insignificante
Saturday, March 31, 2007
 
Garotadas

Devia dizer garotados uma vez que é do que eles gostam, o sr. Paulo Portas e os seus amigos, mas não sei porque razão a comunicação social e os, alguns, portugueses perdem tempo com esta gente. Não há uma ideia ( que não seja a já exposta no Marquês de Pombal, nos Telmos, Rebelos, Melos, Aramarales, Guedes, e etcs) que não seja tomar o poder de uma coisa insignificante, mas que lhes dá uns tachos e umas linhas nos média.
E eu sei do que falo, que conheco-os, pessoalmente ( abre nuncio, vade retro!).
Mas hoje continuam o espectáculo, que se a direita portuguesa é esta, o futuro dela é igual ao presente do Salazar, cinzas, cinzas!
A Mizé que é apesar de discordar dela em quase tudo, assim como do Manuel Monteiro e Cia que fizeram tudo mal!, o futuro da direita em Portugal afastaram-se de esta bichice, sem ponta por onde se pegue, mas penso que a contaminação é definitiva.
Mas, penso que só outra direita ( com gente de outro calibre ...) é que poderá ter futuro em Portugal.
Vamos ver.
Espero não voltar a este nojo, todo.

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Friday, March 30, 2007
 
Moloch
Ontem quotei um trecho do Allen Ginsberg, quee podia ser sobre o mundo em que vivemos, onde todas as manipulações são possíveis, onde o que é verdade pode ser mentira (como já nos dizia G.Orwell) de onte, para hoje.
Venho aqui, junto das ainda centenas de visitantes do Insignificante, referir que está em curso uma grande campanha pelo "impeachment" do Presidente e Vice-Presidente dos Estados Unidos, nos mesmos, que já tem milhões de apoiantes e já foi tema de diversos referenduns locais.
A razão ( e são americanos que a levantam!) é por eles terem mentido, terem albradado a opinião pública, é por eles serem considerados CRIMINOSOS DE GUERRA!
Recordo as acusações de traidores que a extrema direita e os seus adeptos neocons aplicaram aos democratas e à esquerda e alguma direita por seremos pelo direito internacional e contra a guerra unilateral e criminosa...
Acusações de sermos anti-americanos. Pois são os próprios que recuperam agora a dignidade e se levantam contra os energumenos que os governam. Afinal os crápulas foram identificados! Os seus amigos há muito.
 
 
Sobretudo
É um elemento do vestuário que encaixa em tudo, talvez por isso é fonte de generalidade.
Hoje, após uma semana sem jornais senão os do centro de manutenção e os gratuitos, comprei o número ibérico do El Pais.
Notável crónica sobre o desemprego em Portugal, com base em Cinfães do Douro; fenomenal dossier sobre o maior (um dos maiores) embuste da história recente de Espanha (que foi a manutenção pelo PP durante 3, três, dias que a responsabilidade do 11M era da ETA, e a insistência, pese a total ausência da miníma das minimas provas, de alguma longinqua ligação desta ao terrorismo islâmico), e artigos de opinião cheios de interesse e Europa, e informações dignas (sem sensacionalismo e demagogia informativa). E um bom noticiário internacional, sobre a crise que voltou ( por cá ainda não deram por nada!) ao Próximo/ Médio Oriente.
E informação, especialmente útil para o meu amigo Rui Moura, sobre o regresso antecipado das aves migratórias à Península.
Hoje após o Pilates e umas burocracias funcionais tenho tempo para percorrer o país e o mundo.
E passou mais um dia sem que a Ota descolasse! Haja Deus!

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Thursday, March 29, 2007
 
Howl

De vez em quando há que regressar aos clássicos:
 I saw the best minds of my generation destroyed by
madness, starving hysterical naked,
dragging themselves through the negro streets at dawn
looking for an angry fix,
angelheaded hipsters burning for the ancient heavenly
connection to the starry dynamo in the machin-
ery of night,
Do fundo... de tudo...
 
 
Democracia...

Não percebo o histerismo, com concursos apresentados por ex-estrelas de porno, que branqueiam a memória, e que não tem qualquer valor, com cartazes de grupos que estão (e bem!) legalizados para fazerem a sua propaganda, que é precisamente a que é transmitida por esses cartazes (sou aliás contra a norma constitucional que proibe organizações fascistas ou racista, pois acho que só o combate demo-liberal a essas as pode reduzir ao seu excreta!).
Não percebo, sobretudo quando quem se manifesta histéricamente não tem qualquer credibilidade democrática e são até num caso um exemplo de ordinarice e embuste ( José Falcão, dono da organização SOS Racismo!) ou são defensores de uma das piores ditaduras que assolou a humanidade, além de terem caucionado o tal concurso, na mira que o outro patife ganhasse ( a Odete Santos, do PCP).
Sou absolutamente a favor do direito e liberdade de expressão ( não me admira que os que continuam a defender em espírito a ditadura comunista queiram restringi-la...) e também acho lamentável o pensamento da direita ultramontana (como é o caso do PP espanhol, e de sectores da nossa direita) que procura proibir a expressão do pensamento (execráveis igualmente) do nacionalismo basco ou do islamismo político.
Penso que só respeitando todos os que, desde que por meios pacíficos, defendem as suas posições e confrontando-as é que se define a democracia e uma sociedade, um estado de direito.
Claro que o uso das armas e a apologia da violência estão liminarmente excluídos desse quadro, sendo que acho legitima a posição que ilegaliza o nazismo basco do Batasuna que defende o terrorismo como meio e fim.
E acho que o Estado de Direito deve ter defesas suficientemente estruturadas ( o tripé legislativo, executivo, judicial não pode ser subvertido!) para manter as liberdades públicas e cumprir a alternância, mesmo contra os que não a aceitam ( já imaginaram o que seria se o PCP tivesse ganho as eleições em 1975... teriamos que esperar quantos anos, quantos mortos, quantos torturados até respirarmos, novamente... ou não?).
Irrita-me estes pudores de virgens ofendidas de quem tem telhados de vidro...
É a vida!
P.S. Conheço os dois mencionados, e nada tenho de pessoal contra qualquer deles, que tem legitimidade para tomar as posições que tomam.
A ordinarice é por o "bolche" ter perturbado uma missa em memória de um ditadorzeco e escarrado onde não devia. O embuste ele sabe que eu sei...e sobre o SOS...estamos falados!
 
Tuesday, March 27, 2007
 
Soares Louro

Foi meu professor e era um homem erudito. Com um conhecimento profundo da comunicação e um domínio excepcional de tudo o que tivesse a ver com o passado ou as linhas de evolução da televisão.
Convidou-nos para um almoço ( eramos poucos) no soberdo restaurante do Eduardo VII onde além da inacreditável ( só comendo-a!) feijoada nos encheu a repasto com histórias, todas off the record ( como era regra naquele curso de pós-graduação em comunicação social...).
Na Expo 98 não o encontrei pessoalmente mas sei que dominava o sector das comunicações, sempre com novidades.
Deixa memórias (off the record,imparáveis!). Era um homem bom.
Para ele uma grande charutada.

P.S.
A propósito de televisão, hoje no D.N. somos informados que na votação televisiva Salazar recebeu 65.000 votos, correspondentes a 41% do total (2ª volta, 2ªvolta!) e que não serão fazendo uma boa estimativa senão de 20.000 energumenos ( todos a votarem 3 vezes, em média), eles não são mais que os da Carmelinda Pereira!.
Como é que pode alguém estar chateado com um concursozeco de treta que o ditador nunca teria permitido, iam logo todos pro xilindró?
E 20.000 votos por favor...despeçam a "noiva" do JacaJamba. Já!

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Monday, March 26, 2007
 
NOJO
Hoje, antes de mais uma corrida, mais uma viagem o momento do nojo.
Podia ser por um concurso, mas quem liga a concursos de resposta paga em que dois facínoras ficaram à frente de um homem bom e nenhum deles nem mesmo o bom se pode dizer que representa a Pátria, ideia de cultura e perenidade ( embora o Aristides seja um marco incontornável na defesa do direito!).
Podia ser sobre o labroste do Alberto João (que Nuno Pacheco hoje no Público coloca fora de qualquer, qualquer lei, e sem a minima decência!).
Podia ser o Rajoy, execrável dirigente de uma direita que estava sepulta no pior que a Espanha tem e que ele está a reanimar, com todos os seus demónios, e taradices.
Podia ser sobre, podia ser sempre sobre o George, e nem sequer era preciso lembrar a história do lobo... porque os motivos se levantam debaixo dos pés.
Hoje, todos os dias, os motivos de nojo são muitos, as motivações para esse tremendas. Do nojo que nos provoca o nojo continuamos a dar vida à consciência e a motivá-la para a acção.

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Sunday, March 25, 2007
 
EUROPA; EUROPA; EUROPA

Sou absoluta, e radicalmente, Federalista.
Pelo fim, sublinho pelo fim, da soberania nacional, e pelos Estados Unidos da Europa, ou simplesmente uma Europa política, com poderes sobre a política externa, com determinantes na política de educação (e o inglês obrigatório desde o jardim escola), com forte tutela sobre as políticas de ambiente, ordenamento do território e protecção da biodiversidade, com uma política de energia integrada, e uma política irreprensível em defesa dos direitos humanos e da diversidade cultural.
Um Parlamento Europeu, com plenos poderes, seja para elaborar uma sintética Carta Magna da mesma, seja para nomear e demitir o governo do Estado/União, ou para fiscalizar a execução orçamental global ou a defesa radical dos direitos consagrados nas cartas internacionais.
Essa, esta Europa começou a construir-se à 50 anos e apesar dos altos e baixos, avanços e recuos, apesar dos nacionalismos bacocos e dos histerismos ideológicos, tem vindo a fazer caminho, tem-se vindo a construir.
O balanço de 50 anos não é dispiciendo. Já temos uma moeda, já temos alguma integração na educação, já temos alguns poderes partilhados, e temos paz e alguma defesa dos direitos civis.
Hoje falta muito, amanhã continuaremos o caminho. Um tratado novo, um maior comprometimento com o continuar o andar em direcção ao futuro, o inovar metodologias de gestão para intervir numa economia global e uma sociedade doente, desenvolver os quadros legislativos e de fiscalização, desenvolver da cultura e da sua autonomia e identidade, numa Europa que deve ser também o resultado dessas, com essas, é o caminho inadiável.
Hoje falar da Europa é um tema novo, sempre novo.
O tempo passa depressa e encarrega-se de reconstruir a história.
Não o deixemos adormecer, respeitemos a sua hora. Solar, diversa, sustentável, sustentada no futuro.


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Friday, March 23, 2007
 
INETI e bolos da véspera





Vivemos no nosso país entre a excelência e a mais reles mediocridade.
Uma visita ao INETI parece que nos transporta a outro mundo. E não é pela amabilidade dos investigadores, porque essa é, ou devia ser normal em todos eles (mundos).
Por aqui vemos investigação aplicada, entusiasmo, ideias concretas sem com isso se descurar a investigação teórica.
No Departamento de Energias Renováveis parece que estamos num campus de ponta. Trabalho de laboratório em busca de concreto, ideias a produzir outras ideias, e pessoas a transbordar de energias suaves.
Foi uma visita marcante e lá voltaremos para reportar algumas ideias geniais e um espírito cheio de exploração e inovação. E pela simpatia que lhe está subjacente.
E visitámos uns bolos, que aqui deixo sem comentários, ou melhor é o país real, reles, matreiro e vigarista. Isto é que é, infelizmente, Portugal.
Ai! Ai! Ai!.

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Wednesday, March 21, 2007
 
Climate Change

Só o Moura é que não acredita nele! Ontem numa interessante "conversa" entre técnicos lembrei-me de um filme chamado: " On arrete tout, on reflechit et c'est pas triste", também a propósito de um dos textos deste último Caranguejo.
De facto estamos no "edge" de um novo paradigma, Para o qual ou vamos ser emprrrados (como na borda de um abismo!) ou que com imaginação e iniciativa poderemos controlar.
(A propósito do crime da OTA, atenção não é policial nem ficção, lembrei-me que o paradigma da aviação pode mudar, os dirigiveis podem voltar...e então OTA, para quê? Onde estão os prospectivistas? Onde).
É possivel fazer investimentos colossais na sustentabilidade, o terreno está fértil, para re-orientar a economia e salvar o melhor do nosso modo de vida.
Os tempos estão a mudar, e o "mister tangerine" já não passa, como passava...

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Tuesday, March 20, 2007
 
Miau???

A higiene pessoal é fundamental, assim começa uma propaganda de areia para gato. Fantástico ... e não há amigos dos animais que se insurjam contra esta bestialidade?
Não, claro que não....
 
Monday, March 19, 2007
 
A Passo de Caranguejo

Acabei, nas horas vagas, de ler esta recolha de textos de Umberto Eco.
Má edição, textos mal escolhidos, alguns inúteis, outros irrelevantes, no espaço e no tempo. Outros, a maioria, brilhantes. Má edição do que poderia ser um excelente livro.
O que é fantástico é que nalguns dos textos sobre o Berlusconi (por mero acaso mencionado em post anterior) o que se vê é a mafiagem crapulosa que entorna Paulo Portas. Gente reles que adula um execrável personagem.
A verdadeira direita não se reconhece nestes mimos de circo, nestes arrivistas sem coluna vertebral, gente boçal capaz do pior insulto e da agressão para defender o seu tacho (beirões que batem em mulheres!), incapaz de aceitar as regras democráticas (a não ser as por si impostas!).
Trogloditas, a passo, a passo de caranguejo.
Para cá vêm de carrinho!
PS E o mais interessante é que sem o tacho de deputados que o "patrão" lhes arranjou eles não são nada (alguns até compraram o curso!) não são ninguém. Talvez arranjem emprego como pugilistas, a bater em mulheres, porque nem têm tomates para homens, dos a sério.

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Nojo
É a definição para o que se passa no entorno de Paulo Portas. Conheço alguns dos seus amigos e lhes tenho estima, por isso me sinto triste por os ver com aquela escumalha, os melos, os rebelos, os correias.
Sobre este Portas, também não há mais nada a dizer, que os fedorentos não tenham dito. Se a direita portuguesa se entregar a ele, (mais os melos, correias, rebelos) quer dizer que bateu no fundo, no pior berlusconismo, ainda por cima ( ao estilo desse!) cheio de golpadas, trapaças, paneleirices (atenção estou a usar a palavra no sentido do dicionário! e não no que estão a pensar, que a vida de cada um é com cada qual, mesmo que seja em contradição com os valores morais públicos, vicios privados/públicas virtudes...).
Não há qualquer futuro para esta gentalha ( e aos que tenho estima recomendo termas e águas!), isto é a pior crapulagem que há por aí ( salvo se houver alguém a andar por aí....)
Nojo, isto é tudo um nojo.

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Sunday, March 18, 2007
 
Tablóides

Hoje o DN converteu-se num tabloide. Total e definitivamente. O processo já se vinha desenvolvendo. Hoje é definitivo. Deixou de haver, aliás já tinha deixado de haver, decência nos jornais portugueses.
Como escreve hoje Javier Marias no melhor jornal da Ibéria ( e talvez do mundo), o El Pais (para quando, para quando a edição regional portuguesa?) o direito de escolha é livre. Somos livres de não comprar jornais, mesmo que isso nos deixe sós com o amargo do café da manhã, mesmo que assim corramos o risco de não ler um ou outro artigo, notícia bem pensado, bem escrito.
Não podemos embarcar neste barco da mentira, da albradice, da não notícia promovida a título, da escroqueria colocada como opinião, da relitude erigida como padrão.
Temos o direito de escolher, temos o direito a ter esse direito. E vamos tendo os blogs, alguns blogs, cada vez menos porque o disparate também se vai apossando deles, de alguns deles que vivem entre esse e o vazio. Com ou sem maiusculas, com ou sem pontuação.
Ai que saudades de outros jornais, de outros tempos, da Gazeta da Semana, do Página Um, do Liberal, do Diário de Lisboa, do Público dos 1ºs tempos, do velho, velhinho Expresso do tempo do Augusto e do Vicente.
Aí que saudades do tempo em que havia jornais.
Serei o único?

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Ereira
Estava excelente e a lampreia abundante. O anual repasto de arroz da dita, bem acompanhado, no vinho verde e no corona final, na companhia sempre entusiasta a dar ao dente o pitéu.
A capital da Lampreia continua a honrar a dita e não há mais nada.
Grande foto!
E encontrámos no período digestivo e por entre velharias que nunca mais parecem acabar um exemplar do"Lisboa: Cidade triste e alegre" de Costa Martins e Victor Palla.
Excelentes fotos, recuamos no tempo e na memória, as figuras de Lisboa são espessas, as imagens parecem beber do neo-realismo italiano, os ângulos sensacionais. O livro consta ser uma raridade. Que merece re-edição.
O dia acabou bem. A acompanhar o caldo verde nocturno no prédio, vindo de outro andar, ouviu-se um rugido... imenso. Na vida há outras coisas, outras fotografias. Esta, este som só de repente.
 
Friday, March 16, 2007
 
Nunca

Nem sempre defendi as melhores posições, nem sempre defendi as propostas mais fáceis, muitas vezes estive em minoria, muitas vezes quase sózinho. Nunca virei a cara à luta, seja em pequenas reuniões, seja em assembleias de milhares de membros defendi aquilo em que acredito, as ideias que estruturei, os projectos que estudei ou que resultam de pensamento sobre o social.
Cheguei a ser expulso pela violência de reuniões onde se defendia a paz, por defender o desarmamento unilateral, e que ele podia começar ali!, e em muitas reuniões fui vituperado, com ameaças (como a de que partiam um jarro de vinho na minha cabeça!) e insultos.
Não poucas vezes me procuraram apoucar.
A muito resisti, e muitas vitórias tive, muitos projectos derrotei, algumas modificações noutros consegui, e a derrotas vieram a suceder-se vitórias.
A vida é composta disto tudo.
Eu nunca, nunca virei a cara a qualquer enfrentamento, nunca deixei de defender aquilo que penso justo, as ideias que justamente fazem parte do código oriundo da declaração universal dos direitos do homem e dos principios do Estado de Direito, democrático e liberal.
Nunca, nunca defendi posições que não enfermassem desse molde, nunca ninguém me viu defender qualquer facínora (e se alguma vez o terei feito assim que tive informação adequada logo o patibulei) e não direi que no quadro de debates e com base em novos elementos não tenha mudado de posições. Só quem não aprende não o faz.
Perdi amizades, mantive amizades, ganhei amizades.
Algumas são fortes como o caniço e passam pelo tempo onde se vão solidificando, e esse tempo também é aquele em que sabemos das diferenças e as interpretamos com os sentidos que as tornam assim.
As que se foram ganhando também tem tempo, o seu tempo de consolidação.
Poucas se foram perdendo, algumas se modificaram mas ficaram na memória com saudade e dessa por vezes fazemos volta.
Muito, muito poucas desapareceram, porque as pessoas são também processos e nesses por vezes há lados negros que descobrimos, dogmas e intolerâncias, oportunismos ou vigarices.
Nunca, nunca virei a cara à luta, nunca, nunca deixei de dizer aquilo que penso não pode ser calado.Contra ventos ou marés.
Hoje, a propósito de nada, em especial, talvez porque parte do passado se me tenha atravessado em imagens no presente, talvez porque afirmar isto tenha um valor de confissão e me pre-disponha a outra comunhão, e porque ao escrever este post me fui lembrando de tantos, tantos amigos, de tantos, tantos tempos maus e bons, tristes e alegres, porque continuo a defender os mesmos valores, porque continuo a ouvir o meu avô a inspirar-me sinais no ínicio da minha adolescência, continuo a ouvir, a ouvir mestres diversos num espaço sempre no mesmo tempo, continuo a ouvir o bater de asas da borboleta, neste tempo que passa, neste tempo que nunca passa.
 
Thursday, March 15, 2007
 
Sagrado

É um tema de paixões e todavia de enorme simplicidade.
Nenhum ritual pode ser, por si mesmo, sagrado. Só o é enquanto mediação, mas sendo mediação é construção dos homens, logo não pode ser sagrado.
Se todas as religiões se dessem conta desta evidência as motivações para conflitos, desrazão, interferências com o social e governo da polis, heresias e desheresias, só podiam desaparecer. Só sobraria o espaço do ritual, despido de sacralidade e elemento histórico-folclórico importante como ligação cultural entre as diversas formas de divino.
Não há palavra que não seja do homem, não há escrito que não seja intermediado, que não seja produzido por homens e para homens. Não há registos socio-religiosos que não sejam da história do homem, ou invenções delirantes, talvez devidas a psico-trópicos ou adrenalina em excesso no cerebro ou testosterana a abundar.
Todo o ritual, e pessoalmente aprecio-o e dele sempre que me apetece participo, é profano, e só conduz a mundanidades, mesmo quando é suporte psicológico de bem-estar, e a lógicas de identificação, portanto societais, humanas.
Hoje quando se volta a dar curso ao canto gregoriano e ás missas em latim é um re-inventar, recuperar de um ritual num mundo onde a des-ritualização, incensada pelos novos médias e sua rapidez e pelo hedonismo dos tempos desvaloriza os rituais e portanto as entidades deles portadoras, que deles e da sua pseudo-sacralidade vivem.
No Brasil e na América Latina em geral ( ou em Africa) as igrejas católicas estariam às moscas se não se abrissem ao candomblé, ao canto orgiástico, e a espaço social de convivio, arrasadas por cultos evangélicos, arrasadas por rituais mais poderosos, com menos intermediação do suposto divino, e com mais terrenidade.
No Luiz da Rocha este foi o tema da conversa que acompanhou o almoço e hoje trago aqui a minha reflexão, nesse.
Recordo tantos textos, tantos momentos rituais, de diversas origens, de diversas confissões. Todos sagrados, todos des-sagrados, todos humanos.

Amén.

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Wednesday, March 14, 2007
 
Instituto do Ambiente

Não ia lá há muito tempo. Foi uma reunião e...peras.
Descobri que investigadoras, e devo reconhecer que muito aprecio o trabalho da Luisa Schimdt, fazem o seu trabalho sem mergulhar no real, só com base nos textos e no ouvir dizer.
Mas para resolver a problema do deficit de participação cívica tem uma varinha mágica. OBA!
Descobri que quanto mais velhacarias, destruição do património, delapidação dos valores naturais mais se enche a boca de ambiente e mais relapsos se é a qualquer monitorização.
Descobri que estas reuniões cheias de papagaios hoje são tão inúteis como sempre foram.
E, apesar de tudo, ainda consegui problematizar mais umas coisas sobre como tornar mais eficaz as Agendas 21 Locais.
É obra.

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Tuesday, March 13, 2007
 
Luiz da Rocha

As empadas são das melhores do mundo. Os pasteis de nata também são de gabarito. Em Beja é o centro do mundo e do nosso olhar sobre ele.
No 1º andar tem um simpático e caseiro e agradável restaurante.
A comida é boa e regional, a simpatia é adequada e devia ser universal.
Hoje comi uma excelente sopa de espargos e umas optimas migas, que acompanhavam com uma carne demasiado frita e seca. Chamei a atenção do empregado, para informar a cozinha, referindo, todavia, que as migas estavam de qualidade.
Retiraram as migas da conta.
Registo pela delicadeza e atenção que não é, infelizmente, vulgar.
O Luiz da Rocha é um ex-libris da cidade, tem das melhores empadas do mundo e os pasteis de nata são de gabarito.
Come-se caseiro e honesto. E o serviço é digno e atencioso.
Aqui, novamente, o menciono.

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Sunday, March 11, 2007
 
Cartas

...são de Iwo Jima, podiam ser de outro sítio qualquer, falam de sentimentos, de solidão, de medo.
Falam das angústias que fazem a vida e a morte, de memórias e de passados, de expectativas e futuros.
Falam de nós, outros como dizem os castelhanos quando se referem a nós (nosotros).
Num filme lento e belo nessa lentidão, Clint Eastwood continuar a resgatar-se e a sua, a nossa, memória de todas as memórias.
Agora pelo respeito, pela honra e dignidade da mentira, da verdade, de cada um.
Todas as realidades tem uma história, uma estória.
Olhando, com atenção, somos nós prisioneiros na ilha. Somos nós na nossa angústia a procurar destino.
Inexorrávelmente condenados. À vida, à morte.
 
Saturday, March 10, 2007
 
Hoje, porque hoje:

“Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.”

De António Machado
 
Wednesday, March 07, 2007
 
Requiem*, de Luis Cardoso
É um querido amigo.
Este Requiem é um momento de um caminhar, cada vez mais sólido, estruturado e seguro de um contista, de um contador de estórias no descobrir do seu próprio enredo.
Cada vez com um estilo mais próprio, e esse tem passado por libertar-se de outras influências sem as renegar no piscar de olho, construindo (e isso é trabalho de investigação, procura de elementos de referência, recriação no presente) densidade e agarrando o leitor da primeira à ultima página este Requiem é um novo marco no percurso do Luís Takas.
Por vezes regressando a uma travessia, no estilo, mas com outro trabalho na forma, olhando como a coruja mas retirando-lhe lastro para melhor navegar e superando um coronel na trama, na memória do real neste requiem temos uma escrita mais encorpada, uma "aventura" mais definido, despido de adjacências de outras formas, também com o seu tempo e lugar. E com a mesma imensa sensibilidade.
Este Requiem é uma nova visita ao mundo do fim do mundo dos sonhos e esperanças.
Que elas continuem por Timor e a festejar a escrita do Luís.
Um grande abraço, meu amigo!
* Para o navegador solitário
( e não somos todos?)

 
 
Jean Baudrillard

Recordo-me dele, de algumas conferências e de um livro dele que nunca me deixou, de uma história desse livro, da descrição do potlach, que tribus berberes, de vida árdua e meios escassos realizam ( realizavam?) anualmente, num espaço e num tempo dado.
Da desbunda total, da inexistência de limites e tabus, da orgia que nesse tempo dado, nesse espaço certo as tribus berberes realizam ( realizavam?).
Esse livro deixou-me memória, mais que qualquer ilusão, pelo relativo, pelo absoluto que há em toda a relatividade.
Baudrillard era um iconoclasta, que merece memória. Como se fora um potlach no deserto, que nunca acaba, que nunca começa... como a vida.

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Tuesday, March 06, 2007
 

E tu, poderoso vento, que iluminas a nossa terra... e lhe dás energia positiva...

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Monday, March 05, 2007
 
Jornais II

Publica o JPP uma excelente análise sobre a comunicação social e os novos tempos num dia em que o DN entra no vasqueiro. Com a nova direcção (mas só tinham o CM para a ir buscar???) o caminho para a imitação da tabloibização, já em curso acelerado no Público, vai acelerar também no DN.
Como diz o JPP é altura de fazer, criar um novo jornal que possa ser referência, de raiz. Ou lançar a edição regional (eu, iberista me confesso!) de Portugal do El Pais.
Já esteve mais longe...
Contem comigo, para leitor ou tradutor ( traditore!).

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Sunday, March 04, 2007
 
Jornais.

Inacreditável que o Publico hoje tenha sido vendido dentro de um plástico transparente e absurdamente desnecessário. Ficou na loja onde já se acumulavam muitos outros. Não o devia ter comprado. E não irei comprá-lo mais. O jornal que já estava moribundo com este novo arranjo gráfico e esta nova revista e a indigência de novos e também velhos colaboradores vai para o penico. Salvo dois ou três cronistas ( e felizmente o JPP podemos ler online) está ao nível do director.
Ao Domingo, e passará a ser o único jornal que comprarei salvo uma vez por outra o DN ( que com esta nova direcção também está a resvalar....) o El Pais remete-nos para um mundo onde os jornais são úteis, onde se pode ler com prazer crónicas (notável a de Manuel Vicent, hoje sobre a Eutanasia, e o excerto do último livro de Savater), mas também as notícias, a informação e análise, mesmo quando nos pudemos afastar do matriz socio-político que a estas preside, temos isenção e independência.
Não sei porque razão temos a miséria de jornais que temos ( ontem no cinema li uma cópia do Expresso, era da semana passado...pois nem dei por isso!) sem tempo, nem espaço, velhos no comentário, recebos na análise, incapazes na informação.
Talvez tudo seja um espelho de tudo....

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Saturday, March 03, 2007
 
...os outros.

A vida dos outros
é um notável fime alemão de F. Donnersmarck, talvez porque nos lembramos dos anos de chumbo, talvez porque passámos por isto, a delação, a censura, a hipocrisia e a humanidade este filme nos convoque, para um meditação sobre a vida, nossa e dos outros, e os direitos e a liberdade.
A vida dos outros é aqui, foi aqui, que se passa, se passou.
A luta contra o esmagamento dos direitos, de todos os direitos, a repressão das ideias e dos seus portadores, é uma marca de uma geração, a que lutou aqui e acolá contra os demónios, a que aqui e acolá manteve a integridade.
Há sempre uma sonata que espera os justos. Há sempre uma memória que conserva a memória.
Fascismo e social fascismo (ou comunismo) nunca mais, nunca, nunca, nunca mais.

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Friday, March 02, 2007
 
Cometa Itabirano

Normalmente publico aí matéria. É um simpático jornal, com fabulosos chargistas (cartoonistas) normalmente listados no World Press Cartoon.
É um lufada de ar puro.
Este mês esta foi a matéria:


Primium millium pardalorum est *

1-
Vou nesta matéria referir-vos um grande, enorme envolvimento pessoal, político e social, e portanto, como já sabem, sem qualquer isenção, mas antes com convicções e a palavra militante:
Em Portugal realizou-se em Fevereiro um importante referendum popular. Sobre tema com um grau de complexidade grande e que, do meu ponto de vista, deveria ter sido tratado no parlamento pelos deputados (aqui temos só uma Câmara, não há Senado).
O tema era a questão da interrupção voluntária da gravidez, para além das áreas em que já estava legislada (como no Brasil: risco de vida da mulher e estupro, e também má formação do feto).
Embora a legislação portuguesa referi-se a saúde física e psicológica da mulher esta última, ao contrario do que se passa em Espanha, nunca era considerada.
O referendum colocava pois a questão da autorização até às dez semanas da interrupção da gravidez, por decisão da mulher, sendo óbvio para quem já passou ou acompanhou esse processo que é uma decisão refletida, dolorosa e ponderada.
A legislação, na União Européia, embora varie de país para pais é, salvo na Irlanda e em Malta onde o catolicismo fundamentalista é dominante, genericamente nesse sentido.

Pois este processo do referendum (e quem quiser pode no meu blogue apreciar diversos textos doutrinários que publiquei em jornais locais, sobre teologia e a lógica do vivo, bem como questões sócio-políticas relevantes) foi um momento importantíssimo para a consolidação do Estado laico e a consagração dos direitos civis e do direito das mulheres a uma maternidade consciente e responsável, e para lutar adequadamente contra o aborto clandestino.
Embora a percentagem de votantes (o voto não é obrigatório!) tenha andado pelos 50%, o que só tornou o referendum consultivo, os votos registrados favoráveis ao fim do domínio da Igreja e da sua concepção de vida (que data do século XIX !!!) sobre o Estado foram de 60%, e a sua maior concentração foi nas áreas mais dinâmicas do ponto de vista da economia e modernas culturalmente, e entre os jovens foram esmagadoras.

Portugal é; como o Brasil embora neste o proselitismo religioso esteja disperso por uma pletora de cultos e o sincretismo (por exemplo candomblé na igreja!) se espelhe nas diferentes formas de relação com o transcendente; ou melhor Portugal era até ao dia 11 de Fevereiro um país onde o cheiro da inquisição ainda dominava os espíritos (não nos esqueçamos que de 1926 a 1974 esta ainda matava, torturava e dominava travestida de polícia política e tutelada por uma ditadura feroz! E onde fui detido por dar um beijo na minha namorada!), e durante esta campanha assistimos ainda a diversos bispos e padres lançar do alto dos seus púlpitos excomungos e maldições.
Acabou esse Portugal.Haja Deus!

2-
Vou também hoje aqui explicar do meu ponto de vista, as questões nacionais na Península Ibérica, novamente na agenda política.
Como Fernando Pessoa, embora não acredite em pátrias, penso que a haver alguma essa é a língua, os afetos que nesta se exprimem, a vida que nela se reflete, o gestionar do “aire de Broca”, que desde a infância se estrutura no fio da gramática integrada no nosso registro neuronal.

Estive recentemente no país basco.
Em Bilbau temos o que é sem sombra de dúvida um dos melhores ex-líbris da arquitetura de sempre, o Museu Guggenheim, de Frank Gerry, com um espetacular cão (estatua/plantas), de Jeff Koons, a guarda-lo.
E por S.Sebastian passei por uma das mais bonitas cidades do mundo, pelos melhores pinchos (delicados bocadinhos de comida do tamanho da boca, que acompanham um copo de vinho) deste (e do outro que lá não se come!).
O país basco é incompreensível para estrangeiros, ou aqueles que não conhecem a fabulosa história da Península Ibérica. Esta era, é, o fim da Europa, daqui fomos para as Américas... e aqui foram chegando todas as invasões, todos os povos, sejam arianos, berberes, caucasianos, latinos ou africanos. O país basco foi, até ao século XVI, o mais protegido território da Ibéria, com os seus vales escavados e montanhas escarpadas.
É por aqui, pela Ibéria, terra de todas as misturas, que melhor se refletiram no Brasil (e os portugueses, cerca de 30% do seu sangue é africano, também) que lógicas de organização social, especificidades locais levaram a que três línguas, do latim resultantes, se desenvolvessem e adaptassem por aqui.

O Galaico-português que é falado por toda a faixa Atlântica/oeste, e que na zona de intersecção com o Castelhano produziu dialetos locais e mesmo manteve línguas residuais como o mirandês, Castelhano que em diversas formas e sotaques se estende entre este extremo Atlântico e a zona do Catalão que fronteira França e as Baleares (ilhas mediterrâneas) também ele com diversidades significativas.
O Galaico-português mais aberto e sonoro, com cheiro a mar, e a ficar mais encorpado para o interior, onde toca o Castelhano mais redondo e falado para dentro.
E o Catalão recebe já uns ventos de italiano embora se incline para o Francês.
São as três línguas que estruturaram a Península Ibérica, e que nos seus regionalismos recompõe a unidade que esta constitui nas suas diversas regiões sociolinguísticas.

Existem pela Península bolsas residuais de outras línguas, línguas antigas, como o peibe, outrora falado nas zonas isoladas das Astúrias, e perdido devido aos contingentes de emigração do sul que vieram para as minas, ou o mirandês em Vimioso e Miranda do Douro, e o euskerra, língua débil e que os nazis ditos nacionalistas tentam impor à bomba à maioria que não a fala, nem nela se pode expressar a modernidade.
O euskerra resistia no arcaico mundo rural, marcado ainda pelo feudalismo familiar aqui chamado de foros, que no final do século XIX, um padre, de nome Sabino, teorizou como resposta ao desenvolvimento das cidades e da indústria.
O euskerra e toda a mitologia basca tem a ver com o parar da história e do desenvolvimento econômico, tem a ver com a mitologia católica tradicionalista e familiar do mundo rural, do mundo das aldeias, dirigidas por um regedor, um capataz do senhor das terras.
Claro que o franquismo, que no país basco encontrou resistência precisamente nos sectores mais modernos (Guernika é zona industrial!) procurou esmagar toda a diferença. E se na Catalunha a língua resistiu por todo o lado, no país basco ficou onde estava, em bolsas pobres e rurais, alfobres de um nacionalismo troglodita, que é certo também se opôs à ditadura.
O fim do franquismo deveria ter levado ao fim do euskerra e dos mitos e falsificações que lhe estão ligadas. Mas a lógica da violência engendra mais violência e só violência. Sem se baterem por nada, uma vez que a democracia enquadra todos os direitos ou permite a ampliação destes, os etarras, os terroristas bascos, continuam a matar.
Não há um problema nacional no país basco, não há problemas nacionais na Península, que não sejam respondidos no quadro dos atuais sistemas políticos.

3-
Esta matéria acima merece meditação e estou certo que vai apresentada de forma polémica.
Aproveito e aqui deixo em nota final outro tema para agitação:
Em Portugal temos uma região, governada por um prepotente (um chefe tribal ou padrinho) que regularmente aparece no Continente, como ele se refere a Portugal peninsular, com ares de palhaço, e normalmente com algumas ponchas (uma espécie de caipirinha, mas mais alcoólica) no bojo ( dizem que começa a beber logo com o café da manhã!).
É a Madeira e o senhor é chamado Alberto João. Pois eu, e muitos, muitos milhares, somos a favor de conceder a independência a essa região. E perdoar-lhes a dívida e tudo.
É que este senhor é eleito há 30 anos presidente do governo regional... imaginam os compadrios... imaginem os afilhados...imaginem...as vigarices e falcatruas...imaginem a corrupção...imaginem uma zona franca... imaginem...
Também se haviam de querer ver livres dele!

* Hoje o nosso momento ZEN, é para alimentar pardais.


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Thursday, March 01, 2007
 
Caminho para a ditadura! Higiénica e correcta!

A anunciada legislação contra o tabaco é o caminho da ditadura. A proibição, o proibicionismo engendram repressão e são lesivas do direito de escolha. Claro que o tabaco faz mal, como faz quase tudo o que consumimos e que o que fazemos.
Tudo tem os seus inconvenientes e vantagens (ainda hoje se leu que os portugueses são os maiores consumidores de drogas farmacêuticas da Europa, que irão aumentar, e muito, com mais este absurdo proibicionismo), e por tal deveria era indicar-se quais eram os restaurantes, bares, etc. para fumadores, quais é que eram os para não fumadores e quais eram os smoke free.
E deixar o mercado funcionar, com essa informação clara e transparente.
Mas não, mais uma vez não se olha para o que se faz em Espanha e bimba.
Por mim serão só ganhos, uma vez que deixarei de frequentar muitos locais, o que também tem a desvantagem do menor convivio... mas esse ficará para os locais maiores, que ainda poderão manter um espaço para democracia.
(Ouvi falar que em 100 metros quadrados podem deixar 30 para fumadores o que quer dizer 30 mesas mais ou menos... para 9 , e então restaurantes com duas ou três salas pequenas? Tudo feito em cima do joelho...isto já cansa!)
Pois a ditadura começa com estes pequenos gestos, estas pequenas exacções que passam sem protesto, sem que se mostre a indignação pelo atropelo aos direitos cívicos de tanta gente, fume ou não.
E hoje traduzido do espanhol, em que o li, uma prosa notável de Montaigne, contra todas as ditaduras, sejam de facto ou de pensamento:

“ O que eu defendo hoje e o que creio, defendo-o e creio-o com toda a minha crença. Não poderia abraçar nenhuma verdade nem conservá-la com mais força que esta. Entrego-me por inteiro, entrego-me verdadeiramente; mas não me aconteceu já, não uma mas cem ou mil, e todos os dias, ter abraçado alguma coisa com o mesmo aparato, do mesmo modo, e depois tê-la julgado falsa? Pelo menos há que ser capaz de tornar-nos sensatos à nossa conta”.

Só tendo dúvidas a ciência avança, por entre as convicções!

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