insignificante
Wednesday, February 28, 2007
 

E com a colaboração da fotografada...
"E continuo com intenções de futuro e a viver muito o presente, o sol na cara, a música, os
abraços amigos, a descoberta intelectual, os livros..."
Porque a vida é isso tudo, com um bijinho!
 
 
A VERGONHEIRA DO LIVRO DE RECLAMAÇÕES

Já aqui tenho referido, por diversas vezes, a inutilidade do livro de reclamações, para além da actividade masturbatória do mesmo.
É um instituto sem regras, funcionando na balda dos serviços do Estado responsáveis (irresponsáveis) por este, degradando os queixosos e sendo fonte de prebendas e gratificações para os que da sua fiscalização são supostos.
Pois recebi da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, datada de 14/02/07 informação que queixa que apresentei em relação à FNAC em FEVEREIRO DE 2006 será "objecto de análise nos termos legalmente previstos".

Notável, passado mais de um ano, em que tive que continuar a utilizar um Power Book, vendido com defeito no teclado, que a empresa se recusou a trocar, seja já fora do prazo da garantia que me venham responder. Sei que a FNAC é useira e vezeira nesta atitude, vende produtos com defeito e remete...para o fabricante ou distribuidor as suas responsabilidades comerciais. Ou seja compra feita já nada é com eles.
Mas o que é incrivel é que não exista Estado de Direito nesta área. Não há ninguém a quem fazer queixa desta Autoridade e da sua ineficácia? Será que já tocaram a propina da FNAC?
A carta vem assinada pela sra. Maria João Seabra, que não sei se é conivente com esta situação!

Outra notável:
Tive, como aqui referi que preencher, mais um !, o livro de reclamações na Loja do Cidadão. Pois recebo agora uma carta assinada pela Conservadora Auxiliar Duarte Marcelino, a explicar-me tudo tim-tim por tim.
O que não explica é porque razão só depois de eu ter pedido o livro referido e de já ter prenchido o mesmo é que o problema ( afinal tão simples que nem precisava de simplex) se resolveu. Ora fora eu outro transeunte e teria perdido dias a resolver uma questão ...tão simples que em dois minutos ficou resolvida!
Alguém deve ser responsabilizado pela "desinformação"...

Haja, outra vez, Deus!

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Monday, February 26, 2007
 
Somos esmagados, pela estrutura, pela grandiosidade dos materiais que dão forma aquele corpo que cria uma nova centralidade na cidade e lhe dá outra excelência. As esculturas que a bordejam são curiosas e o cão de Jeff Koons uma delicia. O Guggenheim de Frank Gerry é uma obra que deixa marcas, no espírito que se vê infinito e no homem que o pode realizar.
Pode também realizar na sidreria Egi-Luze onde o abrir de cada cuba é uma festa que pede acompanhamento no verter da sagrada delicia. A acompanhar um fabuloso bacalhau e um fenomenal novilho. O espírito esteve presente.
Como presente esteve na fantástica Aloña Berri onde pela mão do Ramon os pinchos se transformam em obra de arte e o sabor, os sabores invenções infernais, de chorar demais.
Na companhia do Fernando, com o qual redescobri S.Sebastian, do Hotel Maria Cristina, ao Ayuntamiento onde se celebrava um evento contra o terror, à fabulosa praça, onde se registam os camarotes da antiga praça de toiros, da Manuela e dos jovens a Teresa, o Pedro e a Luísa todos eles com o português culto e engraçado de quem não esquece as origens e o "aire de broca" que os acompanhou desde essa. E da Isabel que teve a ideia.
Sempre voltamos aonde fomos felizes, e por aqui estamos de novo, e voltaremos, porque o espírito navega no tempo. Mesmo que o espaço pare.

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Sunday, February 25, 2007
 
Por terras bascas

Aqui, regresso.

Bilbau, hoje com o fabuloso Guggenheim, e com o histórico centro e as suas tabernas e o povo na rua, e o nazismo que continua a larvar na violência de uma minoria que procura aprisionar o Estado, que procura através da violência levá-lo para o mundo das trevas e com ela a sociedade, para um mundo de ignorância, de falsificação da história (por parte do burlão do padre Sabino), da invenção de uma língua inexistente na modernidade, gente que não sabe de todo o valor da humanidade, que só existe num mundo onde os seus encapuçados vivem e onde o terror é lei.

O país basco é terra de misturas, de muitas misturas, de costumes fortes e de costumes importados e inventados como se fossem autóctenes. O país basco é uma terra de hospitalidade desvirtuada pelos violentos em nome do nazismo que defendem.
O cheiro do tempo, o convivivio dos espaço, que percorre estas terras, aqui ou em S.Sebastian, que é das cidades mais bonitas do mundo, é inolvidável. O cheiro do tempo e a capacidade de resistir e oxalá debelar esta doença nazi que travestindo-se e iludindo muitos em nome de uma pseudo-esquerda continua a aprisionar consciências e a provocar o medo.
Não é possivel falar desta pequena estadia sem manifestar a repulsa, todo o asco, pela continuação da soberba, pela continuação do vandalismo e da violência.

Das sidrerias, da praça de toiros hoje praça sem toiros mas com os camarotes espectaculares, do fabuloso museu, do convivio, de Irun e do parador Imperial de Fuenterrabia-Hondarribia (obrigado Fernando!), de ninfas a sair de porta bagagens nocturnos, escreverei outro dia, ou talvez não.
Mas aí fica para registo, fica para sugerido para a imaginação. Com um pincho e outra copa.

Chego e preparo uma semana louca. E o meu editor pede-me outro artigo, e o meu administrador outra produção, e colegas mais reuniões, e outras chatices se enrolam pelo meio da vida... ai,ai,ai!

 
Wednesday, February 21, 2007
 
Vento, o poderoso vento que enrodilhas o senhor da terra...

Hoje foi um dia de trabalho.
Escrita, leituras, contactos, reuniões, respostas, desenvolvimento de projectos, novas aferições, ideias a estruturarem-se, coisas a serem produzidas, telefonemas, organização de materiais.
Hoje foi um daqueles dias com pouco tempo para a coçada, e olhada pelos sites e a descoberta de outras ideias.
Há dias que nos fazem invejar o Calvin...e o fabuloso Hobbes!

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Tuesday, February 20, 2007
 
BABEL

Recordei um livro curioso, a "Profecia Celestina" ao ver o filme de Alejandro Inarritu com o nome em título. Tudo está ligado e os acasos não existem mas teias de acontecimentos que se interligam. A teoria dos fractais pode ser de tudo explicação, ou não.
O que é divertido é que tudo se pode construir, reconstruir, articular, desarticular e para tudo se pode arranjar uma explicação e a sua contrária.
A vida, a própria vida e as suas alucinações pode ser uma lateralização do real, ou não.

Realidade foi depois do filme o regresso ao Velho Goa, ou melhor ao Cantinho da Paz, ou melhor à Casa de Goa, na Calçada do Livramento onde está o verdadeiro Sebastião a gerir um antro de cozinha goesa. Um sarapatel delicioso, um xacuti de espanto, um carril de gambas fenómeno(aquela molhanga, ai aquela molhanga), uns doces ao nível e a simpatia de 35 anos (cerca de trinta o tenho acompanhado!) como ele diz a servir, mas de facto a representar a comida goesa, que é das melhores hibridizações que deixamos ao palato e à gastronomia universal.
Ainda com a boca cheia de sabores e o estomago a ronronar chego a casa e de um jacto produzo 6 páginas de um novo capítulo para um renovado manual.
Para entrada lembrei-me/encontrei um fabuloso poema de Sebastião da Gama (lá está a profecia a cruzar-nos a vida!):
#Enrodilhei-me no Vento...
Vou e venho,
Vou e venho,
E o Vento sempre a rolar-me,
E agora quero agarrar-me,
Lanço a mão a procurar-me,
E é só o Vento que apanho...#
O vento; ar, massas de ar, a circular entre as altas e baixas pressões.
Que se concretize com as suas profecias.

 
Monday, February 19, 2007
 
Palhaço

Era assim que o Dr. Cardoso, agente local da União Nacional, e padrinho de metade da ilha, designava o Alberto João, quando ele era pequenino.
Já lhe vem, pois, de longe o jeito para essa actividade artistica, que as condições particulares e a doença larvar nas ilhas permitiu que se converte-se em, após uma série de vilanias, como se diz localmente, em poder político.
Mas aí, também à força de muita poncha logo pela manhã, continuou a palhaçada videirinha.

Hoje parece que se vai demitir para provocar novas eleições, para o seu próprio cargo e eleger-se ele mesmo.
Quem conhece o sistema feudal existente na Madeira, com resíduos do antigo trato de colonia e servidão, sabe que é e continuará a ser assim.

Sou inteiramente a favor ( desde já lamentando os que localmente não gostam desse circo!) em dar (mas dar mesmo e até perdoar-lhes a dívida e tudo!) a independência à Madeira.
Já, se for possível, ou quanto mais depressa melhor.
Eu e muitos milhões de portugueses achamos que o preço para nos vermos livres desse troglodita nunca será demasiado.
Independência para a Madeira, já, deve ser a palavra de ordem de todos os democratas, anti-fascistas e anti-colonialistas.
Independência imediata e incondicional!
Haja testículos para o enrabar de vez.
P.S.
Enrabar na Madeira não quer dizer o que estão a pensar. Testículos sim.

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Sunday, February 18, 2007
 
PECADOS, íntimos

Estes inicios de ano, até aos oscares, são sempre de alguma safra cinéfila, que este ano se verifica particularmente simpática.
Fui hoje ver #Litte children# má tradução ( moralista e alucinada!) para o título de Todd Field, que ontem havia sido abordado numa simpatica reunião na Amnistia Internacional, em Lisboa.

O filme de facto induz a uma reflexão profunda sobre a questão do direito e dos limites do estado de direito e da implementação de todos os direitos civis, e a uma reflexão sobre a manipulatória justiça popular, os "vigilantes" e a sobre como deve a sociedade proteger-se de si mesma, do preconceito, mas também como lidar com as taras e a sua continuidade.
E claro também pode ser base para uma reflexão sobre as relações, os problemas destas, o papel do sexo nessas ou fora dessas, e nesse âmbito é deliciosa a sessão de comentário à Madame Bovary ( Balzac).
Os americanos é que são de facto crianças pequenas e o futuro não augura que venham a crescer. Apesar de inch allah...

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Saturday, February 17, 2007
 
Silêncio

Há momentos de desespero e há silêncio.
Acabara de escrever uma prosa conseguida sobre esse e os cartuxos que o protagonizam, no belo filme de Groning "Grande Silêncio" e um inadvertido toque numa tecla e tudo desaparece no silêncio do vazio etereo.
Escrevia sobre a água que invade este silêncio, e do fabuloso dialogo, e quase único, sobre o lavar das mãos, actividade cheia de conotações simbólicas, da neve, dos ribeiros, da chuva, da água/neve onde se brinca, onde os cartuxos se divertem, num momento de pausa da busca, através de processos clássicos de sado-masoquismo e mesmo humilhação, de Deus.
Recordo que perguntava porque razão Deus se tem que encontrar através do sofrimento (ontem ao reler partes da Biblia voltei a encontrá-lo velho mesquinho e desprezível, seja qual for a interpretação dos textos, felizmente todos inventados por homens) e, será que ele é também sexo, e com essas subtilezas (?) se concretiza?
Volto (prefiro) ao ai meu deus, ai meus deus tão orgiástico...
Escrevia sobre a elaboração das lógicas discursivas e a invenção da realidade que as palavras estruturam (e inventam!) e o silêncio realiza internamente, pela desestruturação psico-neuronal.
Silêncio que é também a junção do passado e do futuro, no momento desse, entre esses.

Um filme zen para pensar também o poder dos discursos e o sem poder desses, para pensar na complexidade ( o tal sado-masoquismo!) da natureza humana e a busca de algo infinito através desse caminho.
Uma luz fabulosa e uns cromáticos pictóricos, uns actores excelentes na sua veracidade (os cortes de cabelo, outra humilhação?, fabulosos) e o cante gregoriano a encher de sons este filme silencioso.
No final uma janela aberta...
E, ainda, há o tempo, o tempo que passa, o tempo que fica, o tempo sem tempo onde o passado e o futuro se juntam... no silêncio.

 
 
Portugal no seu melhor

Pois em que outro país do mundo uma ex-vila, hoje cidade tem transportes públicos anunciando o importante lubrificante anal e anestesiante, ponto G?
Pois, caros leitores e leitoras, não devem ser muitas.

Em Vila Nova de Gaia, na morada indicada podem encontrá-lo e eventualmente outros acessórios necessários para a adequada função que desta forma é publicitada por toda a cidade, e agora graças a este blog Insignificante, mas sempre em cima e algumas vezes, há que reconhecê-lo, com toda a honestidade, atraz das noticias que escapam aos grandes orgãos (curiosa palavra...) de comunicação, é dada ao conhecimento do país e mundo da lusofonia.
Haja Deus, precise ou não de lubrificante que ele está em toda a parte.


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Thursday, February 15, 2007
 
Outra vez a galope

Temas não faltam e comentários sobre os temas tão pouco, e comentadores alguns dos quais miseráveis e sem qualidade sequer para o jornal da paróquia, a tecer comentários e a inventarem realidade.
Tenho desde já que lamentar que o jornal Público em processo de abismo tenha dado mais um passo em frente. O grafismo novo é de 24 Horas e as secções que desapareceram (ou onde estão?), a progressiva regressão da qualidade da escrita e análise, o afunilar dos comentadores auguram-lhe pouco futuro. Que aliás só existe nas lógicas multimédia que definitivamente não é a do Público, e que não se vislumbra em Portugal ( apesar da Lusomundo, etc).
E continua a faltar outra informação, ancorada nas regiões, alicerçada nos direitos, comprometida com a análise e investigação.
Aqui e ali alguns blogs vão interagindo. Aqui e ali vamos respirando. A passo, a trote,...

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Wednesday, February 14, 2007
 
Cansado

E um grande cansaço tomou conta da realidade, o tempo continuou a passar à mesma velocidade sem se dar conta que podia parar, ser parado, como a luz, em laboratório.
O final do processo do referendo, o continuar os projectos profissionais devagar porque tudo encalha em algo; a preguiça das inércias; e a visita diária ao sítio dos loucos em Sta Maria e o observar os caminhos da insanidade, tudo isso, tudo isso; e as pontas que se vão articulando tem sido cansativo, muito cansativo.
Ontem fui ver o fime da fotografia, de Clint Eastwood e lembrei-me de outras fotos, outras reconstituições ( soberbamente analisadas por Susan Sontag). Todas as fotos são sempre, quase sempre encenadas, pela pose que se faz ou pelo olho que escolhe, ou pelo tempo, ha o tempo, esse grande esquecedor.
Os passados, como as fotos também têm varias dimensões, diversas reconstruções.
Qual a realidade?
E um grande cansaço tomou conta da realidade, tomou conta de mim.

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Tuesday, February 13, 2007
 
Quem ganhou no dia 11 de Fevereiro?

Ganharam as mulheres portuguesas, todas elas, porque a todas é agora dada a oportunidade de escolha da maternidade em condições de saúde e de consciência,
a todas as que por motivos, certamente ponderosos, não possam ou não a queiram ter, neste/nesse momento, é-lhes dada, nas condições da lei e sua regulamentação, o direito a interromperem a gravidez em condições clínicas e sem por tal serem incriminadas, humilhadas condenadas.
Sendo essa a questão em referendo é essa a substância da vitória, esmagadora, da votação dos portugueses.

Ganhou também a separação do Estado de uma ideia, e só uma ideia, de alguns sectores religiosos e fundamentalistas sobre a vida, a sexualidade e o futuro. Ganhou o Estado laico, a educação sexual, que será ministrada a tantas jovens que engravidam por acaso e que agora no acto da interupção de uma gravidez não desejada podem ter acesso a essa.

Ganhou quem (todos! os e as) desde há muito se bate pela vida do direito, pelo direito à liberdade de consciência, à tolerância e à responsabilidade cívica.

Ganhou a vida humana e a sociedade onde esta se desenvolve em respeito pelo outro e pela sua dignidade, contra a trafulhice e a mentira, as confusões (o não que afinal podia ser sim mas era não!) e o “excomungo”.

Ganhou a sociedade adulta e sem medos em que nos vamos transformando.

Post Scriptum:
Não quero deixar de referir, com mágoa e desilusão, que penso que perdeu, perdeu definitivamente e penso que terá sido o último, com esta moldura legal, o instituto de participação cívica que é o referendo, pese a forte subida de votantes, que qualifica definitivamente, pela enorme diferença, o resultado agora verificado.

Texto escrito no Domingo a solicitação do Jornal das Caldas
 
Monday, February 12, 2007
 
Continuando a caminhar...

Voltou a tranquilidade, voltamos a concentra-nos nas alterações climáticas, na eficiência energética, na divulgação de energias suaves, voltamos ao trabalho de todos os dias, que não deixou de ser feito, mas que concorria com outra concentração.
Reuniões a agendar, trabalhos a elaborar ou rever, projectos a desenvolver, telefones e emails a torpedearmo-nos, e um tremor de terra, violento no 7º andar a agitar-nos do computador.
E o mundo, a terra que volta a andar, no seu percurso de milhões de anos em torno do sol, qual poeira cósmica concentrada que é e nós, não mais que isso, nela.
Voltou a tranquilidade. Nela continuamos a vida, a verdadeira vida.
Até amanhã.
 
Sunday, February 11, 2007
 
Pela VIDA do DIREITO

Embora com a ressalva do post anterior a vitória das forças cívicas laicas, tolerantes, empenhadas na defesa do direito, e da vida a enquadrar-se no direito, foi esmagadora.
Vi com gratidão o Duarte Vilar na televisão, é um dos grandes responsáveis por uma melhor consciência cívica de tantos homens e mulheres deste país e não quero deixar de o mencionar.
Outros poderia mencionar, os que comigo deram um empurrão para que em Caldas da Rainha o sim subisse mais de 5 mil votos e 5 pontos percentuais e obtivesse uma vantagem surpreendemente maior que a nacional.
Os que comigo em Barrancos se empenharam por convencer (aumento de 75% de votantes em relação a 98, com quase 70 % de sims, mais 10% que em 98) apesar das dificuldades antes mencionadas e insistiram em campanhar.
Tantos outros com que por aqui e por ali não deixámos de persuadir, com quem não esmorrecemos na companhia do confronto, a quem não descurámos o comentário.
Irei entrar em defeso no que se refere à actividade cívica.
Gastei muita energia (leituras, escritos em jornais diversos e blogs, sessões de esclarecimento, arruadas, irritações e para além do tempo, gastos, que correspondem à minha forma, radical, de fazer política- pagar a política que desejo, pagar para a tornar democráticamente atractiva!), desgastei envolvimentos e empenhos.
Este é, talvez, um dos combates cívicos onde tenho mais percurso, talvez com a ecologia política logo após.
Apetece gritar, um grito que seja um uivo profundo.
Moloch, ó Moloch!

 
 
Referendum

O 1º resultado já é conhecido.
Ao absterem-se em massa ( cerca de 60% de abstenção) os portugueses acabaram, definitivamente, com a figura política do referendum a todos os níveis, para emitirem a sua opinião ou procederem a qualquer avaliação política.
Nunca mais assinarei qualquer documento a solicitar esta forma de intervenção civica, que é notóriamente desafecta da maioria, repetida pela 3ª vez, dos nossos compatriotas.

Ao derrotarem esta forma de intervenção socio-política, independente do julgamento que façamos da sua oportunidade e tema da mesma, os portugueses liquidaram os referendums.
Que os políticos assumam as suas responsabilidades e o extingam.
Eu, também nesta matéria, não deixarei de tirar as minhas conclusões.
Referendums, nunca mais!
 
Wednesday, February 07, 2007
 
Vergonha

Diz a lei: devem as Câmaras Municipais disponibilizar aos grupos de cidadãos que o requeiram espaços com condições para realizar sessões de esclarecimento para o referendum

Pois em Barrancos, com toda a informalidade, é certo tinhamos previsto para amanhã uma sessão com a presença do Dr. Rui Pereira Alves, director clínico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e eu próprio na qualidade de subscritor do Alentejo pelo Sim.

Foi pela vice-presidente sra Isabel Catarina impedida a realização desse evento por não disponibilizar o único espaço (salvo o Salão Nobre do Concelho!) para a realização desse que é o espaço no Turismo.
Barrancos será o único concelho do país onde questões não serão respondidas, dúvidas não serão elucidadas.
Não deixaremos de realizar uma acção de difusão de informação e esclarecimento, pese a atitude intolerante, prepotente e ilegal da sra Vice-Presidente.

E mais surrealista, sendo que pensarei na atitude a tomar após o referendum, foi-me transmitido que como não houve sessão do não...parecia mal haver do sim...

Post Scriptum, em conversa telefónica com o meu amigo e Presidente da Câmara Municipal de Barrancos António Tereno disse-me ele que era sua toda a responsabilidade e que afinal já havia sala e que tudo não fora senão uma sucessão de mal-entendidos.
Registo a amizade que é como ele sabe é mutua, sendo que prezo de separar afectos de situações políticas quaisquer que elas sejam, e a assunção de responsabilidades pela infelicidade de seus colaboradores.
Não deixou de se perder a oportunidade de esclarecer convenientemente quem o quisesse e não deixo de estar sentido com a forma indelicada, para usar expressão suave como este assunto foi tratado pela Isabel Catarina.
Não deixarei de ter isso em conta em qualquer futura intervenção local.
 
Tuesday, February 06, 2007
 
China e Arizona

Com o passar do tempo, com a fuga do universo para o vermelho, com o movimento das poeiras cósmicas de que somos feitos e de que somos vida, apreendi, para tal citando o Principezinho de Ste Exupéry, a distinguir a China do Arizona, e a utilidade de tal, sobretudo quando estamos perdidos e é noite.

Votar no Domingo, dar vida ao direito de milhares, milhares de mulheres que estão entre nós, e que por razões insondáveis e que são de dor no seu intimo não podem, não querem neste, nesse, momento levar a consequência o desenvolvimento embrionário de vida, que delas depende, é um empenho.
Que essas milhares de mulheres não tenham que ser devassadas, humilhadas, julgadas e condenadas é uma opção política a favor da vida do direito.
Hoje foi um dia em que pensei na China e no Arizona e como há que alumiar, esclarecer para que as distinções se tornem claras e se perceba, todos possam perceber, que o direito à vida e o direito à vida do direito somos nós que defendemos!
Nós, todos nós do sim, de todos os sims, é que defendemos as mulheres vivas, a sua saúde, a sua fertilidade, a sua dignidade.

Hoje foi um dia fértil.
Mais um livro de reclamações (notável quando o estava a preencher...o problema burocrático resolveu-se!, mas a reclamação contra um simplex incapaz ficou!), um almoço amistoso e caloroso acompanhado de simpática muamba( com um fungi notável!) e bom ambiente na Associação Cabo-Verdiana, na Rua Duque Palmela e um livro de Ramalho Ortigão sobre a incúria portuguesa, a incúria para com a memória, a arte na memória "O Culto da Arte", da Esfera dos Livros.

E preparo uma sessão de esclarecimento local. Porque a discussão sobre o direito, o nosso direito não pode, não deve deixar ninguém de fora.Todos somos importantes, cada um deve fazer o que lhe cumpre!
Doa a quem doer!
 
Monday, February 05, 2007
 
É preciso denunciar este horror.

As causas profundas são as mesmas que procuram impedir o direito das mulheres em Portugal a uma interrupção voluntária da gravidez em condições de saúde e com dignidade.
Nunca é demais denunciar isto.
Cito o último paragrafo:

"Na maioria dos casos, a prática da mutilação genital feminina é justificada com base em tradições ou crenças religiosas e culturais. Quem as pratica acredita que as menores se manterão virgens até ao dia do casamento, que evita comportamentos imorais, previne a morte precoce ou é considerada uma imposição religiosa."

Imposições culturais absurdas (sobre a sexualidade feminina), lógicas religiosas fundamentalistas(como a que resulta do 7º Mandamento e o anatema sobre o corpo e o prazer) ideias higiénico/sanitárias delirantes (sobre a imoralidade, a morte precoce ou a virgindade) fazem o caminho pelo obscurantismo e um mundo sem luzes, nem racionalismo.

O direito a uma IVG em condições e com sequência de dignidade e é o nosso Rubicão no caminho da Humanidade.
Não nos esqueçamos que a luta das mulheres e dos homens pelo verdadeiro direito à vida, a uma sexualidade livre, e a um patamar de justiça social , enformada por valores de civilidade não pára aqui.


"Dois milhões de meninas alvo de mutilação genital por ano
Dois milhões de meninas são vítimas anualmente de mutilação genital em todo o mundo, sobretudo em África, segundo um relatório da organização Save The Children, apresentado hoje por ocasião do Dia Mundial da Tolerância Zero contra a Mutilação Genital Feminina.
A organização apurou que a mutilação genital é praticada em 28 países africanos, em percentagens muito elevadas em relação à população feminina: Benin (50%), Burkina-Faso (entre 43 e 66%), Camarões (20%), Chade (60%), Costa do Marfim (60%), Egipto (97%), Eritreia (90%), Etiópia (90%), Gambia (entre 60 e 90%), Gana (entre 15 e 30%), Guiné (entre 70 e 90%), Guiné-Bissau (50%) e Quénia (50%).

A lista prossegue com a Libéria (entre 50 e 60%), Mali (entre 90 e 94%), Mauritânia (50%), Níger (20%), Nigéria (50%), República Centro-africana (50%), República Democrática de Congo (5%), Senegal (20%), Serra Leoa (entre 80 e 90%), Somália (98%), Sudão (89%), Tanzânia (10%), Togo (12%), Uganda (5%) e Jibuti (entre 90 e 98%).

Porém, a mutilação genital feminina também é praticada na Europa, EUA e Médio Oriente entre imigrantes provenientes desses países, refere o relatório.

A idade durante a qual as jovens são submetidas a esta prática varia desde os poucos dias de vida até aos 20 anos, embora na maioria dos casos seja realizada entre os 12 e 14 anos.

O relatório refere que são quatro os tipos de mutilação, desde a circuncisão (a menos grave), passando pela escisão até à mais grave que consiste na eliminação completa dos genitais femininos externos e que pode incluir o uso de substâncias corrosivas.

Na maioria dos casos, a prática da mutilação genital feminina é justificada com base em tradições ou crenças religiosas e culturais. Quem as pratica acredita que as menores se manterão virgens até ao dia do casamento, que evita comportamentos imorais, previne a morte precoce ou é considerada uma imposição religiosa."
 
Sunday, February 04, 2007
 
Entramos na última semana de esclarecimento. À demagogia, vilania, mentiras há que opor a serenidade da consciência e da responsabilidade:

Daí a César o que é de César.Votem SIM por um Estado de responsabilidade e consciência

1-
Recapitulemos:
O que não está em discussão, e para tal socorro-me do texto do Supremo Tribunal do Estados Unidos da América no quadro da decisão que tornou a Interrupção Voluntária da Gravidez (Roe Vs Wade), com uma amplitude temporal muito superior à prevista no texto que vamos referendar, legal:
“ Não nos compete resolver a difícil questão de quando a vida começa. Quando mesmo os especialistas nas áreas de medicina, filosofia e teologia são incapazes de chegar a qualquer consenso, não é ao sistema judicial que lhe compete especular sobre a resposta a essa questão.”
O Supremo Tribunal só se constitui responsável para determinar o direito ao aborto, com base no respeito da privacidade garantida pela Constituição.
Nos Estados Unidos, nos termos do legislado então (1973) as I.V.G.s são permitidas até ao momento em que a vida do feto seja viável fora do útero, por escolha da mulher.
Nós por cá vamos escolher, não onde começa ou não a vida, tema que dá certamente para escrever inúmeros tratados mas sobre o qual não há o menor dos acordos, entre os mais variados especialistas, das mais variadas disciplinas, e que como já aqui escrevemos tem ao longo do tempo sido considerado de forma diferente pelas diversas religiões,

VAMOS ESCOLHER SE AS MULHERES QUE PRATICAM UM ABORTO O PODERÃO VIR A FAZER EM CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SE TÊM, POR ISSO, POR O TEREM PRATICADO NAS CONDIÇÕES ACTUAIS DE INSEGURANÇA E CLANDESTINIDADE, QUE SER EXPOSTAS NA PRAÇA PÚBLICA CASTIGADAS E PUNIDAS.
O NOSSO VOTO VAI SIMPLESMENTE PRONUNCIAR-SE SOBRE ISSO!

Em todas as circunstâncias não se vai impôr uma norma, não se pretende estabelecer um principio e dá-se espaço a todos os que respeitavelmente tem a opinião que o aborto é um homicídio e que portanto devem agir em conformidade com esse pensamento.
Refiro a propósito de um elemento absolutamente fantasmagórico que surgiu na campanha, uma referência de Frei Bento Domingues (Público 28/1) “a embriologia expressa no boneco chinês é uma pura fraude e uma obscenidade”.
Não há nenhum consenso onde começa a humanidade, a vida dessa.

Esse pensamento (que o aborto é matar uma vida humana), que não é senão um pensamento ideológico (ou seja é uma idéia convertida em acção política!) conduz os que o têm a não respeitarem quem o não partilha, dando desde logo mostras de um espírito inquisitorial e não tolerante para com outras idéias, outras noções do vivo.

Penso inclusive que é imoral, repugnantemente imoral que as pessoas que pensam assim se disponham a influenciar, a induzir em perturbação as mulheres que por razões que no seu intimo são sérias e ponderadas, e que eles consideram desde logo como assassinas potenciais, se preparem para aconcelhar a não interrupção de uma gravidez não desejada.
E que ainda por cima assim que esse acto seja realizado se aprestem a perseguir a mulher criminalmente.

2-
Clarifiquemos:
Ninguém se deve abster de intervir, dar o seu voto, contribuir para formar potencial de legislação.
O que está em jogo neste referendo não é como já aqui referi a decisão de quando começa a vida (sobre a qual há inúmeras opiniões da ciência e da religião, e da sociedade).
O que está em decisão e para tal temos que usar o nosso poder, o poder de viver numa sociedade onde as leis são feitas pelos homens, para os homens, dando obviamente a este substantivo o sentido de humanidade,
ou se entendemos por imperativo de uma qualquer noção moral, vinculada provisoriamente por alguma ciência ou alguma fé ou religião, devemos viver, continuar sob o domínio de leis que impedem a liberdade de consciência e o exercício pelas mulheres da cidadania e da liberdade pessoal.
É uma questão global que temos que ter em consideração quando votarmos, todos e cada um de nós.

O que está em causa é mais, é muito mais que o simples voto sobre se as mulheres devem ou não ser processadas, julgadas, condenadas ir para a prisão cumprir pena como traficantes, ladras, criminosas no caso de decidirem, na sua consciência e responsabilidade (e esse sim não é porque sim, porque não é uma decisão leviana!) interromperem a gravidez.

EMBORA ESSA E SÓ ESSA SEJA A PERGUNTA QUE NOS É COLOCADA!

O que temos em nosso poder decidir é se em Portugal,
-ao arrepio da esmagadora maioria dos paises membros da União Européia, dos Estados Unidos, da esmagadora maioria, da quase totalidade dos países com democracias estabelecidas, em que o primado das leis e do direito são o fundamento dessas,
vamos continuar a regermo-nos por princípios ontológicos (que são os que tratam da natureza do ser, da realidade dos entes e da metafísica), a que alguns pretendem atribuir uma “patine” religiosa;

-ou se em Portugal o poder do pensamento inquisitorial, com ou sem religiosidade a ele associada, vai deixar de dominar os espíritos e os corpos, sim os corpos que lhe dão sentido.

3-
Votemos:
No dia 11 é disso, também disso que se trata.
Votar SIM é votar pela vida, pela vida do espírito responsável para decidir, do seu futuro, no seu presente.
Votar SIM é votar na responsabilidade da mulher, por uma maternidade consciente.
Votar SIM é votar numa sociedade onde o que é de César a ele (que somos também Nós, todos nós) e só a ele/nós compete decidir.

Este é um dos artigos que tenho vindo a publicar na Gazeta das Caldas. Em relação aos artigos anteriores um sacerdote católico entendeu fazer comentários, que estarão disponíveis na www.gazetacaldas.com.
Embora sem espaço para rebater um por um todos eles não deixei de introduzir um

Post Scriptum:
Teve a direcção da Gazeta a amabilidade de me dar a ler a gentil carta que o Padre Rui Gregório me escreve.
Sendo impossível comenta-la no detalhe refiro que as citações bíblicas ou de Evangelhos nessa feitas são contraditórias com outras ( eu fiz estudos teológicos pós-universitários, sei do que falo sendo as minhas menções a tradução de Tolentino e os Evangelhos de S. Lucas), ou seja cada um cita as que quer.
Pena colocar o sr. César das Neves ao nível de Sto Agostinho ou de S.Tomás de Aquino ou de Frei Bento Domingues...
Tenho que referir e elogiar que o pecado mortal da fornicação (7º Mandamento) seja absolvido pelo Padre Rui Gregório (LOUVADO SEJA ), infelizmente nem todos os seus colegas o fazem.
Lamentavelmente, na linha das diversões de Marcelo Rebelo de Sousa, ignora o que está na lei e o que se vai referendar:
Vai-se referendar se as mulheres que interrompem a gravidez devem ser presas, julgadas condenadas, sendo pois que deveria também votar sim em consciência tanto mais que ao contrário do que diz no seu testemunho as razões psicológicas não estão contempladas na nossa lei ( e sim em Espanha onde são motivo de IVG).
Em resumo é uma resposta tendenciosa e manipuladora apoiada em “factos” deturpados e que podem induzir em erro leitores menos acautelados que eventualmente não se apercebam da dimensão de erro daquilo que é descrito.
Talvez o Padre Gregório tenha feito companhia aos seus colegas de Bragança e Miranda e de Castelo de Vide no seminário...
 
civetta.buho@gmail.com

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