insignificante
Tuesday, March 28, 2006
 
Muitas vezes me tenho divertido com os signos, insignificantes ou não, com as palavras, a sua contextualização ou descontexto. As linguagens cifradas, as onomatopeias,os jogos de "mots", as alegorias e os paradoxos.
As frases que significam outras frases.
Os sinais, com ou sem fumo, como o Sena gostava.
Os toques, na mão, no corpo, na cara, o beijo, a forma, o tipo, o piscar de olho, o olhar.
O balancear do pé. Tudo pode ser verdade, tudo pode ser ilusão.
Conheci, vivi histórias nisso, por isso.
Por vezes releio o que escrevo, o que escrevi, revejo filmes em que participei, no passado, sempre no passado.
E continuo a divertir-me. Com a verdade, com essa verdade.
Shalom.
 
Monday, March 27, 2006
 
Num dos grupos de discussão em que participo alguém mostrou-se ofendido por eu dizer umas verdades.
Que os Verdes são uma criação do P.C.P., e que portanto defendiam a nuclear tal como o PC em 1975, e ainda hoje!, nos tempos de Ferrel. Desde que fosse soviético era bom (os Verdes ainda foram a favor da dita!), ou que se calhar (com a idade que teêm ...) ainda não se pronunciavam. Ganda malha.
Hoje, por tudo e por nada querem amordaçar-nos a memória.
Infelizmente há os que teimamos em recordar, que guardamos os arquivos, que estivemos por cá, que fomos agredidos em sessões de defesa da paz soviética (se calhar por esses verdelhos), e não esquecemos as malandrices, todas as malandrices dessa "escumalha".*
Sabemos que política é isto. Estar hoje com estes e amanhã com aqueles. Manter as ideiais, mudar de ideias, defender hoje isto e amanhã aquilo.
No meu caso há uma linha de coerência que nunca abandonei. Liberal e libertário estive em muitos combates, acompanhei com muitos numas lutas, sabendo que noutras estavamos em diferentes lados da barricada. Com comunistas e fascistas, socialistas ou centristas, defensores da nuclear ou animalistas. Com uns e com outros estive e estou. E contra todos. Mas mantenho as minhas convicções e o que defendo hoje está escrito. Ontem ou mesmo anteontem.
Mesmo com a minha falta de memória não me lançam com verdade alguma acusação de incoerencia, que não seja mentira.
É justo. É justamente uma ideia.
O futuro.
* Coloquei aspas. O sentido é gente sem qualidade, ralé.
 
Sunday, March 26, 2006
 
Na zona conventual de Alcobaça, em Valado dos Frades, passámos um dia de convívio, tertúlias e passarada. Couves e outras hortícolas também se colheram e comeram. O tempo parou e ficou para memória futura. E para memória futura fica este site que recomendo:http://www.1001inventions.com/. Sendo que devemos ter em conta (certo?) que a civilização islamica estagnou (Lewis, entre outros o explica bem) no século XV /XVI, após a queda do Al-Andaluz e quando da chegada de Suleyman às portas de Viena. A partir daí é um retrocesso ao passado, que foi glorioso.
Hoje se não fossem a abertura e inovação tecno/ industrial do capitalismo estaríamos mergulhados numa civilização de decapitação das mãos, de lapidação dos hereges, de mulheres tapadas até ao coocoruto e sem sair de casa, du mullahs e outros dementes, e de bombistas com a dita no turbante.
Devemos conhecer o passado. Todo o passado. Para sabermos orientar nos caminhos do presente.
Foi um dia bem passado. Ainda tive tempo para começar a História do Homem, do Robin Dunbar.
Pois se uma civilização censura, inibe o que os outros pensam, não pode pensar o pensamento dos outros e o seu conhecimento acaba. Essa é a história, essa a evolução, essa a linguagem.
 
Friday, March 24, 2006
 
As instituições usurárias continuam pela rua da amargura. Ainda o BES. Vou esta 5ª feira liquidar um malfadado empréstimo e escrever, no livro de reclamações ao Banco de Portugal. Ainda por cima os funcionários do Banco não sabem ou não se entendem. Agora tenho um documento escrito que contraria a prática do banco. O Banco de Portugal decidirá, juntamente com outras questões que apresentarei.
E parece que vou começar nova saga...a ver...Pior que este BES, este balcão de Campo de Ourique e a sua gerência não deve, todavia, haver.
 
Thursday, March 23, 2006
 
Os dias passados não conto os minutos. Foram um sem parar, até às Energias Sem-fim". Agora novamente os projectos, as propostas, as ideias a procurarem espaço. Todavia ainda restou tempo (segundos?) para intervir nalguns debates, preparar algumas acções, estruturar acontecimentos previstos.
As leituras acumulam-se em pilhas, almoços, mesmo de trabalho, são adiados por outros trabalhos. E tudo se atrasa, tudo tem sempre problema. Vamos continuando a remar. Há mais marés que marinheiros!
 
Wednesday, March 22, 2006
 
Água mole em pedra dura...a pedra dura foram as direcções (que foram mudando) da EDIA, no trato com Barrancos e na gestão da Coitadinha (e atenção que a herdade sempre teve esse nome e não um qualquer Parque de Noudar. Onde será que vão inventar estas asneiras?).
O monte teria caído completamente se não houvera jornalistas a denunciar a situação. Hoje está muito bem recuperado, é um mimo e manteve a estrutura do antigo monte.
No entorno do monte já há algumas hortícolas (que houve quem quisesse deitar para as feras) e já há noticia de algum gado na herdade.
Umas meninas de uma qualquer coisa de comunicação disseram-me, todavia, que porcos não. O quê então vai-se deixar ao javardo a boleta e permitir-lhe desenvolver-se e perigar o porco preto, que esse sim devia alimentar-se deste fruto e manter este espaço vivo.
A herdade da Coitadinha é a área mais humanizada do concelho, com os melhores solos agrícolas (onde se deve plantar algum cereal e sorgo) e onde (eventualmente com subastas como para a Contenda) se devem manusear e alimentar os porcos que são o nosso ex-líbris.
É preciso alguém falar forte à EDIA. Proteger a natureza é manter os seus usos e tradições, e a utilização e ocupação que moldaram o espaço.
A Coitadinha não é um jardim zoologico ou um couto de javalis.
É um espaço com história e muito sangue, suor e lágrimas, do povo de Barrancos.
 
Monday, March 20, 2006
 
Ferrel
Foi um reencontro de amigos, como escrevi numa carta pessoal que dirigi a alguns deles:
“No passado, na tal memoria, inventada ou tão real como essa invenção, estão pedacinhos onde nos cruzámos partilhámos convergências e divergências, que hoje o tempo converteu num ténue fumo.
Ficou o tempo em que construímos o conhecimento e as emoções da descoberta desse.”
Foi um momento em que todo o passado, com todas as dúvidas e contradições, o mais antigo com os a quem escrevi essa nota e outro mais próximo, com quem compartilho tempos mais recentes e convívio mais regular, se reviveu e criou pontos para continuidade.
O tempo faz-nos ver re-ver o passado.
Em Ferrel, pesem alguns erros que se devem á própria lógica da estrutura organizadora, realizámos uma comemoração soberba.
O povo de Ferrel, em grande número reviu-se e viu a importância da sua disponibilidade e acção, candeia de futuro.
Embora tenha faltado o Afonso, ele esteve presente na honra e consideração dos amigos. Dos presentes Delgado Domingos merece elogio especial esteve, continua, indomável, como é seu timbre.
E referência os Presidente da Câmara de Peniche e da Junta de Ferrel, porque são dos nossos, ganharam os seus postos porque a memória e o saber do tempo acabam por ter o reconhecimento devido, neste. Hoje são baluartes que levam o concelho e a freguesia na lógica da sustentabilidade, com o povo.
Foi divertido rever gente que já não via à muito e ver que o tempo e a forma de gerir esse, o modo de fazer tempo no tempo nos vai reencontrar, porque divergindo ou convergindo noutros temas, existem batalhas que partilhamos,
que como dizia o homem que se agarrava ao leme, é a vontade de um povo que quer o mar que NÃO é teu, não é de quem pensa a natureza como uma fonte de mais valias e esquece o homem e o homem nessa.
É nosso, com sentimento.
 
Sunday, March 19, 2006
 
Simpatia e bom acolhimento, higiene e confecção cuidada, tradicionalismo ou especificidade, são os critérios de base para um bom usufruto de um local de degustação ou alimentação. Os critérios podem ter uma diferente ponderação mas o que nos dá o grau de satisfação o resultante desses elementos todos.
Temos poucos locais de refeição onde a matriz seja alemã. O Jardim da Cerveja em Cascais continua a representar com dignidade as especialidades bávaras, a Cervejaria Alemã na Rua da Misericórdia fechou, por enganar consecutivamente e esportelar barbaramente a clientela (e para tal dei o meu contributo!).
Hoje tomei conhecimento do BlockHouse (vão abrir 5). Um franchising digníssimo.
Os elementos que fazem uma casa estão todos presentes e com classificação de Bom.
Simpatia e acolhimento, higiene e qualidade de confecção, com a cozinha bem à vista! E os pratos com nota mais. Uma sopa de cebola com queijo gratinado óptima, uma salada saborosíssima e com os produtos à vista do cliente!, um carppacio de derreter qualquer calçada e as suas pedras, 20 valores.
A carne (um bife do lombo) estava óptima, embora deva recomendar um pouco mais de sal na grelha e talvez uma boa “mostarda” para acompanhar.
Merece menção esta BlocKHouse, o que conhecendo-me não é coisa pouca.

E fui ver o “Capote”, que deve ser obrigatório, tanto o livro como o filme (onde Phillip Hoffman é simplesmente fabuloso) mostram as tortuosidades da mente humana, as suas fraquezas e forças.
 
Friday, March 17, 2006
 
A vida é feita de olhares e memórias.

E também de tristezas e esquecimentos. Que se recordam á lareira entre palavras e histórias que nos inventam e recuperam do esquecimento. Passou tempo, algum, muito tempo. E por esse tempo houve luz e trevas, na vida, e pela natureza. E como Moisés, no Sinai, com a sarça do conhecimento fomos procurando que os sentimentos descobrissem as palavras para voltar á realidade.
Que, por agora, começa em Ferrel.
Que foi aventura, começou na Universidade, com o Cláudio Torres, o Rui Nery, o Severiano Teixeira, o saudoso Manuel Hermínio Monteiro passou pelo Não á Opção Nuclear e por um marinheiro perdido entre brumas, uma livraria no Conde Barão onde se "escondia" o pioneiro Afonso Cautela. Que me levou ao conhecimento do intransigente e fundamental José Carlos Marques. E pela organização, dispersa, o monárquico Luís Coimbra e o Mário Alves mais a CLAPA, com quem compartilhei dormida histórica, na escola. E a caminhada pelas areais fora com o "inca" Sanjines. E os túbaros com que fiquei, em Ferrel, esperando a última boleia em companhia do Jorge Gabriel e de garrafas que se iam retornando.
E o José Luís, alma e nervo, que já na altura sabia dar informalidade á acção, organização aos objectivos e realidade a sonhos e imagens. A flexibilidade não é senão isso tudo, esse velho paradigma de busca de um traço de união entre o que podemos e o que desejamos.
E havia o "velho" Saraiva, referência de um tempo de magia, iconoclasta de todos os poderes, que na "Tentadora", em Campo de Ourique, nos dava o seu melhor ouvido. E do Técnico vinha o saber de Matos Ferreira, Delgado Domingues, que nos dava conta da Indigência Nacional, e alguns outros.
Éramos esses. Outros também por lá apareceram ou foram solidários. O Francisco Sousa Tavares, o Gonçalo Ribeiro Telles, o Fernando Pessoa, o João Reis Gomes, o Nuno Ribeiro da Silva com, as vozes na luta que eram então, o GAC.
Foi um tempo que só existe na memória do que, de quem, por ele passou.
Hoje assistimos com grande surpresa, eu próprio já passei por algumas muito divertidas, á alteração do passado, como se com essa podéssemos alterar essa realidade. Na altura éramos muito poucos. Contra quase todos. Contra os comunistas, os socialistas, os, na altura, populares-democratas e os centristas. A informação, ainda longe do "SIC ismo", ignorava-nos, ou só nos dava, graças ao esforço de alguns amigos, pequenos nacos de página. (ou 2 minutos e 56 segundos no telejornal da 2!) Não me recordo de nenhum, mas mesmo nenhum dirigente político, e só de poucas muito poucas personagens públicas, serem nesta altura contra a central nuclear.
Estávamos sós, quando começámos a preparar o festival "Pela Vida e contra o Nuclear", no seguimento do texto/manifesto "Somos todos moradores de Ferrel", no início de 1977, no seguimento do alardear do povo de Ferrel, de Março de 1976.

NAVEGAR FOI PRECISO...
A energia nuclear morreu pela economia, alguns anos depois. Em Portugal, estes poucos muitos, e outros muito poucos, que foram aparecendo a dar a cara, travámos difíceis combates.
Nos anos 70 as projecções /estimativas ainda não atribuíam ao nuclear o rótulo de "pior negócio" do século. Embora denunciássemos já nessa altura os elevados custos financeiros, era todavia pelas questões não resolvidas da técnica, da segurança, da questão dos efluentes e dos resíduos, que nos mobilizávamos.
Ferrel, uma área sismologicamente instável , segunda escolha após a zona onde hoje se vai construir (se construiu!) a maior hipoteca ambiental nacional (Alqueva), é, ainda hoje a principal vitória, diria mesmo a única, ecologista. Pescadores e agricultores foram informados em épicas sessões, e pese o muito papel "couché" e propaganda que a Electricidade de Portugal, na altura fez correr, mesmo com a ausência da televisão a população tocou os sinos a rebate e os trabalhos tiveram que parar.
Alguns anos depois voltei com o Zé Luís a Ferrel, nos campos havia couves e dos resíduos da "central" fazia-se estendal. Atolámos o carro e um popular, logo, nos ajudou. Não tinha esquecido. Viver também é preciso!

Navegar, também!

Muitos de nós, ouso disser quase todos, pelo menos os que nomeei acima, tínhamos uma ideia para a sociedade portuguesa. E, todos se mantêm convergentes em torno de uma ideia de sustentabilidade para o futuro.

Permito-me transcrever um texto em torno do qual muitos de nós convergimos, que foi redigido por mim, com comentários de muitos deles, que dá conta, hoje dos nossos problemas:

"A transformação do conteúdo energético das nossas sociedades é um exemplo objectivo da clara consistência das nossas propostas, numa perspectiva de menor dependência económica do exterior, de sustentabilidade de utilização de recursos e de maior autonomia regional, com vista a uma melhor saúde ambiental dos Portugueses.
Temos sido, desde os anos 70, opositores firmes e determinados da construção de centrais nucleares, tendo contribuído, em muito, para evitar a concretização desse projecto que seria um calafrio financeiro para o Estado e um pesadelo quotidiano para as populações.
Aqueles que agitavam o cataclismo energético para as defender foram tragados pela História. Vivemos um tempo que exige conservação e melhoria da eficácia energética como base do saneamento produtivo.
Nós dizemos que isso não chega. É necessário passar para formas de produção e consumo de energia mais responsáveis e menos dependentes do exterior. Energias para o futuro para que, dos nossos sonhos, continuem afastados os pesadelos.
Propomos que se aposte no desenvolvimento das energias suaves - solar, eólica, geotérmica, mini-centrais hídricas e de marés - com um razoável potencial no nosso país e propiciadoras de desenvolvimentos locais.
Queremos tornar o que tem sido desperdício e focos de poluição em fontes de riqueza, dinamizando a reciclagem de lixos urbanos e industriais, aproveitando dejectos para adubo natural, gás e fontes proteicas.
Defendemos um investimento fundamental na conservação da energia nos sectores industriais e produtivos que nos permita aproximar a rentabilidade energética nacional dos padrões mais avançados. Isso passa por incentivos a desenvolvimentos de produções marginais (calor de produção e resíduos) e por prémios fiscais à melhoria da eficiência energética (energia por unidade de produto). "

A ecologia política é uma ideia para a sociedade e o desenvolvimento do território que não se confina a um espartilho organizativo, mas que necessita de uma base, uma concepção filosófica. Essa está, esteve, nos que naqueles tempos, á vinte e tal anos, no quadro da acção cívica, no uso das liberdades públicas, dando voz ao sentimento, e procurando caminhos de razão e alternativa disseram sim á vida e não ao nuclear.
Hoje, como ontem, continuamos a ser todos habitantes de Ferrel. Porque podemos afirmar a memória sem constrangimentos, desta retirar as histórias que a fizeram e continuar na calma e remanso do crepúsculo, talvez até á luz de um candeeiro de petróleo, calmamente a bebericar o vinho da região com umas couves e umas chouriças ou umas sardinhas com batatas.
As nuvens podem aproximar-se, com o vento a empurrá-las. O tempo pode continuar a passar, medido pelo doce respirar dos vivos, transportando memórias e futuro.
Ao longe, distante, fica o momento em que em Ferrel, lá para Peniche...
 
Thursday, March 16, 2006
 
Hoje fui almoçar com dois velhos colegas e queridos amigos ao mercado do Saldanha. A conversa ferveu de trocas de informação e energias. A antiga cantina do mercado mudou. Já lá não vão "fatos macaco" e outros elementos do povão, agora está cheia de engravatadinhos e gente assim. O peixe continua imbatível. O preço razoável. Foi um almoço onde tudo esteve para recordar.
 
Wednesday, March 15, 2006
 
Retirado,com consideração e chamada de atenção, do excelente blog, ruadajudiaria:
"Vai fazer exactamente 500 anos, nos dias 19, 20 e 21 de Abril, que um cataclismo se abateu sobre Lisboa. A alma da Capital do Império sofreu um abalo tão grande – senão mesmo maior – do que aquele que a haveria de destruir em 1755. Durante três dias, em nome de um fanatismo sanguinário, mais de 4 mil pessoas perderam a vida numa matança sem precedentes em Portugal.
Como vozes que teimam em emergir de entre as poeiras da História, cronistas como Damião de Goes e Samuel Usque deixaram relatos detalhados dos motins sangrentos. Contam os testemunhos que tudo terá começado na Baixa, no dia 19 de Abril de 1506, um domingo, na Igreja de São Domingos, quando alguém gritou ter visto o rosto do Cristo crucificado iluminar-se inexplicavelmente no altar. Em redor, gente que rezava pelo fim da seca prolongada que grassava pelo país clamou que era milagre. Entre eles, um judeu convertido à força terá tentado explicar que a luz que emanava do crucifixo era apenas um reflexo de um raio de sol que entrava por uma fresta. Terão sido as suas últimas palavras. Arrastado para a rua, o marrano e um irmão seu foram espancados até à morte. Os seus corpos mutilados foram arrastados para o Rossio e queimados em frente dos Estaus – onde décadas depois foi instalada a Inquisição. Eles eram apenas os primeiros de entre mais de 4 mil mortos – anussim, judeus portugueses, homens, mulheres e crianças, assassinados em três dias sangrentos.
Incitados por frades dominicanos, a multidão que entretanto se aglomerara decide partir em direcção da Judiaria, gritando “morte aos judeus” e “morram os hereges”.
 
 
Ida ao Porto, Esposende, Caminha, Cerveira, Vieira do Minho, novamente ao Porto, reuniões, visitas de trabalho aos moinhos eolicos (assim o povo lhes chama), consumiram estes dias. Relatórios, leituras de passagem, amizades a fugir, também houve um pouco.
Regresso a Lisboa e vou direito a mais um livro de reclamações.
Agora a FNAC.
Em Dezembro gastei cerca de cinco mil euros nessa empresa, entre outras compras adquiri um portátil que logo me levantou problemas. Agora e muito dentro da garantia fui manifestar-lhes isso. Desconfiaram, queriam ter o meu instrumento de trabalho um mês, um mês para inspecção (quando se vê à vista desarmada o problema, que custa 40 euros para resolver, custos de um novo teclado!).
Pois não, além da má criação do serviço pós venda a simpatia e incapacidade da gerente de balcão. Reclamação feita, informação enviada ao Instituto do Consumidor.
Vou comprar o teclado. A empresa vai gastar mais que o teclado nas custas e no tempo que alguém vai perder.E na multa!
E talvez o cliente. O ano passado fizemos compras na empresa que ultrapassou os 7 mil euros....
Aí FNAC, FNAC será que não têm ninguém capaz para pôr à frente das lojas?
Será que não sabem o que são direitos dos consumidores?
 
Friday, March 10, 2006
 
Continuo imerso e fascinado no Plan B 2.0. De facto penso que para compreender o mundo hoje tem que se ler um livro deste ou similar. Uma análise detalhada (e em todos os pontos remetendo para o melhor state of the art) dos constrangimentos, dos bloqueios, das causas e consequencias desses das nossas sociedades) é obra.
Há muito que não lia um livro assim (download em www.earth-policy.org).
Hoje vi as provas (finais) do livro que coordenei. Está lindo. Penso que será uma marca.
E, para comemorar, Boa noite, boa Sorte, um excelente filme que congela as nossas memórias e nos lembra a comédia que é a repetição do passado e o valor da honra e da coragem da dignidade.
Foi mais um dia. Boa noite...e boa sote, para todos.
 
Thursday, March 09, 2006
 
Fui ver o documentário "O céu gira", de Mercedes Álvarez.
É uma pequena lição. De história, da sucessão de povos, da ocupação do território e do presente.
É uma lição de ciência política, para os defensores de qualquer absoluto é um choque, com os seus nonsense e as heresias.
É uma lição de sociologia, de análise socio-psicológica, de enquadramentos sociais, de desenvolvimento económico (ou não).
Aprendi visualmente como se instala um aerogerador, por isso também um filme sobre engenharia de processo.
E história de arte, na magnifica construção, pintura impressionista de um quadro por um pintor ...cego!
O céu gira...será que nos irá cair na cabeça?
Penso que hoje não é a véspera!
 
 
Rever velhos amigos, relembrar estórias, brincadeiras, envolvimentos. Participar de outros, que já cá não estão, ou das vidas que levam. Na lagoa mais "bonita" do mundo a ler um livro espetacular Plan B 2.0 (não é ficção é a história da realidade) entre comidas partilhadas com velhos amigos, um chá fervilhante de acontecimentos.
É a vida, sem resumos, nem conclusões que essas ficam com quem pensa que viver está escrito e/ou respeitam algum profeta, armado ou desarmado, são todos iguais.
 
Tuesday, March 07, 2006
 
Suprimi os jornais.
No local onde tomo o café da manhã temos um à disposição e as noticias, requentadas, são sempre as mesmas.
E na terra não há jornais nem fazem falta, as notícias sabem-se à mesma.Mesmo as que não veêm nos jornais, que são as mais importantes,
Mas estou cada vez mais ligado ao mundo, pelas janelas que são os blogs(neles se faz a diferença da opinião!), e alguns sites de verdadeiras notícias.
Tenho meia duzia nos meus favoritos (dos amigos, saravah para eles!, e outros, igualmente essenciais!).
Ontem juntei um que aqui recomendo //rua dajudiaria.com.Gostei. Muito. Shalom.
A vida é, também, o gosto e o risco.
 
Monday, March 06, 2006
 
Com os anos vou-me tornando um protestador. Penso que se neste país todos fossemos assim não estavamos onde estamos. Mas a doutrina reinante é não vale a pena, foi sempre assim, eles ganham sempre.
Pois não é assim. De livros de reclamação que preenchi resultaram consequências, multas ou chatices, muitas chatices para os culposos.
De protestos que fiz no Tribunal arbitral vi serem-me ressarcidos dinheiro ou produtos e no caso do BCP além do advogado e dos dois lacaios que perderam 4 tardes ainda se viram a dar explicações ao Banco de Portugal, para além de menos um cliente...
E incomodei a direcção das forças da ordem qiue me responderam, pessoalmente, dizendo que providências seriam tomadas(e soube que foram!)
Ainda hoje por vezes recebo avisos de que diversos processos que iniciei levaram ao fecho de estabelecimentos inenarráveis, ao despedimento de cadastrados, nomeadamente um que me avançou de faca em punho...e que a polícia verificou que era um evadido!, à melhoria de comércios e serviços. (E a minha história com o livro de reclamações nas finanças já foi motivo de curso sobre gestão!).
Alguma coisa muda para que tudo fique na mesma?
Talvez, mas nós ficamos a sentir-nos melhor. Felizmente a nossa voz ouve-se!
 
 
Uma grande vigarice são os bancos e os seus serviços.
Calculem que pediram um emprestimo e o querem liquidar, devolver o dinheiro que já não precisam. Pois temos que pagar 3%. Por um serviço que não utilizámos, que retornámos.
Os serviços bancários são a mafia organizada dos tempos modernos.
E ninguém os controlava ou fiscaliza (é claro que já enviei duas reclamações que ainda ardem ao Banco de Portugal!)
Reclamei sustentadamente contra os miseráveis serviços do balcão do BES de Campo de Ourique (refirindo que culpava desses a sua gerente). Apresentei o protesto por escrito, com detalhe.
Pois recebi uma resposta, assinada por um senhor que se intitula cordenador do Departamento da Qualidade do Serviço.
Indicando-me que marcasse uma reunião com a sra gerente, que culpo do negligente serviço.Fantástico!
Nem quando no Montepio me tentaram exportelar (depois devolveram!) umas verbas tive destas respostas.
Claro que irei lá falar com a sra.Para lhes entregar os 3% de exportelamento e liquidar o empréstimo que no BES contrai.
Felizmente há mais vozes que nozes e como todos eles querem aumentar os lucros arranja-se melhor. E ninguém irá sancionar a sra....(se calhar ainda será promovida!, aí se o Ricardo sabe!)
 
 
Escrevi recentemente sobre "Brokeback", que teve Oscar merecido e penso que há mais tempo (5,6 meses) sobre o excelente Colisão, filme que entra no consciente do inconsciente humano, nas suas contradições, filme que parece a vida.
Vi também o Fiel Jardineiro e Syriana, Oscares para os secundários (estranho o conceito, dado que nos dois casos são os protagonistas!). Irei ver o Capote, que honrando o livro me dizem ser excelente.
Tem sido um ano de boa safra cinéfila (e outros nomeados o valem), sendo que temos que ir a Espanha para ver filmes de fora do Império, que com estes filmes de baixo orçamento começa a ser minado por baixo...
Penso que o Colisão deveria ser com debates exibido em todas as escolas, sobretudo as "complicadas", por conflitos sociais, etnicos ou outros.
Mas qualquer dos outros mencionados ( e mais o Munique e o Boa Sorte) deveriam ser tema para conversas.
E quando um filme agarra isso, vale!
 
Sunday, March 05, 2006
 
O Espírito Santo , na Bíblia é um intermediário entre Jeová, Eloyn, Alah, ou seja lá como o que não tem nome se chama, e o povo de Israel. O Espírito é o sopro, o ruah de Deus.
Pois penso que foram judeus que levaram o Espírito Santo para os Açores, e o transformaram numa festa, que obviamente como todas as festas tem pão que se comparte.
A agregar com as obvias raízes alentejanas dos ilhéus juntámos as carnes e as hortaliças e fizemos do prato mais alentejano do mundo (a sopa) um manjar, dos deuses, ou do seu sopro.
Os Açores tem um embaixador em Lisboa. Já aqui várias vezes falado, ao sabor de convívios fraternais que no espaço onde sedia a embaixada nos proporciona.
Até agora tem um nome sempre fonte de histórias “Bambino d’Oro”, mas vai mudar para novo Espaço. Espaço Açores.
Ontem lá fomos recepcionados. Mestre Alfredo no comando obsequiámo-nos com as entradas de salivar, um vinho de cheiro (já só havia um agradável branco) que acompanhou uma moreia frita com batata doce de limpar o prato! Para as divinas sopas (ou o seu sopro!) acompanhámos com um Borba.
Ainda agora me sabe a calduça e o que a companhava, tudo o que correspondia.
Para sobremesas (e eu não sou de sobremesas...) bom, era um queijo derretido com um pouco de doce, um pudim de mel e já não sei que mais.
Só o divino (seria sopro?) digestivo da Graciosa nos fez deixar este templo...
Hoje o Espaço Açores, o embaixador Alfredo, o novo espaço onde nos “assiduoaremos” foram tema de conversas.
Claro que voltaremos aos Açores, e sobretudo a esta sua embaixada alfacinha.
 
Friday, March 03, 2006
 
Respirar a terra, o cheiro da humidade, o sentir do pôr do sol sobre o azinhal, o tempo que se conserva na continuidade dos tempos.
Recupero do andar que a cidade impõe. E trago leituras para recomendar. Um notável conjunto de contos de Albert Camus “O Exílio e o Reino”, em que a escrita, cada palavra são punhaladas nos sentidos, onde cada imagem é um relâmpago. Recordarei sempre “L’Etranger”, que percorri soletrando cada som, antes de viver as suas sequencias num tempo que não acabou.
Sublime.
E o 2º número da nova série da Atlântico. Entre o medíocre e o muito bom.
Suficiente o grafismo a melhorar e a estrutura mais dinâmica.
Muito bons alguns artigos, mesmo quando deles discordamos (como o da Fátima) , e as opiniões.
Lamentáveis alguns textos eivados de “ideologismo” rasca e absurdamente conservadores, numa revista dita “liberal”, mas bem escritos, quand même.
E finalmente medíocre ou mesmo mau (onde terão ido arranjar essa gente ? parentes? amigalhotes? amantes?) uma série de nomes que escrevem páginas de inanidades (ao pior Independente!), assustadoras, incultas e absurdamente idiotas.
A sobrevivência deste “Atlântico” passa por cortar com estes labrostes.
Registo a notável informação do Saramago disfarçado de Maoma a queimar os infiéis (mas o Saramago também está na revista, disfarçado de neo-con), e não estou a refirir o excelente artigo sobre o teólogo...
E o conhecimento de J.P.C. que registo, embora o 2º concílio de Niceia não esteja bem explicado, mas bom ... fica a história.
P.S. Ia falar de duas publicações locais mas nem vozes de burro chegam ao céu, mesmo quando este zurra anonimamente, nem consta que os ecos reflitam qualquer realidade, local ou histórica.
 
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