insignificante
Friday, December 30, 2005
 
Preparando o segundo, a mais, que vai durar o ano a passar, e o fígado para poder saltar para esse ( ou levantar os pés porque à meia noite ...sabe-se lá!) encho a mala com revistas de história (notáveis as espanholas) de literatura (notáveis as francesas, e agora este nº "literaire" sobre a bíblia) e uns textos sobre energia, em inglês.
Junto os factos da vida recomendado pelo último livreiro de Lisboa (Luís da Ler!) e as Barbas do Imperador, ofertadas pelo Lampreia e rumo ao norte, onde se levanta a estrela polar.
Lembro outros fins, passados no norte. A memória persegue o esquecimento. Só não me consigo recordar dos nomes das coisas.
Até para o ano.
Bjs e Abs.
 
Wednesday, December 28, 2005
 
O tempo flutua enquanto o ano não passa.
Regressado à capital e às leituras de lazer que se esgotam neste passar flutuante do tempo.
Um Edgar P. Jacobs perdido numa armadilha e a intetessante biografia do criador do Maltese, Hugo Pratt passaram agradáveis por esse boiar. Retenho o ecletismo cultural de Pratt e o seu sentir viajoso.
Inicio outras memórias, agora do Maltese ele mesmo, e os Predadores de Pepetela.
Enquanto lemos o tempo boia.
 
Tuesday, December 27, 2005
 
O sábio sabe do que diz o tolo diz do que sabe.
 
Monday, December 26, 2005
 
Portas. Existem portas na vida.
Hoje ao ouvir os Doors, que foram buscar o nome precisamente a esse desconhecido do outro lado da porta, enquanto ia consumindo o rei dos Monte Cristo, o Edmundo (personagem do mesmo!) vi o desconhecido.
Recordei outras alturas em que o vi, quando experimentei o orgone do W. Reich, quando comi uma omeleta alucinada, na altura do LSD, quando acompanhei o Phil Collins, anónimo na noite de Lisboa e por madrugadas translúcidas de pó. Quando com o Elísio vi os dedos esfumarem-se em óleo. Quando vi o indizível e esse me pareceu o mundo reduzido ao seu excreta e continuidade.
As portas estão próximas e distantes. São o conhecimento de outros tempos, outros modos. Que também me apareceu (será que o reconheci?) na prisão do Governo Civil de Pamplona, no recolhimento no Sul da Argentina, no meu do ascetismo e espiritualidade.
Ou no entardecer, quantos entarderes da minha casa a sobrevoar a Lagoa de Óbidos.
Quantas vidas tem uma vida?
Quantas portas abrimos e deixamos para trás na busca do conhecimento?
Onde está o conhecimento?
A origem desse, qual é?
Da célula ao complexo do vivo que a conhece, o caminho de milhões de anos, de muitas eras geológicas, de milhares de portas , sublimadas na poesia do William Blake ou nas palavras embebidas de instrumental de Jim Morrison e dos Doors.
Quanto tempo é o tempo?
O que fazemos no tempo?
Ainda ontem, seria ontem?, era grão no universo, ainda ontem era som no silêncio.
Este ano o jejum, ou será do chá, o será do cheiro, que a chuva levanta da terra seca, a física e a metafísica, a memoria e o esquecimento conubiaram-se numa bola de fogo.
Será que o big bang voltará?
Será que o que esperamos já está, estará, entre nós?
Será que?
O não.
Tudo pode ser verdade, tudo pode ser mentira.
Só o momento e o seu reflexo não existem. Nunca existirão.
E, embora, pareça que a telepatia não está a funcionar, pelo menos voltei a levitar.
 
 
O Lume e o ano futuro que se vê nos seus fumos ainda me aquece a alma enquanto ouço pela milionésima vez o Leonard Cohen e termino de mastigar a Origem das Espécies (bola preta para a editora que publicou o livro em associação com alguma empresa de produção de óculos).
É o meu livro deste Natal, embora há mais de um mês o tenha começado. Fora hoje e iria para biologia ou a sua variante sociológica.
Ontem enquanto ouvia e reouvia a recolha dos Doors li o Marek , Os Mistérios de Jerusalém, que me deixou desiludido pela falta de espessura, de um tema que há partida tinha enormes possibilidades. É o que dá quando se escreve a metro.
Tenho que dizer que embora tenha gostado do 1613, do meu velho Pedro Vasconcelos, também lhe recomendo mais espessura, e não é livro que ofereça!. A partir da tomada da fortaleza (Solor) a história descamba num pastiche de muitas histórias em que o autor parece estar desesperado por casar o casal e terminar com tudo, todos a ganhar aos maus, sendo estes particularmente mal caracterizados ou vestidos de texto.
E com os dois Montalban que também conclui este natal fica por aqui.
Há muito (quase um ano) que não fazia um jejum em que o espiritual, ritual e o físico, olhar não estivessem tão afinados.
O tempo de renascimento, de culto a Mitra, ao Deus Sol que volta a fazer os dias crescer, incarnado no Jesus, que no Belém, reúne os elementos da história, e do sentir dos tempos num outro ritual (que ele próprio desconsiderava, pois deus não está em toda a parte , e o espírito não é superior à sua idolatria nas imagens e rituais com que o procuram envelopar?), este tempo este ano passou com o fumo do lume a mudar de cor.
Para o ano a vida continuará, com os seus incidentes, novas continuidades, gente que chegará ao fim do seu ciclo de vida. Anunciam-se novos trabalhos, novas actividades, num ano em que finalmente passado os ciclos eleitorais a agitação sem sentido em que esta permanência se esgota, o pais pode assentar ideias e construir projectos.
Tudo isso o Lume e os seus fumos para quem os sabe ler anunciaram.
Do fundo do tempo o Judeu Errante continua a passar por esse sem tempo de parar o tempo.
 
Friday, December 23, 2005
 
Recordo de numa aula de catequese ter procurado convencer o catequista que o Pai Natal era o avó do menino Jesus, pois então ele não havia de ter uma família normal, e o Pai Natal com o seu barbas não tinha todo o ar de ser o pai de Deus?
Já não me recordo do que aconteceu mas foi certamente melhor que o espancamento que apanhei por ingenuamente ter perguntado a seguir a uma aula da mesma a uma velha tia minha que nunca tinha conhecido homem se era uma puta (palavra que com os meus seis anos ouvira “deliciado” nesse dia). Ainda hoje conservo marcas desse, que foi um dos muitos que me foram administrados quando era criança, a murro, pontapé ou com o cinto.
A vida criou o Natal para nos reconciliar com as memórias. As minhas são, nesta quadra de fumo negro, e só no regresso à terra as consegui diluir no fumo do Lume, que se ergue poderoso, com o choro do azinho a lembrar o passado e o calor desse a dar sentido para o futuro.
Pois libertemos o passado.
Recordo outros tempos, quando, terá sido antes ou após o meu feito genealógico sobre o Pai Natal ? , o cancelei da minha agenda, pois se não trazia nem uma, nem uma das prendas que lhe tinha encomendado, só podia ser um farsante.
E leituras, sempre muitas leituras no, para passar o Natal. Lembro quando me fechei dois ou três dias, salvo comer e dormir, no quarto da criada (ela já não havia, e de todas só me recordo uma que me acordava com a mão no dito) e li todo, ou quase todo o Kerouac, que foi o meu primeiro mestre e a quem dediquei o meu primeiro romance (que jaz, devo referi-lo, no fundo de uma gaveta, e cuja releitura recente me encheu de espanto, como é que eu pode escrever aquelas coisas? Como é que eu pode viver aquelas coisas? Como é que ?).
Todos os Natais foram férteis em leitura que é memoria e esquecimento. Mesmo aqui, não resisto a me fechar e ler convulsivamente, pois só nas letras e no seu significado, insignificante, há sentido e porvir. (agora comecei o 1613 do meu ex-colega e amigo Pedro Vasconcelos, que está em grande nos escaparates e no anúncio de um tele, e que escreve um livro que é como um copo de água quando se tem vontade de matar a sede, e onde o tétum à mistura me traz memorias de outros natais e outras lareiras...)
Recordo um Natal ( no ano a seguir à morte da minha mãe, nas vésperas de Natal já lá vão 19 anos) em Paris, num 5º andar do Marais em companhia do Jack e das estrelas e de um soberbo pequeno almoço no Quartier mais famoso do mundo...
Ou de outro em Agadir rodeado de fumos e de ter encontrado num passeio pela vila a Andreia e o Jorge, como se todo o mundo estivesse à minha procura e de ter concluído esse num qualquer hotel de luxo, entre damas e megeras.
Leituras e desleituras acompanham a vida e a sua continuidade. Este ano faço o meu jejum anual nesta quadra, desde a açorda só tenho bebidos água, chás e uma sopa à noite, para acertar o tempo cósmico com o tempo do corpo. Que saudades de outros jejuns, na Catalunha, rodeado de visões ou na Argentina entre fantasmas e duendes. Os jejuns provocam, estimulam alucinações e se forem acompanhados por uma omeleta de cogumelos sábios dão outros conhecimentos. Na vida tudo gira, tudo para, tudo permanece na mudança.
O 2º dia de jejum mesmo sem os cogumelos (será que este chá “ervanário” tem esse efeito) está a dar tesão ao dedo, sou escriba de um só, com raras ajudas, do outro...
De Meca chamam-me para a oração, ou será a memoria de Agadir e do hotel onde só havia berberes que me invade? Vou estender o tapete e curvar-me (no meu romance curva-me noutra situação...) tudo é sagrado. Toda a vida pelo menos, dos que a teorizamos e sobre ela escrevemos, pensamos.
Diz-me o dono do blog que o seu post é muito grande. Pois continuava até acabar o jejum, ou até que os sinais da vida que se renova, os fumos da praça chegam-se como a estrela, à minha janela, a anunciar que os dias vão crescer e que outro ano vai chegar.
Que tudo seja verdade.
Amanhã há mais.
 
Wednesday, December 21, 2005
 
Hoje fui à lenha e ver os porquinhos, gordos, embora com menos teor boleico. E ao templo gastronomico que é sempre de referir e voltar a referir que é a Adega Velha. Almocei com o oficiante, o meu querido amigo Joaquoim Bação e o Pereira, podador das uvas que nos dão o belo vinho, marca Adega.
Comi, preparado pelas mâos da mestra Sra Maria um divina açorda, de bacalhau e ovito esmerados. Demais, ainda me está na boca, ainda me percorre o corpo, ainda me ocupa o espírito.
És divina açorda!
Em casa os dramas da vida, do emprego, das queixas. Uma sopinha de legumes para aquecer o estomago, enquanto o azinho chia na lareira.
Até amanhã.
 
Tuesday, December 20, 2005
 
Enquanto a lareira conta as estórias que o azinho guarda o meu Monte Cristo 4 vai-se convertendo em espirais que acompanham os meus pensamentos clareados pelo irmão mais velho do Jack, o Jim Bean.
Ouço as rapsódias de Gershwin e penso nos milhares de livros que li e esqueci. Só hoje consegui acabar o livro de Montalban sobre cultura gastronómica e vou acabar o ensaio, também dele, também no original, sobre literatura. Talvez amanhã consiga terminar o Darwin e a sua bíblia.
Por alto devo ler 100 a 120 livros por ano, fora os jornais, um ou dois por dia e revistas técnicas uma duas por semana. Quilómetros de letras.
Penso que talvez, 30 sejam romances, sobretudo romances históricos, 15 sobre religião e ou comida, 30 sobre energia e ambiente e os restantes sobre os temas mais variados da história às ciência ditas tecnológicas, da sociologia à biologia, sou um leitor compulsivo.
Este ano foi um ano bom para a leitura e também para a escrita, além de umas dezenas de artigos, aqui e acolá, colaborei em dois livros que viram a luz e escrevi um que está nas burocracias pré impressão. Apresentei comunicações em meia dúzia de conferencias e fui (e contribui) a meia dúzia de outras. Dei três ou quatro cursos de formação, e organizei uns elementos informativos sobre natureza e energias suaves.
Bebo mais um gole do Jim. Ajeito o lume. O móvel desligado (e este ano sem sms) lança-me no completo sossego. Amanhã vou à lenha e ver como estão os porquinhos. Talvez me vá abastecer do antigo contrabando (uns puros).
O ano está a acabar. O lume marca o inicio dos dias maiores e de um novo ciclo. Que a paz esteja convosco e comigo também, e para todos os leitores os melhores votos para 2006.
 
Sunday, December 18, 2005
 
São assuntos recorrentes neste blog os prazeres de pensar, ver, ouvir, sentir e comer. E todo o entorno desses elementos “insignificantes” que nos significam a vida.
Normalmente escrevo sobre o que gosto e marginalmente critico o que não me agrada, ataco, contesto ideias que penso erradas, actos abusivos, desagrado que determinadas realidadas “ficantes” me provocam.
Vou em 2006 (aproveitando para ver se papo uns jantares para melhorar os trigliceridos) escrever sobre comidas, como penso que tenho já feito (irei procurar para verificar se a minha saga de conferencista/critico gastronómico internacional, na linha do Manolo Montalban, foi já publicada...) com alguma regularidade por aqui
Pois agora, sem me substituir ao NetMenu , que anda muito pelos nortes irei, com regularidade escrever mais sobre os locais onde a comida é um prazer e comer um momento agradável de convívio, por onde vou encalhando.
E embora em 2006 espere ter isto operacional, com outras colunas e apresentação... não quero deixar de desde já acrescentar aos restaurantes que por aqui tem sido registados um, ou melhor dois que são um descanso para o corpo e a alma, prometendo a ele voltar, e sobre ele, eles mais detalhadamente escrever.
O local é uma espécie de Centro Comercial. Simpático, agradável e usado por gente bonita, simpática e agradável. Compro lá alguma roupinha em lojas em que nos sorriem e tem um pequeno supermercado, para urgências.
Em tempos tive um diferendo com um restaurante Zeno que por lá está. Comia lá bem mas a labrostice de um empregado levou-me a cancelar a minha assinatura. Em boa hora. Quando se fecha uma porta abre-se normalmente uma janela. Pois no Riviera abriram duas.
Passei a frequentar o Rodeo Bull. A gentileza dos funcionários deste, a cuidada confecção, em qualquer das 3 cozinhas em que serve brasileira, mexicana e nacional (desta o peixe do dia, na grelha, é topo de gama!), tornaram-no um dos poisos habituais de troca de sabores e prazeres.
Agora, da mesma gerência, abriu mesmo ao lado, com igual nota um Tapas&Sushi, que junta cozinha espanhola (madrilena mas com olho noutras espanhas!) e os agora, só agora para mal do meu amigo P.Trancoso, afirmantes japoneses, sushi&sashimi.
Temos, e penso ser caso único nacional dois templos gastronómicos, com simpáticos e diligentes funcionários, agradável espaço e excelente repastação, conubiados num mesmo local.
Á escolha temos um leque variegado de amesendação. Havendo ainda espaço para melhorias e inovação (que se anunciam) desde já, com a promessa de voltar com detalhe em nova coluna gastro/cultural em 2006, aqui fica o Muito Bom para os irmãos Rodeo Bull e Tapas & Sushi, no agradável centro comercial Riviera, em Oeiras.
P.S. Voltei, também, nestes dias ao Mandarim. Sobre ele escreverei também. Outra recomendação INSIGNIFICANTE!
 
 
Hoje fui apanhado e colocado a intervir numa reunião da associações de ambiente, sobre a nuclear. Do fundo das memórias fiz um pequeno improviso 20/25 minutos em que abordei, levemente os vários enfoques que se colocam na análise desta tecnologia.
Fiquei satisfeito por ser corrobado pelos ilustres palestrantes que se seguiram.
Não será por falta de informação, nem por desfalecimento dos que a têm, digam Jerónimos e Cavacos o que quiserem, que esta peregrina tecnologia, em Portugal incentivada por capitalistas de alterne, se irá desenvolver.
O ambiente e as mais modernas opções de política energetica, mesmo com as alterações climáticas a criarem nevoeiro afastam absolutamente essa opção do horizonte dos países de economia de mercado e que pensam a sustentabilidade.
 
Friday, December 16, 2005
 
Todos os fanatismos são totalitários, intolerantes e irracionais.
Participo, embora com pouca disponibilidade para grandes teorias, numa lista de ambiente, a ambio, onde de quando em vez tenho que meter a minha colher.
Nos ultimos tempos tem sido agitada por perigosos proselitos do animalismo. Pois uma senhora que se costuma exibir em pelota para defender putativos direitos da bicharrada procurou dizer-me como eu devia pensar e interpretar as suas bestialidades ou dos seus amigos (como um tal Singer defensor da eugenia e do extermínio dos inadaptados, a seguir certamente os judeus, os judeus vem sempre a seguir...), e outro desses energumenos procurou estabelecer a censura, sim a censura para quem não segui-se a sua doutrina.Só lérias que ninguém me calará!
Considero essa gente os piores inimigos da sustentabilidade e de uma natureza equilibrada com o desenvolvimento humano.
Tresvaliando continuarei por toda a parte, enquanto me sobrar engenho e arte!
 
Wednesday, December 14, 2005
 
O que comemos é aquilo que somos. Localistas, universalistas, religiosos, sectários de uma ou outra filosofia, omnivoros por natureza, escolhemos o que comemos ou não por opção e necessidade.
Cada local tem as suas especificações (que muitas vezes levaram a tabús religiosos e ou morais). Cada comunidade é identificada por um prato, um ritual, uma especificidade, A comida também tem a ver com a posição social e a lógica do trabalho (gasto de calorias no mesmo).
Claro que todas as formas de alimentação /e esta inclui as bebidas) são como a religião de respeitar. Em todos os casos é de lamentar o proselitismo e a lógica (com que base?) de superioridade de um tipo alimentar sobre os outros.
Cada qual é o que come e da alimentação, ritualizada com religião não advem nenhuma superioridade moral.
Hitler e Gandhi eram vegetarianos. Bin Laden não come porco, os hindus não comem vaca (e tem os intocáveis!).
Não há nenhuma moral derivada de um qualquer regime alimentar, ao contrário que todos os que tem a comida, e sobretudo o prazer desta, como fonte de pecado e dogma religioso procuram proselitar.
Eu sou localista (adoro as comidas do meu povo, as migas, o catalão, o gaspacho, o pata negra nesta altura, o borrego na Pascoa, os esparragos da ribeira e os cogumelos da terra) e por razões de vida um universalista (adoro o sushi, a comida indiana ou mexicana, os manjares de Africa e de todo o Brasil, as especialidades da Turquia ou Grécia e do Lesta da Europa). Poucas coisas que comi não me agradaram (a comida inglesa, que todavia me dizem que com os fluxos migratórios melhorou, caldo de cobra, com ela mesmo, e moscas salgadas), de resto de insectos outros, mamíferos, aves e peixes, todo o tipo de vegetais e micos, ha os micos, que micos, normalmente acompanhados de uma companha já me fizeram o menú (nabo é que não!!!)
E bebidas todas, excepto as adocicadas e com bolhinhas, desde que em condições também marcham.
O mundo é comida. Ou melhor sopa (ai, ai, ai, que ricas!) como contei uma vez aos putos da terra. Desde a sopa de onde tudo começou, com um big bang, até à sopa onde começamos com um certamente mais pequeno.
E curiosamente também o pensamento religioso tenta limitá-la.
Viva a sopa, e tudo aquilo de que as fazemos.
 
 
Pois o meu velho amigo Manel Algarvio enviou-me um desabafo (ver o olho que ele deita à antiga capital dos Algarbes e à vida no blog Saco dos Desabafos).
Embora eu seja do tempo da missa em latim e com muitos cheiros, incensos e outros.. e de tal me viesse a ideia da origem latina da palavra, esta é certamente um aproveitamento do hebraico, quiça talmúdico .
Do dicionário:
amén
do Hebr. amén
interj.,
termo hebraico, que significa assim seja;
s. m.,
assentimento;
acordo.
 
Tuesday, December 13, 2005
 
São os dias mais estupidos do ano. Mudei de computador, o que pode ajudar a paranóia dos dias.
Encontrei entre os resíduos um conto. Que penso aqui, agora repetir, porque a vida é também isso....
Sem palavras

Estava perdido!
No meio do sonho mais delirante procurava secretas conspirações que, de forma nenhuma, conseguia denunciar.
Incapaz de som e sentido agitava pedaços de pano que haveria de transformar em guardanapos para limpar beiças reais ou plebeias.
Imaginava opíparas refeições, para as quais criaria instrumentos a que daria o nome de “forchetta”, que haveriam de permitir enrolar as massas e garfar as carnes.
Perseguia-me um sorriso, parecido com o meu mas, invertido.
Cortem-lhe a cabeça, ordenou a despropósito a rainha.
Baralhado com o aparecimento da Alice no meu desvario de Leonardo acordei.
Era a hora da gata.

Até amanhã.
 
Sunday, December 11, 2005
 
Dias de campo.
A vida a correr segundo o ritmo das plantas e dos animais. Os porquinhos a nascer, outros a morrer, para o nosso prazer, e as vacas também.
Os campos a verdejarem, com a água, ainda pouca, mas já a dar um ar de frescura.
Dois templos de cultura foram frequentados, religiosamente, por estes dias.
La Ermita, magnifico espaço de religiosidade, agora dedicado a cultos pagãos, onde um guarrito e uns esparragos com ovos foram acompanhados com um divino presunto. Para a homilia um Marquês, divino, como o outro.
Hoje paragem no cada vez melhor Chico, em S.Manços. Umas favinhas e um polvinho de entradas e a de chorar sopa de cardos, de conduto. Por mais, amén.
O sentido do divino a terminar com o melhor dos Felipes, noblesse oblige.
Pelo meio ainda uma surtida a Zafra e um petiscos de estalo, e os Edmundos, para as festas, com mais Manolos...
A vida vai continuando, ancorada nos templos que desta vamos conhecendo, dos sentimentos com que a vamos justificando, que seja sempre assim.
Amén, como herdámos do latim.
 
Thursday, December 08, 2005
 
Dizem-me uma prima dele e um parente meu procurador da republica que ele é um tipo baço mas honesto. Estão os dois tendencialmente de acordo comigo quando digo que talvez mas que quando abre a boca é como se esta fora uma cloaca.
Falo do sr. Souto Moura.
A justiça parece cada vez mais uma treta. As autoridades ignoram a lei que elas próprias obriga cumprir e fazer cumprir.
Mais um exemplo. Hoje tive que escrever ao Comando Geral da GNR:

Ex.mo Sr.
Venho participar-lhe uma situação anómala com que deparei
hoje, solicitando a sua melhor intervenção.
Refiro-lhe que noto com satisfação o maior cuidado, de trato e
educação dos militares da Guarda e em particular os da
Brigada de Trânsito.
Conforme referi em queixa pessoal que apresentei no Posto de
Barrancos tenho em elevada conta os vossos serviços e sou
um cidadão escrupuloso no cumprimento da lei (em 29 anos de
carta só tenho duas ou três multas de parqueamento)
Hoje pelas 13 horas e 45 minutos fui a 1 Km da Granja
(Mourão) mandado parar pela Brigada.
Embora o oficial que me interpelou tenha sido correcto
desagradou-me que usasse (seria por motivos oftalmológicos?)
óculos de sol.Estando os documentos e o carro em ordem
pediu-me o Bilhete de Identidade. Manifestamente (e não é o 1º
caso, sendo todavia o 1º que me leva a apresentar queixa!)
desconhece a lei 33/ 99, que desobriga o cidadão de se fazer, a
não ser em circunstâncias nessea referidas, acompanhar
desse documento.
A conversa azedou tendo o oficial perguntado se eu era
advogado ou juiz....
Solicitei-lhe a sua identificação pessoal, o que o mesmo sr.
recusou. Esse o motivo prinicipar da minha queixa e chamada
de atenção.
Esperando por indicações suas em relação ao seguimento
desta situação,
Com os melhores cumprimentos


É claro vivemos numa balda. Senão haveria um processo disciplinar liminar!
 
Tuesday, December 06, 2005
 
Zoroastro, 628 a 551 a.c. profeta do sol e da lua escreveu no seu tratado Avesta:
"Quando tomais um pedaço de pão compreendeis que ele é o universo infinito, que o espirito do solse torna vivo em vós".
Será que existe alguma religião que não viva de rituais?
Será que os rituais tem alguma importância?
Tomai e comei todos, este é o meu corpo, não será a frase emblemática de um profeta do sol e da lua?
 
 
Deve ser o vírus da quadra que começa a invadir-me.
Já deito natal e as suas maleitas pelos cabelos. O consumismo e a mais obscena vulgaridade toma conta de todo. Não nos podemos virar sem deparar com umas broncas que promovem o consumo desenfreado, o terrorismo mais abjecto do não interessa nada mas tens que comprar, do balofo e inútil quinquilharia.
O Natal (será que o Sarsfield vê esta heresia ou só está preocupado em demagogizar sobre os crucifixos, que conforme os mandamentos deveriam ser retirados das próprias igrejas e não constituir nestas um lenho adorado, pois não dizem os mandamentos que só adorarás o senhor teu deus, sem que este tenha representação?) é uma época triste, para quem nesta, nestes tempos em que os dias vão diminuindo a sua luz, gosta de meditar sobre a transcendência da vida e da sua continuidade, gosta de recolher-se perante a memória e os passados presentes nesta, dos que morreram, dos que só a memória de vento faz perpassar pelo quotidiano, os seus sons e cheiros.
Nada é o que parece. Nada é o que parece.
Continuamos a viver por entre esta ilusão, sabendo que o lume que consome o passado e a dor deste se vai começar a construir, nas costas da senhora, sabendo que esse lume é a continuidade do espírito, que também é santo, que se transmite e perdura.
 
Monday, December 05, 2005
 
“Ainda não vi reclamar a eliminação de símbolos maçónicos em estátuas e monumentos nas nossas ruas, por ofenderem os que não partilham tais convicções. E os crucifixos, ofendem alguém? Haja bom senso."
Esta frase de Sarsfiel Cabral, hoje no D.N. mostra a mais completa manipulação e sem-vergonhismo da não polémica em curso sobre os símbolos religiosas nas escolas e outros edifícios públicos. (O que como é obvio saí fora do âmbito da contextualização que Sarsfield faz, ou será que ele não sabe que muitas das nossas igrejas estão plenas de símbolos maçónicos?)
Ninguém reclama senão a aplicação da lei, em casos em que os símbolos religiosos podem ser ofensivos, em lugares como a escola que são de carácter laico. E não se trata de ser ou não ser ofendido pelo crucifixo, sendo que esta polémica só nos faz recordar os “mártires” cristãos, que não eram condenados pela sua religião mas por não respeitarem a dos outros (em Roma até ao século III).
Bom senso devia haver por parte de prosélitos de qualquer ritual, quando ainda por cima o ritual católico, não praticante, não praticado pela maioria dos portugueses, continua a ter um papel que indispõe qualquer cidadão favorável a dar a César o que é de César e a Cristo e que é de Cristo, mesmo os apreciadores de rituais, como é o meu caso.
As ratas de sacristia saem da toca e agitam-se em frenesim orgástico. Como o meu amigo, e ilustrador, Genin (Cometa, de Itabira) desenhou em notável charge que o crucifixo na mão lhes faça bom proveito.
A liberdade de expressão hoje permite-nos repudiar estas campanhas, estas campanhas de intolerância de fanatismo.
É que o Sarsfield não está nada preocupado com os crucifixos. O que o preocupa é que nas escolas se ensine a “Origem das Espécies”, que nas escolas se possa aprender a usar o preservativo (tapando o crucifixo, claro), o que o preocupa é que a ciência use células estaminais, para curar doenças (que de outra forma estariam nas mãos do criador), o que o deixa bastante preocupado é que o direito das mulheres ao seu corpo (e que este não esteja enfiado numa burka, como também o catolicismo impunha até aos anos 60 do século passado) e à sua sexualidade (e a legalização do aborto) esteja na ordem do dia.
O que o preocupa é que a relação entre duas pessoas do mesmo sexo seja consagrada na lei (mas não que milhares, milhares de jovens sejam estuprados nos seminários e pela velhaca padralhada que neles hábita).
A manipulação, a mentira, a hipocrisia do Sarsfield Cabral isso sim, isso sim é muito preocupante. Haja deus.
 
Sunday, December 04, 2005
 
Domingo dia de calma e para tentar recuperar algumas leituras. Continuei o fascinante Montalban, sobre gastronomia, mastiguei mais um capítulo do Darwin (e li mais um artigo sobre os criacionistas...num jornal online).
Li na diagonal e assinalando para texto sobre contrabando o Mapa de Portugal de Rui Branco (excelente levantamento e investigação, e que, todavia, falta a ...Contenda!)
E saboreiei o El País, com que talvez passe a substituir os miseráveis jornais nacionais, diariamente.Hoje para além de informação que não são pasteis recantados de tudo, excelentes artigos de opinião, de que destaco o de Vargas Losa, sobre Ortega Y Gassett, que tão desconhecido é entre nós, e o Timothy Garsh contra a intolerância.
O pensamento demo-liberal tem pernas para andar.
Leio, por outras incumbências, uns textos sobre Cromwell. A história é uma invenção dos vencedores e são os vencedores, o discurso dominante que a molda. E apesar disso, ela gira!
 
Saturday, December 03, 2005
 
A pontuação é importante.
Torna as frases compreensíveis, quando escritas, mas na oralidade não existe.
Claro que há pausas, enfases, figuras de estilo e retóricas. E pode haver grandiloquência e teatro, verdade e, ou mentira.
Mas a pontuação não é a mesma, o respirar da frase não é o mesmo. Por vezes leio em voz alto livros em espanhol, franês, inlgês ou italiano, ou pequenas frases em alemão.
Não me recordo de nos poucos livros que li em galego ou catalão ter feito esse exercício.
Agora comprei este Axtérix em minderico e recordo, também essas misturas (o leonês que é uma dispersão do galego a caminho do catalão).
Refiro isto porque quando se lê em voz alta (e porque raio em português não o consigo!) a pontuação também desaparece, os sons articulam-se de outra forma, entram-nos de outra maneira.
Releio o Chomsky, e o seu texto fundamental sobre linguagem e conhecimentoi e procuro respostas. O aire de broca continua a fascinar-me. A linguagem, a sua gramática (será universal, e inata?) a construção vocabular, como a aprendizagem dos gostos são um tema de fascinio. O som, a música, a tonalidade, a abertura vocal são um identificador. Como uma impressão digital.
Hà sons que nunca nos abandonam. Que nunca se irão escrever.
 
Friday, December 02, 2005
 
Tudo está ligado.
escrevo um pequeno texto sobre contrabando e vou descobrir o estabelecimento das fronteiras e o sistema de taxas, impostos, vou descobrindo o paconço nacionalismo
escrevo sobre clima e educação e articulo estes nas diversas áreas curriculares,elaboro ideias e desenvolvo projectos de sustentabilidade
escrevo, denuncio a amalgama de interesses que se escondem atrás dos animalistas, e descubro que dão de comer vegetais aos seus carnivoros domésticos, transformando-os em máquinas de guerra, lutam contra a tosquia (mas e as ovelhas senhor, porque lhes dais tanta dor?) em nome de texteis sintéticos (pagos por eles?)
descubro no excelente "Contra los Gourmets" do Manolo Montalban que temos que escrever para resistir à ditadura de imbecilidades que cada vez mais opressivamente nos cerca.
Enquanto a escrita se poder alinhar neste sentido!
 
Thursday, December 01, 2005
 
Hoje é um dia triste.
Porque o próprio dia o está e porque o que se comemora é o desastre.
Só o tonto do Manuel Alçegre se pode satisfazer com a pátria e a sua ideia.
Invenção do liberalismo, reforçada pelo Estado Novo e leitmotive das esquerdas mais bacocos e das direitas mais ordinárias a pátria é, sempre foi, um bluf e uma enorme invenção.
Viriatos e quejandos são obra do Herculano, o o !º de Dezembro é uma gesta que enche de vergonha qualquer ser bem formado, dado ter sido um mero arrufo de marialvismo latino.
Que o Alegre o enfie tudo bem, faz parte da tradição dele. Agora que cidadãos liberais de esquerda e europeus o continuem a gramar...por favor...
 
civetta.buho@gmail.com

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