Estes dias de defeso são momentos para conversas, leituras e cinema.
Acima mais um gostoso livro que instrói não sabia que se podiam utilizar
ovelhas como animal de carga ou lavrar ”num estrado oval puxado por ovelhas” e “o
arado é puxado por ovelhas e o solo é particularmente rico”, julgo que esta prática
caiu em desuso.
Já sabia que nas Flores “em pequenas ribeiras rápidas que
muitas vezes, no seu curso, fazem girar a mó de um agradável e pequeno moinho”,
o que hoje continua noutra dimensão....
E também sabia e lamento que hoje, talvez só no reduto das Graciosa,
os haja “e burros, também muito bons, tão numerosos que dizem que há um por
habitante na ilha” (de S. Miguel).
Retenho por corresponder à minha opinião: “os portugueses.
Considero-os pessoas no geral sem energia ou iniciativa, satisfeitos por levar
uma vida perfeitamente sem valor e em degradante indolência e (...) dispostas a
agachar-se perante qualquer tirano que tenha hipótese de usurpar a supremacia
sobre eles”. Embora o diagnóstico seja feito sobre os açorianos penso que se
generaliza bem aos portugueses em geral. Só assim se percebe que o Chega possa
chegar a 25% dos votos, no Continente e globalmente.
Neste livro, como no outro que em posta anterior referi
sobre o Faial o autor além de uma descrição notável sobre uma viagem marítima e
naufrágio entra em pormenores etno-sociológicos notáveis sobre as Flores e o
Faial e apresenta-nos textos de outros autores, nomeadamente Purdy,John, que
incisivamente nos dá testemunhos de grande valia.
Vulcões e ilhas são a minha maior delícia... ou quase.
Recebo este delicioso livrinho que muito prazer me deu. Estive 3 vezes no Faial e este livro é uma viagem no tempo, um soberbo escrito etno-social sobre o Faial a meio do século XIX, com as suas características num registo de grande qualidade. Outros textos do livro, o sobre os naufrágios, o sobre a escalada ao Pico, e o pequeno conto inspirado em Poe, são, também, momentos de prazer. Deveria o autor ter evitado entrar em minudências inventadas, mal, muito mal, da estória de Portugal, como faz no último capítulo, desnecessário que nada tem que ver com as ilhas.
um livro que me encheu a manhã, como se passeasse na marginal da Horta e fosse a Porto Pim.
Pois tendo apanhado a massa sigo as leituras que me chegaram dos Açores. Este livrinho aqui tem outro registo muito mais científico desde logo no que se refere à geo-morfologia e análises mineralógicas, mas também na estrutura que deixa de lado algumas trivialidades do livro em anterior posta. André Fouqué é um emérito cientista e este livro resulta de artigos em revistas científicas.
Gostei muito do pequeno capítulo sobre a Graciosa e inspirador as subidas ao Pico, e enquadramento dos problemas da vinha nesta ilha.
No capítulo sobre o Fayal uma interessante digressão sobre a origem dos animais e plantas da (das) ilha mostra essa profunda erudição do autor .
Entramos em S.Miguel com um autêntico tratado sobre laranjas e continuamos com jardins e diferentes plantas.
retenho com prazer que tanto um como o outro sejam em edições bilingues!
Um livrinho, em boa hora reeditado, que completa e dá outras informações sobre os Açores do século XIX, pelos olhos de um baleeiro e homem das Flores ( o capítulo sobre essa ilha deixa água na boca) , com curiosas referências, históricas e datadas, e interpretações.
não é um livro de viagens pelas ilhas (a Graciosa, entre outras, é quase esquecida), tem, todavia, relatos socio-antropológicos de grande qualidade, sobre o vestuário e sobre os burrinhos, por exemplo.
Termino esta semana de retiro com um "romance", estória por onde passa a ilha Terceira como grande protagonista. As paisagens, as comidas, as gente, estas muitas e algo confusas, numa estória que precisa de tradução, ou melhor precisava de ter tido melhor edição, porque com demasiados e confusos personagens.
um livro que nos descansa o espírito, também o Divino.....
3 momentos da passada semana!
uma máscara, magnífica, que nos espreita.....a baía do hotel de Angra, onde fiquei, o casamento da Sara e do Pedro! Tudo momentos eternos, num segundo.
acabei a leitura de #Promethée Réenchaîné# de Bernard Charbonneau, livro que me persegue há meses.
Datado e difícil... , os "signos asseguram, todavia, a transmissão da mensagem" e "temos que admitir que a função primária da comunicação escrita é criar dependência."
Um livro, apesar de tudo engraçado...
" A liberdade não está na ausência de algemas mas na força que as rompe." Esta é definitiva! "do instante, que, existe imperial"
A águia reflecte o lago
Na papoila uma borboleta
A eternidade num segundo
Borboleta numa espiga
Sapo no nenúfar
Passa uma nuvem
Vulcões e ilhas são, talvez, as minhas paisagens de eleição, ou pelo menos as que mais me marcam.
Amanhã, numa ida e volta irei a Angra do Heroísmo, apresentar um livro.
Quase nem terei tempo para um passeio....
Conheço 5 das 9 ilhas, e neste livro fica a vontade de conhecer outras, e a vontade de voltar à Graciosa, re-visitar o vulcão, voltar ás termas, ver os burros e o Franco, e as gentes, e as paisagens.
Um excelente acompanhante pelas viagens da vida...
É raro ler algum livro em português a não ser que sejam pré acordo.
Sou consumidor, comprador de cerca de 400 livros por ano... em francês, espanhol, inglês, e até noutras línguas. Mas em português só se forem sem esse nefando acordo ortográfico ( editoras vejam o vosso prejuízo!).
Hoje tive um tempinho para ler, ou melhor folhear este interessante levantamento recolha de informação...
"A melancolia é uma arte", diz-nos João de Melo, neste fantástico livro, também, sobre os Açores.
que é um livro sobre a alma, a dele e a nossa. E os Açores, relatados como um rendilhado da mais fina fímbria, com documentação e erudição. E uma linguagem que nos transporta à tal melancolia.
" ... na casa um raio de sol sobre a página de um livro, e nesse livro a doce e furiosa música da escrita deste meu lugar de todo o mundo."
Um deslumbre, pareço estar no "meu" moinho a ver o ilhéu e a pensar...
O subsidio da vaca é o responsável pela destruição socio-cultural e também da sustentabilidade dos Açores.
estas algumas das escassas cepas de vinha que escaparam à foracidade do dito subsidio, no Barro Vermelho, ao pé do aeroporto...
esta já é uma foto de Angra.
E tenho que referir que a gastronomia é o calcanhar de Aquiles da Graciosa, não da Terceira, mas leiam a seguir.
Só, além da simpática linguiça da ilha, comi uma refeição para lembrar, o polvo no Dolphin. De resto banal, banal, banal e o peixe ou não há ( até parece que não é uma ilha ou não o sabem grelhar, até me serviram com metade crua!)
Já na Terceira, desde a adega do Venâncio, um templo, onde comi uma alcatra de encher os deuses, até quase tudo.
Ressalvo a Maça Verde, na rua Direita.
Livro de reclamações!
Servem um naco, que em vez de vir com migas como anunciado... vinha com uma dose garrafal de batatas fritas e uma colher de migas. Foi para trás e voltou... com umas migas mal amanhadas e, terá sido por vingança?, com a carne que pedira mal passada e tinha assim vindo... completamente esturricada. Não comi e paguei quase 20 euros. A queixa já seguiu!
Na volta da esquina, acabei por comer um simpático bolo com recheio de limão e um café numa pastelaria, aqui:
ao pé de uma pintura, outra, notável. E os ninhos servirão?Á tarde visitei a central geotérmica, que menciono noutro blog!
Hoje, logo pela manhã, fui visitar a caldeira, praça de toiros única!
e aqui:
e depois de marcar uma reunião, para amanhã, com o Presidente da Câmara Municipal da Graciosa, começo uma leitura sobre os "amigos lobos"
e visito, guiado por um simpático e bem formado engenheiro (Duarte Silva)a central de baterias a que me referi anteriormente.
Problemas ligados a diferendos de sociedades e outras "burocracias" impedem o sistema energético misto, fotovoltaico, eólica e acoplamento de baterias de fornecer 60% ou mais da energia eléctrica da Graciosa. Parece que este ano estará tudo resolvido.
O x a l á.
E ao lado umas vaquinhas bebés....
Nota: Esta posta é anterior à anterior... e aproveito para referir que as vacas, o seu número excessivo está a tornar-se uma praga nos Açores. Há que dar uma volta a isto!
Começo o mês nas ilhas, Faial, irei a outras, as britânicas e a Madrid, ainda outras conferências aqui e ali e livros em estado quase de nascimento, um marcado para 24...
Além de vulcões gosto muito de ilhas, filhas desses, como toda a terra...
Sobre elas já escrevi muito, sobre cada uma onde passei tempo.
Sendo que é Cabo Verde a minha paixão maior, com as suas gentes e os seus vulcões, a sua música e gastronomia, o céu e o vento, o calor e os dragoeiros, não sou insensível à restante Macaronésia.
Os Açores já ocuparam, também, um pouco do meu tempo.
Agora pela mão de João de Melo leio uma descrição minuciosa e exaustiva da sua geografia física, das terras, dos sítios, das curvas das brumas.
O livro certamente que beneficia na sua edição albúm e com mapas para acompanhar os percursos, mas não deixa de ser de consulta e de nele de descoberta de laivos de poesia.
Sobre Marvão, sobre
os Açores e sobre o ministro Gaspar.
Cultura, foi por
onde comecei. O trabalho do homem sobre, no ambiente e a forma como a sociedade
constrói o seu agros e nesse a espiritualidade, o conhecimento e o belo.
Falei do passado
islâmico e como esse, no seu período de excelência, antes de se fechar ao
mundo, ao comercio e à inovação, que conduziu aos piores tormentos da
actualidade, encheu de esplendor a Ibéria, o Al Andaluz, como nos têm também
ensinado e aprendido os meus queridos amigos António Borges Coelho e Claúdio
Torres, que em Mértola tem um trabalho incomparável.
Falei da farsa em
que estive, em Marvão, da inqualificável gestão municipal e da falta de
perspectiva com que se arruína as memorias, o passado e se transforma o
presente num alçapão do futuro. Sem alma, sem projecto, sem ideias.
E referi também, em oposição a essa gestão cavernícola, Castelo de Vide.
Aqui a recuperação
estruturada da alma, dessa nossa alma também de Sefarad, da Ibéria judia, que
nos faz, vai de par com um desenvolvimento sustentado.
E falei dos Açores,
das eleições na linha que já aqui referi.
E da excelência do
ExpoLAB e das suas energias criativas
E finalmente tive que referir o que me parece, para além do erro de toda a lógica de combater
o défice com mais défice e mais défice, o inaceitável comentário do ministro Gaspar de que
não há alternativa a este orçamento.
Pois tenho que lhe
dizer que é inadmissível essa afirmação. Em democracia há sempre, sempre
alternativas.
Podemos parar,
podemos pensar (o que parece que não foi feito, o Excel não o permite!),
alterar, retroceder, avançar, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo é melhor que
o buraco sem fundo onde o sr, quer continuar a escavar.