no Bairro Alto, ou do Café Luso, que se
ouvia da janela de um palacete no Beato, ou num 2º andar para o Conde Barão, se
ouvia quando um grão na asa se arrastava pelas escadarias de Coimbra, mas
também numa tasca em Grândola, esse fado, o verdadeiro fado desapareceu,
mercantilizado até pelos seus émulos, e hoje a entrar no Passeio dos Alegres e
outras tretas dessas ou a fazer as delícias de excursões de japoneses que nem
sabem o que estão a beber ( e pagar).
O Fado hoje é uma música banal cantada por vagos fadistas sem
enquadramento sociocultural nem falhas no dizer ou na nota. Monotonia para
inglês ver, na sua maioria.
Em relação ao Cante a situação é parecida. Tal como o Fado o Cante
ainda mais estava ás portas da morte. O fascismo reprimiu-lhe a verve e procurou
integrar nele canções gregorianas de igreja além de letras apologéticas de
Estado Novo. E o que é grave é que, talvez reforçadas pela apologética idêntica
do comunismo ( o Alentejo a alimentar o país, vejam lá!) , que lhe procurou
integrar modas a louvar a reforma agrária e até o Vasco Gonçalves, o cante, o
verdadeiro cante só sobrevivia escondido em tabernas (e nunca aí ouvi louvar o
tal menino) e algures no campo pelas mulheres e tenho que confessar que eram do
mais brejeiro (e claro divertidíssimo!).
Pois agora, talvez para alimentar toda a pandilha que foi criada com
estes processos, brotam grupos profissionais de Cante, sem nunca terem ido à
taberna e sem saberem a metade do que as “ceifeiras” , as verdadeiras sabiam.
Todo muito perfeito, tudo muito pronto para as salas de espectáculo e
os filmes que promovem algo que não tem nada que ver com o Cante, com essa
forma de resistência ao politicamente correcto e de luta contra a tirania do
espírito.
A UNESCO não sabe, não deve saber que consagrou a polícia do espírito,
consagrou um gosto e uma estética (e também uma gastronomia que só existe no
fetiche do mediterrâneo) e com isso contribui para a machada final no que
queria defender.
A UNESCO destruiu os Budas, como os taliban.
Este é um dos poucos posts que publico nos 2 blogs onde tenho voz. É que o domínio do politicamente correcto e dos interesses a esse associados é avassalador.
Duas notas, hoje, no regresso de mais uma acção pelo fecho de Almaraz.
A primeira é definitiva. Morreu o Eng. António Eira Leitão, o "nosso homem" das mini-hídricas e de outras "maldades" como ele dizia para ajudar o ambiente.
Passei bons momentos com ele, era além de sabedor da água um ser com muito bom humor.
A segunda não é definitiva, mas é má. Este ano as nossas águas estão a dar-nos pela barba, no sentido de ser um péssimo ano hidrológico, com as repercussões sabidas em termos de produção de energia.
Aqui:
Não estou no facebook ( cara/cu), não comento e raramente leio comentários, descarto 70 ou 80% das notícias nos média nacionais que leio e ouço, vejo um mínimo televisão ( uma ou outra série, um ou outro filme, de preferência antigo e algumas notícias), sigo dois ou três blogs que ainda se mantêm, além de escrever em dois ou três, um ocasionalmente.
Sou um leitor quase compulsivo, vou a reuniões, participo em tertúlias civilizadas, e leio alguma imprensa estrangeira ( El País, Guardian, Libération, Reppublica e outros ocasionalmente).
Vejo que o nível asqueroso dos comentários, normalmente produzidos por mentecaptos, vejo o nível abjecto ou ignorante das notícias, da grande maioria ( talvez por isso os jornais estão a acabar...), seja por inventadas seja por mal escritas ( e não é só pelo uso abominável do pretoguês) e na televisão é bolsa permanente, de que poucos se salvam.
O ódio transparece por todos os detentores de um, um só neurónio, sejam Kim ou Tramp, sejam os tais comentadores e nacionalistas ou nazi-fascistas ou comunistas.
Esta reflexão é motivada por este barbarismo:http://www.huffingtonpost.es/2017/09/05/arrimadas-se-planta-ante-este-comentario-en-facebook-voy-a-denunciar-a-esta-senora_a_23197153/?utm_hp_ref=es-homepage
que mostra como o ódio e a falta de argumentos podem ser fatais.
Inês Arrimadas é uma das mais valentes e estruturada liberal e anti-nacionalista da Catalunha. Já se vê de onde vem o nojo. Nacionalistas não passarão!
Hoje estive a seriar os projectos e preparar alguns já em movimento, limpar alguns arquivos, fazer algumas colocações de dados, e organizar o ainda escasso calendário.
Enviei uma mensagem de solidariedade a um companheiro espanhol vítima de um enredo policial e mafioso e preparei alguns documentos anti-nucleares, compulsei mais uns documentos e descobri mais algumas leituras para o inverno.
E passou-me pelo olhar em leitura diagonal este:
muito datado, e só referente como momento desse tempo (anos 20 do século passado). Engraçada a percepção das andorinhas, socio-antropológica a descrição da campina ribatejana, bucólico o registo do Tejo. Passada a referência ao Algarve e engraçada a menção de Mértola.
Raul Brandão tem muito melhor, mas fica aqui este "Portugal Pequenino"!!!
Um up-date dos livros da rentrée, em França e alguns em Espanha, uma dezena de compras para a carteira e uma leitura de um notável entrevista de António Borges Coelho, mestre e amigo, além de preparação da agenda, ver alguns vídeos e escrever uma recomendação preencheram um Domingo, cheio de alergias....
Aqui: http://jnhistoria.jn.pt/