insignificante
Nem 24 horas durou Mubarak, depois da sua última bravata. Estava escrito nas estrelas. O discurso de ontem percebeu-se que era o estertor.A rua árabe já tomou a Tunisia, agora o Egipto e há sinais na Jordânia, na Síria, na Libia, em Gaza, em Marrocos de que o mundo pode tremer, os regimes do nepotismo e da ausência de liberdades públicas podem,podem todos cair.
O que se segue é outra história, os receios do fundamentalismo (que está a ser posto em causa no Irão, em Gaza e no Líbano) são reais mas do meu ponto de vista só se combatem com democracia e mais, mais liberdades.
Hoje há mais um povo feliz.
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Ontem assistimos a dois exemplos lamentáveis da política de terra queimada.
Um foi o discurso do bandido Mubarak. Sem sentido, ao arrepio de tudo e de todos, continuando a não ver a realidade ou pior que isso a procurar exactamente esse efeito, o de abrir caminho, cada dia que passa, ao fundamentalismo islámico, que é a única força que parece reforçar-se no actual cenário de ausência de poder, descalabro da economia e não constituição de outros referentes.
O outro, o outro voltou a ser o Bloco da Esquerda e o seu líder. Desdisse tudo o que tinha dito, novamente, só que agora no prazo de uma semana disse tudo e o seu contrário, com objectivo politiquês de chicana e boçal potiquice.Tal com o apoio a Manuel Alegre sem um pensamento estratégico ao sabor de pequenas conveniências e sem estabelecer um quadro de ambição e orientação política.
É claro que dado que o objectivo é de chicana a moção vai ter uns presupostos inaceitáveis para a direita, embora sempre me tenham dito que o que se vota não são esses mas a censura (que devo dizer é generalizada no país).
O governo está a prazo, se não for agora, e o BE deu de bandeja o poder ao PSD e reduziu-se à insignificância em futuras eleições (como é que não votará uma moção de censura seca e directa que o PSD apresente no seu timing?)sem um pensamento de futuro, sem uma linha de rumo e sem um minimo de estratégia.
O Bloco da Esquerda entrou em derriva e julgo que deu um passo para ir ao fundo em próximas eleições que trarão o PSD ao poder, infelizmente com este CDS associado.
E o país continuará a não ter quem formule uma política clara e sensata para a economia, um modelo de organização política que responda às novas situações da sociedade e um projecto de solidariedade que assente na sustentabilidade e responsabilidade social.
Ontem foi um dia desgraçado, para o Egipto e para o Portugal desta partidocracia.
Nem Mubarak nem esta peste tem futuro.
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Egipto.
Alguém com um minimo de bom senso acredita que um ditador velho, decrépito, corrupto e autoritário possa, sem apoios que sabemos reunir apoios públicos, na praça pública?
Ninguém, e para que não seja noticiado quem e como se organizam esses apoios nada melhor que agredir, deter, bater, hostilizar os jornalistas, que hoje tem tido a vida ainda mais dura por essas terras, berço de civilizações.
Parece que a aprendizagem do abandono de um poder que não tem resultante de nenhuma vontade expressa livremente é dura, e que ligado a esse abandono, conforme as circunstâncias pode ou não haver mais ou menos sangue, mais ou menos mortos, mais ou menos infelicidade na felicidade.
Mubarak enfileira na lista de assasinos, com os Castro, Mugabe, Kadafi presentes ou outros passados (e lembrar o nosso não é dispiciendo)na América Latina ou na Europa do Leste.
O futuro não o conservará em memória digna. No presente é mais um crápula a agarrar-se ao que lhe resta de poder.
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