insignificante
Thursday, April 29, 2010
 
Fantasia Lusitana, de João Canijo
É um filme que devia ser mostrado em todas as escolas, obviamente a partir do 6º, para permitir assimilação e uma adequada explanação.
Nas aulas de história, filosofia ou formação cívica, ou nas variantes de sociologia.
É um filme que nos mostra e nos conta, com uma notável montagem e excelente articulação de textos, o que foi esta "fantasia".
Imagens únicas que mostram o nazismo de Oliveira Salazar, a manipulação e a lógica de poder, do fascismo luso.
Imagens que são um documento fundamental para perceber o agit-prop e a estrutura que lhe está na base.
Mostra também os costumes e o respiro do tempo, as roupas e os pés descalços são notáveis, assim como as múmias que vão pontuando o filme.
Um filme notável que merece os maiores elogios!

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O Euro afunda-se e com ele a Europa, a construção da Europa política.

Sou um europeista. Não sendo este o modelo que defendo, dada a sua relativa irrelevância, vejo com tristeza o fim de qualquer possibilidade de construção europeia esvaziar-se nos actuais impasses financeiros e políticos da Europa.
A crise dos mercados na Grécia, mas extensiva a todos os países do arco periférico, e a não haver políticas coerentes e concertadas com o envolvimento dos outros e sobretudo da Alemanha, será como o carruncho a avançar em hordas esfaimadas... está em vias de dar cabo do Euro e não tenhamos dúvidas da própria ideia de um espaço comum.
Julgo que se neste momento são necessárias medidas imediatas das quais depende a possibilidade de um presente europeu, desde já se tem que pensar no futuro se esse for permitido.
Um banco central, com poderes efectivos de controle das emissões, uma política financeira comum e nessa um esforço de unificação dos sistemas de impostos, ou pelo menos do sistema de IVA, devidamente fiscalizado pelo Parlamento Europeu, com reforço das competências da comissão respectiva neste, e uma maior articulação das políticas económicas são desde logo ideias que não podem deixar de ser equacionadas.
Mas, para já vamos ver qual é o passo da Alemanha, vamos ver se volta ao passo de ganzo...

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Wednesday, April 28, 2010
 


Nem sempre o que parece é, mas nalgumas coisas, mesmo com indicações contraditórias, ou subtis, temos que respeitar a realidade.
Claro que isto não é um cachimbo, mas a sua representação, o que é, desde logo indicado, em pleonástica frase.
Hoje várias pessoas me perguntaram pela candidatura de Fernando Nobre...
Julgo que, como disse já aqui, se encontra mal, muito mal, rodeado (e ainda bem que pelo menos algum do mal já foi a caminho de Viseu) e notoriamente falta-lhe pedalada para esta bicicleta, recordo bem um dito feminista, em Itália, o movimento tem que ser como andar de bicicleta, permanente e com direcção, ou então... bum.
Enquanto a candidatura de M.Alegre se afunda na sua autofagia e no seu consolo de ter o apoio do P.S., a de Fernando Nobre...desapareceu entre os seus "apoiantes" e ilusões sem política.
Mas talvez tudo isto afinal seja um cachimbo, um cachimbo mais para a minha colecção...
No terraço a ver a Lua quase cheia...

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No seu excelente blog (http://aoencontrodasaguas.blogspot.com) o meu amigo Jorge Mangorrinha publica sob o signo do Bordalo e da sua porca uma notável reflexão.
Também a subscrevo...

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Tuesday, April 27, 2010
 
De vez em quando há debates no seio de pessoas que globalmente se dizem defensoras do ambiente, de uma economia sustentável, da promoção da biodiversidade, de uma justiça justa, e de lógicas de solidariedade social.
Desde logo neste referente existe de tudo e mais alguma coisa, e estou convencido que uma parte muito significativa dos que se encontram nesta área está, de facto fora dela.
Desde logo porque há fronteiras que são definitivas:
A defesa de totalitarismos, seja na URSS, na China, no Chile, no Zimbwabue, ou de qualquer lógica de atropelo das liberdades públicas seja em Angola, na Venezuela, na Tunísia, ou o apoio a qualquer manifestação de intolerância racismo ou homofofia, ou restrições às liberdades públicas nos países de democracias liberais (como Guantanámo, por ex. ou a continuação da pena de morte).

Não é possível defender qualquer lógica de duplicidade (por exemplo defender o Dalai Lama e ignorar que ele se manifestou favorável aos rituais taurinos e até, curiosidade, em assistir a uma, ou o Gandhi numas coisas e o Che noutras), porque desde logo tal é um tiro, uma canhoada no pé ou no movimento.

Claro que defender o primado da lei, e não ter receio de publicamente por processos não violentos desafiá-la e até infrigi-la e assim provocar a sua modificação ( e essa é a lição da marcha do sal ou do boicote aos autocarros, entre tantos outros), e julgo que tendo estado "detido de cara descoberta" e respondido em tribunal posso dizer que sei do que falo, faz parte do pacote da possibilidade.

Infelizmente quando toca a procedimentos, e estes são a base esses são o fim em si mesmo e só, se esses forem correctos e transparentes, se pode atingir fins adequados e compatíveis com exigências de sustentabilidade, pois quando toca a procedimentos aparecem sempre fracturas no seio do enunciado no primeiro paragrafo.

Já passei por tempos em que violentos tentaram tomar o movimento ecologista, ou gente com um programa de extremismo marxista, embora seja claro que este é um movimento incontrolável, pela sua diversidade
(embora haja movimentos nele que são autênticas estruturas leninistas!!! guarda avançada e ideias nebulosas, eh pá).

Já passei também, e foram tempos épicos para o meu povo de Barrancos, por alturas em que em nome de uma ideia descabelada (sabe-se lá por falta de proteina na mioleira!) de mitificação dos animais e ignorância da ruralidade que faz a sustentabilidade os animalistas procuraram envolver o movimento ecologista numa insensatez.
Muita gente, alguns dos principais referentes, do movimento ambientalista, a que a que um dia prestarei tributo, evitaram esse passo fatal e dividiram as águas... mas periodicamente saí da cartola um coelho a manipular a realidade.

Bom felizmente vivemos em liberdade, felizmente esses sectores que se dizem da área ecologista não tem, e face às cada vez maiores dificuldades em caminhar, não terão lugar de poder.
Felizmente porque o mundo seria triste, muito triste...

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Monday, April 26, 2010
 
Passou mais um ano sobre o desastre de Chernobyl.
Quem quiser saber mais:
http://www.nyas.org/Publications/Annals/Detail.aspx?cid=f3f3bd16-51ba-4d7b-a086-753f44b3bfc1,
Neste relatório é referido um milhão, sim um milhão de mortos resultantes do acidente.
É um relatório com chancela cientifica e com credenciais absolutamente sérias.
Aqui já escrevi várias vezes sobre a nuclear e os seus muitos e diversos impactos.
Lembrar quem se esquece é uma função cívica fundamental!

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Sunday, April 25, 2010
 
Infelizmente um pensamento coerente, que separe águas, que não ceda nos príncipios, que não se enfeude a dogmas, que defenda procedimentos claros e seja nesse quadro de formulaçao de propostas e desenvolvimento de acções que se estrure e organize não tem muitas possiblidades de afirmação, nem encontra muitas convergências.
Caso a caso temos que fazer escolhas e separar o trigo do joio.
Dois exemplos:
A miserável, a lembrar o troglodita pensamento dos biltres aqui várias vezes mencionados de Matosinhos, intervenção de Evo Morales, que na lógica da novilíngua os seus aduladores (por exemplo o BE) procuram escamotear como se não tivesse existido, negando que ele mostrado que além de homofobo é um ignorante e seguidor das ideias gerais, que estão longe muito longe de ser qualquer ciência.
As companhias que enformam os discursos, ou diz-me com quem andas dir-te-ei quem és, que irão destruir as candidaturas presidenciais que na esquerda plural poderiam desafiar o pensamento e candidato único da direita, e que desde já se entreteêm a dar tiros nos dois pés.E isso sem sequer chegar a discutir políticas e modelos de intervenção na sociedade. Arriscamo-nos a ficar entre egos e suas, boas ou más,,, companhias.

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25 de Abril, sempre.
Quem viveu o fascismo sabe o valor deste momento de ruptura, deste momento que permitiu o futuro.
Não vale a pena contar tantas grandes e pequenas estórias, tantos e tantos momentos que não esquecemos (ainda agora nas Caldas contei um pequeno nada, que é tudo, na continuidade)
Hoje trago aqui um poeta, um poeta a sério.
O José Carlos Ary dos Santos era conversa murmurada lá em casa, outros tempos outros hábitos. Era meu primo, com-sorte. Sobrinho do Prof. Julio Santos, 2º marido da minha bisavó do lado materno, padrinho da minha avó e tio da minha mãe, que portanto o tinha por primo. Bom isso também são estórias.
Estive em casa dele numa daquelas noites que não acabavam,,,
e ainda hoje penso que ninguém como ele sabia usar a palavra certa...

«As Portas que Abril Abriu«
José Carlos Ary dos Santos

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
Onde entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo se debruçava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

Era uma vez um país
onde o pão era contado
onde quem tinha a raiz
tinha o fruto arrecadado
onde quem tinha o dinheiro
tinha o operário algemado
onde suava o ceifeiro
que dormia com o gado
onde tossia o mineiro
em Aljustrel ajustado
onde morria primeiro
quem nascia desgraçado.


Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

Ali nas vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
vivia um povo tão pobre
que partia para a guerra
para encher quem estava podre
de comer a sua terra.

Um povo que era levado
para Angola nos porões
um povo que era tratado
como a arma dos patrões
um povo que era obrigado
a matar por suas mãos
sem saber que um bom soldado
nunca fere os seus irmãos.

Ora passou-se porém
que dentro de um povo escravo
alguém que lhe queria bem
um dia plantou um cravo.

Era a semente da esperança
feita de força e vontade
era ainda uma criança
mas já era a liberdade.

Era já uma promessa
era a força da razão
do coração à cabeça
da cabeça ao coração.
Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.

Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação

uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.

Quem o fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

Posta a semente do cravo
começou a floração
do capitão ao soldado
do soldado ao capitão.

Foi então que o povo armado
percebeu qual a razão
porque o povo despojado
lhe punha as armas na mão.

Pois também ele humilhado
em sua própria grandeza
era soldado forçado
contra a pátria portuguesa.

Era preso e exilado
e no seu próprio país
muitas vezes estrangulado
pelos generais senis.

Capitão que não comanda
não pode ficar calado
é o povo que lhe manda
ser capitão revoltado
é o povo que lhe diz
que não ceda e não hesite
– pode nascer um país
do ventre duma chaimite.

Porque a força bem empregue
contra a posição contrária
nunca oprime nem persegue
– é força revolucionária!

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

E então por vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
desceram homens sem medo
marujos soldados «páras»
que não queriam o degredo
dum povo que se separa.
E chegaram à cidade
onde os monstros se acoitavam
era a hora da verdade
para as hienas que mandavam
a hora da claridade
para os sóis que despontavam
e a hora da vontade
para os homens que lutavam.

Em idas vindas esperas
encontros esquinas e praças
não se pouparam as feras
arrancaram-se as mordaças
e o povo saiu à rua
com sete pedras na mão
e uma pedra de lua
no lugar do coração.

Dizia soldado amigo
meu camarada e irmão
este povo está contigo
nascemos do mesmo chão
trazemos a mesma chama
temos a mesma ração
dormimos na mesma cama
comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
soldadinho ou capitão
este povo está contigo
a malta dá-te razão.

Foi esta força sem tiros
de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra
e das balas disparadas
apenas o fim da guerra.

Foi esta força viril
de antes quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril f
ez Portugal renascer.

E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.

Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.

Essas portas que em Caxias
se escancararam de vez
essas janelas vazias
que se encheram outra vez
e essas celas tão frias
tão cheias de sordidez
que espreitavam como espias
todo o povo português.

Agora que já floriu
a esperança na nossa terra
as portas que Abril abriu
nunca mais ninguém as cerra.

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.

Quando o povo desfilou
nas ruas em procissão
de novo se processou
a própria revolução.

Mas eram olhos as balas
abraços punhais e lanças
enamoradas as alas
dos soldados e crianças.

E o grito que foi ouvido
tantas vezes repetido
dizia que o povo unido
jamais seria vencido.

Contra tudo o que era velho
levantado como um punho
em Maio surgiu vermelho
o cravo do mês de Junho.

E então operários mineiros
pescadores e ganhões
marçanos e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
souberam que o seu dinheiro
era presa dos patrões.

A seu lado também estavam
jornalistas que escreviam
actores que se desdobravam
cientistas que aprendiam
poetas que estrebuchavam
cantores que não se vendiam
mas enquanto estes lutavam
é certo que não sentiam
a fome com que apertavam
os cintos dos que os ouviam.

Porém cantar é ternura
escrever constrói liberdade
e não há coisa mais pura
do que dizer a verdade.

E uns e outros irmanados
na mesma luta de ideais
ambos sectores explorados
ficaram partes iguais.

Entanto não descansavam
entre pragas e perjúrios
agulhas que se espetavam
silêncios boatos murmúrios
risinhos que se calavam
palácios contra tugúrios
fortunas que levantavam
promessas de maus augúrios
os que em vida se enterravam
por serem falsos e espúrios
maiorais da minoria
que diziam silenciosa
e que em silêncio fazia
a coisa mais horrorosa:
minar como um sinapismo
e com ordenados régios
o alvor do socialismo
e o fim dos privilégios.

Foi então se bem vos lembro
que sucedeu a vindima
quando pisámos Setembro
a verdade veio acima.

E foi um mosto tão forte
que sabia tanto a Abril
que nem o medo da morte
nos fez voltar ao redil.

Ali ficámos de pé
juntos soldados e povo
para mostrarmos como é
que se faz um país novo.

Ali dissemos não passa!
E a reacção não passou.
Quem já viveu a desgraça
odeia a quem desgraçou.

Foi a força do Outono
mais forte que a Primavera
que trouxe os homens sem dono
de que o povo estava à espera.

Foi a força dos mineiros
pescadores e ganhões
operários e carpinteiros
empregados dos balcões
mulheres a dias pedreiros
reformados sem pensões
dactilógrafos carteiros
e outras muitas profissões
que deu o poder cimeiro
a quem não queria patrões.

Desde esse dia em que todos
nós repartimos o pão
é que acabaram os bodos
— cumpriu-se a revolução.

Porém em quintas vivendas
palácios e palacetes
os generais com prebendas
caciques e cacetetes
os que montavam cavalos
para caçarem veados
os que davam dois estalos
na cara dos empregados
os que tinham bons amigos
no consórcio dos sabões
e coçavam os umbigos
como quem coça os galões
os generais subalternos
que aceitavam os patrões
os generais inimigos
os generais garanhões
teciam teias de aranha
e eram mais camaleões
que a lombriga que se amanha
com os próprios cagalhões.
Com generais desta apanha
já não há revoluções.

Por isso o onze de Março
foi um baile de Tartufos
uma alternância de terços
entre ricaços e bufos.

E tivemos de pagar
com o sangue de um soldado
o preço de já não estar
Portugal suicidado.

Fugiram como cobardes
e para terras de Espanha
os que faziam alardes
dos combates em campanha.

E aqui ficaram de pé
capitães de pedra e cal
os homens que na Guiné
aprenderam Portugal.

Os tais homens que sentiram
que um animal racional
opõe àqueles que o firam
consciência nacional.

Os tais homens que souberam
fazer a revolução
porque na guerra entenderam
o que era a libertação.

Os que viram claramente
e com os cinco sentidos
morrer tanta tanta gente
que todos ficaram vivos.

Os tais homens feitos de aço
temperado com a tristeza
que envolveram num abraço
toda a história portuguesa.

Essa história tão bonita
e depois tão maltratada
por quem herdou a desdita
da história colonizada.

Dai ao povo o que é do povo
pois o mar não tem patrões.
– Não havia estado novo
nos poemas de Camões!

Havia sim a lonjura
e uma vela desfraldada
para levar a ternura
à distância imaginada.

Foi este lado da história
que os capitães descobriram
que ficará na memória
das naus que de Abril partiram

das naves que transportaram
o nosso abraço profundo
aos povos que agora deram
novos países ao mundo.

Por saberem como é
ficaram de pedra e cal
capitães que na Guiné
descobriram Portugal.

E em sua pátria fizeram
o que deviam fazer:
ao seu povo devolveram
o que o povo tinha a haver:
Bancos seguros petróleos
que ficarão a render
ao invés dos monopólios
para o trabalho crescer.
Guindastes portos navios
e outras coisas para erguer
antenas centrais e fios
dum país que vai nascer.

Mesmo que seja com frio
é preciso é aquecer
pensar que somos um rio
que vai dar onde quiser

pensar que somos um mar
que nunca mais tem fronteiras
e havemos de navegar
de muitíssimas maneiras.

No Minho com pés de linho
no Alentejo com pão
no Ribatejo com vinho
na Beira com requeijão
e trocando agora as voltas
ao vira da produção
no Alentejo bolotas
no Algarve maçapão
vindimas no Alto Douro
tomates em Azeitão
azeite da cor do ouro
que é verde ao pé do Fundão
e fica amarelo puro
nos campos do Baleizão.
Quando a terra for do povo
o povo deita-lhe a mão!

É isto a reforma agrária
em sua própria expressão:
a maneira mais primária
de que nós temos um quinhão
da semente proletária
da nossa revolução.

Quem a fez era soldado
homem novo capitão
mas também tinha a seu lado
muitos homens na prisão.

De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.

Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.

Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!

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Thursday, April 22, 2010
 
Nobre, mal acompanhado ou desacompanhado?

Ontem Fernando Nobre participou numa sessão nas Caldas.
Pessoas em quem tenho total confiança dizem que perdeu votos, muitos, e que a candidatura a não levar uma volta não tem qualquer futuro e não os voltará a ganhar e as suas sinergias.
De boas intenções está o inferno cheio e o que temia está-se a tornar evidente.
Fernando Nobre desinformado ou rodeado das pessoas erradas ou faltando-lhe perspectiva e um quadro de referência e de intervenção adequado, resultante de falta de quadros com realismo e visão política no seu entorno, ou será que pensa que a candidatura presidencial, como outros o pensam, é uma aventura do Ego?
Depois desta conversa e informação temo que se esteja a entortar esta candidatura.
Veremos se haverá energia para a "endireitar".
Energias sem-fim que me fizeram navegar numa conseguida sessão, atentamente seguida durante os 90 minutos na biblioteca da escola Raul Proença, onde falei também do carinho da cidadania... lá voltarei...

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Justos!
Basta uma palavra para definir o povo de Barrancos e o justo tenente Seixas, pela solidariedade mostrada para o povo espanhol nos terriveis anos 30.
Fica aqui o registo, o monumento que o povo de Oliva de la Frontera vai dedicar a esse momento de justiça, a inaugurar amanhã.

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Wednesday, April 21, 2010
 
Enquanto marina o documento sobre o que está em jogo nas presidenciais proponho dois de cenários:

1-cenário, provável, de vitória do prof. (e não refiro qual),
nesse temos que avaliar o mérito de outras candidaturas, desde logo excluindo essa que resulta da unificação dos discursos da direita.

a) A candidatura, ainda hipotética, de Manuel Alegre, com o apoio do BE e do PS
b)A candidatura sem história, mas que não haja ilusões será forte e para ir a votos, da CDU (PCP e as suas extensões)

c)A candidatura de Fernando Nobre, com apoios cívicos e numa lógica de espaço político

a2)E, ou outra candidatura no caso de Manuel Alegre, face à previsão não se candidatar, ocupando parte do espaço deste e a outra talvez para uma candidatura de recurso do BE, que está nas bordas desse

Este cenário desde logo plural deve ser a base para os re-alinhamentos e as formas emergentes de intervenção política,

Desde logo vejo com relação a
a) a negação da diferença, tão presurosamente fustigada por alguns dos seus apoiantes, seja com invenções delirantes seja com pruridos de tutela de uma esquerda plural e diversa. Pruridos que nem se aperceberam que com tal inviabilizaram qualquer, sublinho qualquer, hipótese de convergência numa meramente retórica, segunda volta, e ostracizaram um espaço político fundamental que não se reconhece na ideia do Partido de Esquerda e no messianismo que a ele estaria inter-ligado. ( o nosso LaFontaine...)
A candidatura de Manuel Alegre já tem os pés cheios de buracos e esses não são só a pior mafiagem que tem aparecido nos jantares (é claro, como disse logo no ínicio, com gente muito boa, e esse é o Karma de todas as candidaturas...mas nesta está a exagerar... )e por no seu entourage ter havido uma série de erros e disparates, que já apontei.
Não há propostas novas, esconde-se o caminho e não se vê qualquer continuidade, a não ser esse tal partido da esquerda que corresponde a um desiderato, para mim sem qualquer sentido.

b) O PCP pode ter-lhe saído outra terminação, seja pelos anti-corpos que MA arrasta no seu eleitorado (que não é tão sensível a flutuações de percurso como parte, reduzida é certo do eleitorado do Bloco). O candidato ou candidata que apresentar tem terreno livre para manter os 10%

c) No caso de Fernando Nobre (que desde logo como é sabido merece o meu apoio) o pior inimigo são alguns apoiantes, vindos do reassaibiamento e com ilusões fora da centralidade política, e uma completa imadurez política, táctica e estratégica associada à candidatura. Haveria que definir um espaço central em termos de posicionamente, que se integrasse numa lógica dos poderes presidenciais assumindo um discurso de liberdades cívicas e políticas e perspectivas sociais no quadro de uma economia de mercado sustentável.
Marcar terreno, na única área que teria hipoteses de numa 2ª volta ganhar a um candidato conservador só com um discurso longe de velhos paradigmas de esquerda e com perspectiva de criação de um espaço de intervenção política liberal/social e radical.
Temo que, com tantas vezes já aconteceu na nossa vida e na polis, tal não venha a acontecer, e que o que saía daqui seja mais um balão. Mas vamos tentar enquadrá-lo, porque do meu ponto de vista é onde se pode vir a formar os prenúncios de outra política.
A2) Que será, será...

Sobre o cenário 2,,, fica para a próxima, mas desde já refiro é o de uma 2ª volta entre o prof. e outro candidato...nas várias hipoteses em discussão.

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A ver e rever e mostrar e re-mostrar porque não podemos esquecer, só podemos recordar e lutar contra todos os pensamentos únicos, contra todos os preconceitos, contra todos os entorses aos direitos a todos os direitos humanos.
Um excelente trabalho de Ana Monteiro da direcção da Amnistia Internacional,
http://www.youtube.com/watch?v=1uNoe1-_1PQ

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Um excelente cartaz que provoca e nos conjura a mudança de atitudes em relação aos resíduos, e que se articula numa lógica socio-educatica e pedagógica.

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Tuesday, April 20, 2010
 

Vulcões,,,
sou, também, um amante de vulcões... aliás são das estruturas que mais me fascinam e tenho que referir que os conheci de todo o jeito, já tendo estado mesmo com magma quente e fumarolas debaixo dos pés (no Fogo).
As recentes erupções tem sido prodigas em disparates, alguns até vindo de supostos especialistas em busca de médias dispostos a publicar tudo o que lhes dizem, sem proceder a análise e, ou contraditório, só para titular.
Tem sido até comentados por ecotretas que só não fazem é uma coisa...pensar e cruzarem o pensamento. Se o fizessem iam ver que é tão ou mais divertido, porque se pode fazer ao mesmo tempo, que o cruzar de pernas...
Para esclarecimento há boa ciência e especialistas que sabem o que dizem... ou seja bons entendedores...
aqui fica um notável em concentrado:
http://www.liberation.fr/sciences/06011890-tout-comprendre-enfin-aux-cendres-d-eyjafjallajokull
Já não há paciência para nos cair sobre a cabeça.

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Energias...
ontem vi o 1º draft da montagem deste Sem-fim. Excelente, com alguns pormenores a retocar outros em curso de execução, e outros ainda a afinar.
Estará pronto nos prazos e a partir de fim de Maio será referente no étereo do melhor que se faz em Portugal, na economia, na energia, na sustentabilidade e no ambiente...
De tarde estive na FLAD, onde se realizou um excelente seminário sobre energias, onde tenho que referir que a parte que tive por mais substancial foi sobre preços, talvez por ter sido onde estruturei melhor dados que tinha, empíricamente, por certos.
O António Sá da Costa esteve mto bem, com o seu conhecido causticismo irónico!
Também referidos à noite com uma calma surpreendente, face às constantes interrupções de um notóriamente mal informado Hentique Neto, pelo meu querido amigo Carlos Pimenta os preços e, o que parece assustar muita gente, os novos paradigmas emergentes (onde um sector industrial no estertor como a nuclear só pode estar fora), que têm que ver com a relação entre novas energias e o seu potencial de inovação e as suas interfaces com a eficiência e novos níveis de comunicação.

Pensei, e outra vez ao almoço foi tema de conversa, na minha intervenção no Executivo da CML, quando da discussão do novo aeroporto...e na menção que fiz aos...dirigiveis...que não teriam parado com...vulcões.
Os paradigmas,,,os tais paradigmas.
Bom tudo isto num dia díficil de crise gastro e febre intensa.
Os caminhos do zen são tal como o poder, relações...

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Sunday, April 18, 2010
 


Este cartoon pode servir para várias abordagens. A do aquecimento global, a monotonia da monocultura e da necessidade de encontrar alternativas e as questões de género.
A acidez e o humor estão na linha do humor dito judeu, que rompe com a lógica formal, e requer pensamento sobre essa e a sua contradição.
Esbocei um sorriso...

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Saturday, April 17, 2010
 

Tiveram a gentileza de me convidar para "mandatário", embora nem saiba bem a que corresponde o título e eu seja, como é público e está escrito, favorável, a mais muito mais que a legalização da marijuana.
Sou favorável a um anti-proibicionismo radical, a legalização e quadros legais para todas, todas as "ditas" drogas hoje ilegais.
Claro que é um longo caminho, que passa pelo desenvolver de pequenas etapas, de que a legalização da erva é um ponto, não necessáriamente, articulado com os outros.
Acabar com o narco-tráfico, criar condições adequadas para a utilização de outras/todas as drogas, e a pedagogia e esclarecimento sem que o Estado-papá se imponha à vida dos cidadãos, faz parte da linha editorial de publicações de referência como o Economist e é defendido por individualidades e prémios Nobel de inúmeras áreas políticas.
Em Portugal também, embora os armários sejam grandes.
Marcharemos...

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Friday, April 16, 2010
 

Hoje, novamente, aqui.
Em breve, em Marcha!

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Ponto 1
Conheci bem o idiota, era assim que o referiamos, Mário Franco, hoje presidente de uma Fundação das Comunicações???.
Gozavamos todos com o referido que tinha criado uma Organização Mundial de Juventude, que era paga pelo papá e da qual era o único membro.
Um vigarista de todos os quilates. Aderiu ao P.S.
Perdi-lhe o rasto, mas hoje honra outros boys que fizeram o seu caminho. Pelo que leiu hoje no Publico continua o mesmo imbecil.
Ponto 2
Nem a Maria o safa. Não sei se devido ao problema de saúde que todos conhecemos, se pelo nível cultural a que estamos habituados, e com a colaboração também ignorante da jornalista do jornal acima mencionado, repetiu 4 vezes o sr. Presidente da Republica que Sto António seria de Lisboa e desta cidade padroeiro.
Alguém, ou pelo menos a Maria que o vigia atentamente, o devia ter esclarecido do erro.
O padroeiro de Lisboa é S.Vicente e esse António limitou-se a lá nascer e apadrinhar uns casórios...
Ponto 3
Não tem classificação, mas dá-nos a ideia da perdição em que navega o governo,eh,eh,eh, dar tolerância de ponto para que 1 ou 2% por cento dos portugueses vão às cerimónias papais. Não tem classificação.
A próxima vez que o Dalai Lama cá vier a que título não dá o Estado, supostamente laico, a mesma?
Ponto 4
Estive numa biblioteca cheia, numa terra que conheço mal, onde verifiquei o notável trabalho das comunidades educativas e que o "amor ao conhecimento" e a "energia em movimento" tem possibilidades de futuro.
Foi em Barcelos. Espero voltar.
Ponto 5
A propósito de livros e comunicações, e cultura, e fundamentalismos:
http://www.youtube.com/watch?v=iwPj0qgvfIs&feature

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Wednesday, April 14, 2010
 
Ontem perguntaram-me qual era o registo de leituras deste #insignificante#...
Calculo que não ande longe das 50 diárias, que foi a média que fiz na altura em que tive instalado um blogmeter já há mais de um ano. Talvez mais dada a publicidade, que espero aumente, dos canalhas de Matosinhos.
Canalhas, segundo o dicionário, são machotes infames!
Tenho, e desde já lhes agradeço, alguns "seguidores", em pantufas ou saltos altos, ou com outro sapateado qualquer,,, só me lembro de "these boots are made for walking...." e sei que tenho entradas fiéis (do mesmo local...além dos tais regulares de Matosinhos!)
Bom tenho que referi que ontem a re-visão dos Respigadores e a Respigadora, da Agnés Varda, me deu novas energias para continuar este trabalho que também é manual...
Tenho já nos rascunhos, mas vai ficar a marinar, até?..., texto sobre as presidenciais, que sei que não vai ao agrado de pessoas que estimo, mas talvez permita uma re-flexão mais profunda sobre os caminhares, os vários caminhares das várias e plurais esquerdas, que agora...havia quem quisesse única!, sem problematizar as direcções e os metodos, sem considerar o passado e o futuro, continuando nas velhas lógicas inquinadas da intriga e boataria sem sentido nem política.
Não tenho emenda,,, gosto de clareza, procedimentos claros e a justeza das ideias a ser confrontada com outra justeza, de outras. No respeito pelos direitos, de que não transijo, ou então da lei...
Vou para Barcelos, onde vou falar de...filo-sofia, ou de sustentabilidade (fico sempre com a impressão que inventei a palavra, essa), ou talvez principinzar, em torno dos embondeiros...
Veremos que no caminho poderei entreter-me a pensar no sapateado...

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Tuesday, April 13, 2010
 
Claro que já desconfiava, mas agora dando voz ao nº 1 vem o nº 2 dizer que homosexualidade, pedofilia e padres em celibato é tudo a mesma coisa.
Tenho que dizer que desconfiava que os líquidos sexuais, reprimidos, ao subirem ao cérebro destas sumidades lhes afectavam sériamente os neurónios.
Talvez os tenham dividido com os tais biltres, que aqui tem sido falados, de Matosinhos, ou não.
Mas não há quem diga a estas gentes que para o seu próprio bem deviam era ficar calados, sossegadinhos e pedir humildes desculpas?
Ai.Ai.Ai.
PS
Do Publico
#É a homossexualidade e não o celibato dos padres que o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, relaciona com a pedofilia e com os casos de abusos no seio da Igreja Católica.#
Bertone, reis ou reisinhos é tudo do mesmo...

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Monday, April 12, 2010
 

De vez enquando lembro-me da Alice, nas suas várias versões de textualidade, e na romeria floreira a vi num magnifico cavalo a trotar por ente os campos cheios de estevais.
Talvez tenha sido tão real como as outras "Alices" que conheci ou des e se remeta para outra qualquer ficção a sua estória.
Fica sempre a boavista e os campos em flor que a Sin Pecado leva até à Ermita, onde no convivio estrelar se pausa o tempo e se vê o fundo deste.

Como um haiku
disparado sem alvo
no coração

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Wednesday, April 07, 2010
 


Um "Varanus bitatawa", curioso....
 
 
Este amor será
real ou um sonho apenas?
Como hei-de sabê-lo,
se a realidade e o sonho
existem sem existir?

Ono No Komachi

Embora o vento
sopre aqui com violência,
o luar espreita também
pelas frinchas do telhado
desta casa abandonada.

Isumi Shikibu

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Amanhã volto à "strada", hoje foi um dia de respostas a tópicos e de organização.
Tive ocasião de ler, o que penso ser uma errada publicação:
"Uma pequena história do mundo", por não ser nem adequado ao público a que se direcciona, nem metodológicamente minimamente estruturada, dando a falsa noçao que a história é o conjunto daqueles bocadinhos, onde ainda por cima existem inúmeras factualidades opinativas.
Cada Público persegue os seus objectivos e esta publicação ainda deve vir com o inprint do Zé Manel.
Segui a conferência do Mira & alt, sobre os seus negócios, e recebi de mão amiga um suporte vasto de documentos que suportam uma crítica radical aos números e manipulações dos referidos "artistas".
Nos "gémeos" o bom tempo e um pouco de sol enchem de energia a paisagem.
 
Tuesday, April 06, 2010
 
Dedicado ao Frade Cornudo:

http://www.youtube.com/watch?v=D7ytntHqxKs&feature=player_embedded

Façam copy e paste e vão ver que não se arrependem.

É sem qualquer dúvida do melhor da música popular que já ouvi.

Galandum Galundaina.

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O pensamento estende-se e comprime-se, como outros orgãos do nosso corpo...
Tenho que confessar (e desde o tal padre Cesar que não me recordo de o fazer...acho que fiquei pela mentira nos pormenores dos "maus" pensamentos que ele queria detalhar-me na dita)que sou adepto desses movimentos, também, do pensamento.
Hoje ao fazê-lo com o ventre, num cozido sem estória, lembrei-me, muitas vezes o lembro, do Alfredo Saramago, grande epicurista e um dos iniciadores para a minha geração do epicurismo, que sigo com um lamber de beiços e de-voção.
A articulação dos pontos do pensamento, no quadro de movimentos também por este alavacandos é um dos eixos de nossa sociedade e vida colectiva. Depois entramos noutras áreas onde o conhecimento, a reflexão e acção sobre esses é fundamental.
Re-ligião é tabém elaborar as ligações sobre o acto e a teoria, o magister e o espiritus, podendo ou não ser intermediada por outro, seja um leitor seja uma cinta... o que interessa é o entretanto que se processa, para um final que será sempre o fim, e a sua ressureição, na carne e o sentido que lhe é dado.
Pensei no Alfredo, talvez porque este cozido foi no Alfredo, restaurante. E no decurso do movimento das meninges que a mastigação também induz o Groucho, também Marx, não sei a que despropósito também me visitou o espírito que é uma espécie de girandola.
Talvez porque hoje estou em paz, e que a espírita, de preferência equipada a primor, me acompanhe. Pelo menos aí não falha.

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Aqui fica, sem outro sentido senão o de referir o ridiculo da guerra, que já envolveu a própria GNR, das bandeiras, trapos sem qualquer utilidade senão o de acicar ódios e semear zizania.
Porque não acabar, pura e simplesmente com o que resta da fronteira?
Cada um com a sua bandeira e ninguém tem nada a ver com isso a não ser os zelotas impiedosos, como todos os ditos, que procuram descobrir doutrina em tudo.
Esta como podia ser qualquer outra.

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Segredos de Estado ou de Polichinelo...

Quando Mitterrand, que nunca me mereceu simpatia, se recandidatou já sofria de um câncer na prostata, que sendo certo que não lhe afectou o discernimento, o diminuiu fisicamente e evidenciou desde logo a falsidade, que se mostraria depois em todo o seu esplendor, como até o “son ami” haveria de testemunhar, seja na vida privada seja na polis, pois Mitterrand estava doente e não se deveria ter re-candidatado. Mas não sofria nenhuma maleita do foro cerebral.

Em Portugal, parece ser o segredo de Polichinelo mais bem guardado (mas porquê, se toda a gente o sabe?) a saúde do Presidente da Republica, embora até já tenha dado mostras em público de perturbações.
Sabendo o seu passado familiar não é díficil chegar, mesmo para observadores sem qualquer estudo sobre essas áreas da saúde, à conclusão que não deve, e diria mesmo não devia poder!, ser candidato a novo mandato.
Mas vivemos num país de submarinos, de freeports, de vilezas e vilezas.
Estou todavia convicto que dados os elementos clínicos em análise o candidato que unirá a direita será outro e bem conhecido.

Mas adiante, que não é assunto que me diga respeito em termos de área politica, não defendo uma direita unida, seria sim favorável a uma direita plural em torno dos projectos ideológicos que a diferenciam do arco conservador ao liberal e esses são bem diversos social e culturalmente.

Sendo esse um assunto para mim resolvido, e defendendo embora outro sistema de poderes (a eleição indirecta do Presidente da Republica, por um sistema bi-camaral, em lógica que levaria muitos parágrafos...), não me é indiferente do ponto de vista ideológico e social a questão.
Votei 3 vezes nas presidenciais, no 1º Otelo (não pelo personagem, mas pelo tempo) e duas vezes no 1º Soares, e dei uma colaboração discreta sem o voto a outros 2 candidatos e eleitos, mas não me entusiasmam estas eleições fulanizadas e palco de todos os emproamentos e "delírios" patrioteiros.
Sobre o que se joga, e com que lógicas na esquerda, essa sim plural deixo no tinteiro a resposta, por agora...

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Monday, April 05, 2010
 
A narrativa, voltou e em força ao discurso agora pela mão de J.P.P. com quem em certo momento tive um diálogo de surdos neste "insignificante".
Sou vagamente estruturalista na linha de Saussure, Lévi Strauss, Noam Chomsky e Foucault, não partilho as mistificações de Althusser e este blog tributa Roland Barthes e os seus #Signos#.
Por isso não posso deixar de achar graça ao hegelianismo de J.P.P. que como é habitual invade os novos discursos.
Tudo é narrativa, nada existe alem da narrativa e da sua historicidade que pode mudar no espaço e no tempo e no seus, nos seus conhecimentos.
E a narrativa é a escrita dessa.
Com um artigo, uma narração, pendurada no Expresso (porque as narrativas cruzam-se e é do espaço que estas ocupam que se faz poder, e discurso desse), com vista a explicar os melindres e meandros políticos ( e não as boçalidades que sobretudo vindas de lados poéticos tem surgido na espuma das presidenciais) que se jogam no quadro do confronto social e ideológico, pois com um artigo de narração (ou dois ou três...) preso deu para hoje antes de dormir pôr-me a pensar, numa lógica curricular de narrativa (e noutro dia ao fazer isso para livros dei por uma contagem que chega ou passa 12 ou 13 escritos só por mim e 15/16 em colaboração...ou seja já vou a caminhos dos...30! e mais 2 em curso...) e fazer o balanço por onde andou a minha estória nesta área.
Pois o registo perde-se, e deixa de fora muitas pontas alternativas, mas talvez se começar pela Voz do Povo (onde o José Manuel Fernandes, estalinista de serviço, tentava censurar os meus artigos...liberais... a favor da legalização das drogas, do direito dos homossexuais, do aborto, da objecção consciência e desarmamento, e sobre a criação ...de um Partido Radical!), ao D.L. a crónicas semanais no Jornal, ou o convite pessoal do Francisco Sousa Tavares para uma página no LIBERAL, ou do também já falecido Rui Rocha para o Novo Século, jornais onde procurei contrariar o falso consenso, ambiental e social, até ao Expresso, embora aí com duas facetas, profissional e politico/opinião, passando pelo D.N. e pelo Público, ou outras colaborações essas regulares e voluntárias de falsa critica de cinema (na Gazeta das Caldas e Diário do Alentejo).
Claro que não posso esquecer os dois ou três anos em que mantive uma coluna sócio/politica na Gazeta das Caldas ou a coordenação do mais militante e ecologista órgão de informação, durante anos o “Suplemento”, o #Pela Vida#.
Um dia gostaria de tentar juntar esses pedacinhos, e outros, tantos outros, e refazer a narrativa do pensamento liberal/libertário, socialista/liberal, ecologista/não violento, radical que desde 75, que antes o tempo não regista senão confusão e pesadelos,esse me tem levado a construir essa.
Publicações universitárias, registadas em outros jornais, outras publicações também constroem tempo.
No tempo, nesse tempo em que ando,,, metido.

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Sunday, April 04, 2010
 
O Sua Excelência, no Torrão, serve, certamente uma dos melhores leitões do país. Excelente.
E o Atlântico, em Oeiras, um naco de paraiso, umas notáveis vieiras grelhadas e um optimo sável, com a sua açorda.
Na véspera o SushiFashion em Cascais divino atum e embora ainda com o serviço a melhorar e pequenas operações no espaço ambiente, bom ambiente e sem dúvida um dos top japoneses do país.
E do resto não há estória...

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Saturday, April 03, 2010
 
Os tiros nos pés da santa madre igreja católica apostólica romana vão-se sucedendo.
Agora comparam a crítica ao encobrimento, continuado e por parte de altissimos responsáveis, do abuso de crianças... pois essa crítica é comparada ao Holocausto, só se for por esse, com muitas e honrosas excepções, também ter tido a conivência dessa hierarquia ou o tal silêncio.
Não há volta a dar, qualquer racionalismo, qualquer espiritualidade, qualquer lógica de direitos só pode desprezar este continuo não assumir de responsabilidades e perversão de príncipios, este transformar uma Palavra numa abjecção.
E do discurso do tal senhor, comparador, só faltou a condena: fogueira com eles!
Não tem remédio possível esta hierarquia que contraria a Palavra.

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Thursday, April 01, 2010
 
Já escrevi sobre o mal estar que me provocou, em diversos congressos e num até tendo sido um dos temas de intervenção, aplaudissima, minha o facto de haver um homem sanduiche a apelar à legalização da pedofilia.
Refiro congressos do Partito Radicale, que hoje tem vários comunicados a pedir esclarecimentos à igreja sobre esses crimes. Julgo que já não seria tolerado esse desviante na sala magna do congresso.
Também díficil de tolerar é o discurso, mais um, do Papa Bento Ratzsinger que condena o aborto e esquece a pedofilia dominante nos espaços fechados dos seminários e pelas sacristias.
Recordo um dos padres da paróquia da minha infancia (S. Sebastião da Pedreira), o padre Cesar que era um desterrado da pedofilia enquanto que outro o padre Mário era um mulherengo incorrigível, com várias amantes, além de um miserável com todas as letras.
A negação da sexualidade, e o próprio lugar central que é dado pela ideologia eclesiástica, que há que dizé-lo não tem nada a ver com a religião nem os textos que a alicerçam, ao sexo por religiões de primado masculino resulta nisto.
Mais cedo ou mais tarde o peso dos crimes de séculos cairá sobre os expoentes da igreja, católica. Por todo o lado padres a sairam das normas (inúmeros são homosexuais, inúmeros manteêm mulheres, inumeros são simplesmente canibais do sexo, pedófilos ou não... e sei histórias que deixariam o meu povo de Barrancos de cabelos em pé...mas que não são diferentes de outras catequeses...).
Temos ouvidos e vemos... não podemos ignorar.
A salvação está em cada qual e nos seus actos. Não há Inferno suficiente para as estruturas de maldade que se erguem, quais sanguessugas sobre a crendice e a falsa consciência.
O Régis Debray também explica isso nas suas monumentais obras sobre o lugar de deus.

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