insignificante
Saturday, May 31, 2008
 
E na onda do comentário...
não é aí...
numa estranha aliança que faz lembrar a Alemanha e as suas "aktiones und linkes", vai-se realizar um encontro na 3ª feira no Teatro da Trindade.
Talvez termine como um teatro de marionetes, onde ventrilocos e mágicos se disponibilizarão para explorar velhos enredos, velhas estórias, velhas tragédias.
O tema é trágico ouvi falar que iam discutir a pobreza, pobres actores de uma peça onde continuam à nora como que "em busca de Godot"....
Tenho que referir a minha simpatia por alguns dos participantes neste evento sem futuro...
Mas não é aí que se irá construir a alternativa cívica ao actual estado das coisas,
só sei que por aí não é o caminho, mas não se iludam os caminhantes, há outros caminhos e outras ideias para o caminhar...

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Não tem concerto...
pelo menos enquanto por lá andarem personagens do jaez do Santana. Viram que ele que nem junto com o Patinha chegou aos 30% se pavoneou a referir que os três que tinham tido mais de 30%?
E como referiu que ia continuar aí?
É claro que o PSD não vai, com ele, a lado nenhum e como cerca de 12.ooo militantes do partido acham que ele tem graça, porque na cabeça só brilhantina é vísivel, e esses são quase 30% dos membros efectivos do mesmo, o país está perdido.
Não, não há concerto para um sistema político onde o que domina são os exteriores, os dinheiros, as lógicas de marketing, as frases chavão (o Santana conseguiu estar dois minutos, dois, a falar sem construir nenhuma frase mas só uma sucessão de adjectivos sem sentido!).
A "velha", penso que não vai conseguir levar a nau a lado nenhum, pese ter gente com qualidade e sentido de estado, o que também mostrou o Passos Coelho, mas muito mal rodeado (só de ver certos Costas e Correias no seu entorno dava volta à tripa!). Mas não chega, pese o descalabro do irmão gémeo (o P.S.), o outro Dupont.
Mas infelizmente enquanto o sistema político assentar na tripeça futebol, autarquias, construção civil e os interesses continuarem a revelar a promiscuidade actual não vamos a lado nenhum.
O concerto, como diria o Carlos Drummond, não há!
Mas as partituras podem mudar, ou novas aparecer...
 
Friday, May 30, 2008
 
Vínculos...
Hoje para o registo, telefonou-me muita gente, recebi muitas mensagens, o que depois de um dia cheio de emoções foi direito aos centros sensoriais.
E andei um pouco à toa a finalizar umas coisas e a adiar outras, a corrigir textos, a escrever outros textos.
E senti que não podia deixar passar este mês de Maio sem envolver-me novamente com um dos meus sonhos, um dos momentos mágicos, que foram com eles muitos, por que passei, em Roma, em Bruxelas, em Berlim, em Bolonha, em Lisboa, em Troia, em Roma novamente.
Tenho seguido e acompanhado em troca de mails, em comentários, o Marco e com mais distância a Emma, e os companheiros nas lutas que me mobilizam, o anti-proibicionismo, a pena de morte, o Tibete, os direitos civis e a vida do direito.
Tenho seguido, hoje talvez por um chamado que tem sido continuo, que tem que ver com os ciclos que também passamos, que tem que ver com um parar num caminhar e neste meditar, agir com outros, hoje... voltei a inscrever-me.

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De muitos lados tive, também hoje, reacções ao lançamento de mais um "mimo" político, educativo e de empenho social.
Continuo, embora me comece a habituar, a incomodar-me com o generoso prefácio do José Eduardo Ahgualusa, ou as diatribes "fantásticas" do velho amigo e companheiro Carlos Pimenta. Também os encómios do Fernando Mão de Ferro e do Rui Cunha me calaram por só os poder atribuir à sua amizade e generosidade.
Na lógica de pensamento que defendo penso que há que pôr em dúvida, na linha do Contra o Metodo, de Paul Feyerabend todos esses ditos e procurar, com o utensilio da gramática generativa ( Noam Chomsky) a verdade por debaixo da verdade.
Depois há que verificar a compatibilidade dos factos determinados com o real, presumindo este não ser uma mera projecção da mente (abandonamos o Hegel pelo Kant!) e então estabelecer os elementos de interligação que propiciam acção a partir da palavra.
Nesse momento entramos na literatura e nos livros mágicos, também sobre o texto e a sua textualidade que fica sempre bem uma repetiçãozeca e penetramos na sua exegese mais profunda.
Se nessa altura cairmos em nós e virmos que estamos a sair de um buraco na terra é porque nos chamamos Alice e estamos a sair do outro lado do espelho.
Hoje foi um dia adiado, um dia em que passei o dia a responder a agradecer, a dizer que logo veêm, agarrado à máquina que talvez no seu vazio respire todas as palavras do mundo.
Talvez oomm, ooommm, oooommmm....

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Foi ontem o lançamento, em Lisboa, com muitos amigos e apresentação do Carlos Pimenta, tendo eu conforme havia prometido falado de gramática generativa, e uma sessão de recordar...
Este "mimo", como disse o Fernando "Colibri" está nas livrarias.
Obrigado a todos os que colaboraram, aos que o inspiraram, aos que o vão comprar e ler.

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Thursday, May 29, 2008
 

Transitóriamente, como tudo na vida, vou construindo cidadania por aqui.
Faz já um ano que se constituiu uma ideia, se engendrou um colectivo em torno de uma pessoa singular e muito especial, Helena Roseta, se deu início a um turbilhão no qual me vi envolvido.

Sou de palavra, da dada e da recebida.
Aqui continuo com o mesmo empenho, dando o contributo possível para que a gestão se aproxime das pessoas, para que a transparência dos processos se institucionalize e para que o espaço da cidadania se desenvolva, em torno desses valores.
Hoje um beijo e um abraço para aqueles que mantêm e ampliam essa possibilidade.
 
Wednesday, May 28, 2008
 
Já tenho o Letra a Letra na mão.
Hoje dei uma gostosa entrevista a um canal universitário, gente simpática, da maquilhadora, aos jovens da técnica até às entrevistadoras.
Claro que pensando nos poucos que verão a mesma à 1 da manhã na 2 fiz o discurso apropriado para recordar, da gramática generativa à inexistência da hora, por lá bandarilhei com seriedade e deixei algumas dicas. Foi giro, as jovens e eu divertimo-nos e vai ficar bonito.
O cenário era gruby.

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Monday, May 26, 2008
 
Depois, apeteceu-me correr pelos os campos, cheios de cereal pronto a ser colhido.
As espigas estavam pujantes e a luz da lua cheia que as iluminava dava um sentido épico ao momento.
A terra ainda tinha o calor do dia a aquecê-la quando tropecei.
Recordo esse momento único com comoção, como se tivesse ocorrido.
 
 
Não fui ao velório, sou pouco de velórios, embora neste o participar do convívio, as estórias e o começo da invenção do mito que sempre subjaz ao passamento sejam momentos em que a catarse da ausência, e a presença de outros que participam dessa, nessa seja momento de dor e consolo.
Os afectos acompanham estes momentos e sei que partilhava muitos com ele, embora a nossa relação e contacto tenha sido episódica. As suas escritas são-me recorrentes, assim como o seu carácter.
Hoje num dia atípico, como são os dias dos tempos que correm, foi um dia de trabalho intercalado com tempo de tempos.
No fim do dia informam-me que a ASAE vai aos Santos Populares vigiar se a sardinha é fresca, se a grelha está em condições, se a chouriça tem certificado, se o produto tem o preço afixado e se passam recibo.
E se o carrasco é de origem e a aguardente não é marota.
Ai vida, vida...
S.Alfredo lhes valha!

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Sunday, May 25, 2008
 
Era um grande contador de estórias e inventor das mesmas, que por vezes contava como se fossem verdadeiras.
Comprador de peixe no mercado com doutoramento (ainda hoje recordo explicação que me deu para todo o tempo desse), e conhecedor dos produtos que vão à mesa como poucos, era também entre os tachos um "expert".
Tinha uma escrita luminosa e com essa provocava as maiores salivações.
Grande comedor, bebedor e charutador era um homem de prazeres.
Fomos vizinhos, em Campo de Ourique, algum tempo, e tive ocasião de com ele trocar algumas conversas sobre o tempo e o estar, além das tais lições acima referidas.
Também nos cruzámos por mercados vários.
Era um dos nossos.
Hoje sou informado que nos deixou.
Por todos os locais onde nos prazenteámos, juntos poucas vezes, mas muitas vezes em espírito vamos continuar a tê-lo presente. Com o seu humor, com o seu palato, a comer, a beber, a viver.
Bom apetite e bom proveito Alfredo Saramago.

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Saturday, May 24, 2008
 
Músicos do Nilo,
no Museu do Oriente novas sonoridades e outros ritmos pautaram a noite.
Os Músicos do Nilo são uma história de instrumentos "estranhos", de batidas familiares, de sons do fundo da memória, de alegria na nota que se prolonga no som e no silêncio.
Uma noite mágica de uns ciganos de todo o mundo, egipcios até no negócio, e que estruturam também o ritmo destes berberes ocidentais que todos somos.
 
 
Num Casino cheio de drogas várias, que se metiam pelos olhos dentro e sendo que alguns dos drogados até mostravam "delirius tremens" urgindo intervenção urgente do Estado para os proteger de si mesmos, fui ontem jantar a um muito simpático Zeno, com confecção impecável e atendimento igual e ver o último Indiana Jones,
e devo desde já dizer que já passou o prazo de validade, e que no próximo já não me apanham. Requentado, com uma história totalmente absurda sem qualquer linha de argumentário, com uns efeitos especiais boçais, e umas imagens virtuais ridiculas, uns gagos retirados de uma série C do humor, e colagens mal e porcamente feitas, e um final a glozar o ET go Home sem a mínima.
E mesmo o discurso ideológico é cheio de ranço, e claro que não estou a falar da ridicula utilização da amiga de Estaline, mas de todo o discurso anti-liberal e conservador que o filme encerra, isolacionista e Bushista.
Foi uma noite cheia de drogas, até para um anti-proibicionista foi demais. Como eu.
 
Friday, May 23, 2008
 

Esta é a penultima capa, que ainda houve aqui e ali umas emendas...
Mas a última só no prelo... para a semana.
Deu muito trabalho, foi divertido, vai deixar muita gente satisfeita, vai deixar outra menos.
É a vida. E na apresentação haverá orelhas quentes e outras não...

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Entrevista,
hoje era suposto dar a minha 1ª entrevista...depois de ter deixado todos os protagonismos e me ter dedicado a estimular projectos, nos bastidores defender ideias ou concertá-las, escrever documentos que por vezes outros assinam, procurar por vezes encontrar espaços onde expressar sensibilidades. Minto, a diversos jornais regionais tenho prestado declarações, em forma de longas e detalhadas e amistosas conversas, o que não é a mesma coisa.
Hoje era suposto dar a minha 1ª entrevista, depois de muito tempo. Sentimentos contraditórios me percorreram, embora não lhe tenha senão dedicado uns segundos de pensamento.
Os média, #embora a entrevista em directo possa fugir ao controle (recordo a ultima vez que falei à SIC em que a uma pergunta bestuntosa de um tal Rego lhe respondi outra coisa e denunciei o seu trabalho de manipulação e de deturpação, no directo com ele a fugir...) se esta é gravada, já depende da edição,# são instrumentos de poder com regras próprias e metodologias específicas; os cortes, as pausas, os planos, tudo.
Num segundo se existe, no outro se desaparece, tudo depende de um pequeno nada. Talvez de nada mesmo, um sorriso, uma imagem, uma construção de discurso, uma ideia e dos mecanismos de controle, difusão que a essa se dá.
Mac Luhan explicou muito bem, o meio é a mensagem.
Hoje isso é cada vez mais vizivel quando se vê a total ausência de mensagens que se sustentem a si mesmas, a valoração que o meio suscita, se suscita. Só existe meio, hoje em dia. A mensagem transformou-se no próprio meio...
Hoje era suposto ter dado a minha 1ª entrevista, depois de muito tempo. Durante este tempo todo andei a fugir aos meios, mesmo quando não os pude evitar, porque penso que pensar implica tempo, disponibilidade e o culto da frase, da imagem, da ilusão dessas, nessas, é contrário ao que sinto.
Por razões de técnica foi adiada. Talvez para 4ª. Talvez outro tempo. Talvez outra palavra.


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Thursday, May 22, 2008
 
Dia de procissão, em Lisboa, acho que não vou, está chuvoso e embora tenha sido evento de monta (palavra com o mesmo étimo de montaria!) penso que é hoje um feriado desnecessário;
em Espanha passaram-no para o Domingo que segue a 5ª feira litúrgica, salvo talvez nas Cumbres Maiores e nalguns outros pueblos.
Aí como-se à tripa fora o corpo e o sangue do bicho, que por estes lados é o porquinho preto, agora dito bom para o castrol e tudo, e com a pinca com os seus fenótipos ainda melhor.

Era para ter ficado pelas Cumbres, mas um mês de muito trabalho, que se aproxima, levou-me a regressar por entre penalties. ( ficou 6 a 5!)
No caminho informaram-me do passamento do Torcato.
Não sei se chegou a ver amarelo como teria gostado, mas perdeu-se uma boa alma, homem das culturas, bom copo, amigo do seu amigo.
Hoje já andei de volta dos "nossos" paineis. Vão ficar um brinquinho, aposto sem querer ser juiz em causa própria.
Também já dei uma pequena arrumação aos papeis, para encontrar os meus dossiers do anti-proibicinismo. Encontrei, noutra pilha os meus textos universitários, com diversos nomes a assiná-los... entre eles também sobre O tema. O passado continua-nos, a trote, a galope, a galope...

 
Wednesday, May 21, 2008
 
Morcilla de lustre... com uma copa de um tinto carrasco, no meio de um turbilhão..de Gaza, para a cml, a Cinfães e Penafiel, para as eolicas, à organização de um lançamento local do #letra a letra# o tempo escou.. até à morcilla de lustre com uma copa de um tinto carrasco.
Dezenas de emails, telefonemas até na tal morcilla de lustre ...com a tal copa de tinto carrasco, que tripiti.
A tarde já nos acabamentos...gaza...os paineis... o feriado e o anho...que se transforma, na lógica do sincretismo e do tomai e comei, todos, no corpo de deus.
O tempo continua tontiço e o sono vai cabeceando o tempo.
A vida segue, dentro de momentos.
 
Tuesday, May 20, 2008
 
Desde que nos idos de 1976 me inscrevi no congresso do Partido Radical, italiano mas também internacional, (http://www.radicali.it/) que me enquadro nessa linha de pensamento, liberal/libertária, não violenta e defensora dos direitos civis. Sem reticências.
E claro ecologista, anti-proibicionista, feminista... e tudo.
Cheguei a trabalhar com Emma Bonino e Marco Pannela em 1985, no Parlamento Europeu, antes da adesão de Portugal à agora UE. E tenho continuado a corresponder-lhes.
Defendo e partilho as causas destes companheiros, participei em vários congressos e enquadro as minhas actividades nos Cidadãos Por Lisboa, na Amnistia Internacional, ou nos diversos movimentos ecologistas e culturais locais onde participo nessa lógica de pensamento e acção cívica e política, que é o mesmo.
Sou intransigente na defesa do que acredito e penso que os processos são tudo. Não penso que haja finalidades mas meios para as atingir, que são sempre evolução como a vida.
Por isso sou também de convergências com pessoas e com essas procuro comungar ideias e processos. Nunca, e mesmo quando isso me provocou sérias dificuldades transigi com o que considero fundamental, que são os objectivos e os procedimentos para a eles chegar.
E porque razão este "padre nosso" hoje?
Por vezes temos que parar e pensar no nosso caminhar.
Por vezes a insatisfação com algo que começa a germinar-nos e o "tempo" vão perspectivando outros "tempos".
Será que ele fica onde está, esse tempo?

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Monday, May 19, 2008
 
No caminho de um Plano Verde para Lisboa.

Fui hoje assistir à apresentação do projecto para recuperação dos espaços públicos da cidade.
Tenho que referir o meu agrado global com o documento que foi apresentado, onde se verifica um empenhado e sério trabalho dos diversos serviços envolvidos e uma tentativa de articulação das intervenções pontuais que são apresentadas.
O documento que foi apresentado, freguesia por freguesia, é globalmente muito interessante e revela um cuidadoso levantamento e interessante busca de soluções.
O Presidente António Costa e os vereadores Marcos Perestrelo e Sá Fernandes procuraram dar uma articulação global e merecidamente elogiaram Gonçalo Ribeiro Telles que tem procurado manter a ideia das articulações globais no planeamento dos espaços verdes da cidade e do seu usufruto.

Isto dito, e tendo o meu agrado com estes elementos ficado registado e sido transmitido aos responsáveis, desde logo lhes manifestei a minha maior apreensão em relação aos financiamentos destes projectos (15 milhoes de Euros) e tenho que referir as minhas grandes dúvidas em relação aos processos previstos de obtenção de recursos (Metro, Epal e ...o Casino... além da publicidade dos milhares de quiosques, que considero uma ideia peregrina... ,que por todo o lado irão surgir).
Considero além disso ser evidente que os serviços da CML não tem capacidade, actualmente, de dar resposta a grande parte destas opções pelo que o recurso a contratações externas, necessário, irá ser muito problemático...
... e que as calendarizações anunciadas me pareceram muito mal enjorcadas (todas ou quase todas a ficarem concluidas em Agosto de 2009, exactamente no período pré-eleitoral...).

Finalmente e essa é uma questão que relevo da maior importância acho que este documento, que volto a referir mostra qualidade e empenho dos serviços, é um documento de orientação política que deveria passar por um processo de discussão pública, com envolvimento das freguesias e das forças cívicas, que lhe corrigi-se imperfeições e intoduzi-se melhoras e após isso fosse discutido nos orgãos políticos da cidade.
Mas voltaremos ao Verde....

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Sunday, May 18, 2008
 
"O cereal e a tainha", de Abdelllatif Kechiche traduzido pelo "Segredo do Cuscuz" é um retrato socio-antropologico notável da "integração" dos emigrantes magrebinos de 2ª geração no Sul de França. É um fresco épico onde a confecção do "cereal e da tainha" tem honras de excelência, além da soberba música e da espantosa dança do ventre.
O filme por vezes até parece documentário, tal a proximidade do real.
Fabulosa também a cena da catarse da ucraniana (?) onde se traça um perfil e se identifica uma lógica familiar.
Um momento inolvidável de cinema.
E de gastronomia cultural
 
Thursday, May 15, 2008
 
Comendo insectos...
Muita gente estranha e pensa que minto quando digo que em Africa comi gafanhotos, formigas e uma variedade de mosca.
Recordo que há muitos anos o meu amigo Humberto Rosa, chegado do Mexico me deu uma mão cheia de moscas como aperitivo.
Os insectos teêm muita proteina.
Hoje publico em francês:

Dans le moucheron, tout est bon ! C’est pourquoi l’organisation des Nations unies pour l’alimentation et l’agriculture (FAO) encourage la consommation d’insectes. Coccinelles, scarabées, fourmis, abeilles, guêpes, sauterelles, criquets, papillons, teignes... Ces petites bêtes, qui font souvent partie du menu quotidien de peuples d’Afrique et d’Asie, contiendraient autant de protéines que la viande ou le poisson.

Et non seulement elles possèdent des qualités nutritionnelles exceptionnelles, mais en plus leur récolte crée de l’emploi dans les pays en développement. Elle demande peu d’investissements et s’écoule facilement sur les marchés locaux. S’enfiler un insecte n’est a priori pas très ragoûtant. Et pourtant, ce petit croustillant...

Vivam os insectos!

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Wednesday, May 14, 2008
 
Bandalho, do dicionário Domingos Barreira, pessoa sem dignidade nem brio.
No post anterior apliquei essa definição a José Socrates, a propósito da grosseira infracção à lei anti-tabágica, que ele próprio havia patrocinado.
Hoje face a uma situação intolerável que o iria arrastar para mais um calvário reconheceu a sua culpa, pediu desculpas ao país e lamentou toda esta situação da qual ele é o único responsável.
Foi uma atitude quase digna e espero que com brio pague a coima avultada que lhe deve ser aplicada, com mais sanção e dureza por exercer o cargo que exerce, onde a observância da lei e o exemplo devem ser inatacáveis.
Recuperou alguma dignidade e espero que o brio com ela.
Hoje retiro, também, o substantivo.
Mas não quero deixar de referir que:
a) A ignorância da lei não beneficia o infractor e que é lamentável que o sr. Primeiro Ministro ignore a lei que ele próprio tão zelosamente fez aprovar, o que revela que o brio ainda não é total.
b) As vestes de virgem combalida com que enfrentou os média e através dos quais se desculpou ao povo português não o devem eximir de ser castigado política e civicamente por esta atitude da maior gravidade.
E tenho a dizer que infrinjo as leis sabendo que por isso posso e devo ir a juizo defender-me e as políticas em que acredito, para transformar as leis que considero injustas ou fora do quadro da democracia liberal e do Estado de Direeito (sou anti-proibicionista, defendi o aborto quando ele era ilegal, e a objecção de consciência quando era crime, fui julgado e inocentado por suposto abuso de liberdade de expressão e detido várias vezes por peturbação da ordem pública, em países sem liberdade ou por defender direitos humanos).
Não acho que o José Socrates tenha qualquer desculpa nem seja digno invocar a ignorância.
De qualquer forma o meu voto não terá de novo.
PS
Chamam-me a atenção para o nervosismo, quiça provocado por pressão para a sua demissão que correu por aí..., do José Socrates, ao anunciar desde logo...que vai deixar de fumar. Ridiculo, é o único comentário que se pode fazer. O que ele faz ou não faz na sua vida privada é com ele! Agora não pode é na vida pública infringir a lei e desculpar-se com a ignorância dessa.
Continue a fumar e a fazer outras coisas no seu domínio privado, e mantenha-o assim, porque se o tornar público está tramado.

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Tuesday, May 13, 2008
 
Temos Estados onde o respeito pela palavra dada e o respeito pela grei e pela lei é reduzido, e entre nós sobretudo por parte das actuais autoridades deste ou das putativas e hipotéticas futuras.
E vivemos num autêntico regabofe, sendo que os exemplos que vêem de cima só podem ajudar a que a des-autoridade domine, e a cidadania se vá paulatinamente enfraquecendo.
Foi rídiculo todo o imbroglio em torno dos diplomas do Eng. (soa bem não soa?) José Socrates. Ele simplesmente tinha dito que não tinha diploma nenhum que fora tudo um engano dos assessores e estava o caso resolvido, e penso que nessa linha já aqui comentei.
Se ele tivesse dito:
-Não sou engenheiro mas isso não me inibe da cidadania e de ser primeiro ministro.
Tinha resolvido a questão, tinha dito a verdade e tinha mostrado boa educação.
Agora fumar em sítios proibidos? Não isso é que não tem desculpa, qualificação ou qualquer espécie de bom senso. É uma atitude criminosa, que infringe sem pudor e com descaramento a lei, sendo ele tanto mais responsável quando a legislação é do seu governo e ele o primeiro responsável pela sua execução.
Hoje o Sr. José Socrates, com todo o respeito e consideração devido ao cargo que ocupa, só merece uma classificação:
É um bandalho! Não tem a mínima dignidade nem qualquer brio!
Com todo o juizo aqui afirmo que o sr. José Socrates é um bandalho.
PS
Esta informação acima foi-me directamente transmitida pela Virgem Santissima, sem pecado concebida (soa bem!) e é estritamente pessoal, ou seja desmenti-la-ei em qualquer das qualidades que porventura exerça, civica, política ou profissionalmente, mas estou disponível, até me convinha no actual estado de direito, para um processozito...
E não hesitarei em desmentir-me se se verificar ser uma anedota ou palhaçada este fait-divers do senhor e a sua comitiva andarem a fumar nos transportes públicos.
Sejam eles quais forem!

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Chove, chove no Alentejo, pelo que tive que adiar a pintura prevista para esta semana da minha casinha. Talvez para a semana o sol regresse...
Fico pois algures durante este tempo, entre uma coisa e outra, livros feitos ou a fazer, paineis feitos ou a fazer, documentos a produzir ou reelaborar, e uma ou outra tertulia, um ou outro almoço ou jantar para rever amizades e conhecimentos, e um por aqui e por ali, que por aí anda o outro sem vergonha na cara.
Os trabalhos avançam devagarinho, encalhados na produção de outros, e vamos procurando ideias que essas também criam factos, sem concessão ao ideialismo maeutico.
E palavras caras que não significam nada, nem têem poder.
 
Monday, May 12, 2008
 

Hoje andei a palmilhar os ventos, com sandálias sem fim. Aqui deixo uns bons.

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Sunday, May 11, 2008
 
Hoje foi dia de culto.
Fui cerimoniar na Confraria Gastronomica do Toiro Bravo, e desde logo colocando-me a salvo do ex-communio, e prestando a minha vassalagem a todos os deuses e deusas igualmente referenciados, tive oportunidade de produzir a oração inicial, no duplo sentido da palavra, sujeito, predicado, complemento; e, atitude de adoração, pedido, transmissão para com o divino.
O toiro propicia muitas elocubrações, desde a história e nesta a re-ligação que estabelece entre vários passados, desde que o sacedote de Àpis, dito Jesus Cristo, adaptou para o cristianismo elementos de diversas lógicas cultuais suas e de outros.
Passando pela biologia e aí também a filosofia existencial e conservadora de Ortega Y Gasset, passando para os registos socio-antrologicos de "O Pão dos Deuses" de McKenna, e de volta à religião e ao sagrado que existe no animal totémico, no seu corpo e sangue, entregue por nós, até aterrar no final na Laura Esquível essa sacerdotisa de todos os cultos que nos alimenta o corpo e o espírito.
E até o J.L. Borges passou em espírito por aqui.
Outros falaram das partes mais comezinhas, ou melhor das que se comem e como se comem. A Monica e a Noelia e para encerrar o Domingos, não sem antes de a ninfa que se enrodilhou nas minhas calças ter sido alvo de referência da sala, que o registo fotográfico será objecto de providência cautelar, ou não.
Seguiu-se um olimpico, no sentido clássico da palavra, repasto com 6 pratos sendo pelo meio muito comentada a tal ASAE e mais algumas das suas mal-feitorias.
Fumámos vários cigarros em desafio, dado que ninguém objectou!

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Saturday, May 10, 2008
 
No comboio li, embora só o tenha concluido agora " O spleen de Paris", do Baudelaire, curioso texto(s) onde se nota génio e onde entramos em divagações tortuosas sobre o passado, sobre o futuro.
Livro muito sombrio, de reflexões amargas, e de palavras fortes e gordas, onde as pequenas histórias sem lógica nem moral nos levam a outras histórias, também nossas, outros tempos, também nossos.
O mundo continua a oscilar entre a China e o Arizona, que como sabemos à muitos anos são fundamentais para o nosso conhecimento quando é noite e estamos perdidos no deserto, ou não será que estamos sempre, perdidos ou no deserto, ou na noite...

Esta semana foi fértil em desertos e discursos, 4 e amanhã outro, fazer seguir as palavras, juntar pózinhos de perlimpimpim e com mais dois ou três almoços ou jantares conspirativos procurar neles, através deles, encontrar o fio da vida.
Esta/essa dor, todavia, voltou a aparecer e não me tem deixado.

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Friday, May 09, 2008
 
Na 4ª, em Cascais, embora em funções empresariais, tive ocasião de referir as justas e sábias palavras de Bob Geldof, e referir que cumplices de notórios criminosos, um banco que ainda por cima deu cobertura ao saque do ouro aos judeus pelos nazis, que está envolvido em yudo o que é negociata com o nosso património e que não há vigarice onde não tenha o bedelho, que diz que um criminoso com o qual tem cumplicidade não é criminoso vale, vale zero, zero.
E falei de aquecimento global, da China e da Birmânia e do urso polar, e da fome no mundo e também de energias suaves e sustentáveis.

Na 5ª em Valadares, após o trato que o ex-futebolista Paulo Sousa deu, em partes também à gramatica, era díficil sensibilizar uma enchente e miudos e as suas professoras, e era a minha estreia a falar de direitos humanos,
mas lá falei da Aministia Internacional, dos direitos das mulheres e das meninas, da China e da Birmânia, da Europa e da pena de morte, e das crianças soldados e novamente da China (tenho a certeza que o co-grupo havia de estar lá mosca!).
No final um emotivo aplauso e a confidência de uma das professoras que alguns miudos até choraram...
Foi bonita a festa, pá.

Pelo meio outra reunião do Executivo Municipal de Lisboa, uma das sessões participadas pela população, que tenho que voltar a referir são momentos importantissimos para aferir os problemas das diferentes freguesias e auscultar as formas de solução propostas pelos responsáveis executivos.
Hoje uns, amanhã outros, mas a cidadania é para continuar, como o vento em verdadeiras turbinas!!!!

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Tuesday, May 06, 2008
 
Por ter sido vítima ostensivamente de anti-semitismo fechei a minha conta nos BES, e espero encerrar a da empresa de que sou sócio assim se realize uma aferição da gestão, e por isso vejo sem surpresa a direcção desse Banco, históricamente ligado a práticas de capitalismo de casino, demarcar-se das sábias e justas declarações de Bob Geldof, sobre os cleptocratas e a bandidagem que está no poder em Angola. Todos os dias evidências das ilegalidades e mal-feitorias cometidas por esses sacripandas são públicas, hoje foram mais umas negociatas com o Américo, e uns interesses na Galp.
Não há dia em que não seja divulgada mais uma velhacaria desses senhores, a familia dos santos e as outras que dominam o Estado da Contra-Insurgência (fabuloso conceito!) de Angola.
Por toda a Africa, infelizmente com raras, rarissimas excepções, os grandes e enormes albradões gozam o poder e roubam descaradamente os recursos e o sangue dos povos.
Onde já vai o colonialismo...onde vão os homens que em nome de principios se ergueram pelo bem dos povos...hoje restam os crápulas, como o dos santos, o mugabe, o guedaffi, e outros cujo nome só fica bem ao pé deste, do piorio.
O BES, o Bes é um fait-divers, qualquer dia, senão já, está nas mãos do HuaGuoFeng ou de outro salgado vilão qualquer.
O meu dinheirinho é que não veem mais...e ainda me enviaram uma carta de intimidação...até perceberem que quem os ia intimidar...era eu.

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Monday, May 05, 2008
 
A China continua vizinha do nosso pensamento.
Os Jogos Olimpicos serão, do meu ponto de vista, um golpe mortal na actual liderança chinesa e talvez façam saltar a tampa de oposições internas e tragam à superfície as contradições do regime imperial-comunista, baseado na escravatura da força de trabalho, na total ausência de direitos cívicos e laborais, repressão de culturas, etnias e religiões, envolvimento com as mais ecrufulosas mafias e cleptocratas a nível internacional, e caracterizada pelo despotismo concentracionário no exercício do poder interno.
Os Jogos Olímpicos, constituirão um legado, um legado da falta da palavra, da desonra da palavra dada e poderão constituir, como já estão a constituir na medida em que todas as reduzidas garantias cívicas de expressão interna estão a ser cada vez mais bloqueadas, constituirão um poderoso foco para um levantamento cívico e político nacional que tudo faremos para potenciar a nível internacional.
Hoje, com enorme adesão cívica de gente de muitos países, a Amnistia Internacional, Secção Portuguesa, dinamizado pelo co-grupo da China esteve presente no Largo do Chiado. Não pararemos, com calaremos as nossas vozes, o eco de sentimento que emprestamos às nossas acções passará as montanhas dos Himalaias, chegará a Xangai, chegará à cidade imperial, a Pequim, à cidade proibida onde encerrada, protegida do seu próprio povo está a camarilhagem que controla o poder, comunista, imperial.
Os direitos humanos não têem partes e não há nenhuma especificidade china que os possa reduzir, aí.

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Sunday, May 04, 2008
 
Rouco,
Talvez do sol, talvez dos fumos, talvez de ter puxado pela voz, talvez castigo por me ter esquecido dos cogumelos, tão bem preparados no lume das ideias,
acordo à rasca da garganta, e esta semana serão três conferências, sobre alterações climáticas (em Cascais), sobre direitos humanos, a China (que não ficará no tinteiro!) e a Europa (em Valadares), e sobre cultos religiosos, festas populares e gastronomia (em Coruche).
E uma ou outra "intriga" que os tempos das "cerejas" aproximam-se e nós cidadãos temos que fazer mais um esforço, mais um esforço para sermos aqui em Lisboa, mas também no país, a capacidade de introduzir na política portuguesa dados novos, discursos transparentes e verdadeiros, sentimentos e valências reais.
Cidadãos aos vossos postos!
 
Saturday, May 03, 2008
 
Anti-Proibicionismo.

Em 1991, editei um livro, onde um dos capítulos era sobre Anti-proibicionismo.

Hoje dia da Marcha pela Legalização da "MariaJuana":

Repego, com cortes do tempo, parte dele:
(…)
Para explicar as razões do anti-proibicionismo e da única forma de contrariar as causas profundas do mercado dos narcotraficantes é preciso fazer um diagnóstico começando pela base. E essa é o mercado internacional de capitais e os diversos "santos ofícios" que o determinam. São os processos de branqueamento de capitais e os seus reinvestimentos.
Só intervindo a esse nível se podem percorrer os caminhos da transformação e da produção. Só intervindo a esse nível o Estado tem autoridade para oferecer ao cidadão um quadro de alternativas (da recuperação, á regulamentação adequada do consumo) que propicie então sim (como se faz com os "infelizes" fumadores e não com os "inveterados" bêbados) uma campanha articulada de esclarecimento e informação.

(…)
Produzimos também um manifesto que transcrevo:

"Manifesto anti-proibicionista"…

Silêncios e omissões jogam com a História. Todos os dias assistimos ao atropelo e à violação das consciências. Numa sociedade onde os princípios liberais são a base da jurisprudência, é inadmissível tal situação. Não podemos aceitar que a penalização dos ilícitos criminais, ou o combate a um problema de contornos sociais, justifiquem o desrespeito pelo direito fundamental de cada cidadão fazer as suas próprias opções de vida.
A condenação dos consumos individuais no capítulo da droga, para além de consistir numa actividade anti-económica, não resolve a toxicodependência. Desde a Lei Seca americana e Al Capone que se sabe: o proibicionismo relativo às substâncias criadoras de habituação orgânica ou psíquica não dá solução a tais situações, antes as agrava.
A proibição das drogas permite a clandestinidade do seu comércio e a liberdade de movimentos do crime organizado. A ineficácia da acção policial está de tal modo comprovada que a presente escalada repressiva em regiões-chave do mundo, liderada pela América de Bush e que tanto a Direita como a Esquerda aplaudem, esquecendo princípios e programas, só pode ser entendida como uma medida de perigosas consequências a prazo.
As Constituições democráticas, incluído a portuguesa, estão a ser anuladas na prática. Assistimos à maior fraude deste século, e é base mesma da nossa razão de ser e do nosso modo de estar que os nossos dirigentes anulam.
Evolui uma "ideologia da droga" que pouco ou nada serve a realidade. As classes políticas atiram-nos areia aos olhos, tentam convencer-nos de que os Estados não estão já envolvidos nas tramas da criminalidade da droga. O episódio "Irangate" foi a prova definitiva de que o negócio dos armamentos está ligado ao tráfico de estupefacientes.
Um facto há que é inalienável: a droga existe e é consumida. Penalizar os consumidores é o mesmo que afrontar as estruturas da sociedade em que vivemos. As autoridades crêem ainda que é possível resolver um problema de tal complexidade mediante remendos.
Entretanto, as mafias da droga continuam impunemente as suas actividades. A política proibicionista é a principal responsável, hoje, pelo potentado económico e criminoso dessas, e isso diz-nos respeito: a Mafia também está aqui, em Portugal. Há indícios de branqueamento de dinheiro proveniente do tráfico de drogas na especulação imobiliária, sobretudo em áreas de paisagem protegida.
É necessário prevenir, consciencializar, informar. A fobia anti-droga só beneficia os interesses dos criminosos: deveremos substituí-la pelo esclarecimento, esse sim nocivo para os grandes traficantes. As leis devem ser modificadas, assim como as estratégias da Organização Mundial de Saúde e de todas as entidades nacionais e internacionais que lidam com a dependência. Para um fenómeno planetário exige-se um procedimento com a dimensão do planeta. As decisões, no entanto, começam em cada um de nós.
O sistema actual é uma ficção, e uma ficção que peca pelo absurdo: não faz sentido aceitar como legais substâncias psicoactivas como o álcool, o tabaco, o café e os psicofármacos, distinguindo estas substâncias entre casos de uso e de abuso, considerando-se ao mesmo tempo como "drogados" os milhões de pessoas que usam o haxixe ou a cocaína.
Assim, propomos:
1) Promover uma campanha de informação / dissuasão sobre drogas leves e pesadas, a fim de conter o uso e desencorajar o abuso, em salvaguarda da saúde dos cidadãos
2) Disponibilidade plena das substâncias actualmente ilegais, na farmacopeia para uso terapêutico
3) Despenalização do haxixe e da marijuana, cuja proibição é contraproducente, já que favorece, através dos circuitos clandestinos, a continuidade com as drogas pesadas
4) Oferta aos toxicodependentes de um amplo leque de opções de assistência e de tratamento, incluindo a manutenção à base de estupefacientes
5) Introdução de uma regulamentação mais rigorosa da publicidade a produtos alcoólicos, psicofármacos e tabaco e total proibição de publicidade às substâncias a legalizar
6) Alteração legislativa no sentido da monopolização pelo Estado da produção e comércio das drogas, com a indispensável interligação com as legislações dos outros países
- O direito de usar substâncias psicoactivas, isto é, de modificar o humor e / ou a actividade mental de um certo modo, não pode ser um privilégio de quem usa substâncias "aprovadas".
Esse direito pertence à esfera da opção pessoal."
(…)
transcrevo um excerto do editorial do "Economist":
"De 1920 a 1933 os cidadãos americanos foram proibidos de comprar ou vender a sua droga preferida e mais perigosa, o álcool.
Os camiões de cervejas, os barcos carregados com wiskey continuavam a chegar, criando o que foram então as maiores organizações criminosas e lucrativas do mundo.
Agora a espécie humana desenvolveu o apetite por drogas ainda mais poderosas, e agindo do mesmo modo subjugou-as a uma maior e infrutífera proibição.
As drogas fazem mal às pessoas. Ninguém as devia desejar: álcool legal e tabaco, heroína ilegal, cocaína, marijuana ou substitutos químicos baratos e arriscados.
Mas a procura cria a oferta apesar da panóplia de convenções nacionais cujo principal efeito é criar ainda maiores lucros aos fornecedores.
Os exportadores de droga da América Latina, do Líbano, do Paquistão, o triângulo dourado da Tailândia e da Birmânia e o resto, compram ou aterrorizam governos, e desafiam mesmo regimes por enquanto incorruptos, tal como as Mafias norte-americanas, os gangs e cartéis desafiam o poder em Washington.
A proibição não funciona
Enquanto as pessoas gastarem dinheiro para conseguirem uma sensação, a proibição não resulta, transforma-se uma questão de escolha pessoal e de saúde numa crise de criminalidade.
Os governos protegem os consumidores de álcool com controles de qualidade, impostos e licenças, conseguindo assim diminuir a procura dos consumidores por uma das maiores formas de destruição.
Para os fumadores, os governos insistem com avisos de que faz mal à saúde. Para proteger as pessoas contra a má alimentação ou drogas terapêuticas são feitos testes e medidas para avaliar os resultados dos produtos.
As drogas ilegais são meramente banidas e, enquanto falha esta proibição, falha também o poder de regulamentar o comércio.
A proibição, e o seu inevitável falhanço tornam este tipo de negócio ainda mais criminoso, mais lucrativo e perigoso para os seus consumidores.
Levantando a proibição substituindo-a por regulamentação detalhada pode-se com certeza expôr mais pessoas perante experiências arriscadas com drogas.
Mas o fracasso da proibição é ainda mais perigoso tanto para o consumidor habitual de drogas como para as sociedades corruptas subvertidas e aterrorizadas pelos gangs da droga.
O comércio é proibido por leis nacionais e convenções internacionais.
Recusem-nas, substituam-nas por uma regulamentação, impostos e campanhas de desencorajamento.
Até isto acontecer, a chacina nos Estados Unidos e a destruição da Colômbia vão continuar.
A Europa está a seguir".
(…)
Desde 1976 (altura em que difundi um abaixo assinado do Libération) que me tenho pronunciado por escrito e em conferências pelo direito ao corpo e à liberdade individual, em 1987 escrevia "penso que temos que encarar o consumo da droga como o ponto final de um ciclo económico. Que começa na alteração dos cultivos, a sua rentabilização industrial e o comércio ilícito. Nunca a proibição dissuadiu ciclos de expansão e acumulação (as grandes rusgas/apreensões são alimentadores fundamentais do mercado) mas sempre serviu para que cartéis de ilicitude se organizassem, cárteis estes tentaculares e capazes de controlar através do capital branqueado sectores económicos significativos (e muito "pios"). O proibido só paga um imposto que é a compra da lei. Controlar, regulamentar, fiscalizar são obrigações do Estado de direito. No que se refere á produção, transformação e venda. No que se refere a informação também, obviamente. (…) Não pudemos fazer de avestruz, nem combater o flagelo sem ir á raiz do problema. As drogas existem. Seja por tradições, desenraizamentos económicos ou sociais, solidão afectiva. Porque aliena o indivíduo da degradação a que um quotidiano tantas vezes degradante o condena e / ou o faz viver momentos ilusórios de êxtase, rapidez ou sonho. E por tal é consumida. O proibicionismo é a negação do Estado liberal. Nenhum Estado se pode defender contra os seus cidadãos. Mesmo que esses sejam uma minoria que queiram charrar, snifar ou drufar-se."
Portugal precisa de se empenhar seriamente neste debate. Só por este caminho se ataca seriamente o problema do narcotráfico e tudo o que lhes está ligado.

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Thursday, May 01, 2008
 
DO IT!: Scenarios of the Revolution
de Jerry Rubin

Ao acordar ainda antes da tostada, proibida pela ASAE com toda a certeza e nem conto o bom que é!, com manteiga de cerdo e a acompanhar um natural de laranja, aqui ao lado no Rincon del Abade, escrevi um email pessoal ao meu querido amigo Marco Pannela, com saudações a Emma Bonino, em resposta a vários circulares e pessoais que me tem enviado.
Fiz-lhe saber da minha estima e apoio à sua incansável luta pelo direito, a vida do direito e o direito à verdadeira vida, o apoio à outra revolução cidadã e liberal que ele tem promocionado incansávelmente e dizer-lhe que por aqui tenho honrado o nosso amistoso contacto nos longuinquos 80, e que da luta pelo direito à maternidade consciente, ao empenho cidadão contra a partidocracia e os seus avatares nos munícipios, ao empenho pela legalização de todas as drogas e à marcha pela Marijuana, tenho empenhado as minhas convicções e actos.
Sabe ele também como prezo o slogan "China Livre, Tibete Livre"e a minha simpatia pelo Dalai Lama, o terno contacto pessoal, e acompanhamento da sua elevação espiritual, no mundo real dos factos e suas contradições.
E do meu empenho contra todas as violações dos direitos humanos e contra a pena de morte. Para os quais não reconheço nenhuma, mas nenhuma mesmo, especificidade.

Mas foi após o café da manhã que a notícia da morte do criador do L.S.D., Albert Hofmann, sendo que o seu pai de facto é Timothy Leary que a popularizou e os seus usos psicadélicos, me levou a mergulhar no tempo, noutro tempo em que acordei ao lado do Do It, do Jerry Rubin, onde também bebi o conselhismo e o pensamento liberal que desse se extendia.
Vivemos imersos em contradições e delas buscamos a serenidade e o tempo.
Todos os dias novos factos alteram o real, com ou sem psicotrópicos, todos os dias noticias novas acontecimentos inesperados provocam o espirito.
Hoje acordei, e após o guronsan, escrevi ao Marco. Pensei, voltei a Roma, Bruxelas, Milão, Troia onde o acompanhei.
E voltei a acordar, rodeado do Do It, a caminho de Marselha.
O tempo passa, o tempo fica.
Marchemos pelo tempo, com uma passa, com uma fica, que em italiano é outra coisa, mas que será sempre a vida que vivemos, no tempo que encolhemos, no tempo que aumentamos, no tempo que não tem tempo.



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civetta.buho@gmail.com

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