Foi meu professor no mestrado de Economia da Energia e dirigiu uma reunião mundial em que participámos. É um dos grandes especialistas da nuclear que, aqui com Dessus, coloca tudo em pratos limpos, sem precisar de máquinas.
Um livro muito didático e com algumas informações que ainda são novidades.
Será certamente recurso aqui:
Labels: Laponche, nuclear, Radioactividade
Mais um livro, suposto, para desembrulhar conceitos, hoje cada vez mais necessário:
Um livro que começou difícil e que se revelou uma iluminação:
Inspirado no enorme economista Georgescu Rogen e em linha com continuadores é um livro de culto.
Labels: Entropia, filosofia, reciclagem, resíduos
Depois de uma retinopatia fui ao nimas, ver um notável filme iraniano, sobre um tema dilacerante, a culpa, a remissão, o castigo, o arrependimento. Actores notáveis e uma realização clandestina.
E tudo embrulhado e com um final excepcional.
Penso que a morte ideal seria imerso, talvez, nesta música celestial. Algumas vezes que morri me socorri dela. Ontem estive duas vezes à beira de passar para o outro lado, bem sei que era/seria só desmaios, ameaçadores, após vómito estranho. Ora após 3 noites sem dormir parece que estou à custa de muitas drogas, estas estranhamente legais, em vias de recuperação.
Quem já passou por estes momentos prévios aos desmaios conhece a sensação. A Carmina Burana ajuda a passar.
Labels: Carmina Burana, Des maio
Duas viagens de comboio e este livrinho foi consumido pela pestana:
apreendemos alguns factos:
que no golfo do México #duzentas mil toneladas de petróleo são lançadas, ano, por fugas "totalmente naturais" #e que segundo Raymond Barre "#dever-se-ia familiarizar o público com a radioactividade #
na página 55 encontramos Spinoza # ignorantia non est argumentum#
pouco depois temos um trecho fantástico do famoso relatório Rasmussen #que identificava 133 problemas se segurança nas centrais nucleares sendo que 17 constituiam ameaças graves# mas não previu Three Mille Island.
Informa-nos que o amianto pode provocar a morte prematura de 2 milhões de trabalhadores americanos e pouco depois diz-nos, relacionando, que entre 1977 e 79 19.000 vezes a dose de plutónio autorizada pela regulamentação foram lançadas na atmosfera e as taxas de cancros aumentaram 24% nos homenes e 10% nas mulheres... estima-se
e temos ainda declarações do director do Instituto de Protecção e Segurança Nuclear : # só as autoridades podem definir o nível aceitável de radiações# . Assim mesmo
Um capítulo assume a voz do nuclearista, divertido, muito.
Labels: nuclear, Nucléarisation du monde
um número espesso, tirando o habitual cronista "nuclear" e a excepcional capa:
Labels: La Décroissance, tempo
A história, com H, é incontornável. A Palestina existe, existiu e existirá. O Estado de Israel é uma ficção colonial, vem de meados do século XIX e é alicerçado pelo pensamento nazionalista/sionista no final desse século, e pelo abjecto nazismo. e pelas suas sequelas.
Este livro conta essa História:
um livro que permite também outras leituras do Tufan Al-Aqsa, o 7 Outubro.
Nada é tão simples como parece e como nos vendem. E neste também há fanatismo leninista, desnecessário e contraproducente, que desvaloriza o produto.
Volto a emergir em leituras, atenção não imergir....
Daqui, com memórias dos tempos partilhados e com as ilusões que são estes presentes, fica esse tempo.
Labels: Agualusa, Amigos da Terra, Zédu
Tenho fascínio pelas "línguas" e este está, totalmente em linha, com o que tenho conhecimento e apreço, e com o que tenho escrito e defendido:
um livro culto e erudito.
" A Gramática explica apenas como funciona uma das variedades (que regem o funcionamento de uma variedade linguística). Não é receita da única forma correcta de nos expressar na nossa língua."
" Um dicionário não é o documento que concede existência real às palavras"
Aprender uma língua na escola, com uma pauta e um dicionário é matá-la, acabar com ela.
E também dedicado ao barranquenho:
"era só o que faltava: uma linguagem (uma fala) toda concebida como ato de subversão começar a pensar em termos de certo e errado". é isso que a gramática faz....
Labels: Barranquenho, Brasileiro, línguas, português
Depois da excelente apresentação do livro do Luís Takas, na Casa da América Latina, apresentação culta e original, cheia de dinamismo, com a sala a deitar por fora, fui ver este filme #Las Cartas Perdidas# de Amparo Climent, no S.Jorge, também com a sala cheia. Um documentário notável que deveria ser obrigatório nas escolas. Aqui uma entrevista sobre esse:
E só de ouvir as notáveis músicas ficamos com a alma cheia!
Labels: documentários, fascismo, República Espanhola, Takas
Hoje estive na Culturgest a assistir a um espectáculo muito bom #umuko# desta excelente artista e do seu grupo. Sala cheia!
Estou a ler com muito prazer o livro do meu querido amigo Takas, "Hotel Timor" que neste volta ao seu melhor, outros também estiveram a este nível.
Amanhã irei pelas 15 horas à UCCLA a uma apresentação deste:
tatamalai, que isso queira dizer sucesso!
P.S.
Quase a terminar a leitura tenho que dizer que é uma escrita grossa, poderosa, do melhor que o Takas escreveu, e neste se expõe, seja através do seu médium, seja através dos que partilharam as suas estórias, e certamente irá criar muitas questões, muitos potenciais conflitos, porque a realidade é muito, muito movediça.
Labels: Takas, Timor Leste
Este mês as junto, ambas são de menor qualidade do que o habitual, mas sempre dão um cheiro e muitas notícias:
Labels: Cañamo, revista Quercus
Encontrei, totalmente bizarro, esta estrela de David:
Labels: Estrela David
Não é bem uma auto-biografia, mas tem laivos, e também de linguística e muita política, o criador do comissário Montalbano é um homem de esquerda com pensamento, e este livrinho de 340 páginas é um must, de espírito e conhecimento.
Li-o com grande prazer, embora aqui e ali o meu italiano fosse ao fundo, mas com jeito...
um autor de referência, além dos policiais!
Labels: Camilleri, Itália, Montalbano
Aqui uma vista da sala e do debate da posta anterior:
Labels: Amanecer sin Almaraz, Martinez Alier
Amanhã:
Talvez, talvez.
Labels: Almaraz, Casa do Comum
Num dia triste, com presságio de más notícias e com várias coisas em mãos e uma tarde livre fui ver:
Labels: folk music, Springsteeen
Ignorar, ignorar Almaraz. *
Estou num prado florido, ao longe, perto um rio corre livre. Gente nele se banha. No horizonte vejo painéis solares espalhados e debaixo deles ovelhas com os seus bezerros. Em breve, desmamados, serão comidos nos repastos pascais.
Lá longe vejo moinhos, velhos moinhos e também novos, estes com novas tecnologias e sonares que afastam as grandes aves e também os morcegos.
Aqui ao pé um monte renovado com captação geotérmica e paredes duplas, que lembram as construções na Islândia para resistir ao frio e ao calor.
Não muito longe há uma vila também ela renovada, recuperado o parque habitacional e feitas captações de frio/calor, assim como os isolamentos adequados. Nela se desenvolvem indústrias criativas e também se regenerou as produções artesanais em outras quantidades, com mais trabalhos.
Um centro cultural surgiu em redor de uma antiga livraria, alfarrabista e antiquário onde se gera bem estar social, esse também articulado com sistemas de transporte de proximidade tipo trolleys, e outros de locomoção com cavalos, além claro de bicicletas por todo o lado.
Comboios ligeiros de superfície ligam a vila aos principais pontos da província e desenvolvem uma rede de interligações aprazíveis.
No espaço urbano o verde domina e estabelece ligações ás janelas onde pequenas plantações animam as abelhas que por aqui aparecem. Os espaços ajardinados são plantados com couves, alfaces, tomates ou ervas aromáticas, medicinais e terapeuticas, explorados numa lógica comunitária, estabelecendo corredores verdes.
O espaço onde existia uma chaleira nuclear foi descontaminado e tornou-se um museu de memórias, do desastre da civilização industrial e predatória, onde se percebia o sem sentido de produzir mais, mais, mais, além de se explicar todos os problemas, sociais e ambientais desta usina, e toda a ilógica de fissionar o átomo, gerando resíduos para sempre para aquecer a água. Era também explicada o buraco económico e financeiro destas, e bem assim o funcionamento do sistema bancário e de como este só funciona na lógica de rentabilização do capital. Um museu que explicava um passado que gostaríamos não tivesse existido.
Esta estória pode ser realidade. Os paradigmas podem ser modificados e não é inevitável o caminho para o abismo.
Temos que manter a agenda para fechar, parar, desmantelar Almaraz. E infelizmente não podemos, não vamos poder ignorar: que cerca de 40 anos de funcionamento, com muitos, muitos problemas, incidentes e mesmo acidentes nas centrais, emitiram muita, muita radiação para o exterior, e essa podemos, em grande parte descontaminar. Mas produziu, também, muitas toneladas de resíduos, de média e alta, muita alta radioactividade. E para esses resíduos não há, nem se perspectiva que venha a haver tratamento, depósito final adequado. Hoje, amanhã, terão que ser armazenados in situ.
Até quando? O sonho terá que compaginar-se com o pesadelo. Certo que o armazenamento não tem os mesmos riscos de fissão nuclear e de todo esse processo. Mas vitrificados, betonizados, vigiados em permanência, em permanência, e até, como estão a fazer na Suécia, até com uma nova língua para no futuro... poderem saber que ali é morte que está. Não há, não está perto de haver, ao contrário do que continuam a prometer solução para esses resíduos.
Em Portugal, em Ferrel, mas também convosco na fronteira com Miranda do Douro, em Sayago, conseguimos evitar ter esse lixo para sempre a atormentar-nos. Também lutámos contra os depósitos de resíduos nucleares perto de fronteira em Aldeavila de la Ribera e também, mais longe, em Cuenca. Conseguimos fechar as minas de urânio na Urgeiriça e evitar a abertura em Nisa e também em Zahinos e Retortillo, embora os capitais continuem a tentar explorar essas terras e vir a destrui-las.
Mas voltemos ao título. Vamos ignorar Almaraz. Não vamos esquecer. Vamos viver. Temos o poder de viver!
*Este é parte de capítulo do livro, que será apresentado em Lisboa, Na Casa do Comum dia 6 de Novembro pelas 18.30, com alguns dos autores, e em muitos outros locais de Portugal e da Península.
Labels: Almaraz, Amanhecer sem Almaraz, Casa do Comum, Gazeta da Beira
Hoje, ainda longe do final do Limitarianism leio um livro divertido e culto de Camilleri sobre Caravaggio, em jeito de autobiografia do dito.
e depois,
https://www.culturgest.pt/pt/programacao/catarina-rolo-salgueiro-e-isabel-costa-os-possessos-burn-burn-burn/
uma peça simpática, baseada num livro excelente .... mas com pouca força...
Labels: 451 Fahrenheit, Bradbury, Camilleri, Caravaggio
