insignificante
Thursday, January 31, 2008
 
Notável a entrevista de hoje na R.T.P. de Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados.
Impressionante de lucidez e de factos, para nossa memória, sem transigir com o "personalismo" tão na moda dos média e insistentemente solicitado pela jornalista sem nome.
Soube bem ouvi-lo e desde já refiro que não o conhecia e dele não tinha grande impressão. Encheu-me as medidas.
O sistema político que se cuide!
Sobre um aparte de posta anterior solicitaram-me esclarecimentos.
Concretamente:
"da remodelação, sem sentido nem tacto. Não há pachorra para tanta leviandade...".
Penso que remodelou mal o Eng. Socrates e remodelou onde não devia, sendo que na cultura me parece inofensiva e tenho a melhor impressão pessoal e política do novo titular.
Remodelou por pressão da turbamunda e cedeu em boas políticas, que na saúde, com deficiencias de comunicação tem sido seguidas, por populismo e numa clara cedência a poderosos lobbies... não remodelou onde devia que era na educação, no ambiente e nas obras públicas, em qualquer deles os lobbies não teêm a mesma força economica e social (ou dividem-se!) e as motivações seriam claras e transparentes.
Tem o Eng. Socrates a benesse de cada vez que Santana Lopes aparece ladeado pelo outro que agora libera o PSD ganhar em vários tabuleiros e por a outra oposição, em nome de valores, da transparência de atitudes e do bom senso na governação, que tem por base uma ideia de sustentabilidade estar rastejante esperando um líder. Esperando alegremente ou não.
Esse pode não ser quem se espera...lembrem-se de Lisboa!
Quantos arriscavam a hipotese tripé: uma candidata excepcional, um programa democrático, na sua feitura e na sua genese, e uma equipa sólida e sem vedetismos nem lutas de poleiros... e 10% , sem meios, sem apoios, sem nada que não nós próprios!
Nada está escrito para sempre. Em breve postarei, talvez depois de regresso de outra península, hoje também em turbilhão e que a nossa classe política devia ter em mente..., um texto doutrinário/organizativo que tem circulado pela net e por grupos informais...um esboço do que...fazer...fazer...

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Urânio, debaixo do chão!
Está a desenvolver-se uma petição, que conta com o meu apoio e será motivo, oportunamente do meu maior envolvimento.
Tenho especial simpatia pelas gentes de Nisa, pela sua história milenar e intersecção de diversas espiritualidades e culturas.
Tenho-lhe percorrido as terras e visto o património de valia assinalável, e o artesanato, que também são os produtos da terra e do trabalho do homem, únicos e espectaculares.
O queijo ainda me cheira, os bons enchidos, os cogumelos e os espargos, com o sotaque a perder-se na história, e as lógicas de sustentabilidade que a boa gestão de Gabriela Tsukamoto tem indicado caminho.
O termalismo, a exploração do passado seja os diversos tempos deste sejam os seus referentes, um agro-turismo ecologicamente ordenado, a revitalização de nichos vários tudo, e com a enorme diversidade da imaginação..., pode acontecer. Se o urânio ficar onde está, se for feito o mapeamento adequado para perservar os seus impactos naturais.O futuro pode ser em Nisa.
Senão... 6 ou 8 anos de exploração da jazida deixarão o concelho exangue, de possibibilidades, arruinado de futuro.
Assinem a petição, deem futuro ao futuro:
http://www.petitiononline.com/zplin/petition.html

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Wednesday, January 30, 2008
 

Hoje, ontem, sempre.
Lembrei-me de Gandhi, da sua alma grande e do seu especial modo de fazer, de fazer usando a racionalidade e o envolvimento, pessoal e sentimental.
Lembro-me sempre do congresso do Partido Radical em que, e bem, evitámos ter a sua efige no símbolo, o que posteriormente o mago Pannella conseguiu, e das discussões que motivou esse facto, a troca de argumentário, onde se destacou Bruno Zevi que do alto do seu judaísmo histórico se pronunciou contra as vacas sagradas.
Um homem não é memória nem da sua vida, mas as ideias e acções do seu viver podem ter um caracter especial. Mohamas Gandhi, Luther King, Rosa Luxemburgo, Ho Chi Minh, Winston Churchill e outros na política e na vida, no passado e futuro da sociedade e do pensamento sobre esta, tiveram momentos, actos que deixarão tempo inolvidáveis na memória e que marcarão, marcam gerações, ainda que de formas diferentes, ainda que com altos e baixos.
Hoje recordo Gandhi, porque.

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Tuesday, January 29, 2008
 
O tempo continua a passar-nos. Ontem uma consulta de gastro, que comer implica consequente como tudo na vida.
Uma viagem até ao Porto e numa paragem em Estarreja, para o respectivo, entra soberano Mário Soares com quem troco cumprimentos pensando todavia que não me terá reconhecido, talvez...
À noite com o seu camarada hoje "outro" Manuel Alegre constato que o PS não tem salvação possivel e que Manuel Alegre tem um grande Karma para vencer. Não ligou à pergunta que lhe fiz, amancada em dois minutos que havia que deixar tempo para uns figurões ..., estava desatento que a boleia era boa...
Um clube de pensamento com estamina animado por um personagem, Joaquim Jorge, que me pareceu com dimensão para voos prolongados e para pairar sobre a presa certa, na hora justa, ou não fosse biologo. Veremos... como diz o mestre zen...
Hoje logo pelas oito da manhã caminho de Cinfães e de eolicas em busca de vento.
Jantares desmarcados ou nem sequer marcados levaram-me a provar a primeira lampreia do ano que cura todo o mal de alma.
Durante o dia telefonemas com notícias várias.
Chegado ao hotel oiço da remodelação, sem sentido nem tacto. Não há pachorra para tanta leviandade...
O tempo continua a passar...tu,tu...

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Saturday, January 26, 2008
 
Teremos sempre a Campanhã...
Todas as histórias e os sonhos destas, nestas, nos remetem para outras estórias, outras memórias, outras leituras.
Todo o imaginário se encontra no imaginado e no real, intersecção de momentos onde deixamos existir o tempo, que pode passar suave, entre efabulações e imagens, numa conversa no Guarani, ou aos tropeções nas incognitas da vida e nas suas contradições.
Lembro-me de um dos filmes de, que, culto "Casablanca" onde num dialogo, um deles, creio que ela diz- teremos sempre Paris.
Quem não tem Paris?
Paris é sempre o momento, um momento, onde o sonho tropeça com o real.
Teremos sempre a Campanhã.
Mas o quê?

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Friday, January 25, 2008
 
Enquanto tento arranjar motivação para uma prosa sobre a legislação autárquica em congeminação no Parlamento, enquanto vou procurando tempo no tempo encontro uma pequena perola no blog de JPP que transcrevo.
Penso que aquilo das velhinhas é a brincar...
Do Abrupto:
(...)
O problema das abstracções é mesmo serem abstracções. Veja-se um exemplo concreto nunca previsto nos gabinetes. É um exemplo verdadeiro, do país real, do interior desertificado e envelhecido. É proibido vender nas mercearias de província milho a granel para as galinhas. O que era normal para milho, alpista, rações era estar o saco de muitos quilos aberto e o milho, ou a ração, ser vendido ao quilo. Não, diz a ASAE, o milho deve estar ensacado em sacos de cinco quilos e é o saco que deve ser vendido. Uma velha vizinha que assiste à cena comenta com humor: “Mas, ó meu senhor (o senhor era da ASAE a multar um pequeno supermercado), eu chego a casa e deito o milho ao chão para as galinhas, é para deitar para o chão não é para pôr no prato…” Mas não é só isso: “Como é que as velhas que vêm aqui todos os dias comprar um bocado de milho para as galinhas podem agora com um saco de cinco quilos? Só se acabarem com as velhas.” O director da ASAE promete ter isso em consideração, “acabar com as velhas”.
(...)
Pois se calha seria melhor acabar com o galinhame, que ainda por cima pode ter doenças...

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Wednesday, January 23, 2008
 
Continuação...
Reuniões, projectos, esboços, mais reuniões, estudos, pareceres, projectos em elaboração, telefonemas muitos, almoços e jantares a correr ou interrompidos ou lentos e cheios de problemas, outras reuniões, agendamentos, processos, e insónias , desde o inicio de Janeiro avolumando há 10 dias e intensificando-se desde então não tem havido tempo para parar que as bolas estão no ar e o caminho é o caminhar.
Tem sido duro, com pouco tempo para ler os textos básicos, que com atraso vão sendo processados para outras bases de ocorrências.
E o Aquilino em espera.
E o tempo para o resto, tudo o resto é nulo, incapaz de se fazer sentir e ser.
E reuniões amanhã e sexta o dia todo e sábado outros compromissos vão enchendo a vida, que para a semana se continua, novamente o norte e novamente o sul e isto e aquilo.
Parar é por vezes um desiderato mas também um pesadelo.
Atrás dos tempos outros tempos aonde vir, como uma espreitadela pelo ralo da fechadura.

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Monday, January 21, 2008
 
Insignificante, em si,
é como CDA define este seu sublime poema.
Cada momento é um momento e há cada pedra...
de Carlos Drummond de Andrade:

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra".
 
Sunday, January 20, 2008
 
Lá vem a romeria!

Este blog tem andado arredio, por razões que alguns conhecem, outros poderão imaginar, e pese um satori ocasional e único não tenho tido paciencia ou disponibilidade para postar... tenho alguns textos interessantes sobre a nova lei autarquica e sobre alguns epifenomenos socio -polticos, talvez um destes dias poste um documento que de minhas mãos tem circulado para encher o cyber-espaço.
Hoje soube que o porquinho é grado e tem substância que o torna mais rentável, o delicioso fruto do azinho e que não haverá chacina nos primos, que aliás não me motivava...neste momento.
Calculo que acabará por haver, que é um ritual familiar importante...
Também importante é a Virgem de Flores (qualquer virgem é importante, diria mesmo antes, durante e depois...) e para tal não sei se com aproveitamento escrevi um pequeno texto.
Que hoje aqui fica, entre tantas coisas que passam.

"
La romería de Flores
En el mundo no tiene igual
Junta el pueblo marocho en su fiesta anual

Tu nombre Virgen de Flores
Suena y el aire en redor nos trae del campo
los inefables aromas
Menta, romero, salva e hierbabuena
Tu nombre Virgen de Flores llana de luz el alma!
Las pasiones doma y alegre y puro, como el sol que asoma,
nos limpia de toda pena.

En la romería de Flores que en el mundo non tiene igual
Entre las copas e los rezos se juntan los marochos, con amistad,
en su fiesta anual.
Y para la Virgen de Flores los gozos y loores
De los marochos en su romería, fenomenal.
"
 
Friday, January 18, 2008
 
imaginação fica
satori sentido
tudo nada

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Saturday, January 12, 2008
 
Sobre coisas
Já escrevi sobre o tema, o tempo, antes. De alguma forma é um tema recorrente como a vida e a sua parte que é a morte. O tempo que tudo encerra, que tudo continua, que tudo pára.
É um tema que entra frequentemente neste blog, porque é um tópico insignificante, impossível de agarrar, de reter, de lembrar. Quando se lembra se esquece, porque a lembrança é o contrario do presente e no presente lembrança é esquecimento. Dos sentidos que não se sentem no tempo. Os sons, os cheiros, os sabores, as paisagens, as nodosidades nada disso está na memória, nada disso é real quando está na memória.
Tenho muito má memória, resultado creio da 2ª vida que me levou sinapses e capacidade de ligar estas. Recordo momentos parados no tempo sem sentidos, sem enquadramento.
Passa, fica, foge o tempo e com ele a realidade ou irrealidade que nele se passou.
Hoje passa mais tempo, continua, mesmo que esse tenha acabado, no momento em que a energia se transfere.
Do vivo para o tempo.

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o tempo passa, passa. a vida continua no tempo, no outro tempo.
é assim.
amanhã, ontem, o tempo é o mesmo, que passa, que fica.

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Friday, January 11, 2008
 
Sindicância

Do relatório da sindicância à C.M.L., da procuradora Elizabete Matos:

Conclusões, da minha responsabilidade.

1- Não há registo informativo sistematizado do solo urbano
2- Não há harmonização do sistema de taxas das operações urbanísticas
3- Não há sistema de cruzamento das operações de taxas e outras
4- Não há registos dos processos
5- Não há regras claras para os procedimentos sobre EDI (Patrimônio Edificado)
6- Não estão regulamentados instrumentos fundamentais do sistema legal de taxas e compensações pelo que...estas não são cobradas
e
7- Há gabinetes privados a desenvolver processos tramitados pela C.M.L.
8- Há funcionários a intervir nos “seus” próprios processos
9- Há acumulação, interdita por lei, entre dirigentes autárquicos e actividade privada
e ainda
10- A gestão urbanística funciona com “aleatoridade” na lógica da régua e esquadro
11- Não há lógica na análise dos processos de demolição (caso cinema Paris) nem qualquer observância de regras patrimoniais
e mais
12- Fundamentação de actos ilegal (foi alienado terreno municipal...porque estava ocupado por toxicodependentes!)
13- Sendo que não existem regras claras para a alienação do solo municipal
14- Há incapacidade de se constituir assistente em processo crime assim como de defender a legalidade
15- Incapacidade de fiscalização de obras
16- Incapacidade, continuada, de reposição de situações de embargo e demolição de construções ilegais
e por fim e talvez de bradar aos céus e pedir responsabilização política, clara aqui, como nos outros casos todos!
17- Ilegalidade do processo de alteração do P.D.M. (pág. 161 e alt.)
18- Incumprimento do P.D.M. em vigor (pág 167 e alt)

Esta lista, não exaustiva resulta de leitura atenta e rigorosa das primeiras 100 páginas do relatório e salteada (dada a quantidade de pontos concretos nestas analisadas) das seguintes cerca de 250.
Penso que as questões referidas, todas elas mencionadas no relatório, que respeita só uma parte da actividade da C.M.L. mostram o total desvario de gestão política, a incompetência e irresponsabilidade de sucessivas gestões camarárias ou incapazes de romper com o status quo ou com este sistema de desfuncionamento coniventes e até nos últimos anos incentivadoras.
Só uma mudança radical de opções políticas que passa também por estabelecimento de regras, metodologias e mecanismos de funcionamento simplificados e transparentes, reorganização de hierarquia de responsabilidades e aferição dos terrenos e do sistema de urbanismo destes por bitolas acima de suspeita, assim como participação e transparência de procedimentos pode alterar e romper com este estado de coisas.
E responsabilizar os culpados da infracção às leis, que claro são os funcionários prevaricadores mas são também os responsáveis executivos que foram coniventes, e mesmo impulsionaram essas ilegalidades no quadro das suas funções.
Continuarei atento.

PS: No Publico de hoje, um excelente artigo de Helena Roseta aprofunda, sistematiza e acrescenta mais valia às notas acima

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Wednesday, January 09, 2008
 


Eolicas....

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Tuesday, January 08, 2008
 
Duas notas.
1- Não haverá referendum. Não faz mal.
2- Houve uma sindicância a C.M.L., 6ª feira postarei um comentário com algum detalhe, hoje não resisto a referir que por um grupo de toxicodependentes ter ocupado um espaço municipal...a c.m.l. alienou-o! Esse motivo é um dos remoques, inacreditáveis, que a procuradora Elizabete Matos faz à C.M.L.
Ainda bem que temos sindicância.
Adeus inútil referendum.

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Monday, January 07, 2008
 
Andar à nora

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Sunday, January 06, 2008
 
Diz-nos o Borda D'Agua, deste ano bisexto, segundo Shakespeare:

"Acima de tudo, sê verdadeiro contigo próprio e daí resultará, tão certo como após o dia vir a noite, que não poderás ser falso para ninguém",
e pensei nesta frase a propósito de uma polémica, com os habituais rasgos de boçalidade e a usual incapacidade de ler os outros e a racionalidade e o gosto de tresler o que não está lá que passa neste momento no http://cidadanialx.blogspot.com/, a propósito da ridicula bandeira, seja ela qual for, que em tempos um rídiculo personagem que passou pela CML decidiu fazer entrar para o "guinesse" no alto do Parque Eduardo VII, e que foi acarinhada por um vereador de que não rezará a história.

O enquadramente estético da mesma é péssimo e o local um abandono, frequentado por traficantes de sexo, aliás ao gosto desse ridiculo personagem (Pedro Santana Lopes).
Não faz nenhum sentido ter aquele mastro ali e a bandeira, seja ela qual for ficará melhor guardada pelos nacionalistas incultos que veêm a pátria nela (já irão na 7ª se não estou em erro).
Claro fazer compreender a gente que tem cultura escassa, noção nula de património e estética, e conhecimentos linguisticos deficientes que uma bandeira não vale nada, e que os rituais que se concretizam em seu torno são fantasias de mentecaptos é impossível, e sem propiciar qualquer base para debate.

1- Aquilo é mau, muito mau estéticamente e o enquadramento do local é lamentável

2- Nenhuma devoção merece o trapo, que não é senão um referente provisório de um corpo socio-cultural em mutação, que é a realidade portuguesa

3- Claro que isso poderia ser tema para um debate, envolvendo o des gosto que é o monumento do Cutileiro ou as inexplicáveis colunas do Estado Novo, ou a requalificação daquele espaço a valorização do Parque Eduardo VII e do jardim do Gonçalo Ribeiro Telles e a sua continuidade até Monsanto

4-Claro que uma discussão sobre o que é a nacionalidade (e agora que os nazis do PNR são aceites pelos comunistas do MRPP e pelos outrora relevantes PPM e MPT e por outras irrelevâncias) e o valor ou não dos símbolos (um dos exemplos de intolerância é queimar bandeiras o outro é condenar quem as queima!!!) terá sempre oportunidade

5- Claro que esta questão da bandeira e a sua introdução nesse forum de debate é absolutamente irrelevante a não ser no quadro de uma discussão que se centra-se nestes pontos

Talvez porque não há ponto sem nó, por aqui me fico.

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Friday, January 04, 2008
 
Olisipo*

E tu, nobre Lisboa, que no mundo
Facilmente das outras és princesa,
Que edificada foste do facundo
Por cujo engano foi Dardânia acesa;
Lusíadas, de Luis de Camões, Canto III

1-Lisboa foi motivo de muitas poesias. No processo da sua formação algumas das suas características geo-morfológicas constituíram-se em vários referentes cabalísticos e no seu seio ainda se encontram rastos de "antigos" tempos. De deuses perdidos.
Ainda encontramos azinheiras quase no centro de Lisboa, tal como construções geológicas que nos dão evidência marítima (Lisboa já foi coberta pelas águas)
Nas cidades respiram muitas épocas. Sucedem-se estilos e desenvolvimentos.
A concentração e desconstrução são inevitáveis numa sociedade que é forçada a perder a sua individualidade pelo sonho mirabolante de duas assoalhadas na Porcalhota, hoje chamada Amadora, cidade satélite, o shopping centre ao fim da semana e o transporte apinhado durante o resto da mesma.
A concentração do capital financeiro fez das grandes cidades (assim como de áreas protegidas) uma enorme bolsa predial em que as regras que a determinam (quando as há) são para serem violadas a troco de contrapartidas tudo isto no nosso Estado de Direito. Que gasta em centros "comerciais" (I) mais verbas que em 10 anos de Cultura!!!
Fundamental para a melhor gestão de Lisboa, como do território, é um correto ordenamento, um zonamento que procure o que existe de harmonia e de vida na “polis”, identifique as gentes e a patrimônio. A procure entender enquanto vida e articular o seu desenvolvimento, no enquadramento que os vários tempos e modos da cidade moldaram.

Lisboa é uma cidade de vales e colinas com um enorme aqüífero no seu subsolo, com declives graníticos, bem como zonas de aluvião (onde normalmente vemos despontar uma horta aqui outra acolá). Lisboa, como todas as cidades foi sendo desenvolvida a partir de um núcleo, por círculos, e períodos históricos, marcada por guerras, invasões, doenças e um terramoto (1755).
Ainda há vinte e cinco anos a leiteira vinha com o seu burro vender um litro ou litro e meio de leite até á Avenidas Novas, no centro da cidade, e as lavadeiras, que nos lavavam a roupa, cochilavam na então rotunda do Saldanha aí ao pé. Até há pouco rebanhos de ovelhas pastavam, um pouco abaixo, no Campo Pequeno. (II)
Nos últimos anos, e tal era inevitável, a cidade rústica e tradicional desapareceu. O que não era inevitável era o aviltamento da memória e o destruir das raízes. Porque se o hambúrguer e a coca-cola já tem o seu lugar no museu, não é em museu que queremos a cidade transformada.
É necessário reabilitar a cidade e organizar o tempo dos seus diversos tempos. Não pudemos continuar a assistir ao destruir do seu casco velho (Alfama, Mouraria, Castelo), pilar desta nave que também de Ulisses ganhou o nome. Não pudemos continuar a assistir ao desvirtuar da zona histórica e monumental. Não pudemos continuar a assistir á terceirização e destruição das Avenidas Novas ou da Avenida da Liberdade e á sua conversão num eixo de vazio.
Não se pode continuar a desrespeitar a lei, que impõe uma determinada área de verde e espaço de serviços por área construída. E não pudemos continuar a assistir ao perecimento dos nossos parques, das árvores das nossas avenidas, dos logradouros e das traseiras.
O preço do metro quadrado, a necessidade (quem a estabelece?) de melhores eixos de tráfego (mais automóveis, em vez de um melhor serviço publico!) não podem ser álibis para encher de betão o que é fundamental para a vida e o equilíbrio da mesma. A sombra, o oxigênio, a umidade, dos nossos parques e das nossas ruas não tem preço.
Em Lisboa temos pensado. Temos pensado num contínuo verde. Que procure fazer a ligação ente as várias zonas onde o verde ainda irrompe e onde se pode descansar a vista e lembrar a origem. Do jardim do Tourel passando pela Avenida, do jardim Botânico ao Príncipe Real, subindo a Avenida e ligando-a a Monsanto. (III)
A criação de áreas educacionais e agrícolas nos nossos espaços verdes, o apoio ao verdeja- mento das varandas e terraços o desenvolvimento de áreas de agricultura social tudo isso vimos em países desenvolvidos. Em Oslo, em Washington, em Boston, em Poitiers, em Londres e Roma.
Será que neste Município não há quem tenha interesse, coragem política e empenho em desafiar o imobilismo, os compadrios e os compromissos? Será que Lisboa pode ser mais do que a presa do capital especulativo? Será que pudemos voltar a desta cidade ter o prazer?
Prazer que é também a cultura, e a cultura tem a ver com, por um lado uma gestão do tempo e do espaço (a classificação e criação de regras/constrangimentos para a ocupação do mesmo) e por outro lado com o que vive se transforma, se cria e recria. Tem que ver com o movimento e as gentes.
A cultura tem dois tempos o que o lhe dá grandeza e o que lhe dá uso. Os Jerônimos e o fado vadio foram feitos pela mesma gente. Hoje no presente desta terra o que é necessário é que se dê espaço para que a morna, a desgarrada, o jazz e a marcha, a ópera (e quando o regresso desta, regularmente, a uma sala popular?) e a música tradicional, um festival de pintura e uma mostra de filmes de ambiente, a visita de companhias de teatro internacional e a descoberta do que se faz pelo país, o que é necessário é dar lugar para isso tudo. A cultura é um serviço social. O orçamento da mesma não pode ter um lógica de custos/ benefícios. E o mecenato também existe. Vistas largas e Lisboa pode ter a sua "movida" (IV) e reinventar-se.

Hoje Lisboa, e há quanto tempo dizemos hoje…, é um grande estaleiro, tantas vezes parado... O que está a ser realizado é a implementação de uma filosofia errada de desenvolvimento do sistema viário. É a filosofia do desenvolvimento econômico sem balizas sociais e a criação de uma megapólis sem futuro. É o contrário do que devia ser feito.
E bastava uma pequena parte, dos muitos milhões que estão a ser investidos, para alterar e racionalizar o tráfego. A lógica das grandes obras é o automóvel, o veículo privado com uma só pessoa todos os dias avançando ao assalto da cidade. Criando níveis de poluição atmosférica insuportáveis, favorecendo os buracos que com cada vez mais regularidade esventram as nossa ruas e aumentando o stress que todos os dias temos que enfrentar. A alternativa é clara. E também não é original.
Limitação de entrada de veículos na cidade. Parques dissuasórios nas entradas do metro na cidade, aumento do número e regularidade do serviço publico de autocarros e desenvolvimento de elétricos rápidos e sistemas de proximidade . Finalmente incentivos à descentralização (que deverão ser baseados em estudos dos fluxos de transporte e da rentabilização do tempo e que deverão ser articulados com autarquias da zona da Grande Lisboa).
E não se pode pensar Lisboa sem pensar o país e sobretudo sem equacionar a área da Grande Lisboa. Temos que escolher uma estratégia para o país que pare com a hemorragia dos nossos campos e revivifique vilas e aldeias. Temos que perspectivar uma gestão integrada da área da grande Lisboa pois os problemas (e basta ver os dois acima mencionados) que temos que enfrentar requerem soluções articuladas. O peso das estruturas administrativas centrais sobre a cidade devia ser aliviado. As novas formas de comunicação e a descentralização necessária deviam levar ao re-equacionar de muitas estruturas.
Lisboa é este organismo vivo, na sua história e passado. Na pulsão do presente, dos seus utilizadores e habitantes. Que come e dorme, que se agita e vibra, que produz e gasta. Para Lisboa queria dizer que há uma idéia verde. Um projeto estruturado que se tem visto aplicado em inúmeras áreas por esse mundo.
Esse projeto não é uma utopia.
Em Lisboa há, de fato, uma azinheira velhíssima. Plantada em cima do mar. Passado e futuro no presente.

2- Acima um resumo de um documento mais elaborado que produzi sobre a cidade de Lisboa. Que tem outros e muitos graves problemas de abandono e destruição, de descalabro urbanístico e social.
Sofre de um grave problema que aqui já referi no âmbito da lógica do nosso sistema político, do funcionamento da gestão urbanística e dos jeitinhos que em torno desta alimentam os partidos, os clubes de futebol, e o seu conúbio com interesses especulativos de “casino”.
Problema que é uma grave, gravíssima gangrena do nosso sistema sócio-político. Em 4 ou 5 meses na proximidade da gestão municipal verifico que as forças que atraem para o pântano são muito fortes, mesmo quando há sangue novo e vontade de fazer obra limpa. E neste momento está em discussão, no Parlamento, nova legislação autárquica que em lugar de aumentar a transparência a democracia e a participação vai reforçar o sistema de vilanagem e compadrio entre os partidos rotativos e do poder.

3- De Lisboa partiu faz este ano (2007) 200 anos a família real para o Brasil, fugindo às invasões francesas e também ao pensamento liberal que com elas vinha.
Em Lisboa há 100 anos, em 1908 foi eleita a 1ª vereação republicana que permitiu que em 1910 dos Paços do Concelho, centro do poder municipal fosse proclamada a Republica, comunicada por telegrafo ao restante pais que sem surpresa a ela aderiu, salvo alguns resistentes conservadores no norte do país.
Em Lisboa na gloriosa etapa do 25 de Abril foi alterada a substância das nossas vidas com o golpe militar e o levantamento popular que o legitimou que derrubou a velha e gasta ditadura fascista e libertou as colônias. Enviou um “cheirinho” para o Brasil então a viver tempos negros.

De Lisboa, sobre Lisboa hoje vos escrevo este texto com sentimento e envolvimento.

• Nome romano de Lisboa com referencia a Ulysses, hoje tema da nossa crônica, com menção da nossa parcialidade. Concorremos à gestão da cidade, nas eleições intercalares que aqui referimos em artigo anterior. O nosso grupo de “Cidadãos por Lisboa”, independentes com o mote da transparência nos processos de decisão e a participação dos cidadãos na vida do município teve 10% e elegeu dois vereadores (em 17). No âmbito da equipa tenho assumido responsabilidades políticas no executivo da cidade.

Notas:
I- Refiro o chamado Centro Cultural de Belém, que nunca passou de um centro comercial, hoje emprestado a um empresário que ganhou fortuna na exploração do trabalho escravo.
II- Essa a zona consolidada de Lisboa no século XIX que tem vindo nos últimos anos fruto de políticas de abandono e má gestão a ser delapidada e destruída na sua essência
III- O antigo “Passeio Publico” hoje Avenida da Liberdade assenta num vale de aluvião para onde escorrem diversos freáticos subterrâneos e tem necessidade de ser esverdeado e ligado a outras zonas verdes por ser fundamental para manter a estrutura arquitetônica da zona, assente em terrenos úmidos e é hoje fundamental como regulador climático e redutor de poluentes da cidade. Infelizmente, talvez por poeira no olho ou outras razões menos prosaicas, tudo o que se vai fazendo é o contrario...
IV- Em Madrid, um socialista histórico Enrico Tierno Galvan, foi capaz de com gênio reconverter a zona histórica, para usufruto das gentes, a cultura, a boemia e o comércio... e a habitação. Ressuscitou a vida!

O vosso “alfacinha”
(nome popular das gentes de Lisboa, devido à abundancia de hortas e alfaces na cidade)

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Thursday, January 03, 2008
 
C.M.L.
Por mero acaso no meu artigo de Dezembro, para o Cometa, de Itabira, e em comentário de boas festas em http://www.cidadaosporlisboa.org/, mencionava que mais cedo ou mais tarde se daria um estoiro, pois não é possível um acumular de felgueiras, ou melhor de frieiras, durante tanto tempo e não haver reacção.
Todos estes esquemas, negociatas, golpadas, corrupções grandes e pequenas abundam na merdaca, que é o funcionamento sem rei nem roque, sem lógica nem disciplina, sem controle nem fiscalização que são os vários serviços e sobretudo os de urbanismo e planeamento, e património da C.M.L.
Grandes e pequenas golpadas, compadrios, esquemas, envelopes abundam por aqui, e atenção pois penso que só abrangem uma minoria do pessoal da Câmara, mas de algum gabarito, como os actuais culpados, mas há outros, muitos outros... a funcionalidade, só quem não conhece o funcionamento desta estrutura a começar pelos #fiscais# está imersa num banho de deliquência e interesses (em tempos observei um fiscal da Câmara a ver com sol e chuva durante meses uma obra ilegal... quando esta esteve concluida... desapareceu... e desde a fiscalização da emelga aos fiscais dos quiosques, dos asaes municipais ao serviços de património pinga, pinga, pinga... deêm aministia a um ou dois e até saltam... é claro tenho que repetir são talvez uns 5% dos funcionários da C.M.L....para aí uns 500! que deviam estar na prisão... mas talvez se houvesse justiça e extrapolassemos para as outras câmaras não haveria prisões suficientes para esta gandulagem toda... por isso é melhor não mexer muito...e o sistema judicial ia ficar em cacos... e os partidos políticos...ai os partidos....
Talvez por isso se modifica agora a gestão autárquica sem que os instrumentos de controle democrático adequados sejam minimamente adequados...talvez se crie uma farsa de democracia, sobretudo para as grandes autarquias sem que se implemente uma lógica minima de controle e fiscalização pela Assembleia do funcionamento do Executivo.
Pode ser quer ainda haja hipotese de conseguir melhorar a proposta de lei dos grandes glutões (PS e PSD) pode ser que não.
De mãos limpas vamos estando cada vez mais longe...porque será que se lé cada vez mais, pelos blogs e comentários, referências ao regicidio???

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Wednesday, January 02, 2008
 
Proibicionismos
Sou contra.
Independentemente da minha posição individual sou contra a regulamentação pelo Estado em áreas que tem que ver com a vida privada dos cidadãos.
Contra a intervenção do Estado em áreas de regulamentação que tem que ver com o direito indidual, qualquer que ele seja, desde que não prejudique terceiros.
Parece-me obvio que a legislação que agora entrou em vigor não tem como objectivo defender o chamado consumidor passivo, para isso algumas regras e imperativos seriam suficientes, e eventualmente a criação de novas áreas de restrição absoluta (salas de aula, certas áreas hospitalares, restaurantes e bares se esse fosse o caso da vontade dos seus proprietários, com obviamente o estabelecimento de regras de etiqueta, áreas de atendimento de serviços públicos e tantas outras que se poderiam nomear sendo que em muitas delas já havia severas restrições!).
O que todavia esta nova lei pretende impôr são normas higienistas de um fundamentalismo radical que tem como objectivo uma sociedade livre de vícios, e cultivando o sagrado corpo humano, contra deuses e marés. O objectivo desta lei é testar a sociedade para saber qual o grau de resistência desta à ditadura da norma imposta pelo Estado em nome do Estado.
Seguir-se-ão outras já a serem implementadas com ferocidade pelos polícias, agora com uma corte de informantes e bufos que na sociedade portuguesa sempre merdaram, da ASAE e outras entidades que beneficiam, de alguma forma, com as multas deste sistema.
Não faz sentido não deixar ao critério de cada casa de restauração a determinação de qual o seu estatuto, não faz nenhum sentido, é um perigoso precedente de intervencionismo limitador dos direitos e da economia pelo Estado.
Entramos num caminho perigoso, muito perigoso.
Amanhã será na rua, depois nas nossas casas, depois será o regresso aos tempos da pior Inquisição, agora com o tabaco, a seguir com o vinho, depois as gorduras, depois, depois, depois...
É preciso fazer frente a este #diktat# sobre os direitos individuais, é preciso denunciar os prosélitos desta nova fé anti-tabágica.
Em nome do direito. Dos direitos.
No Pasarán!!!
Post scriptum:
Pois para quem não acredita estarmos no inicio de uma caminhada totalitário em direcção a uma ideia de "corpo são e mente quadrada" leiam esta beleza... "segundo o parlamentar Joaquim Couto, os deputados socialistas da Comissão de Saúde da Assembleia da República estão a preparar um conjunto de propostas relativas à redução do teor de sal nos alimentos, prevendo a regulamentação de uma quantidade máxima de sal nos produtos alimentares".
Choque e terror!

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Tuesday, January 01, 2008
 
2008, 5º ano.
Vai completar este ano, em Junho se não estou em erro, 5 anos de vida permanente este insignificante. Durante este tempo tudo ou quase tudo tem sido comentado, reflectido, analisado aqui.
Por aqui tem passado uns milhares de visitantes e tenho respondido a algumas dezenas de comentários pessoais, porque discordo da lógica de exposição que é hoje dominante nos blogs.
Irei levar a cabo, talvez por ocasião do evento uma modificação na imagem e no grafismo do insignificante, tornar a fotografia ou ilustração mais permanente e dar mais atenção á gramática, se possível.
Se a vida e outros eventos o permitirem irei publicar algumas das postas deste blog em edição impressa e se tudo correr bem editar outras coisas que estão em gestação.
Irei continuar a intervir politica e socialmente em Lisboa terra de nascimento e vivências de muitos anos e em Barrancos terra de origem e onde acumulo muitas gerações, e nos dois locais continuarei a ser guiado pelo prazer e a dimensão que o faz que são os envolvimentos e os sentimentos e uma ideia para a sustentabilidade e a melhor gestão.
Talvez me envolvo noutros projectos políticos e talvez não, talvez volte a dar aulas e talvez não, talvez, talvez..qui sera, sera...
Espero que o tempo me traga sagessa e que tal como em 2007 possa ser surpreendido por novas amizades, pela descoberta do mundo que existe nessas. E que as antigas se mantenham "sages".
Saúde e paz são também desejos que se juntam às intenções para 2008.
Para todos essas votos.
 
civetta.buho@gmail.com

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