insignificante
Friday, December 29, 2006
 

2007

Hoje com o recurso do google ou na wikipédia temos acesso na hora a qualquer informação, a toda a informação.
As dúvidas, os conhecimentos esclarecem-se e adquirem-se à velocidade de um toque no computador... e todavia a memória, também a do computador, continua a ser o maior arquivador de negligências, de estórias e da história.
Só a nossa é viva e perene, com a gratificação dos sentimentos e dos toques, das emoções, dos choros e dos prazeres.
Que continuarão em 2007, com evidências novas, outras memórias, factos da vida a passarem-nos.
Que 2007 siga, para todos.
 
Thursday, December 28, 2006
 
Crónicas de leituras, recolhidas. (II)

10- Concluo a leitura de “Tradição e Inovação Alimentar”, org. De Maria Manuel Valagão, que tenho que dizer que é um espectacular elemento do património concelhio. Alcácer tem nesta obra um alicerce poderosíssimo para o desenvolvimento e sustentabilidade. Um levantamento rigoroso das potencialidades agrícolas e dos conhecimentos de ervas, interligado à modernidade e a uma interligação com o potencial turístico do concelho é produzido pela equipa, que só pode ser censurada por não o fazer noutros concelhos.
Desde já Alcácer do Sal e as suas gentes têm aqui um instrumento fundamental para da memória fazer presente e com este inventar futuro. De abrir água na boca.

11- Repego de Naguib Mahfuz “Festas de Casamento”...não sem antes ter passado um par de horas a ler a revista “Cañamo” nº 104, e pensar em como em Espanha já há quase dez anos se publica uma revista com esta qualidade que pensa sobre o problema do proibicionismo, e que aborda todos os ângulos do consumo e auto-produção dessa planta entrando por temas afins como o uso medicinal da mesma ou questões ligadas seja a outras drogas, como a plantação de coca ou o uso medicinal da cannabis ou a religiosidade que lhe está associada. Uma revista sólida, escorada em relevante publicidade e com dados significativos e ideias importantes. A ler por todos os que querem saber mais sobre o tema ou que por esta área dos direitos civis, sociais e políticos se empenham.
Volto a Naguid Mahfuz, contra a intolerância, existe sempre alguém sob a realidade.
E antes de entrar no dia mais pequeno do ano (será amanhã ou foi ontem?) termino “Os Pescadores” de Raul Brandão, fresco imprescindível para quem queria conhecer o mundo (desaparecido...) das pescas... já em 1923 ele dizia ”dentro de cinquenta anos não haverá uma escama nas fertilíssimas águas portuguesas”... pois as águas foram alargadas, os métodos destrutivos incrementados, mas falhou só no horizonte da escama!

12- Uma visita a Almonaster e um simpático almoço na Casa Garcia, na nova que não faz esquecer a antiga, e um salto a Serpa e comida no Alentejano, com um salto a uma notável loja onde todo o Alentejo se encontra para usufruto e estamos no dia 24.
O lume na praça irá aquecer a alma, esfumar as memorias e turvar o presente, acompanhado pelos meios que se irão acumulando. O frio entra no osso e este massacre que é o consumismo em que se transformou a sacralidade da quadra vão sendo reduzidos pela consciência progressiva que este é um período de recolhimento e de restrições que vem com esse e não de ostentação e luxúrias. Este é o tempo em que com o lume no “domus” ou no colectivo na praça nos lembramos de todo o passado dos que o fizeram connosco, vivos ou mortos e dos que o prosseguem.
Fazemos uma introspecção e nessa todos os anos muda alguma coisa, alguma coisa, pensamento ou imagem fica arquivada na gaveta do não retorno.
Os dias vão começar a ganhar à noite, a luz à escuridão. É assim todos os anos, é assim toda a vida. Até amanhã, em Jerusalém, ou seja onde for, seja onde essa ideia esteja.

13- Só em França... poderia ter sido criada uma revista de divulgação “popular” de... filosofia. Leio o notável dossier sobre o Islão do nº 4 (Novembro) e aqui no Al-Anduluz ou Sefarad, na Ibéria de todos os tempos, hoje esquartejada em estados e nações que ainda não perceberam que o 5º Império é o Iberismo e a integração europeia, num poltach de culturas, civilizações, passados e presentes, lembro Averróis e recordo quando o conheci, já velho e cansado por Marraquexe. Qual judeu errante sobre o efeito dos psicotrópicos tinha passado o Natal na casbah e de manhã, ainda sendo madrugada o encontrei às portas do mercado. Conversámos na língua dos deuses, cada um na sua, penso que o ladino serviu de interprete das palavras que os gestos, expressões e olhares não precisam de explicação.
Dai a César o que é de César e a Deus (seja ele qual for!) o que é de Deus, de todos os tempos passando por tantos profetas e Sábios, interseccionando filósofos e construtores de pensamento sobre o social não há verdade como essa. Para Averróis aí começou o imobilismo do pensar dentro do Islão.
Aí começa a desgraça do poder laico. Dar a mão, dar qualquer mão ao pensamento religioso sobre o social é ficar sem o braço e rapidamente a intolerância toma lugar.
Sobre a I.V.G. é o tema central. Não é o quando e onde começa a vida que está em causa, sobre o tema não há certeza cientifica por muito que mostrem corações a bater. A questão é se as mulheres no âmbito da sua responsabilidade e consciência por não prosseguirem uma gravidez não desejado devem ser penalizadas como criminosas.
O estado laico não pode deixar a espada da justiça nas mãos da igreja. Essa tem os seus recursos para castigar e punir. Que com eles fique.

14- Leio, e retenho para intervenções o excelente número do Ecologist sobre as alterações climáticas (do Verão), embora por vezes apareça, artigos da pedra lascada tem outros polidos e com restolho de pensamento e algumas ideias para palestras. Acabo este período de leituras e recolhimento, em volta do lume e de regresso à energia.
“That makes the world go round”. Até Jerusalém, de certeza, e que não seja no próximo ano para pudermos continuar a por entre alegrias e tristezas pensar o vivo.
 
Wednesday, December 27, 2006
 
Crónicas de leituras, recolhidas. (I)

1-Dia 16 começo a meditação com “A História do Homem”, recente encontro de Robin Dunbar, sem grandes novidades, com notórias falhas, ao nível da análise da linguagem, das referencias à história da sexualidade e de alguma banalidade ao falar de Zaratrusta ou da história da religião. Com uma grande vantagem a de acertar o relógio biológico.
Um bom livro para começar.

2-Domingo de manhã li “Sopa de Pedra” de Kol de Carvalho, por saber que é dos conhecimentos familiares, aliás várias vezes a Madalena é mencionada no livro. É um livro despretencioso e com algumas histórias e ideias interessantes sobre o nosso património, e com alguns pequenos erros ou desatenções. Importantes os capítulos sobre Montemor o Novo e a recuperação do interior beirão, muito pessoais mas não menos úteis os sobre o Sudeste Asiático.
É isto Portugal Sopa de Pedra a co(r)tejar o Sushi/Sashimi.

3-No restante Domingo devorei o excelente livro “Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial”, da minha velha conhecida Irene Pimentel. O livro é uma exaustivamente documentada estória da História. Dados, registos, situações e análises quando necessário são-nos detalhadas. A leitura é envolvente e mesmo para um vago conhecedor do tema que me reputo tem alem de factos novos e novidades análises que desconhecia, novos elementos para percebermos este pais que também somos.
Um livro brilhante.

4-Passei da antro-biologia, pelo património e história e cheguei hoje à sociologia, com o “É preciso Defender a Sociedade” de M. Foucault, e embora esteja ainda a meio já fervilho de soberania e dominação, de poder e repressão, de história (notável a descrição das origens ...de França!) da formação do corpus jurídico da sociedade e do papel da guerra na política. E do corpo. E decidi tomar umas notas para memória e partilha porque o debate sobre o aborto é sobre tudo isto.
A história recente da sua penalização, sim é recente (vem do século XIX!) a penalização do aborto (e a igreja católica nunca disse sobre esses anjinhos nada, pois se entre conventos tal era prática comum), a sua ligação a lógicas de dominio, sobre as mulheres e sobre os corpos e reprodução (um caso exemplar é o estudo e comparação da legislação sobre o aborto nos países comunistas, alguns mais papistas que o Papa), e da soberania tutelada sobre o externo, ao domínio do direito (inacreditável como alguns que se reivindicam liberais são contra o individuo!), e claro a guerra, a guerra contra o que cai fora do poder e deve ser através dos mecanismos (inúteis!) de repressão ser sancionado.
Tudo isso são linhas que se interlaçam a partir da leitura sempre refrescante deste Foucault, e que me remeteram para o livro de Dundar (acima) e sobre a sexualidade, os jogos de poder (os bobonaros são um case study admirável) e o limite desse mesmo nesses antropóides superiores. Limite que nós rompemos, racionalizamos, rimos, choramos, projectamos o outro, temos construção de abstracção. E podemos decidir da procriação, pesem os que odeiam o corpo e/ou não produzindo vida pensam que os prazeres desse devem ser limitados à reprodução da força de trabalho.
E para o lado onde começa a vida já dei, obrigado!

4,b - Acabo o Foucault, que me deixa a pensar no poder, tema central do seu trabalho, na guerra e nos corpos, também palco destas guerras. O frio não nos deixa põr o nariz de fora por isso antes da deita, entre ovelhas, leio umas revistas que se acumulavam na pilha, sobre toiros o Ruedo Ibérico, do Clube dos Jornalistas com curiosa entrevista da minha colega Ana Cabrera sobre o seu trabalho de doutoramento... ai Sobral, Sobral... e um especial do Publico sobre catástrofes e educação (fraquinho!).
Já à espera um Alves Redol, para que me chamaram para a atenção, Barranco de Cegos.

5- “Barranco de Cegos”, de Alves Redol é um livro espesso, na lógica do neo-realismo as suas personagens tem uma lanheza profunda e uma densidade que nos parece vê-las. A estória dos Relvas é um naco da nossa história, da vida nos campos ribatejanos, da lógica do poder no estertor da monarquia, da continuidade da dureza da vida.
Este romance com uma escrita simples e culta é uma memoria imprescindível do passado para o presente.

6- Leio (releio?) “L’Usage des Plaisirs” 2º volume da História da Sexualidade de M. Foucault. A historia do discurso (do poder) sobre o sexo, as relações centrada nos gregos clássicos. Os estabelecimento de regras morais, e a sua transposição para a esfera da intimidade (com a integração de um discurso que atribuía ao sémen origem no cerebelo!). Uma homilia assim se designam em grego as relações sexuais!

7- Vou passar à história. Um romance histórico de César Vidal “El Médico del Sultan” vai começar a encher-me o cerebelo! E a alma, seja lá onde essa entidade esteja (e recordar que para o cristianismo nascíamos sem ela, pois de que outra forma explicar o limbo... almas no limbo? Ovozigotos com dignidade humana... só no século XX, para dominar os corpos, controlar a reprodução, submeter as mulheres...!).
O livro é uma reflexão, em torno de uma notável figura histórica, Maimonides, e o judaísmo, a sua prática, e a tolerância, a tolerância que resulta da mediação sobre o conhecimento, o conhecimento que resulta da meditação.
Há leituras apropriadas para o tempo. Shalom!

8- Decidi prosseguir por um livro de crónicas, de Silva Carriço “Retrato da Paisagem enquanto Gente”, titulo que já uso à muito no meu curriculum, onde refiro que colecciono paisagens. Crónicas de viagem, bem temperadas.
Faltam, todavia, ao livro mapas, guias dos locais, a obra só ganharia com isso.
A “curiosidade” do conhecimento, diversas pérolas que vão polvilhando o livro (Afonso Henriques ser o filho de Egas Moniz, por exemplo!) ganhariam com uma prosa menos “poética” noutras partes, mas não sendo esse o meu gosto não desdenho referir que temos viajante, temos retrato, temos paisagem.
Um bom aperitivo para conhecer (re) o nosso país.

9-Para conhecer o nosso pais há que ir à sopinha ou seja à “Tradição e Inovação Alimentar”, org. De Maria Manuel Valagão sobre o concelho de Alcácer do Sal, mas onde encontramos tanto do nosso pais e tanto, tantíssimo do nosso Imenso Sul, onde a comida se cruza com o território e a história deste. Notável livro que mostra o caminho do desenvolvimento sustentável usando os recursos e inovando-os, com eles fazendo novo.
Por aqui termino a primeira posta deste fim de ano. Chega o fim de semana e com ele o dia em que todas as memorias se juntam, em que todas as memorias se esfumam. O lume, o lume sacrificial e reparador, que com o aproximar das brasas a converter-se em chama eleva o passado ao esfumá-lo e aquece o presente. Nada mais existe. Nada mais é.
 
Friday, December 15, 2006
 
Neste tempo...

Faço a mala.
Meia duzia de revistas (sobre cannabis, história, clima, ambiente e energia), mais de dezena de livros, de Foucault ao Barranco de Alves Redol; da Irene P sobre a história também do Holocausto á cozinha niponica; do ultimo Nobel Pamuk, ao Cesar Vidal;a outros ofertados ou em fim de leitura; e ainda sobre a história do Homem, do Dunbar, as malas vão cheias de leitura em busca da "noite" metafórica em que esta, os signos dela,se converte em espírito, tem que ser sempre à noite, mesmo se metafórica, porque o espírito de dia esvanece-se.
Salvo saída do retiro de corpo e espírito a que a época induz só postarei passado este período triste.
O tempo leva a saudade...o tempo nada me diz... memórias de outros tempos, recordações difusas de outras leituras, de viagens espirituais ou mentais a que este tempo levou, que este tempo percorreram vão-se acumulando numa vertigem.
Será que passa o que fica? Será que o que fica passa?
Recordo que deixo para o ano uma posta sobre José Augusto Fialho, maior de Barrancos e o seu tempo, um tempo duro, um tempo de ombridade, um tempo de escuridão e de luzes por entre essa.E estórias e História.
Recordo que deixo para o ano incumbências e projectos... mais um livro (sobre energias...) na calha...outros (diversos já prontos...) em espera de financiamento, contactos no ar, ideias e intenções em banho maria ou maria banha (um filme, mais cartazes, mais paineis, mais conferências) e uns colóquios, conversas sobre direitos civis, o direito a decidir do corpo e da maternidade, logo em Janeiro e inicio de Fevereiro.
Recordo que o futuro é imprevisivel e que uma andorinha não faz só cagadela, há a produtividade da vida, também dessa.
Recordo-me na Argentina, há 15 anos (ou há 16?) quando o xamã me disse que o tempo é o que fazemos dele e que onde quer que estivesse estaria sempre nele, independente do espaço.
Recordo que continuo a perceber não ter percebido, recordo a dor desse tempo e o frio agreste das pampas a passarem durante a noite. Recordo esse tempo sem tempo.
Até quando?
 
Thursday, December 14, 2006
 
Um rio, ainda, selvagem, o SABOR.
Para os interessados no tema está a decorrer um debate com elevação (embora também com apartes azedos e desnecessários e um ou outro imbecil do costume) na: http://ambio.blogspot.com ,
sobre a barragem do Sabor.
É, talvez, um dos mais delicados temas da política ambiental et mon coeur balance... embora a alternativa que já ouvi ser sussurada, seja manifestamente impossível!
Em Foz Côa o património da Humanidade, embora sem uma ideia estratégica para a sustentabilidade local não será, nunca, posto em causa.
 
Wednesday, December 13, 2006
 
ABORTO? Mulheres na prisão? Essa é que é a questão!
Vemos pela cidade de Lisboa uns abstrusos cartazes do Movimento Não Obrigado, sendo que ninguém faz um aborto Obrigado o absurdo do nome do movimento é logo, desde logo de registar.
Mas mais e pior que isso é o baixo, muito baixo nível a que desde já vão colocar a futura campanha, demagogia reles, mentiras e beatice, desfoque do tema em análise, e baixaria sabuja.
Não há certeza cientifica, não há nenhum consenso entre a comunidade cientifica sobre o limite a estabelecer para a eclosão da vida. Há todavia uma clara certeza! Só a partir dos 6 meses, ou talvez dos 5, é que o ovo zigoto* tem autonomia e pode sobreviver fora do útero da mãe.
O resto é conversa fiada.
Mas, e este mas é fundamental, não vamos ser chamados a discutir o tema sobre o qual não há certezas, nem o sobre o qual as há.
A pergunta que será colocada no referendo é se as mulheres, que na sua responsabilidade e certamente na dor e no limite a sua personalidade interrompem a gravidez, que pode ter diversas razões para além das que já estão contempladas na lei… e os corações também batem nessas…, mas que certamente não é desejada, pois a pergunta é se as mulheres que praticam o aborto (e as milhares que por via da clandestinidade tem que ser hospitalizadas e muitas não poderão quando o desejarem ter filhos por isso) devem ser criminalizadas.
Essas que abortam e que continuarão a abortar, apesar da lei, contra ou a favor dela, devem ou não (essa é que é a pergunta) devem ou não ser colocadas na prisão como criminosas, assassinas, narcotraficantes, vigaristas, ladras, etc.
Essa é que é a questão. São ou não são as mulheres que, por razões que são sempre as mais ponderosas, abortam criminosas ou não.
Essa é que é a questão. O resto é velhacaria/sabujice para iludir o povo. Já não há paciência e ainda vamos no átrio…

*O zigoto (ou ovo) é sempre assimétrico, possuindo um pólo animal (a futura ectoderme e mesoderme) e um pólo vegetal (futura ectoderme). Está coberto por várias camadas de protecção. A primeira camada é denominada membrana vitelina (zona pellucida nos mamíferos). Diferentes taxa apresentam diferentes coberturas celulares e acelulares.
Pois é isto, meus senhores, é isto!
 
Tuesday, December 12, 2006
 
NUCLEAR

Venho, agora após leitura atenta e meticulosa, recomendar, novamente, e referir o seu caracter altamente isento o livro Nuclear, de Jorge Nascimento Rodrigues e Virgilio Azevedo, editado pela Centro Atlântico.pt.
O livro com rigor fundamenta as questões em discussão, no quadro da política energética.
Apresenta ainda notáveis entrevistas com os autores que definem como participantes na política energética nacional, embora tenha dificuldade em comparar a qualidade de entrevistas como a do Prof. Delgado Domingos, rigorosa e sabedora, com as boçalidades e mentiras abjectas do Eng. Sampaio Nunes, ou as banalidades do Dr. Pina Moura, com o escoramento intelelectual e conhecimento dos dossiers do Eng. José Penedos, ou o diletantismo do vendedor da banha da cobra Monteiro de Barros com a estruturação discursiva do Eng. Nuno Ribeiro da Silva, e etc., etc.
O livro além das entrevistas que menciono e outras, todas elas altamente proveitosas para os debatentes sobre política energética, com espírito jornalistico levanta questões dá-lhes perspectivas de respostas e, sobretudo com rigor faz o ponto da situação.
A resposta é clara, para os leitores médios e sem dogmatismo.
Soubessem todos lê-la e a nossa política energética daria passos em frente. Infelizmente assistimos a remakes continuos e cada vez com menos graça, que desgraça.
Deslizam as terras… e nós colocamos … areias… mais areias…
 
Monday, December 11, 2006
 
É tempo de passagem. No Inverno muitos partem. De próximos falarei um dia de um homem que retrata como poucos um tempo, do século XX e entrada do XXI, em Barrancos, o meu querido amigo e parente José Augusto Fialho.
Sobre ele escreverei, com tempo, uma memória. Que aqui deixo, desde já em desiderato e testemunho. Foi um marco na história do povo de Barrancos.

Hoje posto, marco, também aqui homenagem a quem, na história em que participou e que antes de todos elaborou merecia mais do que a escassa nota de rodapé num jornal, pois foi um dos maiores historiadores do século XX, foi um homem de coragem e frontalidade, e era senhor de um notável humor e sabedoria... Ainda estudante universitário (há quase trinta anos!) fiz-lhe, na companhia do Zaluar Basílio, uma longa, longuissima entrevista, no quarto do Hotel Sheraton, onde nos recebeu para as três, quatro horas de conversa.
Aqui há tempos repassei por um caderno de notas dessa conversa. Era um homem de uma cultura e humor fora de série.Recordo de rir ás lágrimas e de ficar fascinado com a erudição e estórias que nos contou, no jeito africano de contador de vestígios do passado para o presente, no presente.
Sentado, com as suas vestes de soba era o mais velho que estava, era o tempo a correr-lhe pelas frases, a parar nas palavras e a não acabar.
Foi um dos momentos mágicos da minha vida. Quando descemos no elevador vinha connosco um pouco de luz.
Foi o autor de uma História e das pioneiras Historias Gerais de Africa.
Morreu no inicio de Dezembro e mereceria laudas, muitas. Vivemos num mundo de "piquerichos" e em que a ignorância campeia.

Mas aqui, para que não se esqueça, para que se continue a ler, e a descobrir na(s) sua(s) História(s), mais do que a(s) que escreveu, também o homem que se empenhou e participou nela até ao fim, no presente.
Joseph Ki-Zerbo!
 
Thursday, December 07, 2006
 
J.M.F.
O,...,José Manuel Fernandes garante que (...) “O director do PÚBLICO não censura textos, muito menos de opinião, mesmo que discorde deles da primeira à última linha”, insiste.(...)
Ora se sauda esta nova posição deste velhaco jornalista, em tempos censor do jornal Voz do Povo, onde até queria censurar textos de opinião!...
No Expresso aprendeu com o degenerado Saraiva a fazer outro tipo de censura, mais culta e ideológica, estilo His masters' voice.
Hoje vem produzir estas declarações, admiráveis, sobretudo quando se conhecem as razões da limpeza que tem realizado na redacção deste ex-jornal de referência!
Há hábitos que nunca mudam, mesmo com palavrinhas a disfarçá-los!
 
 
Catecismo
A proposito da excelente nota do abrupto, de hoje, sobre a IVG, onde é mencionado o catecismo...
Pois ainda me embebi no mais puro e duro catolicismo, das missas em Latim, com o padre contra o rebanho e ainda lembro de protestos quando o Vaticano II revolucionou o ritual, pois perceber os textos podia (como fez!) complicar a vida à ditadura. Ficou o Concilio, por morte de João XXIII aquém, muito aquém, da renovação que podia, e chegou a ter na agenda, ter feito sobre moral sexual e sabe-se lá se sobre o aborto.
Mas não revolucionou também a defesa da pena de morte (só excluida pelo anterior Papa, João Paulo II!) como elemento de disuasão e de opção, em casos limites...mas não serão eles todos...
( E não é notável que se possa defender a pena de morte para um ser vivo e a prisão por um acto médico cirurgico, em defesa da integridade fisica ou psiquica da mulher, de remoção de um indistinto e pela ciência indeterminado elemento sem vida autonoma, senão no corpo e no espírito dessa!)
E ainda me lembrou, também que glorificava, sim o catecismo glorificava!, o acidente do Titanic, como castigo de deus (mas que deus poderia fazer tal?) pela SOBERBA do homem!
O catecismo, o catecismo, e a doutrina da Igreja mudam com o tempo. Nas ligações entre conventos de frades e das suas congeneres tem sido encontrados inúmeros fetos. Certamente "autorizados" deram a sua alma ao senhor...ops! E o pecado mortal?
Pois também aí houve mudanças ...contra o pecado mortal intrinseco a todos os herdeiros da malvada Eva... para os fetos e os nados mortos ou não baptizados criou-se o ...limbo, ou segundo o dicionário: lugar onde se deita o que é inútil.
HAVERÁ SACANAGE MAIOR?
O catecismo foi o meu primeiro grande susto.
Também tenho que confessar que foi em cima dele que desperdicei os 1ºs espermatozoides. Será que também estarão no tal limbo!?
Ou terão encontrado algum ovocito e se transformado em zigoto?
Tudo isso é fascinante, mas só tem vida quando tem autonomia!
 
Wednesday, December 06, 2006
 
CANTE DE VIDA
Há literatura que tem cheiro, o cheiro da vida, a espessura das vozes que a fazem, do tempo que por elas passa, do andar que nela corre, ou anda ao sabor da copa e do petisco.
Há livros que são como a água que corre, parafraseando um dos imortais de Marguertte Yourcenar, e por eles passam as estórias que fazem o povo, fazem os povos.
Há contadores de histórias que cantam e a voz não lhes doie mesmo cansada do tempo.
Há livros que são monumentos antropólogicos, disfarçados entre as linhas, entrecruzados com estas, a cerzir o ponto cruz e segue...
Há livros que se leêm enquanto se ouvem, e por eles passamos com memórias e recordações, mesmo quando outras, mesmo quando falsas, existiram.
"O Velho ainda Canta", Ed. Colibri, de João Mário Caldeira é esse livro, essa escrita, é literatura e tudo.
Outro livro fundamental para conhecer o mundo, a aldeia que faz o mundo que é este nosso Alentejo. Todo o Alentejo do mundo, também.
Obrigado J.M.C. por este Velho, que continue a encher-nos de cante...e um abraço!
 
Tuesday, December 05, 2006
 
Picado de outro blog, uma reflexão que subscrevo inteiramente sobre o espírito do Natal, ou sobre o residuo consumista e alienante em que o Natal se converteu, esquecendo a meditação e o passado, os vários passados que as nossas vidas encerram, e o que fazer com eles, como viver com eles, que sentido continuar com eles.
O Natal hoje é uma data asquerosa, em que as consolas e o pacovismo se juntam para criar eventos de frivolidade, sem qualquer sagrado, sem qualquer respeito pela vida que neste periodo também devia ser reflectida, para ser continuada, para ficar, para ser chorada.
O Natal está espelhado nos valores deste conto, o actual Natal.
Não voltarei ao tema, a não ser que me esqueça, a não ser que por entre o choro e a memória me lembre.

(...)
O menino escreve uma carta ao Pai Natal: "Oh! seu barrigudo do caralho, seu cegueta, todos os anos te escrevo uma carta a dizer que quero um camião dos bombeiros e tu ofereces-me meias e cuecas...Vou-te foder! Quando passares à frente da minha porta com as renas, vou partir-te os cornos à pedrada..."

O Pai Natal manda-lhe então uma carta: "Meu filho, este Natal vou-te compensar. Vou-te pôr fogo à casa, filho-da-puta, o que não te vai faltar são camiões dos bombeiros."
(...)
 
 

Gralha

Como é que uma ave da família dos corvos ou mulher que não se cala se transformou em erro, distracção ou caganito ortográfico seria tópico para:
http://steinhardts.blogspot.com/
e a sua história das palavras que bloqueou no saudoso Vasco Santana, visita lá de casa.
Hoje coloco aqui uma obvia gralha, com graça.
 
Sunday, December 03, 2006
 


A ilustração é uma foto antiga da Rua da Judiaria, em Lisboa. E o texto é sobre o tempo, todo o tempo, que fica, que se perde, que continua...

Entrámos em Dezembro, o décimo mês do calendário solar. Concluimos o nosso ano nos mundos do dominio cristão. Por qualquer deles nas mesmas datas, depois que a Revolução burguesa e anti-liberal de 1917, na Russia, uniformizou o calendário ortodoxo com o da restante cristianidade.
No Oriente, budista ou xintoista, em terras do Islão ou dominio da Torah, os calendários são outros, o tempo tem outra contagem.
Mas por cá estamos a entrar no mês que desde o século III (Constantino) comemora o nascimento de Cristo e o re-inicio de mais um ciclo solar (antes era o nascimento de Mitra, no mesmo dia adoptado para Cristo!).
Transformou-se na data, no mês do fecho de contas, do balanço, e também de planos e oportunidades. Com o passar do tempo também de rotinas, de repetições, de ambições. De almoços e jantares para esquecer a memória e partilhar o presente, que temos que viver.
Os dias ficarão maiores a partir do Solsticio, em que aqui vivemos a noite mais longa do ano, e se bem que só a partir de fim de Janeiro o comecemos a notar o dia recomeça a ganar da noite.
O tempo vai ficando nos detalhes, que no espaço vão ficando a nesse o codificá-lo, com marcas e signos.
Entrámos em Dezembro, não passa nada.
 
Saturday, December 02, 2006
 
Um homem notável.
Fernando Lopes Graça é agora homenageado no Teatro Nacional, numa colaboração com a Comuna. "A Casa da Lenha" de António Torrado.
Uma grande interpretação de Carlos Paulo (e do restante elenco!), num texto que não é o que o mestre mereceria...
O teatro estava quase vazio. Se fossem "Morangos" estaria a beirar o histerismo. Teremos o país que merecemos?
Ficarão para sempre os acordes do mestre, as suas memórias... e as Heróicas, ah as Heróicas ressoarão enquanto a memória superficiar o esquecimento.
 
Friday, December 01, 2006
 
Livro de Reclamações. Um embuste contra os consumidores.

Existe, entre nós, um enorme embuste pretensamente ao serviço dos consumidores e da qualidade mas que de facto é uma treta e um engano!
O livro de Reclamações é uma figura que não obedece a nenhum clausulado ou norma jurídica e que não tem qualquer regulamento a dar-lhe eficácia.
Ou se tem deve ser desconhecido das entidades que são supostas dar-lhe seguimento.
Vou listar alguns dos casos em que tive envolvimento directo ou indirecto:

FNAC. Comprei há um ano um computador com um teclado deficiente. Fui lá assim que verifiquei (quando o meu informático passados 15 dias veiu instalar o sofware), para trocar. Impossível, devia dirigir-me ao fabricante... eles, que o tinham vendido nada podiam fazer.
Soube entretanto que a FNAC é useira e vezeira neste comportamento. Foi há um ano (em Dezembro). Até hoje, ninguém, NINGUÉM me respondeu ou deu uma satisfação.

O Livro de Reclamações não prevê resposta. Não está regulamentado!

BES. No seguimento de continuada perseguição, que só posso atribuir ou a problemas internos ou incompetência ou ANTI-SEMITISMO de algum funcionário, com o balcão de Campo de Ourique, apos diversas correcções de operações mal efectuadas, corrigidas pelo próprio serviço de reclamações do BES, vi-me obrigado a preencher o livro de reclamações (3 páginas, uma operação feita ao balcão, de que tenho comprovativo que não foi realizada e por tal me cobraram...juros!). Pois o Banco de Portugal (sem me ouvir ou solicitar documentos!) deu razão ao BES. Recorri para o responsável do Conselho de Administração e para o Instituto do Consumidor. Há dois meses. Nada.

O Livro de Reclamações não tem qualquer processo de verificação das queixas com um mínimo de dignidade e os recursos não tem resposta!

GROUNDFORCE. Esta é espectacular. O serviço de handling das companhias aéreas responsável pelas bagagens extraviadas recusa o livro de reclamações aos clientes destas. E o que é mais notável ( e recente reportagem na SIC objectivou o caso!) é que não informam os passageiros... que a bagagem chegou e está em depósito. Apos dois telefonemas para lá insistiam que eu telefonasse para a Turquia! Aconselhado a ir ao depósito... lá estava a bagagem 10 horas antes do meu 1º telefonema. Lá me cruzei com outro indígena que tinha a mala lá à uma semana...e ninguém lhe tinha dito nada. Claro passados 3 meses vão milhares (sim milhares!) de malas para leilão e sempre é mais um dinheirito para o fim do mês... Malas para que vos quero. Pois escrevi à D.G.T. ao instituto do Consumidor, ao Provedor das agencias. Remeteram-me (dada a infracção obvia!) para o INAC. Escrevi para a administração e pessoalmente para um amigo membro do conselho dessa.
Há dois meses. Resposta ? Zero! Zero!

Não há punição por recusa do Livro de Reclamações e as empresas, repetidamente e em público denunciadas mantêm os comportamentos!

ONIDUO. Por repetidos problemas com o sistema de comunicação apresentei (em chamadas de valor acrescentado!, notável) repetidas e reiteradas queixas. Ao fim de um mês dirigi-me ao serviço para protestar e com indicações da ANACOM a solicitar elementos contratuais. Recebo uma carta, pessoal, do Provedor do Cliente da empresa a pedir desculpa e reconhecer o problema e a dizer-me que seria resolvido com urgência (para renovarem o contrato não esperaram!). Pois passadas 3 semanas não foi feita nenhuma, nenhuma diligência para corrigir o problema. Vou voltar ao Livro de Reclamações.

Efeito do Livro de Reclamações? Criam umas cortinas de fumo para engodo e nada é resolvido. Sanções? Nulas.

Restaurantes e bares... Pois aqui as histórias são muitas.
Se em Lisboa ( concelho!) deparamo-nos com um processo fantástico. O queixoso é intimado a comparecer (acompanhado de TESTEMUNHAS e de baraço ao pescoço) para confirmar aquilo que referiu na queixa. Se aparecer é normalmente mal tratado por funcionário já propinado pelo gerente do estabelecimento de que é queixoso (ou pelo fiscal que recebeu a dita). O processo morre, sempre!, aí.
Na auto-estrada, ah, nas auto-estradas os livros de reclamação cheios repetem-se. Nas Câmaras municipais locais penso que também deve haver alguma contaminação. Nalguns casos recebemos (notável!, notável) passados meses uma carta da empresa a dizer que tudo o que escrevemos é mentira, que são exemplares e esperam continuar a receber a nossa visita.

Excepção. Em Oeiras. Livro de Reclamações, processo, contra-ordenação (pesada), contra-ordenação paga, cliente lessado informado. Tudo em 6 meses!

Livro de Reclamações. Não há regras para tratamento dos casos reclamados. O arbítrio, compadrio e corrupção (sobretudo na C.M.L.) dominam. Quem trata disto?

Pois sugiro que ou acabem com o Livro de Reclamações, uma vez que este é o domínio da selva, ou dêem-lhe um estatuto de eficácia, um regulamento claro, que imponha processos claros e transparentes e respostas objectivas.
 
civetta.buho@gmail.com

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